d i g i t a i s Teses e Disser tações originais em formato digital Programa de Pós-Graduação em Letras



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Transcrição:

Letras d i g i t a i s Teses e Disser tações originais em formato digital Organização Text ual da Notíci a: uma análise da TV e d o jornal Fabia ne Ma ria C. Gonçalves Cavalcanti 1999 Programa de Pós-Graduação em Letras

Ficha Técnica Coordenação do Projeto Letras Digitais Angela Paiva Dionísio e Anco Márcio Tenório Vieira (orgs.) Consultoria Técnica Augusto Noronha e Karla Vidal (Pipa Comunicação) Projeto Gráfico e Finalização Karla Vidal e Augusto Noronha (Pipa Comunicação) Digitalização dos Originais Maria Cândida Paiva Dionízio Revisão Angela Paiva Dionísio, Anco Márcio Tenório Vieira e Michelle Leonor da Silva Produção Pipa Comunicação Apoio Técnico Michelle Leonor da Silva e Rebeca Fernandes Penha Apoio Institucional Universidade Federal de Pernambuco Programa de Pós-Graduação em Letras

Apresentação Criar um acervo é registrar uma história. Criar um acervo digital é dinamizar a história. É com essa perspectiva que a Coordenação do Programa de Pós-Graduação em Letras, representada nas pessoas dos professores Angela Paiva Dionisio e Anco Márcio Tenório Vieira, criou, em novembro de 2006, o projeto Letras Digitais: 30 anos de teses e dissertações. Esse projeto surgiu dentre as ações comemorativas dos 30 anos do PG Letras, programa que teve início com cursos de Especialização em 1975. No segundo semestre de 1976, surgiu o Mestrado em Linguística e Teoria da Literatura, que obteve credenciamento em 1980. Os cursos de Doutorado em Linguística e Teoria da Literatura iniciaram, respectivamente, em 1990 e 1996. É relevante frisar que o Programa de Pós-Graduação em Letras da UFPE, de longa tradição em pesquisa, foi o primeiro a ser instalado no Nordeste e Norte do País. Em dezembro de 2008, contava com 455 dissertações e 110 teses defendidas. Diante de tão grandioso acervo e do fato de apenas as pesquisas defendidas a partir de 2005 possuirem uma versão digital para consulta, os professores Angela Paiva Dionisio e Anco Márcio Tenório Vieira, autores do referido projeto, decidiram oferecer para a comunidade acadêmica uma versão digital das teses e dissertações produzidas ao longo destes 30 anos de história. Criaram, então, o projeto Letras Digitais: 30 anos de teses e dissertações com os seguintes objetivos: (i) produzir um CD-ROM com as informações fundamentais das 469 teses/dissertações defendidas até dezembro de 2006 (autor, orientador, resumo, palavras-chave, data da defesa, área de concentração e nível de titulação);

(ii) criar um Acervo Digital de Teses e Dissertações do PG Letras, digitalizando todo o acervo originalmente constituído apenas da versão impressa; (iii) criar o hotsite Letras Digitais: Teses e Dissertações originais em formato digital, para publicização das teses e dissertações mediante autorização dos autores; (iv) transportar para mídia eletrônica off-line as teses e dissertações digitalizadas, para integrar o Acervo Digital de Teses e Dissertações do PG Letras, disponível para consulta na Sala de Leitura César Leal; (v) publicar em DVD coletâneas com as teses e dissertações digitalizados, organizadas por área concentração, por nível de titulação, por orientação etc. O desenvolvimento do projeto prevê ações de diversas ordens, tais como: (i) desencadernação das obras para procedimento alimentação automática de escaner; (ii) tratamento técnico descritivo em metadados; (iii) produção de Portable Document File (PDF); (iv) revisão do material digitalizado (v) procedimentos de reencadernação das obras após digitalização; (vi) diagramação e finalização dos e-books; (vii) backup dos e-books em mídia externa (CD-ROM e DVD); (viii) desenvolvimento de rotinas para regularização e/ou cessão de registro de Direitos Autorais. Os organizadores

Organização Textual da Notíci a: uma análise da T V e do jornal Fabiane Maria C. Gonçalves Cavalcanti 1999 Copyright Fabiane Maria C. Gonçalves Cavalcanti, 1999 Reservados todos os direitos desta edição. Reprodução proibida, mesmo parcialmente, sem autorização expressa do autor.

