COMPUTADOR E RESOLUÇÃO DE PROBLEMAS: UMA METODOLOGIA DIFERENCIADA PARA O ENSINO DE GEOMETRIA. Elaine de Almeida Oliveira



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Transcrição:

236 COMPUTADOR E RESOLUÇÃO DE PROBLEMAS: UMA METODOLOGIA DIFERENCIADA PARA O ENSINO DE GEOMETRIA Elaine de Almeida Oliveira Professora do Ensino Fundamental e Médio, especialista em Matemática pela FCT/UNESP elainealo@ig.com.br Maria Raquel Miotto Morelatti Programa de Pós-Graduação em Educação e Depto de Matemática, Estatística e Computação da FCT/Unesp mraquel@prudente.unesp.br RESUMO Observamos ao longo de nossos estudos que a Geometria vem sendo pouco trabalhada no contexto escolar e quando é ensinada, é abordada de forma estática e sem contextualização. Este trabalho apresenta os resultados de uma pesquisa realizada durante a terceira turma do Curso de Especialização em Matemática da Faculdade de Ciências e Tecnologia de Presidente Prudente SP, que teve por objetivo discutir e analisar as dificuldades de aprendizagem de geometria dos alunos do ensino fundamental. Os sujeitos da pesquisa foram os alunos de uma turma da 8 a série do ensino fundamental da rede pública, integrantes do projeto Correção de Fluxo, que atende alunos que vêm de várias repetências e possuem defasagem idade-série. Para enfrentar este desafio, propusemos uma metodologia diferenciada que utilizou o computador como ferramenta de trabalho pedagógico e a resolução de problemas para promover a aprendizagem de geometria. Ao trabalharmos os conceitos procuramos integrar os aspectos semânticos e sintáticos da linguagem matemática, buscando dar maior significado aos conceitos geométricos. A partir da realidade e interesse dos alunos foram trabalhadas as noções de superfície e espaço, a planificação de formas espaciais e as figuras planas. A análise das dificuldades dos alunos assim como a compreensão do estágio em que se encontravam quanto à aprendizagem de geometria foi fundamentada no modelo de Van Hiele. A pesquisa evidenciou que é possível realizar um trabalho diferenciado, que resgata o cotidiano do aluno, utilizando o computador como ferramenta de trabalho pedagógico. E ainda, propiciou um maior interesse e vontade de aprender, levando à superação das dificuldades quanto à aprendizagem dos conceitos geométricos abordados. 1. INTRODUÇÃO A Matemática sempre teve destaque na sociedade por estar difundida em todos os meios e seus saberes serem usados em uma série de atividades sociais, políticas e econômicas. No entanto, podemos perceber, no contexto escolar, que a maioria dos alunos não dominam e não mostram afinidade com esta área do saber. Este é um paradoxo: a Matemática é exigida e valorizada na sociedade e, portanto seria esperado um maior domínio pelos indivíduos, mas na realidade, o que encontramos é uma aversão a este conteúdo. A Matemática é considerada difícil tanto para ensinar como para aprender pois ela possui uma linguagem própria, original, que se caracteriza pela independência de relações com os aspectos reais. Podemos citar ainda o raciocínio dedutivo e a procura da regularidade como elementos que dificultam seu aprendizado, tornando esta disciplina uma das menos agradáveis ao convívio escolar do aluno. VII Congresso Iberoamericano de Informática Educativa 236

