A previsão de 7,9% de crescimento do PIB, no CFMP , foi menos optimista que a usada na elaboração do PES, que foi de 8,4%.

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III EVOLUÇÃO DOS INDICADORES MACROECONÓMICOS 3.1 Contextualização Neste capítulo, é apresentada a conjuntura macroeconómica em que foi elaborado e executado o Orçamento do Estado de 2013, analisando-se os montantes das receitas e despesas, nominais e reais, o resultado do exercício, na forma de saldo corrente, défice antes de donativos e empréstimos e défice antes de empréstimos e avaliando-se a evolução dos indicadores da Receita e da Despesa, face ao Produto Interno Bruto. Em 2013, a conjuntura macroeconómica internacional foi marcada, essencialmente, pela incerteza nos mercados financeiros das principais economias mundiais, altos níveis da dívida e receio do seu colapso. A previsão do crescimento da economia mundial foi estimada em 4,07% e a das principais economias avançadas, em 2,03%. No que toca à África sub-sahariana, era indicada a taxa de 5,2% 1. O crescimento da economia mundial verificado em 2013, foi de 3,0% e o da África subsahariana registou 5,0% 2. 3.2 Pressupostos na Elaboração do OE para 2013 Na preparação do Plano Económico e Social (PES) e do Orçamento do Estado (OE) para 2013, foram tidos em conta os objectivos da política económica e social estabelecidos no Programa Quinquenal do Governo (PQG) 2010-2014 e a previsão dos recursos a arrecadar e a sua afectação às despesas a realizar, que é apresentada no Cenário Fiscal de Médio Prazo (CFMP) 2013-2015. O CFMP é um instrumento de planificação que cobre um período de três anos, é de actualização anual e visa a materialização do PQG. No Quadro n.º III.1, a seguir, são indicadas as taxas de referência do CFMP 2013-2015 e do PES, na elaboração do Orçamento do Estado de 2013. Quadro n.º III.1 - Cenário Base Previsto para a Elaboração do OE de 2013 CFMP 2013-2015 PES 2013 (Junho-2012) (Dez-2012) PIB Nominal (10 6 MT) 493.881 482.871 Crescimento nominal do PIB 14,0 16,5 Crescimento real do PIB 7,9 8,4 Exportações (10 6 USD) 3.459,8 3.558,0 Inflação Média Anual 5,6 7,5 Fonte: PES 2013 e CFMP 2013-2015. A previsão de 7,9% de crescimento do PIB, no CFMP 2013-2015, foi menos optimista que a usada na elaboração do PES, que foi de 8,4%. 1 FMI_World Economic Outlook_Abril de 2012. 2 FMI_World Economic Outlook_Junho de 2014. III-1

De acordo com os dados de referência acima indicados, os valores globais do Orçamento do Estado são apresentados no quadro a seguir. Quadro n.º III.2 es Globais Previsto na Elaboração do OE de 2013 OE 2012 OE 2013 (Em milhões de Meticais) Lei n.º 1/2012 de 13 de Janeiro Lei n.º 1/2013 de 7 Janeiro Lei n.º 21/2013 de 30 Outubro Variação 1 2 3 4 5* Receitas do Estado 95.538 113.962 120.492 26,1 Receitas Fiscais 80.442 95.492 100.830 25,3 Despesas do Estado 163.035 174.955 188.720 15,8 De Funcionamento 97.518 105.530 108.737 11,5 De Investimento 65.518 69.425 79.983 22,1 Défice Orçamental 67.497 60.993 68.228 1,1 Fonte: Lei n.º 1/2012; Lei n.º 1/2013 e Lei n.º 21/2013. Nota: 5* = (4/2-1)*100 Observa-se, no quadro supra, relativamente ao Orçamento do Estado de 2013, a previsão de diminuição das necessidades de financiamento, comparativamente ao ano anterior, tendo passado de um défice de 67.497 milhões de Meticais, no Orçamento de 2012, para o de 60.993 milhões de Meticais, no Orçamento do exercício de 2013 (Lei n.º 1/2013, de 7 de Janeiro). Porém, o Orçamento rectificativo (Lei n.º 21/2013, de 30 de Outubro), veio agravar, mais ainda, o défice, para 68.228 milhões de Meticais, o que representa uma variação de 1,1%, relativamente ao Orçamento de 2012. 3.3 Comparação da CGE com as Previsões No Quadro n.º III.3, a seguir, comparam-se os valores do Produto Interno Bruto, as taxas do seu crescimento nominal e real, os montantes das exportações e as taxas da inflação média anual, registados na Conta Geral do Estado, com as previsões do CFMP e PES. III-2

