CENTRO DE EDUCAÇÃO INFANTIL CRIANÇA ARTEIRA. Proposta Pedagógica 2013



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CENTRO DE EDUCAÇÃO INFANTIL CRIANÇA ARTEIRA Proposta Pedagógica 2013 O Centro de Educação Infantil Criança Arteira é uma instituição de Educação Infantil que atende crianças na faixa etária de 4 meses a 5 anos e meio. Iniciou suas atividades em 2001, sempre com sede própria. Neste prédio desde 2009, sendo o mesmo construído especificamente para este fim, portanto apto a receber todas as crianças independente de haver necessidades especiais ou não. Desde o início nos comprometemos a desenvolver um trabalho que contemplasse as necessidades desta faixa etária, preparando tanto a estrutura física quanto os profissionais para que as condições ficassem o mais próxima possível daquela que acreditamos serem ideais. Durante esta caminhada, obviamente, muitas mudanças ocorreram, pois a vida é um processo dinâmico, e a escola também o é. Atentas a todos os fatores implicados nestas mudanças estamos sempre buscando por conhecimentos que nos dem respaldo na criação de novas estratégias, que atendam as necessidades que ora se apresentam, e que embora tenhamos consciência do quanto temos ainda que caminhar para nos aproximarmos de um trabalho ideal, nos preocupamos mais em trabalhar dentro do que podemos realizar de fato, com o cenário que temos com a nossa clientela e suas respectivas comunidades, sem entretanto deixarmos de ser eficientes e termos qualidade.

Nosso planejamento anual é flexível, e contempla o desenvolvimento das crianças, assim como também justifica a importância da ação educativa que desejamos desenvolver, sendo adequado à realidade local, às possibilidades da instituição, ao momento histórico e à dinâmica das relações aqui estabelecidas. Para que contemple todas essas dimensões e se adapte aos eixos norteadores propostos nas diretrizes curriculares, deixaremos de lado a listagem de conteúdos fragmentados e sem significado, para contemplar a pluralidade de espaços e tempos socioculturais do qual participam os alunos e professores. Sabemos que planejar pressupõe conhecimentos anteriores, principalmente planejar atividades para crianças tão pequenas. É preciso que se planeje pensando para e com essas crianças, suas competências e suas diferentes necessidades conforme a faixa etária. Apesar de o planejamento anual ser feito para cada faixa etária, cada professor o faz para a sua turma, com características próprias. Ressalte-se que atividades e rotinas, onde os diferentes grupos possam se encontrar em atividades interessantes e variadas, no decorrer do ano, propiciará melhor crescimento cognitivo e emocional das crianças, pela interação entre as diferentes idades. Esse trabalho será sempre avaliado no decorrer do período trabalhado, pois a educação infantil tem como uma de suas especificidades a chegada de novas crianças durante todo o ano, e isto exige que práticas e posturas sejam revistas, para que esta criança se integre a turma.

Assim constantemente refletimos sobre o nosso fazer pedagógico, para tornar o plano mais fidedigno com a nossa prática, com a articulação dos conteúdos abordados, e outras indagações sobre a nossa realidade. Em nosso planejamento, nós do Centro de Educação Infantil Criança Arteira, por entendermos que família, escola e sociedade como um todo são responsáveis pela infância e realizam ações que se complementam sempre incluiremos esta parceria em nosso dia a dia. Tendo clareza que, uma nunca substituirá a outra, pois cada uma tem uma missão e, portanto seus próprios objetivos, embora todos de grande importância para o trabalho a ser desenvolvido O CURRICULO Nosso currículo para o trabalho de atendimento a crianças de 4meses a 5 anos e meio é centrado nos eixos Formação Pessoal e Social e Conhecimento do Mundo e deverá contribuir para prática e vivências pedagógicas plenas culminando com aprendizagens significativas para a vida da criança voltadas para as necessidades próprias da faixa etária. Polêmicas sobre cuidar e educar, sobre o papel do afeto na relação pedagógica e sobre educar para o desenvolvimento ou para o conhecimento tem-se constituído no pano de fundo sobre o qual se constroem as propostas em educação infantil. Entretanto esta instituição em sua proposta de trabalho tem definido com clareza que em sua concepção de educação contempla todos estes aspectos, por entendê-los como essenciais para o desenvolvimento integral das crianças.

