SELEÇÃO DE REPRODUTORES PARA A UTILIZAÇÃO DA PRODUÇÃO IN VITRO DE EMBRIÕES VITRIFICADOS



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Transcrição:

SELEÇÃO DE REPRODUTORES PARA A UTILIZAÇÃO DA PRODUÇÃO IN VITRO DE EMBRIÕES VITRIFICADOS Orivaldo Rodrigues de Oliveira 1 ; Francisca Elda Ferreira Dias 2 ; Andréa Azevedo Pires de Castro 3. 1 Aluno do Curso de Medicina Veterinária; UFT EMVZ, Campus de Araguaína; e-mail: orivaldopa@yahoo.com.br PIBIC/CNPQ 2 Orientadora do Curso de Medicina Veterinária; UFT EMVZ, Campus de Araguaína; e-mail: eldadias@mail.uft.edu.br 3 Co-orientadora Doutorando do PPGCAT- UFT- EMVZ, Campus de Araguaína; e-mail: andrearaguaina@hotmail.com RESUMO Nosso estudo teve como objetivo selecionar reprodutores bovinos com melhores características seminais na região Norte do Tocantins, que poderão ser utilizados na produção in vitro de embriões. Foram avaliados 66 touros, em regime de criação extensivo, idade entre 14 e 144 meses. Divididos em dois grupos: touros jovens (até 24 meses) e adultos (acima de 24 meses), os animais foram submetidos ao exame andrológico e coleta do sêmen por eletrojaculação, após avaliação seminal foram classificados como aprovados e reprovados. Dentre as características avaliadas houve diferença significativa (P < 0,05) apenas para vigor e Circunferência Escrotal. Cinquenta e seis (84,9%) dos animais foram considerados aprovados, sendo que 37 (56,1%) destes eram jovens e 19 (28,8%) eram adultos. Do total de reprovados, apenas um (1,5%) era jovem e nove (13,6%) eram adultos. Portanto, sugere-se que os animais aprovados podem ser doadores de sêmen para a produção in vitro de embriões, pois apresentaram melhores características seminais. Palavras-chave: touros; sêmen; exame andrológico; Tocantins; INTRODUÇÃO O conhecimento genético das características associadas à eficiência reprodutiva dos machos é necessário para auxiliar na identificação dos animais não apenas mais aptos à reprodução, mas que possuam genética superior para as características reprodutivas (SARREIRO et al., 2002). Segundo Salvador et al. (2002) o exame andrológico caracteriza-se por exame clínico, medida de circunferência escrotal e avaliação do sêmen para motilidade, vigor, turbilhonamento, concentração e morfologia. A seleção de touros para a fertilização de ovócitos e produção de embriões in vitro reveste-se de grande importância na garantia de rendimentos aceitáveis desta técnica, pois as características do

sêmen e a qualidade dos ovócitos são dois fatores determinantes em todo o processo de fertilização in vitro (MARQUES et al.,1995). Garantindo assim uma melhor qualidade de material genético e, consequentemente, o aumento na produção. O presente trabalho teve como objetivo a seleção de reprodutores com melhores características seminais na Região Norte do Tocantins, que poderão ser utilizados como doadores de sêmen na produção in vitro de embriões. MATERIAL E MÉTODOS O Experimento foi realizado em diferentes Fazendas Agropecuárias localizadas na Região Norte do Tocantins. Foram coletadas amostras de sêmen de 66 touros zebuínos com idade variando de 18-144 meses. Os quais foram separados em dois grupos: touros jovens (até 24 meses) e adultos (acima de 24 meses). Estes animais eram mantidos em regime de criação extensiva com disponibilidade de água e sal mineral ad libitum. Após contenção do touro em brete realiza-se o exame do aparelho reprodutor por inspeção e palpação dos testículos e, após higienização do prepúcio era feita a coleta do sêmen. As coletas de sêmen foram realizadas pelo método de eletroejaculação conforme a técnica recomendada pelo CBRA (1998). Os ejaculados foram avaliados quanto aos parâmetros tradicionais, como seguem: Aspecto, coloração, volume, turbilhonamento, motilidade e vigor espermático. Em tubos de 1,5 ml foram preparados duas amostras de sêmen de cada touro: contendo 10µL de sêmen a 2 ml de formol salino e a outra contendo 20µL de sêmen a 1 ml de formol salino para posterior análise da concentração espermática e morfologia respectivamente, estas foram devidamente acondicionadas sob refrigeração e levadas ao laboratório de reprodução animal da EMVZ-UFT para posterior análise. A circunferência escrotal (CE) foi mensurada por meio de fita métrica na região de maior ângulo mediano dos testículos. Para a análise da concentração espermática a amostra foi colocada, após a homogeneização, em câmara de Neubauer para contagem das células seguindo a metodologia do CBRA (1998). Enquanto que para a morfologia, usou-se o método de preparação úmida modificada, onde a amostra foi analisada colocando-se uma gota de sêmen adicionada a uma gota do corante de Rosa

