STEP TRAINING: EFEITO DA PAUSA PASSIVA E ATIVA NO COMPORTAMENTO DA FREQUÊNCIA CARDÍACA E NA PERCEPÇÃO SUBJETIVA DE ESFORÇO RESUMO:

Documentos relacionados
STEFANI APARECIDA MARCOLINO DOS REIS

STEP AQUÁTICO: sobrecarga metabólica em diferentes tipos de pausas

COMPARAÇÃO DA EFICIÊNCIA DE PAUSAS ATIVAS E PASSIVAS NA REMOÇÃO DE LACTATO EM UM TREINAMENTO. RESUMO

ROTEIRO DA AULA PRÁTICA

A APTIDÃO CARDIORRESPIRATÓRA DE PRATICANTES DE AULAS DE JUMP E RITMOS DE UM MUNICÍPIO DO LITORAL DO RS

INFLUÊNCIA DA ORDEM DO TIPO DE PAUSA NOS PARÂMETROS BIOQUÍMICO DE UM TREINAMENTO INTERVALADO EM HOMENS. RESUMO

COMPOSIÇÃO CORPORAL: análise e comparação entre alunos do ensino fundamental do município de Muzambinho e Guaxupé

DETERMINAÇÃO INDIRETA DA POTÊNCIA AERÓBIA DE MULHERES PRATICANTES DE CICLISMO INDOOR

AVALIAÇÃO DO PICO DE TORQUE ISOCINÉTICO DO QUADRICEPS EM UM TREINAMENTO CONCORRENTE

Prof. Ms Artur Monteiro

A INFLUÊNCIA DA GINÁSTICA DE PAUSA NA ATENÇÃO E CONCENTRAÇÃO DE ALUNOS DO PRONATEC DO IFSULDEMINAS - CÂMPUS MUZAMBINHO RESUMO

RESISTÊNCIA MÉTODOS DE TREINO

EFEITO DA GINÁSTICA LABORAL EM SERVIDORES DO INSTITUTO FEDERAL DO SUL DE MINAS GERAIS CÂMPUS MUZAMBINHO RESUMO

Bioquímica Aplicada ao Exercício Físico e Princípios do Treinamento

EFEITOS DE DOIS PROTOCOLOS DE TREINAMENTO FÍSICO SOBRE O PESO CORPORAL E A COMPOSIÇÃO CORPORAL DE MULHERES OBESAS

RESUMO INTRODUÇÃO: Pessoas com sintomas de ansiedade apresentam maiores níveis de pressão arterial. A presença de ansiedade está associada com as

PREPARAÇÃO FÍSICA NO BASQUETEBOL

Exercícios Aquáticos. Princípios NATAÇÃO. Teste máximo de corrida realizado na água PROGRAMAÇÃO

JUMP VIP: qualidade de vida para praticantes de jump

Fisiologia do Esforço

Testes Metabólicos. Avaliação do componente Cardiorrespiratório

Personalizando seu treinamento. Educação WKO4 Prof. Dr. Fabiano Araujo, médico do esporte

CARACTERÍSTICAS ANTROPOMÉTRICAS E DE APTIDÃO FÍSICA DE ATLETAS DE FUTSAL FEMININO DA CIDADE DE MANAUS

STEP AQUÁTICO: SOBRECARCA METABÓLICA E CARDIOVASCULAR EM DIFERENTES TIPOS DE PAUSAS

Princípios Científicos do TREINAMENTO DESPORTIVO AULA 5

Ergoespirometria. Avaliação em Atividades Aquáticas

FORÇA TIPOS DE FORÇA. Fatores que influenciam a FORÇA. Fatores que influenciam a FORÇA. Fatores que influenciam a FORÇA 25/02/2014

Faculdade de Motricidade Humana Unidade Orgânica de Ciências do Desporto TREINO DA RESISTÊNCIA