FUNDAMENTAÇÃO LEGAL Na Constituição do Brasil Seção I da Educação em seu artigo (205) destaca que: A educação direito de todos e dever do Estado e da família, será promovida e incentivada com a colaboração da sociedade, visando pleno desenvolvimento da pessoa, seu preparo para o exercício da cidadania e sua qualificação para o trabalho. Já na LDB Diretrizes e Bases da Educação Nacional lei 9394/96 em seu art. 29 regulamenta a Educação Infantil, definindo-a como a primeira etapa da educação básica. Tendo por finalidade o desenvolvimento integral da criança até os 6 anos de idade, em seus aspectos físico, psicológico, intelectual e social, complementando a ação da família e da comunidade. A lei também estabelece que a Educação Infantil seja oferecida em creches, para crianças de até 3 anos, e em pré-escolas, para crianças de 4 a 5 anos e meio. Educar e cuidar de crianças de 4 meses a 5 anos e meio, supõe definir previamente como se desenvolverão as práticas pedagógicas, visando a inclusão das crianças e de suas famílias em uma vida de cidadania plena. Nossa proposta de trabalho será como tem sido desde o início desta escola, ou seja, essencialmente lúdica, prazerosa, apoiada nas mais variadas experiências e no prazer de descobrir a vida, colocando as crianças em contato com uma variedade de estímulos e experiências que propiciem a elas seu desenvolvimento integral. Essas ações são desenvolvidas e fundamentadas numa concepção interdisciplinar e totalizadora, e se baseiam nos seguintes princípios:

Educação ativa e relacionada com os interesses, necessidades e potencialidades da criança; Ênfase na aprendizagem através da resolução de problemas; Ação educativa ligada à vida e não entendida como preparação para a vida; Incentivo da solidariedade e não da concorrência. A Estrutura Curricular e Seus Eixos Norteadores Considerando os conhecimentos que a criança já possui e suas várias experiências culturais, para efetuar a ação pedagógica nos preocupamos em compartilhar e trocar estas experiências e conhecimentos anteriores, para partirmos para construção de novos conhecimentos, enfrentando novos desafios e criando novas expectativas. Entretanto, sempre considerando o modo como à criança olha, participa e entende cada momento vivenciado. Propomos para as crianças um mundo de interação que contribua para um desenvolvimento emocional, social, fundamentando-as nas suas formações, e na realidade de cada uma. Dentro desta perspectiva de educação para todos, temos sempre um grande desafio: Assumimos o compromisso de uma educação comprometida para a cidadania, considerando sua diversidade, trabalhando a educação condizente com igualdade de direitos e oportunidades em ambiente favorável. Na faixa etária de 4meses a 5 anos e meio as mudanças que ocorrem na criança são muito rápidas. Essas mudanças se dão de forma gradual, mas tais experiências exigem o acompanhamento de um profissional capacitado e que conheça as reais possibilidades,

de trabalho a serem desenvolvidos com as crianças, mediante seus interesses, curiosidades ou mesmo dificuldades. Preocupa-nos a qualidade do atendimento, por isso planejamos nosso trabalho considerando critérios reais para a faixa etária a qual se destina, pois não podemos esquecer o impacto que cada aprendizagem ou vivência tem na formação da personalidade das crianças. Desenvolvemos continuamente encontros com nossos professores para que sejam comprometidos com a prática educacional, capazes de responder as demandas familiares e das crianças, assim como as questões especificas relativas aos cuidados e aprendizagens infantis. Exigimos do professor desta escola que seja um pesquisador capaz de avaliar as muitas formas de aprendizagens com as quais trabalha em sua prática cotidiana, e nas interações por ele construídas com as crianças e com as famílias em situações especificas. Os professores estão cientes que o trabalho direto com crianças de desta faixa etária, exigem deles investimento emocional, conhecimento técnico pedagógico e compromisso com a promoção do desenvolvimento desta criança. A criança aqui tem no professor alguém qualificado para medir seu desenvolvimento, auxiliando-a a ampliar as linguagens para usar, representar e exprimir sua forma de compreender o mundo e si mesma.

