A ECONOMIA SOLIDÁRIA PRECISA ORGANIZAR SEU BRAÇO FINANCEIRO.

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Transcrição:

A ECONOMIA SOLIDÁRIA PRECISA ORGANIZAR SEU BRAÇO FINANCEIRO. ¹Dayvid Souza Santos Ao passar dos tempos, as mutações do capital, percorrem um caminho para a concentrar suas ações no mercado financeiro. Como consequência, a chamada financeirização do capital tem absorvido a maior parte da riqueza, em detrimento da que é gerada no processo produtivo. Se por um lado os conglomerados financeiros passam a realizar uma concentração brutal da riqueza, por outro a indústria perde força. Isso permite afirmar que uma faixa expressiva da população não conseguirá emprego. A informalidade deixa de ser transitória, passandoa ser estrutural. Já os operários assalariados passarão a ser submetidos mais intensamente a processos precarizantes. O intuito é reduzir ainda mais o custo de reprodução da força de trabalho, e permitir que o capital recomponha seus níveis de taxa de lucro, aumentando sua reprodução. Segundo Marx, a fórmula: D-M-D (dinheiro / mercadoria / dinheiro) representa de forma simples o processo de reprodução do capital em seu conjunto. Ao analisar a composição capital-dinheiro, capital-mercadoria e capital produtivo, ele afirma: O processo global é, de fato, a unidade dos três ciclos, que são as diferentes formas em que se expressa a continuidade do processo. O ciclo global apresenta-se para cada forma funcional do capital como seu ciclo específico e cada um desses ciclos condicionam na verdade a continuidade do processo global; o circuito de uma forma funcional determina o outro. É uma condição necessária para o processo de produção global, especialmente para o capital social, que ele seja ao mesmo tempo processo de reprodução e portanto, ciclo de cada um de seus momentos. (MARX, 1983b:77) Assim, Marx demonstra a relação mútua do capital entre si, e como os diversos fragmentos deste capital percorrem continuamente os diferentes estágios e formas funcionais. Não podemos esquecer que para Marx o processo de trabalho é um meio para o qual as pessoas sustentam suas vidas.este fator ocorre quando o trabalhador vende sua força de trabalho e, Mestrando em Engenharia Industrial pela UFBA, Coordenador de Formação da Superintendência de economia Solidária da Secretaria do Trabalho da Bahia.

ao vendê-la, ocorre a valorização do capital. É dela que o capitalista extrai a mais-valia. Em geral, toda riqueza provém da extração da mais-valia, e esta por sua vez, só é possível existir no processo concreto da produção de mercadorias. Outro componente importante para a garantiadesta evolução do capitalismo com alta extração da mais valia, e necessário ao circuito de reprodução do Capital, é o crédito.segundo Marx, este se reproduz na lógica do capital portador de juros (D - D). É aíque os setores da economia popular e Solidária, junto com as organizações representativas dos trabalhadores, devem atuar fortemente com práticas e princípios baseadas na solidariedade, integração, autogestão, participação e respeito mútuo. Só a materialidade destes princípios, segundo Marx, representa a primeira cisão no modo de produção capitalista. Porém, a economia popular e solidária, mesmo criando mecanismos de produção material da vida contrário a este sistema analisado por Marx, não impede que estes segmentos reproduzam as mais diversas imperfeições do capitalismo. No entanto, dentro destas corporações está excluída a diferença entre o capital e o trabalho. Dessa forma podemos entender a Economia Popular e Solidária, a partir de Marx, como uma forma de transição do modo capitalista de produção para o modo de produção associado. Para as EPS e organizações representativas da classe dos trabalhadores seguirem o caminho da transição para o trabalho associado, e a luta por mudanças para uma nova sociedade, de forma robusta, é preciso organizar seu setor financeiro nos marcos do capitalismo.o controle político deste processo deverá se dar através do conjunto de organizações sociais, incluindo empreendedores familiares e as múltiplas empresas que compõem os pequenos e micro empresários. Isto é possível através da organização de Cooperativas de Crédito. Ao analisar o crédito, Marx diz: Sem o sistema fabril oriundo do modo capitalista de produção não se poderia desenvolver a fábrica cooperativa, e tão pouco poderia ocorrer sem o sistema creditício que surge do mesmo modo de produção. Este último, assim como constitui a base principal para a paulatina transformação das ações, oferece também os meios para a paulatina expansão das cooperativas (MARX, 1981: 568).