237 Gómez-Granell (1996) identifica duas tendências distintas no ensino da matemática: a sintática e a semântica. A tendência sintática consiste na predominância do ensino de símbolos e regras, sem a preocupação com o significado referencial dos mesmos. O outro enfoque, o semântico, se refere ao significado destes símbolos e regras. Esta tendência, na qual a Matemática se reporta à realidade, procura proporcionar ao aluno sentido aos conceitos abordados. No ensino da Matemática, não podemos priorizar os aspectos sintáticos nem somente os semânticos, pois se por um lado a linguagem formal é importante, notamos que não há significado conceitual ao se trabalhar apenas com ela. E, por outro lado, a ênfase no significado dos conceitos não garante que o aluno vá conseguir utilizar a linguagem matemática no seu cotidiano. Podemos perceber esta dicotomia nas tendências, mais especificamente, com o ensino da Geometria. Muitos professores dão ênfase ao ensino dos entes geométricos (aspectos sintáticos) e pouco se referem à relação destes com o cotidiano dos alunos, ou seja, ao significado dos mesmos (aspectos semânticos). A Geometria vem sendo, via de regra, pouco trabalhada pelos professores do ensino Fundamental e Médio. Esse fato ocorre, muitas vezes, pela falta de domínio dos professores a respeito deste campo matemático, sendo priorizados os campos algébrico e aritmético. Outro fato que corrobora para isto é que a Geometria é confundida com o ensino de medidas e então, nesse caso, os alunos praticamente não estudam os conceitos geométricos. Quando refletimos sobre o ensino de Matemática, visualizamos uma aula típica na qual os professores passam o conteúdo na lousa, geralmente apresentando um exemplo para explicar como se resolve os exercícios de um determinado conteúdo e depois os alunos resolvem uma lista de exercícios repetitivos. O professor, ao perceber que os alunos entenderam o conteúdo, marca a avaliação como instrumento final para a conclusão do trabalho. Notamos ainda que a seqüência didática utilizada para abordar os conteúdos de geometria geralmente segue a lógica: estudo de ponto, retas, planos e finalmente os sólidos geométricos. Os conteúdos geométricos, assim como os algébricos e aritméticos têm igual importância no currículo de Matemática, não sendo possível enfatizar um conteúdo em detrimento dos outros. Para Pires, Curi e Campos (2000), os conceitos geométricos são importantes porque, por meio deles, o sujeito da aprendizagem desenvolve um tipo especial de pensamento que lhe permite compreender, descrever e representar, de forma organizada, o mundo em que vive. E, para aprender Geometria, Pires (2002) enfatiza que é preciso pensar VII Congresso Iberoamericano de Informática Educativa 237

238 geometricamente e desenvolver competências e habilidades como experimentar, conjecturar, representar, estabelecer relações, comunicar, argumentar e validar. A Geometria é uma área bastante propícia para desenvolvermos atividades utilizando a estratégia de resolução de problemas por ser um conteúdo encontrado no cotidiano de cada um de nós, o que garante atender interesses espontâneos, práticos e utilitários. No entanto, a Geometria possui uma ambigüidade difícil de ser enfrentada por quem a estuda. Ela está em nossas vidas, em todos os momentos e lugares: a nossa casa, os móveis, a escola e os objetos que a compõem. E é também um campo da Matemática que trabalha com demonstrações, induções, deduções e fatos não perceptíveis da realidade (PIRES, 2002). Se observarmos o mundo em que vivemos, iremos ver formas espaciais e não pontos e retas. Por isso, é importante que o professor procure trabalhar a partir da realidade dos alunos, relacionando-a ao contexto no qual os alunos estão inseridos. Neste trabalho apresentamos os resultados de uma pesquisa que envolveu alunos que possuíam dificuldades de aprendizagem, marcados por várias repetências, estigmatizados pela defasagem idade-série. A partir de suas realidades e interesses, trabalhamos a noção de superfície e espaço, a planificação de formas espaciais e as figuras planas. Dessa forma, a pesquisa teve como objetivo possibilitar e favorecer a vivência de uma metodologia de ensino baseada no uso do computador para resolver problemas significativos e contextualizados, buscando identificar como se deu a aprendizagem de conceitos geométricos. Ao trabalharmos com o campo da geometria, procuramos integrar os aspectos semânticos e sintáticos, buscando dar maior significado aos conceitos geométricos abordados, na tentativa de contribuir para o aluno construir o seu próprio conhecimento. 2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA Para realizar a pesquisa apresentada, fundamentamo-nos em estudos sobre como o computador pode contribuir para uma efetiva mudança no contexto escolar e na resolução de problemas, compreendida aqui não como exercícios de repetição mas sim, como algo novo e inesperado, que surpreende e motiva o aluno a construir novos conhecimentos. Esse estudo e a exploração do modelo de Van Hiele, que trata da aquisição de conceitos geométricos, nos deram importantes caminhos para analisar as dificuldades dos alunos quanto à aprendizagem de Geometria. VII Congresso Iberoamericano de Informática Educativa 238

