MEDICICINA BASEADA EM EVIDÊNCIAS AVALIAÇÃO DE TECNOLOGIA EM SAÚDE



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Transcrição:

MEDICICINA BASEADA EM EVIDÊNCIAS AVALIAÇÃO DE TECNOLOGIA EM SAÚDE Sumário das evidências e recomendações para utilização de MONITORAÇÃO NEUROFISIOLÓGICA INTRAOPERATÓRIA em cirurgia de coluna.

MÉTODO DE REVISÃO DA LITERATURA Estratégia de busca da literatura e resultados 1. Busca de avaliações e recomendações referentes à utilização monitoração NEUROFISIOLÓGICA INTRAOPERATÓRIA, por entidades internacionais reconhecidas em avaliação de tecnologias em saúde: National Institute for Clinic Excelence (NICE) Canadian Agency for Drugs and Technologies ins Helatch (CADTH) National Guideline Clearinghouse (NGC) 2. Busca de revises sistemáticas e metanálises (PUBMED, Chorane e Sumsearch) 3. Busca de ensaios clinicos randomizados que não sejam contemplados nas avaliações ou metanálises identificadas anteriormente (PUBMED e Cochrane). Havendo metanálises e ensaios clínicos, apenas estes serão contemplados. 4. Na ausência de ensaios clínicos randomizados, busca e avaliação da melhor evidencia disponível: estudos não-randomizados ou não-controlados (PUBMED) NÍVEIS DE EVIDÊNCIAS: a)- Resultados derivados de múltiplos ensaios clínicos randomizados ou de metanálises ou revisões sistemáticas. b)- Resultados derivados de um único ensaio clínico randomizado, pequenos ensaios clínicos de qualidade limitada, ou de estudos controlados não randomizados. c)- Recomendações baseadas em séries de casos ou diretrizes na opinião de especialistas. 1. DESCRIÇÃO DA TECNOLOGIA A Monitorização Neurofisiológica Intraoperatória (MNIO) é técnica de Neurofisiologia Clínica que utiliza os exames de Eletroencefalografia (EEG), Eletromiografia (EMG), Condução Nervosa (CN), Potenciais Evocados (PE), e algumas vezes Doppler Transcraniano (DTC) para oferecer informações em tempo real sobre o funcionamento do sistema nervoso durante procedimento cirúrgico. A MNIO consta do Rol de Procedimentos Médicos da Agência Nacional de Saúde e da tabela de honorários médicos a Classificação Brasileira Hierarquizada de Procedimentos Médicos. A MNIO é também chamada por diversos outros nomes: estimulação de nervos, potenciais evocados intraoperatórios, monitoração por potenciais evocados, entre outros.

A MNIO tem como objetivo a identificação em tempo real do funcionamento inadequado do sistema nervoso no decorrer de uma cirurgia, cabendo ao médico que a realizará o planejamento e a execução dos exames escolhidos. A interpretação dos exames depende da análise dos riscos e possíveis complicações médicas dos atos operatórios, mas também do conhecimento fundamental de clínica neurológica, neurofisiologia básica e neurofisiologia clínica. Muitas vezes esta interpretação implica em imediata intervenção terapêutica, seja suspendendo o ato cirúrgico, seja introduzindo manobras e medicamentos com o objetivo de retomar a função normal, enquanto ainda é possível fazê-lo. A documentação, como qualquer outro exame deve ser feita através de laudo médico descrevendo o material utilizado, as técnicas utilizadas, o procedimento, as intercorrências e as medidas tomadas com o desfecho em cada situação, bem como o prognóstico ao final do procedimento, quando possível. Considerando o acima disposto, bem como o entendimento da Câmara Técnica de Neurologia do CREMESP, concluímos que: 1. A MNIO é um ato médico, cabendo ao médico responsável o seu planejamento, execução, interpretação e documentação em laudo datado e assinado, com o seu CRM. 2. O profissional médico que realiza a MNIO deve possuir capacitação profissional adequada à sua realização, sendo vedada a divulgação de especialidade ou área de atuação que não estiver registrada no CRM local. 3. O médico cirurgião não pode assumir a responsabilidade pela MNIO, pois sua atenção deve estar toda voltada a seu ato cirúrgico. 4. A MNIO não pode ser realizada por qualquer profissional não médico. 5. A MNIO não pode ser realizada por telemedicina ou monitoração remota, sob qualquer circunstância, sendo indispensável a presença do médico que a realiza na sala onde ocorre o ato cirúrgico monitorado. A equipe cirúrgica e diretores clínicos dos hospitais não podem se omitir quanto à formação da pessoa que realiza a MNIO, pois no Código de Ética Médica, Capítulo III: É vedado ao médico: CAPÍTULO III RESPONSABILIDADE PROFISSIONAL Art. 1º - Causar dano ao paciente, por ação ou omissão, caracterizável como imperícia, imprudência ou negligência.