Assim, Marx nos revela a importância do crédito como forma de expansão da Economia Popular e Solidária. Estas cooperativas, dirigidas por esses atores, permitirão que o dinheiro que antes saíadas mãos dos banqueiros para os pequenos comerciantes, cooperativas de produção e outros ramos da pequena economia, para ser aplicado/investido na sua atividade produtiva ou comercial, saia a partir das mãos dos próprios trabalhadores através da Cooperativa de Crédito. Em relação aos sindicatos de trabalhadores, na sua maioria poupam ou aplicam seus recursos em instituições financeiras privadas ou públicas. Diferente disso precisam redirecionar suas finanças para uma cooperativa de crédito, cujos princípios igualem-se aos citados acima. Essas ações associadas, garantirão a reprodução ampliada do capital, mas não mais sob o controle do capitalista e sim da classe trabalhadora. Como consequência, parte da mais valia será distribuída em partes proporcionais aos cooperados, permitindo uma luta de maior consistência contra o domínio capitalista. Segundo análise do jornal Monitor Mercantil, entre as 50 maiores instituições bancárias do mundo, encontram-se cinco bancos cooperativos, são eles: Rabobank (Holanda), China Construction Bank (China), Agricultural Bank of China (China) Bank of China (China) e Deutsche Bank (Alemanha). Exemplo atual da dimensão e importância dessas organizações para os trabalhadores, e pequenas economias, é que, na América do Norte, cerca de 50% da população economicamente ativa está associada a alguma cooperativa financeira. Na Europa, o destaque vai para a França, sendo um dos países com maior expressão no cooperativismo financeiro, movimentando mais de US$ 4 trilhões em ativos. Na América Latina, 32% do mercado financeiro do Paraguai está representado pelas cooperativas de Crédito. O mesmo jornal afirma ainda que, no Brasil, mais de 7,5 milhões de pessoas optaram em estar cooperado a uma das mais de 1.100 cooperativas de crédito. A rede de atendimento deste segmento no Brasil é a segunda maior, com 19% do total das agências bancárias. O total da soma das cooperativas de Crédito no Brasil ocupa a sexta posição no ranking em volume de ativos, com cerca de R$ 221,8 bilhões. Estes dados deixam mais claro a importância da organização do lado financeiro pelos segmentos econômicos sociais e representativos da classe operária.

Contraditoriamente, os excluídos do capitalismo dificilmente terão condições de se reproduzir materialmente. Ou seja, não terão suas necessidades básicas de existência realizadas. Logo, eles não possuirão as condições de se juntar, formar redes, serem empreendedores e promoverem a luta pelo surgimento de uma sociedade justa e solidária. Mesmo que, em algum momento, alguma comunidade ou região consiga estabelecer um determinado modelo de desenvolvimento local/regional, endógeno e sustentável nos termos de Franco (2002), Zapata (2006) e Buarque (2006), esse feito não resolverá o problema da sociedade no capitalismo, mas apenas daquela determinada região e/ou local, transformando-os em ilhas econômicas, sendo outro desafio a ser superado.

REFERENCIAS: BUARQUE, S. C. Construindo o desenvolvimento local sustentável. Rio de Janeiro: Garamond, 2006. CHESNAIS, François. A mundialização do Capital. São Paulo: Xamã, 1996. ENGELS, Frederich. A situação da classe trabalhadora na Inglaterra. SãoPaulo: Boitempo,2008. FRANCO, A. Pobreza & desenvolvimento local = pobreza & desarrollo local. Brasília:ARCA Sociedade do Conhecimento, 2002. MARX, Karl. El Capital: El processo de produccion del capital (libro primeiro). 9ºed. México, Siglo XXI Editores.1981, 3º vol. MARX, K. O Capital: crítica da economia política. Livro primeiro, tomo1. SãoPaulo: Abril Cultural, 1983a. MARX, K. O Capital: crítica da economia política. Livro segundo. São Paulo: Abril Cultural, 1983b. MARX, K. O Capital: crítica da economia política. Livro terceiro, tomo 1. São Paulo: Abril Cultural, 1983c. Monitor Mercantil: Cinco cooperativas de crédito estão entre 50 maiores bancos do mundo. https://monitordigital.com.br/cinco-cooperativas- de-crudito-estuo-entre-50- maiores- bancos-do-mundo/ Acesso em 10 de Julho de 2017. ZAPATA, T. Desenvolvimento econômico local: desafios, limites e possibilidades. In: IADH,Instituto de Assessoria para o Desenvolvimento Humano. Desenvolvimento local: trajetórias e desafios. Recife: IADH, 2006. p.15-28.