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Transcrição:

Segunda semana: implantação Professor: Arturo Arnáez Vaella

Introdução Transporte do embrião através da tuba uterina Mudanças e função da zona pelúcida Implantação no endométrio uterino Correlação clínica: gravidez ectópica

Transporte do embrião através da tuba uterina O período de clivagem acontece enquanto o embrião está sendo transportado na tuba uterina. Nota: na figura a posição do embrião com duas células não é correta (no istmo entra depois de 72 horas) Fonte: Carlson B. Embriologia Humana e Biologia do Desenvolvimento. 5th ed. Elsevier; 2014.

Transporte do embrião através da tuba uterina Permanência na ampola: aprox. 3 dias Permanência no istmo: menos de 8 horas Entrada na cavidade uterina após ação da progesterona sobre a junção uterotubária. A implantação se inicia no final da primeira semana (dia 6 ou 7) e continua na segunda semana.

Transporte do embrião através da tuba uterina Influência mutua entre embrião e trato reprodutivo feminino. Exemplo: fator inicial de gravidez (detectável entre 36 e 48 horas pós fertilização) -----> imunossupressão. Sua detecção pode server como base para testes de gravidez mas seu uso não é difundido.

Mudanças e função da zona pelúcida No início da clivagem ainda estão presentes a zona pelúcida e a corona radiata. Fonte: Moore K, Persaud T, Torchia M. The Developing Human. 10th ed. Elsevier; 2016.

Mudanças e função da zona pelúcida A zona pelúcida está presente desde a ovocitação até a entrada ao útero. Acontecem mudanças em sua composição (influência dos blastômeros e tecidos maternos) Eclosão do blastocisto: processo concomitante à eliminação da zona pelúcida.

Mudanças e função da zona pelúcida Dissolução de uma pequena região localizada sobre o embrioblasto. Ação da enzima cisteína protease liberadas por projeções do trofectoderme (roedores). Essas projeções fazem contato com as células epiteliais do endométrio. Em humanos o mecanismo é provavelmente similar àquele dos roedores.

Mudanças e função da zona pelúcida Fonte: Carlson B. Embriologia Humana e Biologia do Desenvolvimento. 5th ed. Elsevier; 2014.

Mudanças e função da zona pelúcida Blastocisto com as projeções do trofectoderme (microvilosidades): Fonte: Acta Physiologica Sinica, June 25, 2012, 64(3): 247 258

Mudanças e função da zona pelúcida Fonte: Carlson B. Embriologia Humana e Biologia do Desenvolvimento. 5th ed. Elsevier; 2014.

Implantação no endométrio uterino O sucesso deste processo está muito relacionado com as preparações do endométrio induzidos por hormônios (começando após a fase menstrual). Fonte: Langman, J., & Sadler, T. (2012). Langman's medical embryology (12th ed.).

Implantação no endométrio uterino Antes do contato direto entre o embrião e o endométrio, citocinas e quimiocinas são secretadas pelo epitélio uterino. Aparecem receptores correspondentes no trofoblasto. Fonte: Carlson B. Embriologia Humana e Biologia do Desenvolvimento. 5th ed. Elsevier; 2014.

Implantação no endométrio uterino Adesão com o revestimento epitelial Penetração no estroma endometrial até ficar coberto completamente pelo tecido materno. Fonte: Moore, K. L., Persaud. T.V.N. 2008. Embriologia clínica. 8ed.

Implantação no endométrio uterino Primeiro estágio: adesão do blastocisto ao epitélio uterino. Os hormônios induzem expressão de moléculas de adesão nas células epiteliais (e.g. integrinas, LIF) Nas células do trofoblasto: receptores correspondentes. Outras moléculas envolvidas na adesão: selectina L, caderina E e trofinina. Fonte: Acta Physiologica Sinica, June 25, 2012, 64(3): 247 258

Implantação no endométrio uterino Em relação às moléculas envolvidas, existe uma semelhança entre a implantação do blastocisto e o recrutamento de leucócitos para os tecidos através do endotélio capilar. Fonte: Kumar, V. (2013). Patologia Ba sica. Elsevier Health Sciences Brazil.

Implantação no endométrio uterino Orientação para a adesão -----> polo embrionário. Fonte: Moore, K. L., Persaud. T.V.N. 2008. Embriologia clínica. 8ed.

Implantação no endométrio uterino Próximo estágio: penetração no epitélio uterino e invasão do estroma uterino. Diferenciação do trofoblasto Forma-se sinciciotrofoblasto e citotrofoblasto O sinciciotrofoblasto rodeia o embrião.

Implantação no endométrio uterino Fonte: Carlson B. Embriologia Humana e Biologia do Desenvolvimento. 5th ed. Elsevier; 2014.

Implantação no endométrio uterino Formação das lacunas e erosão das artérias espiraladas As células trofoblásticas podem até formar complexos juncionais com células endoteliais. Diminui invasividade do sinciciotrofoblasto. Falso período menstrual

Controle hormonal do ciclo reprodutivo feminino Fonte: Moore K, Persaud T, Torchia M. The Developing Human. 10th ed. Elsevier; 2016.

Implantação no endométrio uterino Fonte: Carlson B. Embriologia Humana e Biologia do Desenvolvimento. 5th ed. Elsevier; 2014.

Mudanças e função da zona pelúcida Fonte: Carlson B. Embriologia Humana e Biologia do Desenvolvimento. 5th ed. Elsevier; 2014.

Implantação no endométrio uterino Fonte: Langman, J., & Sadler, T. (2012). Langman's medical embryology (12th ed.).

Implantação no endométrio uterino Estrutura da placenta que inclui as vilosidades terciárias: Fonte: Moore K, Persaud T, Torchia M. The Developing Human. 10th ed. Elsevier; 2016.

Implantação no endométrio uterino Durante a penetração acontece a reação decidual (formação das células deciduais). As células deciduais formam uma matriz celular que envolve ao embrião e depois constitui a maior parte do endométrio.

Implantação no endométrio uterino Fonte: Carlson B. Embriologia Humana e Biologia do Desenvolvimento. 5th ed. Elsevier; 2014.

Implantação no endométrio uterino Durante a fase secretória alguns leucócitos se infiltraram no estroma. Durante a reação decidual esses leucócitos secretam IL-2 (evita resposta imunológica).

Gravidez ectópica Nota: O termo correto é intersticial e não intestinal. Fonte: Carlson B. Embriologia Humana e Biologia do Desenvolvimento. 5th ed. Elsevier; 2014.

Gravidez ectópica Fonte: Carlson B. Embriologia Humana e Biologia do Desenvolvimento. 5th ed. Elsevier; 2014.

Gravidez ectópica Fonte: Langman, J., & Sadler, T. (2012). Langman's medical embryology (12th ed.).

Gravidez ectópica Fonte: http://g1.globo.com/pa/para/noticia/2013/01/bebe-de-gestacao-abdominal-nasce-saudavel-no-para.html

Referências bibliográficas Carlson, B. (2014). Embriologia humana e biologia do desenvolvimento (5 ed.). Rio de Janeiro: Elsevier/Saunders. (Capítulo 3)