6ª Jornada Científica e Tecnológica e 3º Simpósio de Pós-Graduação do IFSULDEMINAS 04 e 05 de novembro de 2014, Pouso Alegre/MG

6ª Jornada Científica e Tecnológica e 3º Simpósio de Pós-Graduação do IFSULDEMINAS 04 e 05 de novembro de 2014, Pouso Alegre/MG

UNIVERSIDADE PRESBITERIANA MACKENZIE CENTRO DE CIÊNCIAS BIOLÓGICAS E DA SAÚDE PLANO DE ENSINO

Pós graduação UFPR Personal Training Programa. Esportes Aquáticos. Cronograma. Esportes Aquáticos Recreacionais. Esportes Aquáticos Amadores

Treinamento Intervalado - TI Recomendações para prescrição do treinamento O 2

TEORIA E METODOLOGIA DO TREINO ESPECÍFICO

CEF CARDIO. CEF Cardio. Prescrição de Treino Cardio-Respiratório. Componentes Sessão de Treino. FITTE Factors Progressão do Treino

TÍTULO: DIFERENTES TEMPOS DE PAUSA ENTRE SÉRIES NO TREINAMENTO DE FORÇA PODEM INDUZIR ALTERAÇÕES NO LOAD?

TRABALHO PESADO. Apostila 09

Como evitar os riscos e aumentar os benefícios??

19 Congresso de Iniciação Científica COMPARAÇÃO DAS RESPOSTAS CARDIOPULMONARES DE MULHERES SUBMETIDAS A EXERCÍCIO DE RESISTÊNCIA DE FORÇA E AERÓBIO

16 Revista Brasileira de Prescrição e Fisiologia do Exercício

PREPARAÇÃO FÍSICA. Qualidades físicas e métodos de treinamento. 30/09/2014 Anselmo Perez

Limiar Anaeróbio. Prof. Sergio Gregorio da Silva, PhD. Wasserman & McIlroy Am. M. Cardiol, 14: , 1964

FISIOLOGIA CARDIORESPIRATÓRIA ENVELHECIMENTO

DISCIPLINA: TREINAMENTO ESPORTIVO II Professor: Paulo César Neves

AVALIAÇÃO DA RESISTÊNCIA AERÓBICA EM JUDOCAS ENTRE 7 E 14 ANOS DA CIDADE DE SANTA MARIA -RS

CIRCUITO FUNCIONAL CONTOURS

Objetivo da aula. Trabalho celular 01/09/2016 GASTO ENERGÉTICO. Energia e Trabalho Biológico

A intensidade e duração do exercício determinam o dispêndio calórico total durante uma sessão de treinamento, e estão inversamente relacionadas.

ASSOCIAÇÃO ENTRE PRESSÃO ARTERIAL E CAPACIDADE FUNCIONAL DE IDOSOS DE UM CENTRO DE ESPECIALIDADES MÉDICAS DE BELO HORIZONTE-MG

Atividade Física e Cardiopatia

Prof. Dr. Bruno Pena Couto Teoria do Treinamento Desportivo. Encontro Multiesportivo de Técnicos Formadores Solidariedade Olímpica / COI

Auditório das Piscinas do Jamor 20 e 21 de Outubro. Fisiologia da Corrida

Prof. Drd. Mauro Guiselini

AVALIAÇÃO DO CAVALO ATLETA EM TESTES A CAMPO

6ª Jornada Científica e Tecnológica e 3º Simpósio de Pós-Graduação do IFSULDEMINAS 04 e 05 de novembro de 2014, Pouso Alegre/MG

Laboratório de Investigação em Desporto AVALIAÇÃO E CONTROLO DO TREINO 2014

TEORIA E PRÁTICA DO TREINAMENTO TREINAMENTO PRINCÍPIOS PIOS CIENTÍFICOS DO TREINAMENTO AULA 2

INFLUÊNCIA DA CAMINHADA ORIENTADA EM PARÂMETROS FISIOLÓGICOS E PERCEPÇÃO DA QUALIDADE DE VIDA DE IDOSOS 1

Ergonomia Fisiologia do Trabalho. Fisiologia do Trabalho. Coração. Módulo: Fisiologia do trabalho. Sistema circulatório > 03 componentes