Universidade Federal de Pernambuco Centro de Artes e Comunica~ao Departamento de Letras Program a de P6s-gradua~ao em Letras e Linguistica Organiza~ao textual da noticia Uma analise da TV e do jomal Disserta~ao de Mestrado em Lingilistica Aluna: Fabiane M. C. Gon~alves Cavalcanti Orientador: prof. dr. Luiz Antonio Marcuschi Recife, agosto de 1999

Disserta<;ao apresentada pela aluna Fabiane Maria da Concei<;ao Gon<;alves Cavalcanti ao Programa de P6s-gradua<;ao em Letras e Lingiiistica da Universidade Federal de Pernambuco, como requisito parcial para obten<;aodo Grau de Mestre em Lingiiistica.

Para Fernando, que inspirou 0 tema desta pesquisa, para Cecilia e Aldo, meus pais, incentivadores incansaveis, e para Paulinho, eternamente amado.

A Luiz Antonio Marcuschi, pela orienta~ao e compreensao dos limites impostos pela dupla jornada de jornalista e mestranda. A Isahina Mello Gomes, amiga e "(des)orientadora", pelo incentivo e apoio durante todo 0 curso. Aos professores do PPGLLIUFPE, em especial a Judith HofInagel, Maria da Piedade Sa Moreira e Nelly Carvalho, pelas produtivas discussoes em sala da aula, e a Francisco Gomes de Matos e Mados Pessoa, pelas importantes sugestoes feitas na pre-banca. Aos companheiros de curso no PPGLLIUFPE, em especial as amigas Roseanne Rocha Tavares e a Ana Lucia Machado. Aos colegas da Reda~ao do Jornal do Commercio, especialmente aos da Editoria de CienciaIMeio Ambiente e Cidades: Veronica Falcao, Andre Galvao, Eduardo Azevedo e Sibele Negromonte. Aos amigos Antonio Martins Neto, Cleodon Pedro Coelho, Josue Nogueira e Leticia Araujo. A Fernando e meus familiares, que suportaram meu estresse e compreenderam a ausencia nas festivas reunioes em familia

o objetivo deste trabalho e realizar urn estudo comparativo do texto noticioso em televisao e em jornal impresso. Verificamos como cada veiculo de comunica~ao organiza as informayoes sobre 0 mesmo fato, salientando as caracteristicas que aproximam e distanciam as reportagens de TV e de jornal. Para isso, confrontamos 20 materias do Jomal Nacional com suas correspondentes na Folha de S.Paulo, observando como as condi~oes de produyao inerentes a cada meio influem na elaborayao da noticia. As materias escolhidas para analise tratam de assuntos variados. o material foi analisado sob a perspectiva te6rica da Lingiiistica e da Comunica~ao, tomandopor base urn paradigma revisado da teoria da comunicayao, aliado as teorias sobre a narrativa jornalistica e sobre a estrutura tematica e esquematica danoticia Observamos que as principais diferenyas entre os textos estudados dizem respeito ao aprofimdamento e ordenamento de informayoes na noticia e a forya expressiva, dominante nas reportagens televisivas. Vimos que nos textos de jornal impresso ha maior detalhamento de informayoes. Ja 0 formato da noticia e distinto em cada veiculo. Salientamos que as caracteristicas de produyao inerentes ao meio determinam as diferenyas observadas. Acreditamos que os resultados encontrados possam ser generalizados para outros telejornais e jornais impressos, pelo fato de 0 Jomal Nacional eafolha de S.Paulo terem se tornado modelos nas suas modalidades. Porem, apenas urn estudo mais acurado podeni confirmar essa hip6tese.

El objetivo de esta investigaci6n es comparar textos periodisticos televisivos y impresos. Verificamos como cada veiculo de comunicaci6n organiza!as informaciones acerca de un mismo hecho, destacando!as caracteristicas que aproximan y distancian las reportages de TV e de peri6dicos impresos. Para tanto, confrontamos 20 textos periodisticos del Jamal Nacianal com sus equivalentes en Falha de S.Paula, observando como!as condiciones de produci6n propias de los medios televisivo e impreso influem en la elaboraci6n de!as noticias. Los textos periodisticos seleccionados para el analisis abordan temas variados. El material ha sido/fue analisado sob la perspectiva te6rica de la Linguistica e de la Comunicaci6n, en especial un paradigma revisado de la Teoria de la Comunicaci6n y las teorias acerca de la narrativa periodistica y la estrutura tematica y esquematica de la noticia. En nuestra analisis, verificamos que los principais trazos que distinguen los textos estudiados son la profundeza y ordenacion de las informaciones y la for~a expresiva, dominante en las reportages televisivas. Vimos que en los textos publicados en periodicos impresos presentan informaciones com mas detalles. Ademas, el formato de la noticia es distinto en cada veiculo. Destaeamos que las caracteristicas de producci6n propias de cada medio determinan las diferencias verificadas. Creemos que los resultados alcanzados puedan ser generalizados para otros periodicos impresos y televisivos, puesto que Jamal Nacional y Folha de S.Paulo ban se tornado modelos en sus modalidades. Aunque, solamente una investigaci6n mas profunda pueda confrrmar esa hipotesis.