239 2.1. O USO DO COMPUTADOR NO PROCESSO DE ENSINAR E APRENDER Uma das maiores contribuições do computador para o meio educacional pode ser o fato de seu uso provocar, no contexto escolar, o questionamento dos métodos e processos de ensino utilizados. Assim, pretendemos discutir como o computador vem sendo inserido no meio educacional. Identificamos duas abordagens que fundamentam o uso do computador no processo de ensino e aprendizagem. Uma delas é a abordagem instrucionista, quando se tenta reproduzir, com o computador, o ensino tradicional, no qual as informações são transmitidas ao aluno. Nessa abordagem, o computador, por meio do software, ensina o aluno. O computador assume o papel de máquina de ensinar e a abordagem educacional que a fundamenta é a instrução auxiliada por computador. A outra abordagem é chamada de construcionista. Nela o aluno, por meio do software, ensina o computador. O aluno tem a possibilidade de interagir com o software desenhando, escrevendo, hipotetizando, criando situações, se aprimorando, tomando decisões entre outras tarefas. O termo construcionismo foi utilizado por Papert (1994) para identificar uma abordagem do uso do computador, no qual o aluno constrói o seu conhecimento a partir da elaboração/construção de algo de seu interesse. Para Valente (1993), na abordagem construcionista, é o aluno que constrói seu conhecimento, por meio de experimentações realizadas no computador. A grande contribuição para a aprendizagem do aluno é que ele realiza atividades que o envolve, pois na maioria das vezes, a parte afetiva está presente, valorizando a auto-estima e a responsabilidade do seu próprio aprendizado. Estudos realizados a respeito de como o aluno resolve tarefas utilizando o computador, a partir do paradigma construcionista, evidenciam que inicialmente o aluno descreve a solução do problema para o computador, que executa a ação indicada e apresenta um resultado. A partir da resposta obtida, o aluno reflete e, se necessário, depura, ou seja, altera aquilo que foi descrito. Este ciclo descrição execução reflexão depuração, foi mapeado por Valente (1993), e busca compreender a ação realizada pelos alunos quando resolvem um problema no computador. Ao resolver um problema utilizando o computador, segundo o paradigma construcionista, o aluno descreve o problema a ser resolvido, o computador executa uma tarefa por meio de uma linguagem de programação (é possível utilizar outros software, sem necessariamente, usar uma linguagem de programação) e permite que o aluno interaja com o programa, pensando, refletindo e tomando decisões a respeito da atividade. VII Congresso Iberoamericano de Informática Educativa 239

240 Podemos citar como exemplo a linguagem de programação Logo, desenvolvida pelo Professor Seymour Papert em 1980, no Massachusetts Institute of Technology (MIT) em Boston, Estados Unidos da América (VALENTE, 1993). A possibilidade de usar o Logo como ambiente computacional de aprendizagem, permite oportunidades de interação entre o aluno e o computador. No entanto, não podemos garantir que o aluno realizará o ciclo descrição-execução-reflexão-depuração. A atuação do professor, neste contexto, torna-se fundamental pois através de questionamentos faz com que o aluno reflita e avance. Seu papel é fazer com que o aluno possa consolidar e internalizar as informações, provocando-o cognitivamente, intervindo no momento correto, para que amplie o seu universo cultural. Portanto, o professor é um mediador e é fundamental para criar situações na qual o aluno é levado a refletir e a transformar as informações obtidas em conhecimento. 2.2. A RESOLUÇÃO DE PROBLEMAS A resolução de problemas está bastante difundida como prática em sala de aula, cujo objetivo é promover um aprendizado de maior significado. Sabemos que estamos diante de um problema quando a questão proposta apresenta dados que para nós sejam desafiadores, algo de novo e inesperado, que possamos relacionar conceitos que já possuímos, comparar, hipotetizar, comunicar aos colegas o que estamos pensando e tomar decisões para enfrentar uma situação. Para resolver com eficiência um problema, Polya (apud POZO, 1998) descreveu passos a serem seguidos: inicialmente é necessário compreender a tarefa, depois conceber um plano para resolução da tarefa, executar esse plano e por fim analisar a resposta conseguida. Se reportarmos esse fato ao ambiente construcionista de aprendizagem, utilizando o computador como ferramenta de trabalho pedagógico, podemos relacionar a descrição de Polya (apud POZO, 1998) ao ciclo de Valente (1993). Para Polya temos: compreensão concepção de um plano execução análise. E, para Valente, temos: descrição execução reflexão depuração. Ao compararmos os dois ciclos, podemos observar as semelhanças existentes. Quando o aluno descreve um problema utilizando o computador, ele está compreendendo o problema e raciocinando a partir dos conceitos que já possui e aqueles que terá que aprimorar para chegar a uma possível solução (dificuldades e obstáculos). Também definirá os comandos a serem utilizados e nesse caso, as estratégias que irá utilizar para elaborar a resolução. A execução da tarefa, utilizando o computador, será por meio dos comandos que o aluno ordenou ao VII Congresso Iberoamericano de Informática Educativa 240