Quadro n.º III.3 Comparação da CGE com as Previsões CFMP 2013-2015 (Previsto) PES (Previsto) (1) (2) (3) PIB Nominal (10 6 MT) 493.881 482.871 461.101 Crescimento nominal do PIB 14,0 16,5 13,0 Crescimento real do PIB 7,9 8,4 7,1 Exportações (10 6 USD) 3.459,8 3.558,0 4.122,6 Inflação Média Anual 5,6 7,5 4,2 OE 2013 Desvios CGE 2013 Lei n.º 1/2013 Lei n.º 21/2013 (1) (2) (3) 4=(3-1) 5=(3-2) Receitas do Estado 113.962 120.492 126.319 12.357 10,8 5.826 4,8 Receitas Fiscais 95.492 100.830 107.543 12.050 12,6 6.713 6,7 Despesas do Estado 174.955 188.720 182.191 7.236 4,1-6.529-3,5 De Funcionamento 105.530 108.737 95.655-9.875-9,4-13.082-12,0 De Investimento 69.425 79.983 72.301 2.876 4,1-7.683-9,6 Défice Orçamental 60.993 68.228 55.872-5.121-8,4-12.356-18,1 Fonte: PES 2013; CFMP 2013-2015; Lei n.º 1/2013; Lei n.º 21/2013 e CGE-2013. 2013 CGE 2013 4=(3-1) -32.780 Desvios -1,0-0,8 662,8-1,4 5=(3-2) -21.770-3,5-1,3 564,6-3,3 (Em milhões de Meticais) Em termos nominais, o PIB, no ano, foi de 461.101 milhões de Meticais, menos 32.780 milhões de Meticais, em relação à previsão do CFMP e menos 21.770 milhões de Meticais, quando comparado com o valor previsto no PES (482.871 milhões de Meticais), significando, menos 1,0% e menos 3,5%, comparativamente às taxas de crescimento de referência, naqueles documentos. As previsões do crescimento real do PIB foram de 7,9%, no CFMP e 8,4%, no PES, tendo-se verificado 7,1%, na CGE. A inflação média anual registada no exercício foi de 4,2%, o que representa desvios de menos 1,4% e menos 3,3%, em relação às estimativas contidas no CFMP e PES, respectivamente. Quanto às transacções que envolvem outras moedas, à semelhança do ano 2012, tanto o PES, como o CFMP não apresentam estimativa do valor da variação da taxa média de câmbio, embora esta seja um elemento essencial para a concepção e monitorização da execução do Orçamento do Estado. Em sede do contraditório, o Governo referiu que esta situação acontece, pois, o regime cambial adoptado em Moçambique é a taxa de câmbio flutuante, não sendo recomendável a apresentação das suas previsões, como forma de evitar o surgimento de expectativas apreciativas ou depreciativas da taxa de câmbio. Porém, nos próximos anos, a CGE para além de apresentar as taxas de câmbio efectivas, passará, também, a apresentar as taxas de câmbio de programação. Em termos de política orçamental, o Orçamento do Estado previa um défice de 60.993 milhões de Meticais, na lei do Orçamento Inicial e 68.228 milhões de Meticais, na lei do Orçamento III-3