Tabela I Resumo dos estudos incluídos (n = 8). Autor Ano Método Objetivo Protocolo Resultado Babu et al. [15]

Portal da Educação Física Referência em Educação Física na Internet

Avaliação da composição corporal de acadêmicos dos cursos de educação física e nutrição

RESUMO. Palavras-chave: Pressão arterial. Alteração cardíaca. Atividade física. Fisioterapia cardiorrespiratória. INTRODUÇÃO

ESTRESSE E SONOLÊNCIA DIURNA DOS SERVIDORES DO INSTITUTO FEDERAL DO SUL DE MINAS- CÂMPUS MUZAMBINHO RESUMO

Universidade Estadual do Norte do Paraná UENP

28/10/2016.

STEP TERRESTRE E STEP AQUÁTICO: DIFERENÇAS METABÓLICAS E CARDIORRESPIRATÓRIAS

Métodos de Treino da Resistência. António Graça

Disciplina: Avaliação da Adaptação Muscular ao Treinamento de Força: Métodos Indiretos

PRODUÇÃO DE FORÇA MUSCULAR COM E SEM ESTÍMULO INTRÍNSECO EM HOMENS TREINADOS

Prescrição de exercício para cardiopatas

COMPORTAMENTO DO PICO DE TORQUE EM UM TREINAMENTO AQUÁTICO FRENTE A DIFERENTES VELOCIDADES DE EXECUÇÃO RESUMO

ADAPTAÇÃO DO SPECIAL JUDO FITNESS TEST PARA O KARATE: UM ESTUDO COM ATLETAS DA SELEÇÃO BRASILEIRA.

RESUMO. Palavras-chave: Acadêmicos de fisioterapia. Frequência cardíaca. Bicicleta ergométrica. Atividade física. INTRODUÇÃO

Bianca R. TOBIAS 1 ; Guilherme A. SILVA 1 ; Renato A. SOUZA 2 ; Wonder P. HIGINO 2 ; Fabiano F. SILVA 2

RELAÇÃO ENTRE O NOVO ÍNDICE DE ADIPOSIDADE CORPORAL COM O ÍNDICE DE MASSA CORPORAL EM CRIANÇAS. Ivair Danziger Araújo

IMPACTO DO IMC SOBRE O DESEMPENHO MOTOR EM ATIVIDADES COM PREDOMINÂNCIA AERÓBIA DE MULHERES ACIMA DE 40 ANOS

ANEXO I ESCALA DE PERCEPÇÃO SUBJETIVA DE ESFORÇO

AUTONOMIA FUNCIONAL: COMPARANDO IDOSOS PRATICANTES DE ATIVIDADES AQUÁTICAS E TERRESTRES

Movimentação Física e Prática de Esportes: Eu quero mas não consigo e se consigo, quero mais

ADAPTAÇÕES CRÔNICAS AO EXERCÍCIO EXCÊNTRICO EM DIFERENTES VELOCIDADES DE EXECUÇÃO DO MOVIMENTO RESUMO

Avaliação do VO²máx. Teste de Esforço Cardiorrespiratório. Avaliação da Função Cardíaca; Avaliação do Consumo Máximo de O²;

Fases de uma Periodização 23/8/2010. Processo de Recuperação Fosfagênio Sist. ATP-CP. 1 Macrociclo = 6 meses Jan. Fev. Mar. Abr. Mai. Jun.