The purpose of this work is to carry through a comparative study of the news text in television and in the press. We verified how each mass media organizes the information on the same fact, pointing out the features that approach and distance the press and TV news articles. In this way, we compared 20 texts of the Jomal Nacional broadcast with its correspondents in the Folha de S.Paulo newspaper, in order to observe how the conditions of production inherent to each media influence the news production. The news articles chosen for analysis deal with varied subjects. The texts were analyzed under the theoretical perspective of Linguistics and Communication, underlied by a revised paradigm of the communication theory, allied to the theories on the journalistic narrative and the thematic and schematic structure of the news. We observed that the main differences between the studied texts are concerned to the deepening and order of information in the news articles and to the expressive force, dominant in the television news articles. We saw that the texts published in the press have greater detailing of information. But the news schematic representation is distinct in each mass media. We pointed out that the inherent features of production to each media determine the differences observed. We believe that the joined results can be generalized for other TV and press news, for the fact of the Jornal Nacional broadcast and the Folha de S.Paulo newspaper have become models in its modalities. However, only a more accurate study would confirm this hypothesis.

sumarlo RESUMO RESUMEN ABSTRACT JUSTIFICATIV ADO ESTUOO E HIP6TESES VISAO GERAL 00 TRABAUIO 1.1. A PRODUCAO DA NOTICIA JORNALISTICA 1.1.1. DEFINICOES 1.2. 0 PERFIL DOS VEtCULOS DE COMUNICACAO ESTUDAOOS 1.2.1. 0 JORNAL NACIONAL 1.2.2. A FOUIA DE S.PAULO 2. PROCEDIMENTOS METOOOWGICOS 2.1. SELECAO E DESCRICAO 00 CORPUS 2.2. PERsPECfIV A E METOOO DE ANALISE 3. A NATUREZA DA NOrtCIA - ASPECTOS TEORICOS 3.1. 0 c~ra TER DIALOGICO DA COMUNICACAO SOCIAL 3.2. 0 QUE It NOTICIA? COMO SE ORGANIZA? 3.2.1. ORGANIZACAO TEMATICA: MACROESTRUTURA TEXTUAL 3.2.2. ORGANIZACAO ESQUEMATICA: SUPERESTRUTURA TEXTUAL 3.3. FALA E ESCRITA: 0 LUGAR DA NOTICIA DE TV E JORNAL 3.4. A NARRATIV A NO NOTICIARIO 3.4.1. A NARRATIVAE SUA ESTRUTURA, SEGUNDOLABOV & WALETZKY

PARTE IT- MEIO X MENSAGEM 61 4. INFORMATIVIDADE 63 s. ASPECfOS ESTILlSTICOS 68 9. FONTES DE REFERENCIA 104 ANEXO 1- CORPUS RESTRITO 109 MATERIA IJN 109 MATERIA IFSP 111 MATERIA2JN 112 MATERIA2FSP 113 MATERIA4JN 115 MATERIA 4FSP 116 MATERlA8JN 117 MATERIA 8FSP 118 MATERIA 12JN 119

MATERIA 12FSP 120 MATERIA 14JN 121 MATERIA 14FSP 122 MATERIA 16JN 123 MATERIA 16FSP 124 MATERIA 18JN 125 MATERIA 18FSP 126 ANEXO 2 - ANALIsE DO CORPUS RESTRITO 127 MATERIA IJN 127 MATERIA IFSP 129 MATERIA2JN 131 MATERIA 2FSP 133 MATERIA4JN 135 MATERIA 4FSP 136 MATERIA8JN 138 MATERIA 8FSP 140 MATERIA 12JN 142 MATERIA 12FSP 144 MATERIA 14JN 146 MATERIA 14FSP 147 MATERIA 16JN 149 MATERIA 16FSP 151