Assim sendo nossos professores devem ter formação ética e competência na especificidade de sua tarefa, levando-se em conta o atual momento sócio-histórico, que ocorre em um mundo complexo, contraditório, violento, consumista em constante mudança. Sempre estamos atentas a que os professores tenham também o domínio de conceitos e habilidades necessárias para ter uma atuação junto as crianças, que seja promotora de aprendizagens e do desenvolvimento das crianças e que o profissional seja comprometido e identificado com o trabalho da educação infantil. ESTRUTURA OPERACIONAL O atendimento da criança passa por processos biopsicossociais distintos no período que corresponde de 4 meses a 5 anos e meio. Todo o trabalho pedagógico é organizado com base nos estágios de desenvolvimento, porém considerando as diferenças individuais e a forma de aprender de cada uma das crianças. O educador exerce o papel de mediador, intervindo na apropriação de conhecimentos das crianças, potencializando as capacidades das crianças. E enquanto mediador ele deliberadamente trabalha a parte dos conceitos cotidianos em circulação no grupo e promove suas ampliações de forma que os conhecimentos científicos sejam explorados no espaço da educação infantil. Rotina É essencial o estabelecimento de uma rotina, porque estabelece organização das atividades no tempo, no qual possibilita ao

educador uma direção para o trabalho que se propõe a fazer e as crianças segurança e compreensão de que estamos em um mundo organizado e que as coisas acontecem em uma determinada ordem de secessão: antes, durante e depois. Essa seqüência de acontecimentos é de grande ajuda para a organização de todo o trabalho. A rotina é essencial, mas não apenas esta de alimentação, higiene, sono, como também uma rotina de atividades intencionalmente planejadas que atendam as reais necessidades e expectativas de cada faixa etária. Dentre as possíveis atividades, estão às situações diversificadas, que envolvem as brincadeiras, movimentos, cantigas e etc. em um ambiente amplo e acolhedor organizado para a construção e o desenvolvimento da identidade, da autonomia e da oralidade. O educador, então, deve planejar o dia-a-dia da criança na escola com um contexto que garanta o direito da criança a um ambiente acolhedor e desafiador. Ao organizar tempo e espaço para a realização de diferentes atividades promove o aprendizado do cuidado pessoal, o envolvimento das crianças em brincadeiras e o estimulo à realização por elas de projetos de investigação que atendam a seus interesses e necessidades. E é claro, tudo isso em um programa de parceria com as famílias. Pedagogia de Projetos A pratica pedagógica nesta escola de educação infantil está aberta a vivencia e experimentação; ao concreto; ao ensino globalizado; a participação ativa da criança; à magia, à ludicidade, ao movimento, ao afeto processos que levam as crianças a exercitarem a criatividade.

A Pedagogia de Projetos coloca-se como umas das expressões da concepção globalizante do conhecimento escolar, pois permite aos alunos analisarem os problemas, as situações e os acontecimentos dentro de um contexto e em sua globalidade, utilizando, para isso, os conhecimentos presentes e a sua experiência sócio-cultural. Uma de suas vantagens principais é a de que os projetos procuram estimular uma variedade de inteligências (apud GARDNER, 1995) e usar diversos recursos para desenvolver habilidades de linguagem, numérica, geométrica, noções de ciência, estudos sociais e artes. SMOLE (1996) caracteriza que as atividades desenvolvidas por projetos, levam: ao encorajamento à mobilização de múltiplas inteligências (GARDNER, 1995); à utilização de diferentes formas de representações: comunicação (linguagem oral e escrita), desenhos, linguagem corporal e linguagem matemática; à interdisciplinaridade. Na execução dos projetos, diferentes áreas do conhecimento estão relacionadas para atingir os objetivos traçados e resolver os problemas que surgem. A interação entre elas (naturalmente, será uma necessidade real). Adotamos os projetos como uma postura pedagógica de fato, uma forma de repensar a prática pedagógica e as teorias que lhe dão sustentação. Enfim, uma nova concepção de educação, ensino e aprendizagem que é mais do que uma seqüência de passos a serem seguidos ou uma mera técnica de ensino, porque não existe uma seqüência única e estável para abordar todos os problemas; isto é, para cada problema é necessário estabelecer uma dinâmica diferente e contribuir para repensar a função social da escola. Por