APTIDÃO FÍSICA. Composição Corporal. Aptidão. A aptidão relacionada a saúde inclui os seguintes componentes: Aptidão

COMPARAÇÃO DA FORÇA DE PREENSÃO MANUAL ENTRE A MÃO DOMINANTE E A MÃO NÃO DOMINANTE EM SEDENTÁRIOS RESUMO

10º Congreso Argentino y 5º Latinoamericano de Educación Física y Ciencias

RESPOSTAS FISIOLÓGICAS EM AULAS DE GINÁSTICA AERÓBIA: UMA REVISÃO INTEGRATIVA DA LITERATURA EM LÍNGUA PORTUGUESA

Caracterização antropométrica, maturacional e funcional de jovens atletas mirins feminino de atletismo.

NÍVEL DE CONDICIONAMENTO AERÓBIO VO ² MÁXIMO EM PROFESSORES DE EDUCAÇÃO FÍSICA.

25/05/2017. Avaliação da aptidão aeróbia. Avaliação da potência aeróbia. Medida direta do consumo máximo de oxigênio Ergoespirometria (Padrão-ouro)

VO 2MÁX de judocas estimado pelo Teste de Cooper nas faixas marrons e pretas do Distrito Federal.

Revista Brasileira de Prescrição e Fisiologia do Exercício ISSN versão eletrônica

Avaliação da Aptidão Cardiorrespiratória

USO DO NINTENDO WII COMO FERRAMENTA DE TREINAMENTO DA FUNCIONALIDADE, EQUILÍBRIO E QUALIDADE DE VIDA EM IDOSOS

ESTRUTURA E PREPARAÇÃO DO TREINAMENTO RICARDO LUIZ PACE JR.

XII ENCONTRO DE EXTENSÃO, DOCÊNCIA E INICIAÇÃO CIENTÍFICA (EEDIC)

AVALIAÇÃO DA FORÇA MUSCULAR FORÇA MUSCULAR 13/06/2017. Disciplina Medidas e Avaliação da Atividade Motora 2017 AGILIDADE POTÊNCIA MUSCULAR

PROGRAMA INTEGRADO PARA A TERCEIRA IDADE (PITI) DA UNIJUÍ: EXERCÍCIO FÍSICO E QUALIDADE DE VIDA 1. Susana Da Silva De Freitas 2.

FIEP BULLETIN - Volume 82 - Special Edition - ARTICLE I (

Qualidades Físicas Básicas na Canoagem para Iniciantes

Transcrição:

STEP TRAINING: EFEITO DA PAUSA PASSIVA E ATIVA NO COMPORTAMENTO DA FREQUÊNCIA CARDÍACA E NA PERCEPÇÃO SUBJETIVA DE ESFORÇO Stefani. A. M.dos. REIS 1 ; Diana. M. CARVALHO 2 ; Erica. C. da. COSTA 3 ; Leticia. A. C. SPOSITO 4 ; Paula. A. LIMA 5 ; Daniela. G. M. BUENO 6; Renato. A. SOUZA 7 ; Wagner. Z. de. FREITAS 8 ; Elisângela.SILVA 9 RESUMO: O objetivo desse estudo foi comparar o efeito da pausa passiva (PP) e da pausa ativa (PA) durante uma sessão de Step Training no comportamento da frequência cardíaca (FC) e na percepção subjetiva de esforço (PSE). A amostra foi composta por oito voluntárias de 29,3±8,1 anos. O treinamento foi divido em dois momentos: 1º utilizando a PP e 2º utilizando PA. O delineamento do estudo seguiu a da seguinte sequência: 1. repouso durante 5 min e coleta de FC e PSE respectivamente; 2. logo após, iniciou-se o treinamento por 20 mim, coletando-se FC e PSE a cada 3 mim; 3. realizou-se PP durante 9 mim, sendo coletados a cada 3 mim a FC e PSE; 4. após a PP os sujeitos realizaram o mesmo treinamento do momento 2 até a exaustão; 5. 72 horas após todo o procedimento foi realizado novamente, entretanto foi utilizada a PA. Os resultados demostraram que não houve diferenças significativas para p<0,05 na PSE em todos os momentos de coleta quando comparada a PP e PA. Na FC, somente no instante Recuperação 3 a FC apresentou-se significativamente superior na PA quando comparada com a PP (p<0,05). Conclui-se que para esta amostra a PP e a PA não foram capazes de promover alterações significativamente diferentes na FC e na PSE. INTRODUÇÃO Liz (2010) ao citar Rojas (2003) relata que as academias de ginásticas são compreendidas como centros de condicionamento físico que oportunizam a 1 Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Sul de Minas Gerais Câmpus Inconfidentes. Inconfidentes/MG, email: joseluiz.pereira@ifs.ifsuldeminas.edu.br; 2 Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Sul de Minas Gerais Câmpus Inconfidentes. Inconfidentes/MG, email: sindynara.ferreira@ifs.ifsuldeminas.edu.br; 3 Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Sudeste de Minas Câmpus Barbacena. Barbacena/MG, email: marcos.ribeiro@ifs.ifsuldeminas.edu.br.

