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Transcrição:

1 TUMOR VENÉREO TRANSMISSÍVEL CANINO: ANÁLISE DA CASUÍSTICA DE 2014-2016 NO HOSPITAL VETERINÁRIO DA UNIVERSIDADE ESTADUAL DO MARANHÃO CANINE TRANSMISSIBLE VENEER TUMOR: CASE STUDY ANALYSIS OF 2014-2016 AT THE VETERINARY HOSPITAL OF THE STATE UNIVERSITY OF MARANHÃO Allana Freitas BARROS 1, Carolina Silva COSTA 1, Higor da Silva FERREIRA 1, Thaís Rafisa MATOS 2, Eslen Quezia Santos MIRANDA 2, Isabel Silva OLIVEIRA 1, Alessandra Lima ROCHA 3 1 Mestrando em Ciência Animal, Universidade Estadual do Maranhão, allana.barros@hotmail.com 2 Graduanda em Medicina Veterinária, Universidade Estadual do Maranhão 3 Doutoranda em Biotecnologia, Universidade Federal do Maranhão Resumo: O TVT é uma neoplasia benigna de caráter contagioso, transmitida principalmente pelo do contato sexual. O presente trabalho tem por objetivo realizar um estudo retrospectivo dos casos de TVT diagnosticados no Hospital Veterinário da Universidade Estadual do Maranhão (UEMA). Os dados coletados foram referentes ao sexo, raça e padrão celular morfológico do tumor. Os animais sem raça definida foram os mais acometidos pela doença, sendo que a maioria são fêmeas. O ano com maior ocorrência da doença foi o ano de 2015, com o total de 74 casos diagnosticados. Os animais com até 3 anos de idade (35,71%) e de 4 a 6 anos (23,37%) são os mais acometidos pela doença. Os tumores se localizaram com maior frequência na região genital feminina (47,27%) e masculina (31,51%), e em menor proporção tumores com localização extravaginal. O TVT do tipo plasmocitóide foi o que apresentou maior ocorrência nos animais avaliados. Palavras-chave: epidemiologia, cães, TVT. Keywords: Epidemiology, dogs, TVT. Introdução: O Tumor Venéreo Transmissível (TVT) canino é uma neoplasia de benigna que foi relatada pela primeira vez em 1820 por Hüzzard e descrito em 1828 por Delabere- Blaine. Um estudo mais aprofundado sobre a doença só foi realizado em 1904, quando Sticker descreveu de forma detalhada esta neoplasia, classificando-a como um linfossarcoma e revelando o caráter contagioso da doença (LOMBARD e CABANIE, 1968; CANAL et al., 2005; NIELSEN e KENNEDY, 2005). Anais do 38º CBA, 2017 - p.1400

2 A doença apresenta uma distribuição mundial, sendo mais prevalente nas zonas de clima tropical e subtropical e em grandes cidades, nas quais ocorre a concentração de cães errantes e sexualmente ativos, porém o TVT também pode ser transmitido por meio do contato prolongado com superfícies contaminadas por outros animais doentes (DAS e DAS, 2000). Essa neoplasia acomete principalmente cães de médio porte e jovens, com idade entre 1 e 15 anos. Macroscopicamente, o TVT apresenta o aspecto carnudo e altamente vascularizado, podendo ser ulcerado, de consistência friável e variando da forma polipoide a papilar, possuindo assim um aspecto de couve-flor (MEDLEAU e HNILICA, 2003). Os tumores nas fêmeas localizam-se frequentemente na vagina e vulva e com menor ocorrência, na região extragenital. Nos machos ocorre principalmente no prepúcio e pênis (GONZALEZ et al., 1997). O exame citológico é utilizado para o diagnóstico inicial de lesões cutâneas, processos inflamatórios, parasitológicos e neoplásicos. Esta é a técnica de escolha para o diagnóstico do TVT, uma vez que é especificamente sensível para o diagnóstico de neoplasias de células redondas (BATISTA et al., 2007; COWELL e TYLER, 2008; ERTAN et al., 2011). A quimioterapia é a técnica mais utilizada para o tratamento do TVT, pois apresenta alta eficiência e regressão total do tumor cutâneo. O medicamento de predileção é o Sulfato de Vincristina administrado como droga única na dose, 0,0125 a 0,05 mg/kg, a cada sete dias (SCOTT; MILLER JR; GRIFFIN, 1996; SANTOS, 2008; LIMA et al., 2013). O presente trabalho tem por objetivo realizar uma análise retrospectiva dos casos de TVT diagnosticados por exame citológico, observando variáveis como raça, sexo e tipo celular predominante, e contribuir com a compreensão epidemiológica e a influência desses fatoras para ocorrência da doença. Metodologia: Foi realizado um estudo descritivo retrospectivo dos casos diagnosticados de tumor venéreo transmissível (TVT) canino, registrados no Laboratório de Anatomopatologia do Hospital Veterinário da Universidade Estadual do Maranhão (UEMA), campus São Luís, durante o período de janeiro de 2014 a dezembro de 2016. Foram analisados dados referentes à raça, idade, sexo e localização anatômica do tumor. O método de diagnóstico utilizado para identificação e classificação do tipo de TVT foi a citologia aspirativa com agulha fina (CAAF). As análises foram realizadas Anais do 38º CBA, 2017 - p.1401