INDICES Quadro 1 - Percentua/ de noticias coincidentes no IN e no FSP 32 Quadro 2 - Pares de materias selecionados para 0 corpus 34 Quadro 3 - Quantidade de pares de materias por assunto 35 Quadro 4 - Corpus restrito 36 Quadro 5 - Genera/iza~iio X deta/hamento no par 8 64 Quadro 6 - Diferen~as de precisiio no par 12 65 Quadro 7- Informa~{jes diver gentes 67 Quadro 9 - Diferen~as na referencia asfontes na TV e no jorna/ 80 Quadro 10-0 esquema da noticia te/evisiva 88 Quadro 11 - Compara~iio do estrutura formal da noticia em TV e jorna/ 92 Quadro 12 - Exemp/os de titu/os e "cabe~as" enviezados 95 Quadro 13 - Compara~iio das frases-resumo com chapeus 98 Figura 1 - A superestrutura da noticia 50 Figura 2 - Distribui~iio dos textos de uso fa/ados e escritos no continuo tipo/6gico (versiio resumida) 52 Figura 3 - Rela~iio meio e concep~iio 53 Figura 4 -A c/assifica~iio do texto de TV ejorna/ no grajico meio/concep~iio 54 Figura 5 - Tipos de texto a servi~o de tipos de discurso 56

Este trabalho investiga as semelhan9as e diferen9as nas reportagens sobre urn mesmo fato veiculadas na televisao e publicadas em jornal impresso, sob 0 ponto de vista do conteudo informativo e da orga.nizayaoesquematica do texto. Unimos aspectos te6ricos da LingUistica e da Comunica9ao, numa perspectiva multidisciplinar, para realizar este estudo comparativo, que tern 0 objetivo de observar em que pontos 0 meio de comunica9ao, com suas condi90es de produ98.o inerentes, influem na elabor~a%rganiza9ao da mensagem, ie., do texto da noticia. As principais caracteristicas inerentes as condi90es de produ9ao dos veiculos sao os limites impostos pelo tempo, na televisao, e 0 espa90, no jornal impresso. Lembramos com Crystal (1995:388) que a produyao de noticias reflete uma das situa90es mais dificeis e cheias de restri90es no uso da linguagem e que a principal limi~ao e a "eterna batalha contra as pressoesde tempo e esp~o"l. Dessa forma, mostramos os aspectos que diferem e aproximam 0 telejornal do jornal e, para isso, consideramos uma boa perspectiva de aruilise observar como cada urn noticiou urn mesmo fato, do ponto de vista qualitativo. Com este fim, realizamos uma analise da estrutura e do conteudo informacional de ambos, para responder as seguintes questoes: I - Como se estruturam os textos em cada urn dos veiculos? IT - Quais os aspectos que aproximam e afastam as duas modalidades? ill - Em que difere 0 conteudo de cada texto - do ponto de vista informativo e da ordem98.0das infotma9oes? Para realizar a analise proposta neste trabalho, escolhemos textos de noticias veiculadas no Jomal Nacional enafolha de S.Paulo sobre urn mesmo fato. 0 primeiro e 0 telejornal de maior myel de audiencia no Brasil e, 0 segundo, 0 maior jornal em circula9ao no pais. 1 Trad~ cia autora. Assim como as cita~ dos textos em ingles e em espanhol incluidos nas fontes de referencia.