orientação para a prática de programas de exercícios regulares. Como exemplo, observamos na década de 90 a ascensão do Step Training nas academias brasileiras, sendo considerado como o substituto da ginástica aeróbica, tornando-se assim uma das modalidades mais praticadas, devido ao seu menor impacto quando comparado com os exercícios aeróbicos tradicionais da época (GUISELINI, 2007). Segundo Guiselini (2007) ao analisar a exaustão do indivíduo na atividade de alta intensidade é preciso utilizar técnicas para monitorar o exercício cardiorrespiratório, tais como a frequência cardíaca (FC) e a percepção Subjetiva de Esforço (PSE). A FC é a variável mais utilizada no controle de intensidade e do esforço, durante o exercício físico (GRAEF, 2006). No entanto, para Assumpção (2008) o PSE apresenta-se também como um bom indicador de intensidade do esforço físico. Na pausa ativa são realizados exercícios de baixa intensidade e na pausa passiva é adotada uma inatividade completa entre a execução dos esforços de alta intensidade (IDE et al. 2010). Assim, este estudo tem por objetivo comparar o efeito da pausa passiva e da pausa ativa durante uma sessão de Step Training no comportamento da frequência cardíaca e na percepção subjetiva de esforço. MATERIAIS E MÉTODOS Amostra: foram selecionadas oito voluntárias do projeto de extensão Fitness ViP, do curso de Educação Física do IFSULDEMINAS - Câmpus Muzambinho, a pelo menos seis meses. O grupo apresentava idade média de 29,3±8,1 anos, estatura de 1,63±0,1m., e massa corporal de 67,6±5,6 kg. Protocolo: inicialmente realizou-se o teste de Conconi (1982) para determinação da FC de limiar, e após definido o limiar, na semana seguinte, as voluntárias iniciaram a familiarização com o Step training durante quatro sessões com duração de 50 minutos cada, com uma música de 165 bpm de cadência. O treinamento foi divido em dois momentos: o primeiro com realização da pausa passiva (PP) e segundo fazendo-se uso da pausa ativa (PA) com um intervalo mínimo de 72 horas entre as intervenções. Observando a Figura 1, verifica-se que o treinamento se configura nos

