Literatura Brasileira Vicente Jr.
Aula 1 O que é Literatura Brasileira? Literatura Informativa Pero Vaz Gabriel Soares de Sousa Pero de Magalhães Gândavo Hans Staden Literatura Jesuítica José de Anchieta Manuel da Nóbrega
Quinhentismo A feição deles é serem pardos, maneira d avermelhados, de bons rostos e bons narizes, bem feitos. Andam nus, sem nenhuma cobertura, nem estimam nenhuma cousa cobrir, nem mostrar suas vergonhas. E estão acerca disso com tanta inocência como têm em mostrar o rosto. (Pero Vaz de Caminha) Literatura escrita no Brasil no período cabralino. Nomes: Anchieta e Pero Vaz de Caminha Contexto: Grandes Navegações; Expansão Ultramarina
Pensadores Francis Bacon (1561-1626) Galileu Galilei (1564-1642) Thomas Hobbes (1588-1674) Pierre Gassendi (1592-1655) René Descartes (1596-1650)
Características Literatura informativa descrição da terra (conquista material) Ex. Carta a El-Rei - Pero Vaz de Caminha Literatura de catequese conversão do índio ( conquista espiritual) Teatro pedagógico de José de Anchieta Ex. Na festa de São Lourenço Primeiros estudos da língua brasílica Ex. Gramática da Língua Tupi Arte: Arte primitiva brasileira ou Arte indígena.
Arte indígena Massacre étnico e cultural de 1500 a 2018.
Barroco Aula 2 O Barroco tem início em 1601 com a publicação de A prosopopeia de Bento Teixeira. Expressa a tensão entre o Teocentrismo e o Antropocentrismo vigente. É representado no Brasil pela Poesia de Gregório de Mattos, pelos sermões de Pe. Antonio Vieira, as esculturas de Aleijadinho eamúsica dos religiosos. TEMAS: Instabilidade das coisas Isolamento Angústia pela dúvida da salvação Nomes: Gregório de Matos; Pe. Antonio Vieira e Francisco Lisboa Contexto: Contra Reforma e Brasil Colonial
Pensadores Blaise Pascal (1623-1662) John Locke (1632-1704) Baruch Spinoza (1632-1677) Nicolas Malebranche (1638-1715) Isaac Newton (1642-1727) Gottfried Wilhelm Leibniz (1646-1716) Pierre Bayle (1647-1706)
Características Tensão entre carne e espírito Antropocentrismo x Teocentrismo Uso de antíteses, paradoxo e oxímoro Uso de hipérbatos, sínquises, hipérboles e rebuscamento vocabular Poesia sacra e satírica de Gregório de Mattos Sermões do Padre Antônio Vieira Arte: Arte Sacra de Francisco Lisboa, o Aleijadinho. Música barroca das igrejas.
Lírica filosófica Instabilidade do mundo e efemeridade das coisas leva ao carpe diem, mas traz o medo da perda da alma.
Poesia Sacra e Satírica A vós correndo vou, braços sagrados, Nessa cruz sacrossanta descobertos Que, para receber-me, estais abertos, E, por não castigar-me, estais cravados. A vós, divinos olhos, eclipsados De tanto sangue e lágrimas abertos, Pois, para perdoar-me, estais despertos, E, por não condenar-me, estais fechados. A vós, pregados pés, por não deixar-me, A vós, sangue vertido, para ungir-me, A vós, cabeça baixa, p'ra chamar-me A vós, lado patente, quero unir-me, A vós, cravos preciosos, quero atar-me, Para ficar unido, atado e firme. Neste mundo é mais rico, o que mais rapa: Quem mais limpo se faz, tem mais carepa: Com sua língua ao nobre o vil decepa: O Velhaco maior sempre tem capa. Mostra o patife da nobreza o mapa: Quem tem mão de agarrar, ligeiro trepa Quem menos falar pode, mais increpa: Quem dinheiro tiver, pode ser Papa. A flor baixa se inculca por Tulipa; Bengala hoje na mão, ontem garlopa: Mais isento se mostra, o que mais chupa. Para a tropa do trapo vazo a tripa, E mais não digo, porque a Musa topa Em apa, epa, ipa, opa, upa.
Transição Nascimento de Vênus (1486) Sandro Boccicceli Transição do Renascimento para o Barroco.
Arte Barroca Rembrandt, Caravaggio e Aleijadinho.