3 mediante estatística de tipo descritiva utilizando o programa Microsoft Excel 2013 para Windows. Resultados e Discussão: Foram diagnosticados 154 animais com TVT, sendo o ano de 2015 o que apresentou o maior número de ocorrências (74 casos). Observou-se uma maior frequência de TVT em fêmeas (55,5%). Os dados encontrados corroboram com o que foi observado por HUPPES et al. (2014) que ao avaliarem dados de 144 animais atendidos no Hospital Veterinário da Universidade de Uberaba constataram que as fêmeas (66,7%) são acometidas pela doença. Segundo Sobral et al. (1998) o comportamento reprodutivo da fêmea poderia ser um fator predisponente para ocorrência da doença, pois durante o período fértil a fêmea aceita um grande número de machos e os hormônios do ciclo reprodutivo induzem o intumescimento vulvar, e consequentemente o aumento do suprimento sanguíneo para genitália, fator este que favorece a implantação de células tumorais. Em relação a raça, notou-se que os animais mais acometidos pela doença são os sem raça definida (SRD) (79,24%), poodles (11,32%) e pitbull (4,71%). condições socioeconômicas são apontadas por Silva et al., (2007) como fator preponderante para ocorrência da doença em animais SRD, pois as famílias de baixa renda geralmente não adquirem animais com alto valor zootécnico e muitas vezes por não possuírem uma estrutura adequada para manutenção destes animais, permitem que estes tenham livre acesso à rua. A faixa etária mais acometida foi a de animais com até 3 anos (35,71%), seguida por de 4 a 6 anos (23,37%), 7 a 8 anos (18,18%) e acima de 10 anos (9,74%). O elevado percentual da ocorrência da doença em animais jovens, com idade de oito meses a sete anos, se deve ao fato desta doença ser relacionada a atividade reprodutiva (TINUCCI-COSTA, 2009). Um dado importante observado neste item foi que em 12,98% dos casos, os proprietários não souberam informar a idade dos seus animais, pois muitos deles eram animais adotados e em alguns casos os animais viviam em condição de abandono. Foram notificados 165 tumores no total, que se localizaram predominantemente na região genital feminina (47,27%) e genital masculina (31,51%). Os tumores com localização extragenital foram observados na cavidade oral (7,27%), glândulas mamárias (4,24%), nódulos cutâneos (4,24%), região perianal (3,63%) e região ocular (1,81%). Segundo Lapa (2009) a ocorrência desses tumores extragenitais é As Anais do 38º CBA, 2017 - p.1402