seguintes procedimentos: a) repouso: as voluntárias permaneceram em repouso por 5 minutos, e ao fim desse tempo foram coletados a frequência cardíaca (FC), percepção subjetiva de esforço (PSE); b) aquecimento: durante 5 minutos as voluntárias aqueceram com uma música com 140 bpm, com movimentos pré definidos: chute, flexão, elevação de joelho simples e o passo básico (sobe e desce). No final desta fase coletou-se a FC e a PSE; c) treinamento: foi composto por quatro movimentos básicos do Step Training, seguindo-se a seguinte ordem: chute, flexão, extensão tripla e o X. O Treinamento 1 foi realizado com uma música de 165 bpm, com duração de 20 minutos, sendo coletados nesse período a FC e a PSE em intervalos de cinco minutos até o décimo quinto minuto, d) Pós-treinamento 1: ao fim do Treinamento 1, no vigésimo minuto fez-se a coleta de FC e da PSE, na sequência as voluntárias fizeram uma pausa passiva (PP) com duração de nove minutos. A cada três minutos coletaram-se novamente FC e a PSE ; e) Treinamento 2 (até a exaustão): após a PP, as voluntárias deviam realizar o treinamento novamente até a sua exaustão e a cada 3 minutos foram coletados a FC e a PSE; f) Pós-treinamento 2: após a exaustão, ou seja, ao final do máximo de tempo que as voluntárias permaneceram na atividade (exaustão), foram coletado a FC e a PSE. FIGURA 1 - Delineamento do estudo Legenda: PP: pausa passiva; PA: pausa ativa. Para o treinamento em Pausa Ativa (PA) realizou-se os mesmos procedimentos realizados na PP, no entanto, durante a recuperação ativa (RA) as voluntárias continuaram realizando atividades características do Step Training, como: chute, flexão, extensão tripla e o X, assim como na PP por nove minutos. Contudo, respeitou-se a zona de FC de 25 a 30% abaixo do limiar obtido no teste de Conconi

(1982). Análises estatísticas: para análise estatística utilizou-se do teste de Shapiro Wilk para determinação da normalidade da amostra, o teste t para amostras independentes, o teste da ANOVA e o post hoc de Tukey, calculados através do pacote estatístico Statistical Package for the Social Sciences (SPSS) versão 20. RESULTADOS E DISCUSSÕES Inicialmente, vale destacar que todas as variáveis estudadas apresentaram uma distribuição classificada como normal para p>0,05 de acordo com os resultados do teste Shapiro Wilk. A Figura 1 apresenta os resultados da FC nos distintos momentos da coleta. FIGURA 1 - FC antes, durante e após as pausas passiva e ativa. Legenda: significativo para p<0,05, quando comparados o repouso com o Pós-treinamento 1 e 2; significativo para p<0,05, quando comparados o pós-treinamento 1 com os momentos de recuperação; * significativo para p<0,05, quando comparado os momentos analisados entre os tratamentos PP e PA. Primeiramente observa-se que a FC nos momentos Pós-treinamento 1 e 2 foi significativamente superior (p<0,05) quando comparada com a FC de repouso (figura 1). Durante a PP, nos instantes 3, 6 e 9 da recuperação foi observada uma redução significativa para p<0,05 da FC quando comparada com o Pós-treinamento 1. O mesmo comportamento foi encontrado na PA (figura 1).

Ainda na figura 1, analisando-se os momentos de coleta, verifica-se que somente no instante Recuperação 3 a FC apresentava-se significativamente superior na PA quando comparada com a PP (p<0,05), sendo que a FC da PA foi 13% superior a FC da PP. No entanto podemos determinar esse valor devido a PA em nosso treinamento ser realizada na zona da FC de 25 a 30% abaixo do limiar obtido no teste de Conconi (1982). Para Furtado, Simão e Lemos (2004) e Vendrusculo et al. (2004), a FC (figura 1) e a PSE (figura 2) são indicadores fisiológicos que podem ser utilizados como marcadores das alterações orgânicas sofridas pelo corpo, quando este é submetido ao estresse e ao esforço. De acordo com Paula (2008) os treinamentos intervalados têm um grande predomínio do metabolismo anaeróbio e a realização de atividades moderadas durante os intervalos de repouso não são superiores a 50% do VO²máx e com uma frequência cardíaca, entre 140 a 150 bpm. FIGURA 2 - PSE antes, durante e após as pausas passiva e ativa Legenda: significativo para p<0,05, quando comparados o Pós-aquecimento com o Pós-treinamento 1 e 2; significativo para p<0,05, quando comparados o pós-treinamento 1 com os momentos de recuperação; significativo para p<0,05, quando comparado os momentos analisados entre os tratamentos PP e PA. A figura 2 apresenta os resultados para a PSE em ambas as intervenções, com a PP e com a PA. O PSE nos instantes Pós-treinamento 1 e 2 foram significativamente superiores ao momento Pós-aquecimento (p<0,05). Durante a PP, em todos os instantes e na PA no instante Recuperação 9 ocorreu uma redução significativa (p<0,05) na PSE quando comparada com os valores médios do Pós-treinamento (figura 2). A percepção subjetiva de esforço (PSE) pode ser definida como uma variável