241 computador e, no caso da sala de aula, será por meio da tarefa que o próprio aluno faz. O aluno irá refletir a resposta conseguida e caso não seja a esperada, poderá depurar, ou seja, voltar a descrever o problema para corrigir os erros, que podem ser de linguagem, de estratégia ou de conceitos. No caso da sala de aula, o aluno fará a análise e se perceber que não conseguiu a resposta esperada, poderá corrigir o erro, refazendo a ação. O fato de a linguagem Logo possibilitar o registro passo-a-passo daquilo que o aluno está pensando ao resolver um problema, favorece e potencializa a mediação do professor. Isto foi determinante na opção de utilizarmos o computador na metodologia apresentada. O trabalho realizado para desenvolver a aprendizagem de Geometria, pelos alunos de 8 a série do ensino fundamental, foi elaborado utilizando uma linguagem Logo - por ser uma linguagem acessível e de fácil compreensão - e a resolução de problemas por entendermos que, a partir desta integração, é possível criar ambientes favoráveis ao desenvolvimento cognitivo do aluno, favorecendo assim a aprendizagem de conceitos geométricos. 2.3. O MODELO DE VAN HIELE Este modelo foi criado por Pierre e Dina Van Hiele que verificaram por meio de observações e estudos que os alunos passam por uma seqüência gradativa para adquirir conceitos geométricos. Essa aquisição se dá por meio das experiências e atividades que o aluno realiza para avançar em seus conhecimentos. Para Van Hiele (apud PIRES, 2002), se a atividade proposta ao aluno estiver em um nível muito mais elevado do que ele possa realizar, não irá compreendê-la e ficará desmotivado a continuar, assim como, se a atividade estiver em um nível muito inferior. O aluno só poderá passar para outro estágio se conseguir interiorizar os conceitos trabalhados no estágio anterior. O modelo de Van Hiele possui cinco estágios de aprendizagem. O primeiro nível chama-se nível básico ou de reconhecimento. Neste nível o aluno precisa identificar, comparar e saber, com base em sua aparência, a nomenclatura das figuras geométricas. O nível 1 é o da análise, no qual o aluno precisa analisar as figuras a partir de seus elementos e propriedades. O nível 2 é o da síntese ou abstração. Neste nível, o aluno já possui habilidades para reconhecer uma figura geométrica sem necessariamente enunciar todas as propriedades existentes, pois consegue perceber que uma propriedade pode originar de outra. O nível 3 é o da dedução. O aluno, neste nível, precisa ter o domínio do processo dedutivo e saber demonstrar. No nível 4, que é o nível do rigor, o aluno precisa estabelecer relações e comparações entre teoremas e sistemas (PIRES, 2000). VII Congresso Iberoamericano de Informática Educativa 241