Numa perspectiva multidisciplinar, esta pesquisa une a perspectiva te6rica da Analise do Discurso e Lingilistica de Texto aliada a Teoria da Comunicacrao. E importante frisar que nossa arnilise e norteada pela nocrao do carmer dial6gico da linguagem, i. e., encaramos 0 texto nos modelos cognitivo e interacionista (cf. Marcuschi,1994:46), que avancra em relacrao ao esquema dicotomico codificac;ao/decodificacraoda mensagem, apregoado pela tooria da comunicac;ao. o "esquema da comunicacrao", em que urn emissor transmite uma mensagem para urn receptor atraves de urn cana~ podendo receber urn feed-back, e incompleto por deixar pouco ou nenhurn espacropara a arulliseda influencia do contexto e de elementos extralingiiisticos na interac;ao. Consideramos que 0 leitor/telespectador interage com 0 produtor da mensagem e que 0 sentido do que e lid%uvido e negociado no mvel cognitivo. 0 problema da revisao no paradigma da tooria da comunicacraosera abordado em 3.1. Observamos que, aos poucos, este paradigma comecra a ser modificado, principalmente por influencia dos estudos da arullise do discurso do texto jornalistico e publicitario. Na condi9ao de jornalista que trabalha com edi9ao de textos em redac;aode jornal diarioe que teve contato com os elementos apresentados pela lingiiistica, atraiunos realizar este estudo, por considerar importante, para 0 exercicio da profissao, 0 vislurnbramento do paradigma da comunica9ao revisado para a produ9ao da noticia. Esperamos, com a analise aqui proposta, acrescentar uma visao critica acerca destes pontos que possa vir a contribuir sobretudo para a fofma9aode novos profissionais. E importante deixar clara outra nocraobasica em nosso trabalho: tratamos com dois generos de texto (0 de TV e de jornal) que nao podem ser enquadrados na oposicrao fala/escrita. 0 texto de materias de televisao nao pode ser considerado como lingua falada. Isto porque, com rarissimas exce<;oes,mesmo os textos de transmissoes ao vivo sao escritos previamente pelo rep6rter e lidos com a entoacrao da "fala normal". Os textos das reportagens sao escritos e gravados previamente e sao eles que orientam a edicrao das imagens utilizadas para compor a materia. Neste ponto, discordamos de Blanche Benveniste, que considera a linguagem de TV como lingua falada, ja que para ela 0 que importa e 0 canal, conforme cita Carvalho (1990). Sabemos que os generos textuais devem ser vistos dentro de urn continuo (cf. Chafe,1982 e Marcuschi, 1998), indo do oral ao escrito. Aliado a isso, consideramos 0 conceito de semi-oralidade, que leva em conta a intersecrao entre 0 modo de "concepcrao" e de "realizacrao" para

classificar urn texto (cf. Oesterreicher~1996 e Pessoa,1997). Assim, podemos a:firmar que 0 texto de noticias de jornal e de TV tem carater identico de concenao (ambos goo escritos)~ mas diferente de realizayao~ i.e.~ enquanto 0 primeiro e realizado graficamente~ 0 segundo e realizado oralmente~ ou seja, e urn texto oralizad0 2 Com base no objetivo cia pesquisa e nas perguntas enurneracias anteriormente~ levantamos as hip6teses de que os textos noticiosos de televisiio e da imprensa escrita 000 apresentam a mesma organizafiio informacional; e de que as diferenfas entre eles devem-se as especificidades das condifoes de produfiio de cada meio (0 tempo na televisiio e 0 espafo no jornal), que repercutem na selefiio, ordenafiio e aprofundamentodas informafoes. Este trabalho e dividido em duas partes. Na primeira, situamos a pesquisa quanto ao contexto do objeto de estudoe as perspectivas metodol6gica e te6rica adotadas. Na segu. apresentamos~ em quatro capftulos~ os resultados cia analise realizada. A parte I e composta por tres capftulos. No primeiro~ trayamos um panorama dos meios de comunic~ao de massa, mostrando seus segmentos e aprofundando na area que nos interessa: 0 jornalismo. As etapas cia produy30 jornalistica sao mostradas em 1.1.~ hem como definiyoes uteis ao nosso trabalho. Em 1.2., apresentamos 0 perfil dos veiculos de comunic~ao analisados - 0 Jornal Nacional e afolha de S.Paulo. 0 capitulo 2 e dedicado ao detalhamento dos procedimentos metodol6gicos adotados na pesquisa, com a seley30 e descriyao do corpus, em 2.1., e 0 estahelecimento cia perspectiva e metodo de aruilise dos ciados, em 2.2. JIi 0 capitulo 3 refule as teorias sobre a natureza cia noticia que embasam este trabalho. Em 3.1., discutimos 0 carater dial6gico dos meios de comunicayao de massa. Em 3.2.~ apresentamos a definiyao de, noticia e sua organizayao tematica (3.2.1.) e esquematica (3.2.2.). No item seguinte (3.3.), debatemos a classificayao das noticias de jornal impresso e te1evisao dentro do continuo fala/escrita. Em 3.4., discorremos sobre a narrativa no noticimo e enfatizamos o modelo de estrutura da narrativa de Labov & Waletzky. Na parte II~dividicia em quatro capitulos, mostramos os resultados cia analise dos dados. 0 capitulo 4 enfoca a informatividade dos textos noticiosos de te1evisao e jornal 2 Crystal (1995) classifica os textos de TV como de meio misto, os quais slio eseritos para serem lidos em voz aha.

impresso. 0 quinto capitulo aborda as semelhanyas e diferenyas nos aspectos estilisticos da reportagem televisiva e de jornal impresso. A comparayao da estrutura formal da noticia em urn e outro veiculo esta mostrada no capitulo 6. No 7, analisamos os resumos da noticia na TV e no jornal, comparando titulos e "cabe~as". No capitulo 8, apresentamos nossas conclus5es e sugerimos outras perspectivas de estudo do tema abordado nesta pesquisa.