Parágrafo único A responsabilidade médica é sempre pessoal e não pode ser presumida. Art. 2º - Delegar a outros profissionais, atos ou atribuições exclusivos da profissão médica. Art. 19. Deixar de assegurar, quando investido em cargo ou função de direção, os direitos dos médicos e as demais condições adequadas para o desempenho éticoprofissional da Medicina. Este é o nosso parecer, s.m.j. Conselheiro Luiz Alberto Bacheschi

Custos da tecnologia A Tabela 1 descreve o material utilizado durante a intra-operatória de cirurgias de coluna e a estimativa de custo: Kit SMANT Espinal consignado com equipamento dedicado e mão de obra especializada para Monitorização Intra Operatória Exemplo de demonstração do Kit Material Quant. Registro na ANVISA Eletrodo de agulha monopolar descartável em espiral (Cork Screw) medindo 0,60x3,8mm com cabo de 150cm e conector de segurança Touch Proof. Eletrodo de agulha monopolar descartável medindo 0,40x13mm com cabo entrelaçado de 150cm e conector de segurança Touch Proof. Sonda estimuladora monopolar descartável com ponta reta de 45mm e cabo de 250cm e concetor de segurança Touch Proof. Eletrodo de superfície auto adesivo de Ag/AgCl descartável medindo 20x25mm e cabo de 150cm com conector de segurança Touch Proof. Especificamente neste caso R$ 7.000,00 Fonte: Spes Medica Brasil Ltda 6 80164969001 30 80164969001 1 80164960014 4 80164960003 2. CONDIÇÃO CLÍNICA Procedimentos cirúrgicos de coluna vertebral, como correção de escoliose e neurocirurgias medulares, possuem risco de lesões medulares permanentes e transitórias, sendo a ocorrência de paraparesia, paraplegia e quadriplegia, complicações pós-operatórias relacionadas a estes procedimentos. Os danos medulares podem ocorrer por estiramento excessivo da medula espinhal, compressão direta e trauma durante a instrumentação cirúrgica, ou por interferências no fluxo sanguíneo medular. Devido aos riscos associados ao procedimento, nos últimos anos, vêm se difundindo técnicas de avaliação contínua da função medular intra-operatórias. O principal objetivo da é a rápida identificação de modificações neurofisiológicas induzidas pelo procedimento cirúrgico, permitindo a sua pronta correção, antes que uma lesão neurológica irreversível ocorra. 3. RECOMENDAÇÃO QUANTO AO USO DE MONITORIZAÇÃO NEUROFISIOLÓGICA INTRAOPERATÓRIA EM CIRURGIAS DE COLUNA Objetivo Avaliar se há evidências de benefícios associados ao uso de neurofiosiológica intraoperatória (MNIO), através de sistema multimodal de

acompanhamento neurofisiológico transcirúrgico, em cirurgias de coluna. Esta avaliação buscou responder as seguintes perguntas: 1) A MNIO é acurada em predizer déficits neurológicos pós-operatórios em pacientes submetidos à cirurgia de coluna? 2) A utilização de MNIO durante a realização de cirurgias de coluna aumenta a segurança do paciente? Resultados Avaliações em tecnologias em saúde e recomendações nacionais e internacionais Diretriz da Academia Americana de Neurologia e da Sociedade Americana Neurofisiologia Clínica: Atualização de Diretriz baseada em evidência: de Monitorização intraoperatória de cirurgia de coluna com potencial evocado somatosensório e elétrico motor transcranial. Baseada em revisão sistemática realizado por um painel de especialistas, publicada em 2012. Diretriz da Academia Americana de Neurologia e da Sociedade Americana de Neurofisiologia Clínica (2012): concluem que a neurofisiológica intraoperatória é efetiva em predizer aumento de risco de desenvolvimento de paraparesias, paraplegia e quadriplegia em cirurgias de coluna. Recomendam que os cirurgiões e equipe cirúrgica estejam alertas para aumento de risco de eventos neurológicos adversos graves em pacientes com alterações importantes na intra-operatória. Ressaltam, entretanto, que não existem estudos em humanos que tenham mensurado diretamente a eficácia da em evitar as complicações cirúrgicas. Resultados da busca da literatura: síntese dos estudos metodologicamente mais adequados Estudos observacionais que avaliaram menos de 10 pacientes não foram descritos. Estudo Material e Método Desfechos Resultados Nuwer, 2012 Revisão sistemática N = 4 coortes prospectivas e 8 estudos de caso controle População: 3397 pacientes submetidos a neurociurgia e cirurgias de aorta. Taxa de paraparesia, paraplegia e quadriplegia em pacientes com PEs alterados durante intraoperatória Intervenção: intraoperatória da função neural através da avaliação de potenciais evocados somatosensoriais e motores (PE) As taxas de paraparesia, paraplegia e quadriplegia foram maiores em pacientes com alterações nos potenciais evocados durante a intraoperatória, quando comparados aos pacientes que não apresentaram alterações - todos os casos de complicações ocorreram em pacientes com alterações na, nenhum caso ocorreu