Bengala em lâmina coberta por lamínula, para avaliação sob microscopia óptica comum, onde foram contados 100 espermatozoides. As variáveis categóricas, não-paramétricas ou não-normais foram avaliadas pelo teste de Kruskal-Wallis e através do uso de tabelas de contingência e avaliação do índice de qui-quadrado (χ 2 ) a 5% de probabilidade de erro. Já as variáveis numéricas normais foram avaliadas pelo teste t de student a 5% de probabilidade de erro. RESULTADOS E DISCUSSÃO Na Tabela 1 são apresentados os efeito da idade de touros em dois grupos etários sobre os valores medianos de motilidade, vigor, turbilhonamento, concentração espermática, volume, defeitos maiores (DMA), defeitos menores (DME) e defeitos totais (DT) e valores médios de circunferência escrotal (CE). Os resultados para CE encontrados para touros jovens se assemelham aos verificados para touros Canchim aos 39 meses (BARBOSA et al., 1991). Os animais adultos apresentaram resultados superiores aos encontrados para touros Nelores de 36 a 96 meses (LOPES et al., 2009). Houve diferença significativa (p < 0,05) para vigor entre as faixas etárias estudadas, semelhante o que ocorre com a literatura onde observaram que touros da raça Nelore produziram sêmen com maior vigor do que os touros da raça Canchim, aos 39 meses de idade (BARBOSA et al., 1991). Não houve diferença significativa (p > 0,05) para motilidade, turbilhonamento, concentração, volume, DMA, DME e DT entre os grupos estudados. Tabela 1 Efeito da idade dos touros sobre os valores medianos de motilidade, vigor, turbilhonamento, concentração, volume, defeitos maiores, menores e totais e valores médios de CE. Características Jovens Adultos H P Mot 1 80,0 3 80,0 3 H = 0,32 5 P = 0,572 Vigor 1 4,00 3 3,25 3 H = 5,27 5 P = 0,022 Turb 1 3,00 3 3,00 3 H = 1,96 5 P = 0,161 Conc 1 450,0 3 412,5 3 H = 0,06 5 P = 0,805 Vol 1 4,75 3 4,00 3 H = 0,92 5 P = 0,337 DMA 1 0,00 3 0,00 3 H = 0,04 5 P = 0,836 DME 1 10,5 3 10,0 3 H = 0,04 5 P = 0,836 DT 1 11,0 3 10,5 3 H = 0,04 5 P = 0,836 CE 2 35,2 4 39,5 4 CV = 7,45 P = 0,000