Parte I - Situando a pesquisa Esta primeira parte do trabalho e dedicada a situar a pesquisa em tres aspectos: contexto e defini~ao do objeto de estudo, procedimentos metodol6gicos adotados e perspectiva te6rica que embasa 0 trabalho. Estes temas estao divididos em tres capftulos. No primeiro, apresentamos urn panorama dos meios de comunic~ao de massa, contextualizando-os e descrevendo os segmentos que os comp5em. Mostramos como se da 0 processo de produ~ao da noticia nestes veiculos e, em seguida, apresentamos 0 perfil do Jornal Nacional edafolha de S.Paulo, cujas notfcias foram objetos de nossa aruilise. No capitulo 2, descrevemos como foram feitas a coleta, a sele~ao e a analise das notfcias que compoem0 corpus, em confronto com as teorias utilizadas. Realizamos, tambem, a descri~ao do material estudado. Ja 0 capitulo 3 reillle as teorlas que serviram de suporte para a analise do corpus, nas areas de Comunica~ao e de Lingiiistica. Discutimos 0 carater dial6gico da comunica~ao de massa, aspectos da organiza~ao e composi~ao da noticia, sua classifica~ao no continuo fala/escrita e sua re~ao com a narrativa.

1. Um "mergulho" nos meios de comunicac;io de massa Para entendermos 0 processo de produ~ao da noticia jornalistica - nivelmais profimdo do panorama dos meios de comunic~ de massa (MCM) que apresentamos neste capitulo -, tecemos, inicialmente, algumas considerayoes sobre a importfulcia do texto para os segmentos que compaem a midia A maioria dos MCM comerciais no Brasil tern seu conteudo dividido nos seguintes segmentos: publicitario, de entretenimento e jornalistico. E 0 primeiro segmento 0 responsavel pela manuten~ao das empresas, atraves da venda de anlincios, no jornal impresso, e de espa~os para propagandas e publicidades na televisao e no radi0 3. 0 segmento de entretenimento e 0 que toma maior espa~o na TV comercial, sendo representado por programas de auditorio e de variedades, novelas, filmes, seriados etc. 0 mesmo acontece nas emissoras de radio PM, que tocam rnlisica na maior parte de sua progr~ao. Nas radios AM, a propor~ao de entretenimento e programas jornalisticos e geralmente balanceada Na TV, 0 espayo dedicado aos telejomais e hem menor que 0 dos programas de divertimento. Ja nos periodicos impressos Gomais e revistas), 0 segmento jornalistico domina em rela~ao ao de entretenimento, que e representado, especialmente nos jornais dimos, pelas tirinhas de quadrinhos, jogos, horoscopo etc. Os segmentos que compaem os MCM tern em comum 0 fato de ser 0 texto a ferramenta com a qual manipulam sua materia-prima: a inform~ao4. Seja na televisao, no radio ou no jorna~ 0 texto esta presente - falado, escrito ou oralizado - tanto no segmento publicitario quanto no jornalistico e no de entretenimento, informando, persuadindo, convencendo, seduzindo seu receptor. Mesmo na televisao - onde a imagem aparenta ter predominancia sobre 0 que e dito, haja vista 0 bordao "uma imagem vale mais que mil palavras" - eo texto que conduz 0 "olhar" do telespectador, 3 Reah (1998) ressalta que, no Ocidente, os jomais existem dentro de urn sistema de livre mercado. Se eles nlio slio comercialmente bem-sucedidos, vlio a falen.cia.a autora lembra que os anunciosslio a fonte vital de renda de todo jomal E, por extensllo, de todo meio de comunica~o de massa. 4 Tomamos 0 termo informa~o, aqui, no sentido de algo sobre 0 qual se toma conhecimento. Nesta acep~ ampla, podemos considerar que nlio s6 0 segmento jornalistico e informativo, mas tambem 0 publicitario (no qual as informa~ servem para divulgar e vender produtos) e 0 de entretenimento (com informa~ usadas para divertir). Carvalho (1996:9) afirma que a linguagem publicitaria e voltada para informar e manipular, podendo see dito 0 mesmo da linguagem jomalistica, dos discursos politico, juridico e ate amoroso. "Em todos esses casos, ha uma base informativa que, manipulada, serve aos objetivos do emissor". (grifo nosso)