4 devido ao comportamento dos cães durante o acasalamento, uma vez que para identificação e dominância, eles se cheiram e se lambem, transmitindo assim, através do contato as células tumorais para outras regiões corporais. A avaliação citológica permite a identificação morfológica do tipo celular predominante desta neoplasia, sendo classificado em TVT linfocitóide, TVT plasmocitóide (AMARAL, 2004). Quando não é possível determinar o tipo celular predominante classifica-se como TVT misto. No presente estudo o tipo predominante foi o TVT plasmocitóide (86 casos), seguido do TVT misto (49 casos) e o com menor expressão o TVT linfocitóide (9 casos). Conclusão: O TVT é uma neoplasia que acomete com maior frequência animais sem raça definida e fêmeas, sendo padrão morfológico predominante o TVT plasmocitóide. Os animais jovens e com idade de 1 a 8 anos foram os mais acometidos. Os tumores se localizaram com maior frequência na região genital. A ocorrência de tumores extragenitais também foi observada na cavidade oral, glândulas mamárias e nódulos cutâneos, porém em menor proporção. Referências: AMARAL, A. S.; et al. Diagnóstico citológico do tumor venéreo transmissível na região de Botucatu, Brasil (estudo descritivo: 1994-2003). Revista Portuguesa de Ciências Veterinárias, v. 99, n. 551, p. 167-171. 2004. BATISTA, Jael Soares et al. Tumor venéreo transmissível canino com localização intra-ocular e metástase no baço. Acta veterinária brasílica, v. 1, n. 1, p. 45-48, 2007. COWELL, Rick L.; TYLER, Ronald D. Cytology of cutaneous lesions. The Veterinary clinics of North America. Small animal practice, v. 19, n. 4, p. 769-794, 1989. DAS, U.; DAS, A. K. Review of canine transmissible venereal sarcoma. Veterinary Research Communications, v.24, n.8, p.545-556, 2000. ERTAN, O. R. U. Ç. et al. Bir Köpekte Bulaşıcı Venereal Tümör Meme Metastazının İnce İğne Aspirasyonu ile Sitolojik Teşhisi ve Vincristine Sülfat ile Tedavisi. Atatürk Üniversitesi Veteriner Bilimleri Dergisi, v. 6, n. 1, 2011. GONZALEZ, C.G.; SANCHEZ, B.C.A.; VELEZ, H.M.E.; BUEN, D.E.,A.N, D.E.; BUEN, D.E. Neoplasms of the reproductive system in bitches: retrospective study over 6 years. Veterinaria Mexico, v.28, n.1, p.31-34, 1997. Anais do 38º CBA, 2017 - p.1403

5 LAPA, F. A. S. Estudo comparativo da eficácia de dois protocolos de tratamento do tumor venéreo transmissível em cães. Dissertação. 2009. Universidade do Oeste Paulista. Presidente Prudente SP. 2009. LIMA, Tiago Barbalho et al. Apresentação atípica de tumor venéreo transmissível cutâneo em um cão. Veterinária e Zootecnia, v. 20, n. 1, p. 57-61, 2013. LOMBARD, C. H.; CABANIE, P. Le sarcome de Sticker. Revue de Médecine Vétérinaire, v. 119, p. 565-586, 1968. MEDLEAU, L.; HNILICA, K. A. Dermatologia de pequenos animais. Roca: São Paulo, 2003. NIELSEN, S. W. e KENNEDY, P. C. Tumors of the genital systems. In: Moulton, J. E. Tumors in domestic animals. 3 ed., University of California Press, 1990. p. 479-517. SOBRAL, R. A. Occurrence of canine transmissible venereal tumor in dogs from the Jaboticabal region, Brazil. Ars Veterinaria, v. 14, n. 1, p. 1-10, 1998. SANTOS, J. P. Tumor venéreo transmissível em um canino com acometimento de pele. Revista de Medicina Veterinária, v. 2, n. 2, p. 39-43, 2011. SILVA, Márcio César Vasconcelos et al. Avaliação epidemiológica, diagnóstica e terapêutica do tumor venéreo transmissível (TVT) na população canina atendida no hospital veterinário da UFERSA. Acta veterinária brasílica, v. 1, n. 1, 2007. SCOTT, D.W., MILLER, W.H., GRIFFIN, C.E. Muller & Kirk. Dermatologia de pequenos animais. 5. ed. Rio de Janeiro: Interlivros, 1996. 1130 p. TINUCCI-COSTA, M. T. Tumor venéreo transmissível canino. In: DALECK, C. R.; DE NARDI, A. B.; RODASKI, S. Oncologia em Cães e Gatos. São Paulo: Roca, 2009 p. 540-551. Anais do 38º CBA, 2017 - p.1404