em pacientes na qual a foi normal: 16% a 40% dos casos de pacientes com alterações nos PEs desenvolveram paraparesias, paraplegia ou quadriplegia. Comentários: Revisão realizada até abril de 2008. Estudos incluídos: Cunningham 1987, Sutter 2007, Costa 2007, Weinzierl 2007, Etz 2006, May 1996, Lee 2006, Pelosi 2002, Hilibrand 2004, Jacobs 2000, Langeloo 2003, Khan 2006. Fehlings, 2010 Revisão sistemática N = 32 estudos (dos quais 26 retrospectivos) População: 10269 pacientes adultos submetidos à cirurgia de coluna Intervenção: intraoperatória (MNIO) com potenciais evocados somatossensoriais (PESS) e/ou potenciais evocados motores (PEM) e/ou eletromiografia Acurácia da MNIO, PESS e PEM em predizer déficits neurológicos pós-operatórios Monitorização unimodal: Avaliação da PESS Taxa de déficits neurológicos: variou de 0,09% a 28,5% (18 estudos) Sensibilidade: variou de 0 a 100% (15 estudos) Especificidade: variou de 27% a 100% (15 estudos) Valor preditivo positivo: variou de 15% a 100% (9 estudos) Valor preditivo negativo: variou de 95% a 100% (9 estudos) Avaliação da PEM Taxa de déficits neurológicos: variou de 0,8% a 3,2% (6 estudos) Sensibilidade: variou de 81% a 100% (6 estudos) Especificidade: variou de 81% a 100% (6 estudos) Valor preditivo positivo: variou de 17% a 96% (3 estudos) Valor preditivo negativo: variou de 97% a 100% (3 estudos) Avaliação da eletromiografia Estudo único Taxa de déficits neurológicos: 3,2% Sensibilidade: 46% Especificidade: 73% Valor preditivo positivo: 3% Valor preditivo negativo: 97% Avaliação multimodal MNIO com PESS + PEM Taxa de déficits neurológicos: variou de 4,9% a 28,5% (11 estudos)

Comentários: Revisão realizada até dezembro de 2008. Resnick, 2009 Revisão sistemática N = 23 estudos População: pacientes submetidos à cirurgia de mielopatia degenerativa e radiculopatia cervicais Intervenções: intraoperatória eletrofisiológica (MNIO) Revisão sistemática N = 23 estudos População: pacientes submetidos à cirurgia de mielopatia degenerativa e radiculopatia cervicais Intervenções: intraoperatória eletrofisiológica (MNIO) Sensibilidade: variou de 70 a 100% (11 estudos) Especificidade: variou de 53% a 100% (11 estudos) Valor preditivo positivo: variou de 5,2% a 100% (3 estudos) Valor preditivo negativo: variou de 96% a 100% (3 estudos) Estudo apenas descritivo, não há sumário dos dados Concluem que não há evidências de que a MNIO melhore a segurança e desfechos clínicos de pacientes submetidos a cirurgias de mielopatia e radiculopatias cervicais A Tabela 2 mostra os principais achados dos estudos incluídos Comentários: busca realizada até 2007 (não é especificado o mês) May, 1996 182 PESS 24 pacientes apresentaram alterações no PESS sem desenvolveram déficits neurológicos no pósoperatório. Não há descrição se houve alteração do plano cirúrgico devido as alterações no PESS 9 pacientes apresentaram alterações no PESS e desenvolveram déficits neurológicos 1 paciente desenvolveu déficit neurológico sem ter apresentado alterações no PESS Sensibilidade = 99% Especificidade = 27% Lee, 2006 1445 PEM-EETc, PESS, EMG 267 pacientes apresentaram alterações na - a resposta cirúrgica a estas alterações foram variadas: em alguns pacientes foi administrado corticóide, alguns tiveram a cirurgia suspensa. Nenhum destes pacientes apresentou