tal motivo, eles favorecem mudanças nas concepções e no modo de atuar dos professores junto às crianças. A Pedagogia de Projetos para esta escola há muito deixou de ser uma possibilidade interessante para ser uma realidade que viabiliza ricas relações entre o ensino e aprendizagem, dirigindo o trabalho educativo para estágios de desenvolvimento ainda não alcançados pela criança. Essas proposições vislumbram um aprender diferente; propiciam a noção de educação para a compreensão. Enfim, traduzem uma determinada concepção de conhecimento. Essa educação organiza-se a partir de dois eixos que se relacionam: a) aquilo que os alunos aprendem; b) a vinculação que esse processo de aprendizagem e a experiência da escola têm com suas vidas. Nessa perspectiva, as situações propostas nos projetos induzem as crianças a aproximarem-se de um contexto de aprendizagem em que elas aprendam a fazer fazendo, errando, acertando, problematizando, levantando hipóteses, investigando, refletindo, pesquisando, construindo, discutindo e intervindo. Sabemos que com as crianças de três a seis anos, o trabalho com projetos traz grandes contribuições, pois, os objetivos do projeto são partilhados com as crianças, bem como a temática dos mesmos podem surgir do interesse infantil revelado em suas conversas e brincadeiras.

Mas, e com os bebês? É possível trabalhar com projetos com os bebês? Eles têm seus temas derivados basicamente da observação do educador, da leitura que realiza de seu grupo de crianças, dos elementos adquiridos na sua formação e que auxiliam a discernir sobre atividades que podem ser importantes ao desenvolvimento da criança. Projetos envolvendo temáticas como, movimento, linguagem oral, artes e música são viáveis na educação dos bebês. No entanto, é preciso considerar as especificidades do trabalho pedagógico junto às crianças de zero a um ano, isto é, a proposta pedagógica para esta faixa etária prevê em sua essência as ações integradas entre o cuidar e o educar, bem como as atividades de estimulação, como já foi dito no início deste documento. O sucesso das atividades de estimulação depende da organização do espaço, isto é, cabe ao educador que atua neste espaço organizar os objetos almofadas, brinquedos, móbiles de modo que os mesmos desafiem os bebês a vencer os obstáculos por eles propostos, como, por exemplo, engatinhar de uma extremidade a outra, desvencilhando dos objetos que naquele momento dificultam a sua passagem. As atividades de estimulação somadas ao banho, à troca de fraldas, a alimentação, o sono, cumprem com o objetivo de auxiliar os bebês na aquisição de novas competências, como por exemplo: rolar, engatinhar, arrastar, andar, brincar, sorrir, comunicar-se, descobrir novas texturas, novos sons, novos objetos, novas cores, viver. Nossa análise, sobre a importância de trabalhar com projetos como eixo articulador de experiências está no fato de que a prática de

Projetos pretende favorecer mudanças nas concepções e no modo de atuar dos professores. Ele é justificado pela necessidade de formar crianças para serem capazes de fazer relações, de fazer reflexões, de criar a partir do conhecimento aprendido na escola e na vida, passando da condição de reprodutora de ações, à planejadora e participante ativa da aprendizagem. É um processo de aprendizagem da autonomia e responsabilidade. Uma educação autêntica não pode privilegiar a abstração do conhecimento e, sim deve ensinar a contextualizar, concretizar e globalizar. A instituição revê constantemente o seu fazer pedagógico, refletindo sobre como tornar o plano mais fidedigno a essa prática, como articular os conteúdos, e outras indagações sobre sua realidade. Por isso, a formação continuada (em serviço) do professor, é prioridade, a fim de ampliar o conhecimento dele sobre a sua prática e desenvolver a sua capacidade de reflexão. VALORES E ÉTICA A instituição de Educação Infantil tem então o importante papel de inserir a criança em um contexto de mundo que é diversificado em valores, culturas, e idéias; o desafio é oferecer condições para que a criança aprenda a conviver com sua própria cultura, valorizando e respeitando as demais, bem como desenvolvendo sua consciência crítica acerca da formação da cidadania, da dignidade, moralidade, formação de hábitos, valores e atitudes. Partindo sempre da realidade concreta da criança, questões como: valores, atitudes, ética, devem ser abordados com naturalidade.