ressaltando os pontos que devem ser observados nas imagens, tanto em propagandas quanta nas noticias. No jornalismo, mais especificamente em relayao it. noticia (entendida como 0 relato de urn fato - cf 3.2.), verificamos que e 0 texto que narra os fatos e descreve as situayoes, com base nas observay5es e na apurayao de informayoes pelo reporter, funcionado como matriz para a ediyao tanto no jornal impresso (colocayao de titulo, fotos, ilustrayoes e grcificos) quanta na televisao, "orientando" a seleyao das imagens que compora 0 que vemos nos telejornais. Entretanto, e complexo 0 caminho que percorre uma informayao ate ser transformada em noticia veiculada nos MCM. Descrevemos, no pr6ximo item, como se da este processo de produyao. o que vemos nos jornais (impressos ou transmitidos por radio e te1evisao) e resultado da seleyao dos fatos mais importantes ocorridos no dia, sob a perspectiva ideol6gica destes meios de comunicayao de massa (cfre~1998). Mas e interessante notar que existe urn aparente consenso entre os MCM em relayao it. escolha dos fatos a serem noticiados, pois e comum vermos os mesmos assuntos abordados nos diferentes veiculos de comunicacrao.a que isto se deve? Em primeiro lugar, e importante salientar que boa parte das noticias sao provenientes de fontes oficiais, sobretudo do governo, que, interessadas em garantir seu statu quo mediante a divulgayao de suas ayoes, tratam de fazer chegar a mesma informayao aos vlirios veiculos, atraves de suas assessorias de comunicacrao.a sociedade civil organizada lanya mao do mesmo artificio para ter suas ayoes divulgadas para 0 maior nfunero de pessoas possivel. Para ficarem atualjzados com a ocorrencia de acidentes e crimes, e praxe os veiculos realizarem "rondas" peri6dicas durante todo 0 dia nas delegacias e 6rgaos de policia. Ja acontecimentos que mudam a rotina da cidade, como inundayoes, incendios, eventos festivos, onda de calor etc sao facilmente perceptiveis para quem e responsavel por ficar "de olho" no cotidiano. Alem disso, os veiculos mantem rep6rteres setoristas - 'jornalista que cobre especificamente urn local gerador de acontecimentos jornalisticos (sedes de governo, legislativos, delegacias centrais etc.)" (Folha de S.Paulo, 1992:43). Mora isso tudo, 000 falta quem ligue ou va as redayoes, passando informayoes sobre 0 que viu ou ouviu. E pertinente ressaltar que vmos veiculos nao-concorrentes Gornal e TV, TV e radio, jornal e radio) ou pertencentes ao mesmo grupo de