déficits no pós operatório. Jones, 2003 2 PESS relato de 2 casos de quadriplegia ocorreram em pacientes com PESS normal Hilibrand, 2004 427 PEM-EETc, PESS 12 pacientes apresentaram alterações na - destes, 2 apresentaram déficits neurológicos no pós-operatório. Em todos os pacientes que tiveram alterações na, foi administrado corticóide, conforme protocolo específico. PESS: sensibilidade = 25%; especificidade = 100% PEM-EETc: sensibilidade = 100%; especificidade = 100% PESS = potencial evocado somatossensitivo; PEM = potencial evocado motor; EETc = estimulação elétrica transcraniana; EMG = eletromiografia Estudo de corte Estudo Material e métodos Desfecho Resultados Feng, 2012 Coorte N = 176 Coorte N = 176 Foram registrados 11 alterações na População: pacientes População: pacientes MNIO: 1 paciente submetidos à cirurgia de coluna Intervenções: neurofisiológica intraoperatória multimodal (MNIO), incluindo potenciais evocados somatosensoriais (PESS) e potencial evocado motor (PEM) submetidos à cirurgia de coluna Intervenções: neurofisiológica intraoperatória multimodal (MNIO), incluindo potenciais evocados somatosensoriais (PESS) e potencial desenvolveu déficit neurológico permanente e 4, déficits transitórios. PEM: sensibilidade = 91,7%; especificidade = 98,8% PESS: sensibilidade = 50%; especificidade = 95,2% MNIO: sensibilidade = 92,9%; evocado motor (PEM) especificidade = Traynelis, 2012 Coorte retrospectiva N = 720 pacientes População: pacientes submetidos à cirurgia de coluna cervical sem uso da MNIO Objetivo: avaliar o impacto clínico e econômico da não utilização da MNIO Coorte retrospectiva N = 720 pacientes População: pacientes submetidos à cirurgia de coluna cervical sem uso da MNIO Objetivo: avaliar o impacto clínico e econômico da não utilização da MNIO 99,4% Três pacientes (0,4%) desenvolveram déficits neurológicos pós-cirúrgicos. Os três casos tiveram resolução completa dos déficits sem tratamento adicional. Na avaliação econômica, considerando uma média de 4 horas de por caso cirúrgico, a economia realizada com a não utilização de MNIO

neste grupo de pacientes foi de U$ 1.024.754,00. 4. INTERPRETAÇÃO E RECOMENDAÇÃO 1. A neurofisiológica intraoperatória multimodal (MNIO)apresenta alta sensibilidade e especificidade na predição de déficits neurológicos no pós-operatório de cirurgias de coluna. (Grau de Evidência B); 2. A multimodal apresenta maior sensibilidade e especificidade na predição de déficits neurológicos, quando comparada ao uso de apenas com potencial evocado somatossensitivo ou potencial evocado motor transcraniano isolados. (Grau de Evidência B); 3. Apesar da acurácia diganóstica da MNIO em detectar injúrias neurológicas durante procedimentos cirúrgicos de coluna, não existem estudos prospectivos delineados para avaliar o impacto de estratégias terapêuticas específicas a partir dos achados da MNIO e sua relação com desfechos clínicos duros - benefício em prevenir déficits neurológicos pós-operatórios. Ensaios clínicos randomizados são necessários para melhor definição do papel clínico da MNIO neste contexto.