242 A seguir apresentamos o desenvolvimento e análise da pesquisa que procura discutir as dificuldades de aprendizagem no ensino de Geometria e analisar as contribuições do computador. 3. DESENVOLVIMENTO E ANÁLISE A pesquisa apresentada foi desenvolvida com 15 alunos da 8 a série do ensino fundamental do Projeto Correção de Fluxo 1 da Escola Estadual Marechal do Ar Márcio de Souza e Mello localizada na cidade de Álvares Machado SP, com o objetivo de buscar respostas ao problema de aprendizagem de conceitos de Geometria. Estes alunos estavam neste projeto por terem uma defasagem idade-série, no qual ficaram vários anos em uma mesma série ou abandonaram, por um período, a escola. Propomos a atividade de planificação do sólido geométrico e planejamos uma série de tarefas de acordo com as dificuldades dos alunos para ajudá-los a adquirirem informações e transformá-las em conhecimento. Inicialmente, tivemos uma conversa informal com os alunos para percebermos suas dificuldades e motivá-los ao estudo. A seguir, solicitamos que respondessem algumas questões sobre noções geométricas básicas, buscando diagnosticar as dificuldades e planejar ações para enfrentá-las. Observamos a falta de clareza quanto às formas geométricas quadradas e retangulares e os elementos que as compõem, como vértice, aresta, face e ângulos. A partir dessa constatação pudemos analisar o nível de aprendizagem em que os alunos se encontravam, utilizando como critério o modelo de Van Hiele. Percebemos que todos os 15 alunos estavam no estágio básico, no qual os alunos devem identificar, comparar e nomear as figuras de acordo com sua aparência. Apenas dois destes alunos tiveram um maior desprendimento para responder as questões. Para que pudéssemos compartilhar com os alunos a responsabilidade de escolherem parte do conteúdo a ser estudado e, além disso, fazer os alunos perceberem que a Geometria faz parte de seu de cotidiano, solicitamos aos alunos que trouxessem objetos de suas casas. Dentre os objetos apresentados, percebemos que os de maior freqüência foram as caixas, ou melhor, os prismas de base quadrada e retangular. Estes foram então os objetos de nosso estudo. A partir daí, realizamos atividades nas quais os alunos puderam analisar as faces, 1 O Projeto Correção de fluxo é oferecido pelo Governo do Estado de São Paulo a alunos que vêm de várias repetências, visa atender alunos com lacunas na aprendizagem e combater a evasão escolar. VII Congresso Iberoamericano de Informática Educativa 242

243 ângulos e vértices; desenhar a caixa da forma que viam; recortar a caixa e planificá-la; desenhá-la numa folha de sulfite obedecendo às medidas originais. Em seguida, representaram a planificação dos prismas no computador, utilizando a linguagem Logo. Isto permitiu o registro dos passos realizados pelo aluno e a melhor compreensão dos erros cometidos. No geral, os alunos tiveram muitas dificuldades em utilizar ângulos para construir as faces (polígonos) dos prismas pois, apesar de saberem o ângulo que deveriam utilizar, não conseguiram fazer com que a tartaruga realizasse essa tarefa. Os alunos preferiram realizar as planificações a partir do contorno das faces, usando para isso o conceito de paralelismo e perpendicularismo. Em vários momentos percebemos que os alunos estavam em conflito cognitivo uma vez que não conseguiam fazer segmentos paralelos e perpendiculares. A partir da resolução do problema de planificação dos sólidos, pudemos observar o ciclo de Valente (descrição execução reflexão depuração). Os alunos já tinham descrito o problema, o computador por meio do software já havia executado os comandos dados e ao perceberem que não conseguiram o que queriam, que era a planificação de sua caixa, entraram em conflito e começaram a refletir como superar este obstáculo e voltaram a corrigir o erro, depurando e tentando solucionar o problema em questão. Após realizarem suas planificações, estas foram impressas e entregues aos alunos para que as recortassem e reconstruíssem o sólido. Esta ação fez com que novamente os alunos refletissem sobre aquilo que foi realizado, observando o que precisava acrescentar ou retirar na planificação, a partir dos conceitos sistematizados. A postura da professora sempre foi a de indagar, estimular, deixando sempre um questionamento para que os alunos pudessem buscar as informações que precisavam para concluir suas atividades. E os alunos, para formalizarem os conceitos precisaram testar hipóteses, conjecturar, representar, argumentar, comunicar, ou seja, precisaram avançar. A dinâmica utilizada tanto nas aulas desenvolvidas no laboratório de informática como também em sala de aula, foi baseada em Morelatti (2001), e pode ser expressa da seguinte forma: a partir do objeto de interesse dos alunos, o professor propôs o problema. E os alunos: tentaram solucionar o problema através de atividades individuais e/ou em duplas; VII Congresso Iberoamericano de Informática Educativa 243