psicofísica resultante de feedbacks, portanto a PSE é um dos métodos de mensurar as sensações de fadiga em relação às adaptações fisiológicas, que aumentam com a intensidade dos exercícios (SMIRMAUL, 2009). Sob a ótica de análise intergrupos, observa-se que não houve diferenças significativas entre os grupos PP e PA, pressupondo uma igualdade na percepção da intensidade da atividade, independente do tipo de pausa utilizado. Apesar da igualdade no comportamento das variáveis, vale destacar que o grupo PA alcançou um tempo de exaustão 70,8% superior ao tempo alcançado pelo grupo PP no Treinamento 2. CONCLUSÕES Os resultados do estudo mostraram que não houve diferença significativa na FC e PSE para p<0,05 entre os grupos da PP e PA, exceto para FC no momento da Recuperação 3. Contudo, um achado interessante foi que o tempo de exaustão foi superior quando realizado a PA no Step Training. Ao final deste estudo, sugere-se que para um melhor entendimento da FC e PSE na prática do Step Training, sejam realizados mais estudos, utilizando outros marcadores de intensidade, diferentes cadências musicais e um maior número de voluntários. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ASSUMPÇÃO, C. O. Controle da intensidade progressiva de exercícios localizados em mulheres idosas por meio da percepção subjetiva de esforço (borg). Revista da Educação Física /uem, Maringá, v. 19, n. 1, p.33-39, 10 mar. 2008. FURTADO, E; SIMÃO, R; LEMOS, A. Análise do consumo de oxigênio, frequência cardíaca e dispêndio energético, durante as aulas do Jump Fit. Revista Brasileira de Medicina do Esporte, Niterói, v. 10, n. 5, p.371-375, 4 jul. 2004. GRAEF, F. I.; KRUEL, L. F. M. Frequência cardíaca e percepção subjetiva do esforço no meio aquático: diferenças em relação ao meio terrestre e aplicações na prescrição do exercício uma revisão. Revista Brasileira de Medicina do Esporte, Niterói, v. 12, n. 4, p.221-228, 2006. GUISELINI, M.. Exercícios Aeróbicos- Teoria e Prática no treinamento Personalizado e em Grupos. São Paulo: Phorte Editora, 2007. 373 p. IDE, B. N.; LOPES, C. R.; SARRAIPA, M. F.. Fisiologia do treinamento esportivo: força, potência, velocidade, resistência, periodização e habilidades

psicológicas. São Paulo: Phorte Editora, 2010. 283 p. LIZ, C. M. et al. Aderência à prática de exercícios físicos em academias de ginástica. Motriz Revista de Educação Física, v. 16, n. 1, p.181-188, 5 mar. 2010. PAULA, A. C. F.; ALONSO, D. O. Treinamento intervalado no treinamento aeróbio ou anaeróbio. Revista Brasileira de Ciências da Saúde, São Caetano do Sul, v. 15, n. 2, p.59-65, 20 jan. 2008. SMIRMAUL, B. P. C. et al. O nível de treinamento não influência a percepção subjetiva de esforço durante um teste incremental. Revista Brasileira de Cineantropometria & Desempenho Humano, Campinas, v. 12, n. 3, p.159-163, 2009.