Prezado (a) Dr. (a), Segundo a Resolução CFM nº 1956, de 07/10/2010, cabe ao médico assistente determinar as características (tipo, matéria-prima, dimensões) das órteses, próteses e materiais especiais implantáveis (OPME), bem como o instrumental compatível, necessários e adequados à execução do procedimento, sendo vedado exigir fornecedor ou marca comercial exclusivo. Esta determinação corrobora o disposto na Resolução Normativa ANS nº 211, vigente desde 07/06/2010, sendo que esta também define como de responsabilidade da operadora a dos materiais a serem cobertos, desde que atendam às especificações determinadas pelo profissional. O médico assistente requisitante pode, quando julgar inadequado ou deficiente o material implantável, bem como o instrumental disponibilizado, recusá-los e oferecer à operadora pelo menos três marcas de produtos de fabricantes diferentes, quando disponíveis, regularizados juntos à ANVISA e que atendam às características previamente especificadas. Nesta circunstância, a recusa deve ser documentada e se o motivo for a deficiência ou o defeito material, a documentação deve ser encaminhada pelo médico assistente ou pelo diretor técnico da instituição hospitalar diretamente à ANVISA, ou por meio da câmara técnica de implantes da AMB (implantes@amb.org.br), para as providências cabíveis. Com relação à solicitação de uso de OPME pelo beneficiário desta operadora, Sr. (a) Nome do usuário:, matrícula nº, após análise técnica, foram autorizados produtos considerados compatíveis com o procedimento solicitado. Considerando o exposto, solicitamos, por gentileza, que nos informe: ( ) o motivo da recusa na utilização do(s) produto(s) autorizado(s); ( ) pelo menos três marcas de produtos de fabricantes diferentes, quando disponíveis, regularizados juntos à ANVISA e que atendam às características previamente especificadas; ( ) a indicação da OPME, observadas as práticas cientificamente reconhecidas e as legislações vigentes; ( ) se foi enviada documentação à ANVISA ou à câmara técnica de implantes da AMB. Em última instância, persistindo algum tipo de divergência, entraremos em contato novamente para de comum acordo ser escolhido um médico especialista na área para auxiliar na decisão., de de Carimbo e assinatura do médico-auditor

GUIA DE SOLICITAÇÃO DE ÓRTESES E PRÓTESES E MATERIAIS ESPECIAIS- OPME DATA DA AUTORIZAÇAO: / / NOME DO USUÁRIO: Sexo: ( ) Masculino ( ) Feminino Data de Nascimento : / / Idade: anos. Categoria: ( ) Segurado ( ) Dependente ( ) Agregado ( ) Concursado ( ) Contratato Nome do Profissional solicitante, Dr: CRM: /MS. JUSTIFICATIVA: Empresa Revendedora: CNPJ: OPME SOLICITADA Código do Material: Nº de Registro na ANVISA: Descrição do Material Qant. Código do produto Registro na ANVISA Parecer do Auditor: Médico assistente CRM Médico Auditor/CRM

Referências: 1. Nuwer MR, Emerson RG, Galloway G, et al. Evidence-based guideline update: Intraoperative spinal monitoring with somatosensory and transcranial electrical motor evoked potencials. Neurology. 2012;78:585-589. 2. Cunningham JN Jr, Laschinger JC, Spencer FC. Monitoring of somatosensory evoked potentials during surgical procedures on the thoracoabdominal aorta: IV: clinical ob- servations and results. J Thorac Cardiovasc Surg 94:275 285, 1987. 3. Sutter M, Eggspuehler A, Grob D, et al. The validity of multimodal intraoperative monitoring (MIOM) in surgery of 109 spine and spinal cord tumors. Eur Spine J 2007;16: S197 S208. 4. Costa P, Bruno A, Bonzanino M, et al. Somatosensory- and motor-evoked potential monitoring during spine and spinal cord surgery. Spinal Cord 2007;45:86 91. 5. Weinzierl MR, Reinacher P, Gilsbach JM, Rohde V. Combined motor and somatosensory evoked potentials for intraoperative monitoring: intra- and postoperative data in a series of 69 operations. Neurosurg Rev 2007;30:109 116. 6. Etz CD, Halstead JC, Spielvogel D, et al. Thoracic and thoracoabdominal aneurysm repair: is reimplantation of spinal cord arteries a waste of time? Ann Thorac Surg 2006;82:1670 1678. 7. May DM, Jones SJ, Crockard HA. Somatosensory evoked potential monitoring in cervical surgery: Identification of pre- and post-operative risk factors associated with neuro- logical deterioration. J Neurosurg 1996;85:566 573. 8. Lee JY, Hilibrand AS, Lim MR, et al. Characterization of neurophysiologic alerts during anterior cervical spine sur- gery. Spine 2006;31:1916 1922. 9. Pelosi L, Lamb J, Grevitt M, Mehdian SMH, Webb JK, Blumhardt LD. Combined monitoring of motor and so- matosensory evoked potentials in orthopaedic spinal sur- gery. Clin Neurophysiol 2002;113:1082 1091. 10. Hilibrand AS, Schwartz DM, Sethuraman V, Vaccaro AR, Albert TJ. Comparison of transcranial electrical motor and somatosensory evoked potential monitoring during cervical spine surgery. J Bone Joint Surg 2004;86A:1248 1253. 11. Jacobs MJ, Elenbass TW, Schurink GWH, Mess WH, Mochtar B. Assessment