Aula 3 Arcadismo Torno a ver-vos, ó montes; o destino Aqui me torna a pôr nestes outeiros, Onde um tempo os gabões deixei grosseiros Pelo traje da Corte, rico e fino. Aqui estou entre Almendro, entre Corino, Os meus fiéis, meus doces companheiros, Vendo correr os míseros vaqueiros Atrás de seu cansado desatino. Se o bem desta choupana pode tanto, Que chega a ter mais preço, e mais valia Que, da Cidade, o lisonjeiro encanto, Aqui descanse a louca fantasia, E o que até agora se tornava em pranto Se converta em afetos de alegria. Nomes: Cláudio Manuel da Costa e Tomás A. Gonzaga Contexto: Conjuração Mineira; Invasões Napoleônicas.
Pensadores John Locke (1632-1704) Voltaire (1694-1778) Montesquieu (1689-1755) Denis Diderot (1713-1774) J.J. Rousseau (1712-1778) Adam Smith (1723-1790)
Características Carpe diem (aproveitar a vida) Temas clássicos Ex. Amor, Eros, Guerra, Morte... Fugere urben (fuga da cidade) Aurea mediocritas (alma mediana) Fingimento poético (pseudônimos) Idealização (perfeição) Indianismo pré-romântico Arte: O Rococó transita para o Neoclássico.
Barroco Arte
Arcadismo
Barroco x Neoclássico
Rococó O Rococó é a arte intimista ou interna do Barroco, mas já transita para o neoclassicismo.
Lit. cristã x Lit. pagã
Poema satírico
Pré-romantismo Moema Victor Meirelles (1866)
Aula 4 Romantismo - 1808 * Alemanha * França * Inglaterra Pensadores românticos Jean J. Rousseau, na França; Imanuel Kant; Johann Wolfgang von Goethe (1749-1832), Friedrich Wilhelm Joseph von Schelling (1775-1854) e George Wilhelm Friedrich Hegel (1770-1831), na Alemanha; Samuel Taylor Coleridge (1772-1834) e William Wordsworth (1770-1850), na Grã-Bretanha.
A Liberdade guiando o povo (1830) de Delacroix. Quadro que serve de base ao pensamento romântico.
O andarilho sobre o mar de neblina - Gaspar David Friedrich (1818)
Romantismo - 1836 Escola que nasce com um dos lemas da Revolução Francesa: LIBERDADE. Prega a valorização do sentimentalismo e a busca por um mundo melhor, ou seja, a idealização. A mulher é o centro da obra romântica, por ela se vive e por ela se morre. Na Europa, prega o fatalismo e a supremacia do amor. No Brasil, ajuda a confirmar a luta pela independência graças ao sentimento de amor pela terra e a escolha de um herói, o índio. A isso denominou-se NACIONALISMO. Nomes: Gonçalves Dias, Alvares de Azevedo e José de Alencar. Contexto: Independência do Brasil e Conflitos Internos como Guerra dos Farrapos
Características Subjetividade (egocentrismo) Sentimentalismo Idealização (mulher e da natureza) Nacionalismo Passadismo (historicismo) Nativismo Senso libertário e orgiástico Morbidez Índio heroi Ultrarromantismo Condoreirismo Mulher real (sensualismo) Pré-realismo A arte romântica herda muito do Renascimento dada a idealização, mas enche-se de um toque mais humano, o cotidiano burguês. Existe então: pintura romântica (Vitor Meireles - Elizeu Viscontti), múscia romântica, literatura romântica etc.
1ª fase Indianista e Nacionalista Minha terra tem palmeiras, Onde canta o Sabiá; As aves, que aqui gorjeiam, Não gorjeiam como lá. Nosso céu tem mais estrelas, Nossas várzeas têm mais flores, Nossos bosques têm mais vida, Nossa vida mais amores. Em cismar sozinho à noite Mais prazer encontro eu lá Minha terra tem palmeiras onde canta o sabiá Não permita Deus que eu morra Sem que volte para lá Sem que ainda aviste as palmeiras Onde canta o sabiá
2ª fase Byroniana e ultrarromântica Pálida à luz da lâmpada sombria, Sobre o leito de flores reclinada, Como a lua por noite embalsamada, Entre as nuvens do amor ela dormia! Era a virgem do mar, na escuma fria Pela maré das águas embalada! Era um anjo entre nuvens d'alvorada Que em sonhos se banhava e se esquecia! Era mais bela! o seio palpitando Negros olhos as pálpebras abrindo Formas nuas no leito resvalando Aula 5 Não te rias de mim, meu anjo lindo! Por ti - as noites eu velei chorando, Por ti - nos sonhos morrerei sorrindo!