comunica~o mantem acordos de troca de info~es. Por Ultimo,destacamos 0 papel das agencias de notfcias nacionais e internacionais, empresas jornalisticas que vendem pacotes de materias a jornais, radios e emissoras de TV, com exclusividade ou nao. 0 servi90 destas agencias em geral e comprado por pelo menos urn grande jornal de cada estado do pais. Por esta razao, e comum encontrarmos textos identicos ou pouco modificados em jornais diferentes. Estes textos sao provenientes de agencias de noticias. Da rec~ao de informa90es a veicula9ao das noticias, percorrem-se v8rias etapas, com a agilidade inerente a cada veiculo. No quesito imediatismo, 0 radio ocupa a lideran~ entre os meios de comunic~, visto seus meios de o~ao permitirem a transmissao direta da noticia do local onde 0 fato esm ocorrendo, em canal aberto 24 horas. Esta caracteristica configura 0 radiojornalismo tambem como uma fonte de informa9ao das reda~es de jornais e televisao, onde DaOraro existe a fun9ao de radioescuta - jornalista que fica permanentemente ouvindo emissoras de radio para transmitir fatos novos a equipe de reportagem. 0 segundo lugar no criterio "imediatismo" fica com a televisao, que tem honirios pre-determinados para a entrada no ar de seus telejornais ao vivo, salvo as chamadas edi90es extraordinarias, que s6 acontecem quando os responsaveis avaliam a noticia como extremamente relevante a ponto de interromper a pro~o habitual. Tambem M restri90es operacionais, visto que os canais de satelite utilizados pelas emissoras de televisao convencionais nao sao abertos 24 horas para transmissoes ao vivo, que requerem ainda equipamentos e esfor90s diferentes da camera e dos aparelhos de ilumina9ao e audio utilizados na prep~o de reportagens gravadas. Mesmo assim, os telejomais veiculam as noticias sobre acontecimentos geralmente ocorridos no mesmo dia e, algumas vezes, tambem sao fonte de info~ao para 0 jornal impresso, que tambem mantem a TV ligada 0 dia inteiro e acompanha as ediyoes dos telejornais. Desta forma, 0 jornal impresso diario, que chega as mas pela manha, traz os fatos ocorridos no dia anterior, geralmente ja divulgados pelas emissoras de radio e TV urn dia antes. As peculiaridades de cada urn dos veiculos dao 0 tom da diferenya na linguagem e no tratamento da noticia. Enquanto no radio e na TV, 0 tempo e restringente, no jomal impresso, a limitayao e imposta pelo espayo. No radio, e necessaria uma descri9ao mais detalhada dos acontecimentos, visto DaOhaver 0 apoio de imagens em movimento ou

estaticas, preponderantes na TV e de grande relevancia para 0 jornal 5. 0 tempo limitado na televisao restringe 0 tamanho eo detalhamento dos textos, mas obriga a uma aten~ao redobrada para que ele nao seja redundante ou contradit6rio em rela~ao Ii imagem. Ja no jornal impresso, 0 detalhamento de info~oes e aparentemente maior, visando a acrescentar ao leitor info~oes novas sobre assuntos aos quais ele provavelmente ja teve acesso no dia anterior, atraves da midia eletronica A influencia de tempo e esp~o como fatores restringentes na TV e no jornal sera discutida na parte II deste trabalho. E importante detalhar que, apesar das diferen~as de veiculo a veiculo, a produ~ao e edi~ao de noticias obedecem a uma sequencia basica, hoje comum a todos: 1- a info~ao chega ao veiculo de comunic~ao - atraves de telefonemas, e-mail, contato pessoal, fax, revistas, jornais, Internet, documentos -, provenientes de cidadaos, de fontes oficiais do govemo, das fontes habituais do jornal (policia, sindicatos, especialistas, empresas), das assessorias de comunica~ao, das agencias de noticias, dos proprios rep6rteres setoristas, de outros veiculos de comunica~ 2- os responsaveis pela pauta (lista de assuntos a serem checados pela reportagem que poderao ou nao se transformar em materia) avaliam se a info~ao merece ser apurada pelo veiculo de comunic~ao e repassam-na ao rep6rter 6 ; 3- para realizar a apur~ao, 0 rep6rter procura as fontes de info~o (pessoas, bancos de dados, documentos) e/ou vai ao local onde esta acontecendo 0 fato. Geralmente as informa~oes goo apuradas atraves de entrevistas e da observa~ao dos fatos. E importante frisar que a produ~ao de materias num veiculo de. comunica~ao e bastante superior ao que chega de fato a ser publicado - em alguns casos produz-se quase 0 dobro de Inaterias que 0 jornallradioltv podem publicar/veicular; 4- uma vez concluida a apur~ao, 0 rep6rter escreve urn texto relatando 0 assunto (uma reportagem); 5- fmalmente, este texto passa por um processo de edi~o, podendo ser descartado ou veiculado/publicado. No radio, a edi~ao de uma reportagem inclui a sele~ao do texto lido pelo rep6rter (podendo-se suprimir trechos) e a inser~ de entrevistas gravadas, alem de sons, ruidos ou musicas.no jornal, a edi~ao pressupoea escolha e 5 As imagens sao relevantes nos jornais impressos por toma-los visualmente mais agracjaveis, porem Ilio sao indispensaveis, haja vista a existencia de grandes diarios, como a Gazeta Mercantil, que Ilio utilizam fotografias. Neste jornal, entretanto, tabelas e graficos sao recursos visuais mais adotados. 6 A palavra pauta tambem designa 0 roteiro que orienta a produ~ de textos jomalisticos e material iconogcifico entregue ao reporter que ira apurar 0 assunto, conforme Folha de S.Paulo (992).