Por meio do diálogo, do jogo, da brincadeira, do canto vão se estabelecendo relações de amizades, respeito ao próximo, limites, solidariedade, democracia, cidadania, participação, etc. Devemos desde cedo salientar que as crianças podem aprender questões morais, tais como respeito pela propriedade, orientações para não machucar os outros e para ajudar vítimas de agressões. O objetivo é que as crianças se tornem envolvidas com questões morais de suas classes. Deseja-se que elas reconheçam a injustiça quando a vêem, que prefiram o justo ao injusto e se sintam compelidos a falar contra a injustiça. O êxito neste trabalho será medido pelo que trará de contribuição as pessoas em suas convicções e posturas frente à vida; no entender-se como ser humano, aceitando os outros como semelhantes e parceiros de vida, na construção da justiça, da solidariedade e de cidadania. AVALIAÇÃO A Lei de Diretrizes e Bases da Educação, sancionada em dezembro de 1996, estabelece, na Seção II, referente à Educação Infantil, artigo 31, que: a avaliação far-se-á mediante o acompanhamento e registro do seu desenvolvimento, sem o objetivo de promoção, mesmo para o acesso ao ensino fundamental. Avaliar a criança pequena requer, do educador que a conduzirá pela vida escolar, conhecimento prévio sobre seu desenvolvimento e características singulares.

É preciso saber como ela assimila os novos conhecimentos, como responde aos estímulos e como acontece o processo maturacional e social dessa criança. Ao observar a aquisição e a construção do conhecimento nas diversas áreas, analisando a dinâmica biopsicossocial da infância, percebe-se que a criança possui uma articulação mental, cognitiva e afetiva única. É essa articulação, juntamente com as interações sociais realizadas principalmente na instituição transformadas em conhecimentos, que serão alvo de observação e análise. Por meio de observações e registros diários o educador elaborará avaliações significativas e contextualizadas, que poderão contribuir qualitativamente para o processo de aprendizagem de alunos e professores. Nesse contexto de avaliação formativa deve-se atentar para o fato de que essa criança está em processo de intenso aprender e interagir. Portanto, jamais faremos registros que venham denegrir ou rotular essa criança, sob pena de prejudicar sua vida escolar futura. Quando o educador relata por escrito, tem a oportunidade de distanciar-se de si mesmo para fazer uma análise mais profunda de todas as variáveis que permeiam uma situação (J.Hoffman). Assim, esse educador pode fazer uma análise crítica do seu trabalho didático-pedagógico e, consequentemente, uma autoavaliação coletiva dentro da escola a fim de redimensionar e redirecionar práticas pedagógicas. Na construção de conhecimentos significativos, cada criança tem seu tempo e faz sua própria leitura dos objetos. Portanto, há que se atentar para o fato de que objetivos e avanços no processo de

aprendizagem acontecem e se manifestam em diferentes tempos e formas distintas para cada criança. Aquisição de conhecimentos não acontece de forma linear; a análise deve ser individual e gradativa. Os pais, como partícipes desse processo, têm o direito e o dever de acompanhar todo o desenvolvimento da aprendizagem de seus filhos, como os avanços, as conquistas ou eventuais dificuldades, a fim de compreender todo o processo educativo, seus objetivos e as ações desenvolvidas pela instituição. Todos os registros realizados pela criança ou sobre ela constará de seu portfólio que a acompanhará por toda sua vida escolar dentro desta instituição de Educação Infantil. Acompanhará também este portfólio o relatório redigido pelo professor em duas vias, o qual deverá ser lido pelos responsáveis e devidamente assinado. Uma via deste relatório ficará arquivada junto aos documentos da criança, e outra ficará no portfólio. CONCLUSÃO A criança ser social, está em constante relação com o mundo e nele ela nasce, cresce, descobre, aprende, ensina, recria, convive e multiplica. Nestes primeiros anos de vida os sentimentos e a personalidade assentam suas bases e se solidificam. É daí que nasce a nossa responsabilidade com estas crianças. São Carlos, de 2012

Diretora Pedagógica Diretora Administrativa