244 foram convidados a registrar o que estavam realizando e o que entendiam para que pudéssemos avaliar o trabalho. Esses registros também foram usados como meio para que o aluno analisasse e refletisse sobre construção de seu conhecimento. Além das atividades no computador, procuramos trabalhar por meio de atividades de recorte e pintura, atividades de registro para concluirmos as informações que obtínhamos a cada momento do trabalho, para que não ficasse cansativo e desestimulante para o aluno e que ele pudesse perceber os conceitos geométricos trabalhados e o significado dos mesmos. A análise da metodologia de trabalho proposta e do ambiente vivenciado evidenciou que todos os 15 alunos, sujeitos desta pesquisa, que se encontravam inicialmente no nível considerado básico pelo modelo de Van Hiele, conseguiram avançar. Os dois alunos que inicialmente tinham uma maior desenvoltura conseguiram avançar para o nível 2, o qual exigia a percepção de que não é preciso enunciar todas as propriedades do objeto estudado. Os outros 13 alunos avançaram para o nível 1, que exige as habilidades de analisar as figuras geométricas, determinar e reconhecer suas propriedades. Com esse trabalho percebemos que apesar dos alunos investigados serem considerados problemáticos, já que estavam vindo de várias repetências, foram capazes de superar suas dificuldades e aprender. O ambiente construcionista estabelecido criou oportunidades para que o aluno construísse seu conhecimento. 4. CONSIDERAÇÕES FINAIS Esta pesquisa mostrou a possibilidade de um trabalho diferenciado no ensino da Geometria e da Matemática, que priorizou o contexto do aluno e o significado dado à aprendizagem realizada. A metodologia utilizada foi um dos fatores fundamentais que corroborou para que esta pesquisa conseguisse atingir seus objetivos. Evidenciou também a possibilidade de trabalharmos os aspectos semânticos e sintáticos no ensino de geometria, integrando dessa forma, o uso de uma linguagem matemática e seu significado referencial. Reafirmamos que o computador foi decisivo para a aquisição dos conceitos geométricos trabalhados, uma vez que o aluno conseguiu perceber o que estava fazendo e pôde mudar o percurso da tarefa quando necessário. A linguagem Logo, utilizada na realização das atividades, possibilitou ao aluno perceber seus erros e acertos, pois permite o registro do que se está sendo feito. Com esse registro o aluno pôde observar, refletir e analisar os possíveis VII Congresso Iberoamericano de Informática Educativa 244

245 erros e acertos e tomar decisões sobre os próximos passos para a conclusão de sua planificação, realizando o ciclo descrição-execução-reflexão-depuração-descrição. Na conexão entre saber e aluno, o professor tornou-se fundamental para que esse saber não fosse algo acabado, pois ele oportunizou a construção de novos conceitos, a partir daquilo que o aluno já conhecia, desequilibrando-o cognitivamente para novamente se equilibrar e adquirir novo conhecimento. O professor, em todo momento, provocou e incentivou o aluno para resolver o problema de planificação promovendo assim seu crescimento pessoal. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS BRASIL.(1998). Secretaria de Educação Fundamental. Parâmetros curriculares nacionais: terceiro e quarto ciclos do ensino fundamental. Brasília, MEC/SEF. GÓMEZ-GRANELL, C. (1996). A aquisição da Linguagem Matemática: símbolo e significado. In: TEBEROSKY, A.; TOLCHINSKY, L. (eds.), Além da Alfabetização. São Paulo, Ática. pp. 259-282. MORELATTI, M. R. M.(2001). Criando um ambiente construcionista de aprendizagem em cálculo diferencial e integral 1. Tese de Doutorado em Educação. Pontifícia Universidade Católica de São Paulo, São Paulo. 260pp. PIRES, C. M. C., CURI, E., CAMPOS, T. M. M. (2000). Espaço e forma: a construção de noções geométricas pelas crianças das quatro séries iniciais do ensino fundamental. São Paulo, PROEM. PAPERT, S. (1994). A máquina das Crianças: repensando a escola na era da informática. Trad. Sandra Costa. Porto Alegre, Artes Médicas. PIRES, C. M. C. (2002). As crianças das séries iniciais e a construção de noções geométricas. In: SÃO PAULO (Estado) Secretaria da Educação, Material pedagógico do PEC formação universitária, São Paulo. pp. 1202-1213. POZO, J. I. (1998). Teorias cognitivas da aprendizagem. In:. Teorias cognitivas da aprendizagem. Porto Alegre, Artes Médicas. pp. 178-204. VALENTE, J. A. (1993). Diferentes usos do computador na educação. In:. Computadores e conhecimento: repensando a educação. Campinas, Gráfica Central da UNICAMP. pp 1-23. VALENTE, J. A. (1993). Por quê o computador na educação?. In:. Computadores e conhecimento: repensando a educação. Campinas, Gráfica Central da UNICAMP. pp. 24-44. VII Congresso Iberoamericano de Informática Educativa 245