Mot = motilidade; Turb = turbilhonamento; Conc = concentração; CE = circunferência escrotal; Vol = volume; DMA = defeitos maiores; DME = defeitos menores e DT = defeitos totais; CV = coeficiente de variação. 1 Variável avaliada pelo teste de Kruskal-Wallis 2 Variável avaliada pelo teste t 3 Mediana 4 Média 5 Estatística de Kruskal-Wallis O número e o percentual de touros selecionados andrologicamente para serem doadores de sêmen para a produção in vitro de embriões são apresentados na Tabela 2. Tabela 2- Número (nº) e percentual (%) de touros selecionados andrologicamente para serem doadores de sêmen para a PIV de embriões na região Norte do Tocantins. Total 38 57,6 28 42,4 66 100 Os animais foram ainda classificados de acordo com as características seminais, os que apresentaram: Vigor 3; Motilidade 70% e Espermatozoides normais 75%, foram classificados como aprovados e os que não se enquadram nesta classificação foram considerados reprovados para serem doadores de sêmen para a produção in vitro de embriões. Do total de animais avaliados 56 (84,9%) foram aprovados para serem doadores, sendo que 37 (56,1%) destes eram jovens e 19 (28,8%) adultos. Dos animais reprovados apenas um (1,5%) era jovem e nove (13,6%) adultos. Os animais jovens obtiveram bons resultados, visto que obtiveram uma porcentagem maior de aprovados que os animais adultos, indicando que animais com idade até 24 meses podem ser doadores de sêmen para a PIV de embriões, favorecendo a utilização precoce dos mesmos, desde que avaliados andrologicamente. Jovens Adultos Total nº % nº % nº % Aprovados 37 56,1 19 28,8 56 84,9 Reprovados 1 1,5 9 13,6 10 15,1 O maior número de animais adultos reprovados pode ter sido influenciado pelo maior número de touros com idade igual ou superior a 60 meses, pois não apresentaram características seminais favoráveis, o que torna evidente a importância da avaliação andrológica para selecionar touros para serem doadores de sêmen para a PIV de embriões. A realização do exame andrológico tem como princípio fundamental caracterizar o potencial reprodutivo dos touros e devem atender ao diagnóstico da saúde sexual, saúde hereditária e saúde

reprodutiva tanto no aspecto da capacidade de monta (potentia coeundi) quanto na capacidade fecundante (potentia generandi) (PEÑA-ALFARO, 2011). LITERATURA CITADA BARBOSA, R. T.; BARBOSA, P. F.; ALENCAR, M. M. et al. Biometria testicular e aspectos do sêmen de touros das raças Canchim e Nelore. Revista Brasileira de Reprodução Animal., 15(3), p.159-170, 1991. CBRA. Manual para exame andrológico e avaliação de sêmen animal. Colégio Brasileiro de Reprodução Animal., 2. ed., Belo Horizonte: CBRA, 49p., 1998. LOPES, F. G.; GUIMARÃES, J. D.; COSTA, E. P.; CARVALHO, G. R.; MIRANDA NETO, T. Avaliação andrológica por pontos e comportamento sexual em touros da raça Nelore. Revista Brasileira de Zootecnia, v.38, n.6, p.1018-1025, 2009. MARQUES C. C.; BAPTISTA M. C.; PEREIRA R. M.; VASQUES M. I.; LOPES DA COSTA L. F.; HORTA A. E. M. Influência do sêmen de diferentes touros sobre as taxas de fertilização in vitro e desenvolvimento de embriões em co-cultura. Revista Portuguesa de Zootecnia, Ano II, Nº2 p. 103-110, 1995. PEÑA-ALFARO, C. E. Importância da avaliação andrológica na seleção de reprodutores a campo. Revista Brasileira de Reprodução Animal, v. 35, p. 152-153, 2011. SALVADOR, D. F.; DIAS, J. C.; VALE FILHO, V. R. et al. Perfil andrológico de touros da raça Nelore com três e quatro anos de idade, criados extensivamente em condições do estado do Mato Grosso do Sul. Revista Brasileira de Reprodução Animal, v. 26, p. 64-67, 2002. SARREIRO, L. C.; BERGMANN, J. A. G.; QUIRINO, C. R.; PINEDA, N. R.; FERREIRA, V. C. P.; SILVA, M. A. Herdabilidade e correlação genética entre perímetro escrotal, libido e características seminais de touros Nelores. Arquivo Brasileiro de Medicina Veterinária e Zootecnia, v. 54, n. 6, p. 602-608, 2002. AGRADECIMENTOS O presente trabalho foi realizado com o apoio do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico CNPq Brasil. A Professora Francisca Elda Ferreira Dias e aos criadores de bovinos da região Norte do Tocantins.