Noite na Taverna - Histórias assombradas, vampirismo, a morte é também uma mulher.
3ª fase Hugoana e social Era um sonho dantesco... o tombadilho Que das luzernas avermelha o brilho. Em sangue a se banhar. Tinir de ferros... estalar de açoite... Legiões de homens negros como a noite, Horrendos a dançar... Negras mulheres, suspendendo às tetas Magras crianças, cujas bocas pretas Rega o sangue das mães: Outras moças, mas nuas e espantadas, No turbilhão de espectros arrastadas, Em ânsia e mágoa vãs! E ri-se a orquestra irônica, estridente... E da ronda fantástica a serpente Faz doudas espirais... Se o velho arqueja, se no chão resvala, Ouvem-se gritos... o chicote estala. E voam mais e mais... Presa nos elos de uma só cadeia, A multidão faminta cambaleia, E chora e dança ali! Um de raiva delira, outro enlouquece, Outro, que de martírios embrutece, Cantando, geme e ri! Poesia crítica, social e libertária
Poesia sensual Adormecida Uma noite eu me lembro... Ela dormia Numa rede encostada molemente... Quase aberto o roupão... solto o cabelo E o pé descalço do tapete rente. Estava aberta a janela. Um cheiro agreste Exalavam as silvas da campina... E ao longe, num pedaço do horizonte Via-se a noite plácida e divina. De um jasmineiro os galhos encurvados, Indiscretos entravam pela sala, E de leve oscilando ao tom das auras Iam na face trêmulos beijá-la. Era um quadro celeste!... A cada afago Mesmo em sonhos a moça estremecia... Quando ela serenava... a flor beijava-a... Quando ela ia beijar-lhe... a flor fugia... Apresentação de uma mulher menos idealizada e por isso mais real.
Aulas 6 e 7 Romantismo - 1844 Prosa
Surgimento do romance Tem origem na Epopeia clássica Surge oficialmente no século XVIII Vira uma febre no século XIX Primeiros: Pâmela Samuel Richardson Dom Quixote de La Mancha Miguel de Cervantes Ivanhoé Walter Scott (1820) Brasil O filho do pescador Teixeira de Sousa A Moreninha Joaquim Manuel de Macedo
Romance romântico : vertentes Histórico Indianista Regionalista Urbano
Prosa Gótica Noite na Taverna Álvares de Azevedo (contos) Úrsula Maria Firmina dos Reis A rainha do Ignoto Emília Freitas Narrativas voltadas para o Sobrenatural. Presença de situações fantástica; seres mitológicos; vampirismo; incesto e necrofilia.
Aula 8 Realismo 1857/1875/1881 Acimma de tudo devemos nos ater aos fatos Gustave Flaubert
Realismo - 1881 Prosa Romances e Contos
Pensadores Liberalismo econômico Adam Smith e Malthus Socialismo utópico Pierre Proudhon Socialismo científico Karl Marx e F. Engels Darwinismo Charles Darwin Evolucionismo Spencer (raça, meio, momento) Determinismo Hipolite Taine Experimentalismo Claude Bernard Positivismo Augusto Comte Nomes: Gustave Flaubert Eça de Queiros - Machado de Assis Oliveira Paiva. Contexto brasileiro: Movimentos Aboliconisas e Republicanos
Características Reação ao sentimentalismo romântico Compromisso com a realidade Retrato fiel das personagens (psicologismo) Objetividade Contemporaneidade Cientificidade Detalhismo Narrativa lenta Linguagem formal Traço filosófico (niilismo e ceticismo) Humor (ironia)
Machado de Assis Memórias póstumas de Brás Cubas - 1881 Dom Casmurro - 1900 Esaú e Jacó Quincas Borba Memorial de Aires 1908 Contos Crônicas Crítica Teatro Olhos de ressaca? Vá, de ressaca. É o que me dá idéia daquela feição nova. Traziam não sei que fluido misterioso e energético, uma força que arrastava para dentro, como uma vaga que se retira da praia, nos dias de ressaca.
Realismo cearense Adolfo Caminha* A Normalista Antônio Sales* Aves de Arribação Oliveira Paiva Dona Guidinha do Poço **Muito importante o papel da Padaria Espiritual, agremiação que congregava o maior número de autores realistas do período. Fundada por Antônio Sales, seu maior nome era Adolfo Caminha
Arte Pintores: Gustave Courbet; Belmiro de Almeida.