Rectificativo, mas foram registados valores abaixo dos previstos, com desvios, para menos, de 5.121 milhões de Meticais (8,4%) e 12.356 milhões de Meticais (18,1%). As receitas arrecadadas tiveram um incremento de 4,8%, para o que contribuíram as Receitas Fiscais em 6,7%. As despesas foram de menos 3,5%, face aos valores globais estabelecidos na Lei do Orçamento Rectificativo. 3.4 Conjuntura Macroeconómica A informação contida na Conta Geral do Estado de 2013, Quadro n.º III.3, mostra que foram arrecadadas receitas no valor de 126.319 milhões de Meticais, o equivalente a 27,4% do PIB, tendo significado um crescimento nominal face ao ano anterior em que a receita foi de 98.477 milhões de Meticais. Por sua vez, as despesas foram de 182.191 milhões de Meticais, representando 39,5% do PIB, financiadas por receitas correntes e de capital, em 69,3% 3, e o remanescente, através de fundos externos (Donativos e Empréstimos Externos Líquidos), financiamento interno líquido e operações passivas, em 31,3% 4, (-2,6%) 5 e 2,0% 6, respectivamente. Em 2012, o défice orçamental, de 46.769 milhões de Meticais, correspondeu a 11,5% do PIB que foi de 407.903 milhões de Meticais. No ano em apreço, registou-se um défice de 55.872 milhões de Meticais, representando 12,1% do PIB, cuja grandeza foi de 461.101 milhões de Meticais. Esta variação significou um agravamento de 0,6 pontos percentuais, relativamente ao ano de 2012. Para a prossecução dos objectivos definidos no PES 2013, o Governo fixou, como principais indicadores macroeconómicos, entre outros, os seguintes: Alcançar um crescimento económico de 8,4%, que foi revisto para 7,1%, devido à ocorrência de factores climatéricos adversos, durante o primeiro trimestre, que causaram a destruição de diversas infra-estruturas públicas e privadas; Conter a taxa de inflação média anual em cerca de 7,5%; Atingir um nível de 3.558 milhões de Dólares Norte-Americanos, em exportações de bens; e Constituir Reservas Internacionais Líquidas (RIL) que financiem cerca de 4,8 meses de importações de bens e serviços não factoriais. O balanço anual que consta do Relatório do Governo sobre os Resultados da Execução Orçamental da CGE de 2013 indica o alcance dos seguintes resultados: Crescimento real do PIB em 7,1%; Taxa de inflação média anual de 4,2%; O volume total das exportações de bens atingiu o valor de 4.122,6 milhões de Dólares Norte-Americanos; e 3 (126.319/182.191)*100=69,3% 4 ((30.233+26.753)/182.191)*100=31,3% 5 ((-4.785,5)/182.191)*100=(-2,6%) 6 (3.671/182.191)*100=2,0% III-4

As Reservas Internacionais Líquidas atingiram um saldo de 2.995 milhões de Dólares Norte-Americanos, assegurando a cobertura de 4,8 meses de importações de bens e serviços não factoriais, excluindo as importações de grandes projectos. O crescimento real do PIB registou uma taxa de evolução média anual de 7,0%, no quinquénio 2009-2013, tal como se dá conta no Quadro n.º III.4, a seguir. Quadro n.º III.4 Indicadores Económicos Indicador 2009 2010 2011 2012 2013 Média PIB Nominal (10 6 MT) 269.346 312.752 365.334 407.903 461.101 363.287 Crescimento real do PIB 6,4 6,7 7,2 7,4 7,1 7,0 Inflação 3,3 12,7 10,4 2,1 4,2 6,5 Fonte: CGE (2009-2013), apresentando dados provisórios de 2013. Relativamente aos valores do PIB, a Conta Geral do Estado de cada ano contém dados provisórios, em virtude de, até ao dia 31 de Maio de cada ano, data limite para o Governo apresentar o documento à Assembleia da República e ao Tribunal Administrativo, o Banco de Moçambique (BM) e o Instituto Nacional de Estatística (INE) não disporem, ainda, de dados definitivos, referentes ao ano anterior, os quais são actualizados na Conta do ano seguinte. No que respeita à inflação, o Governo concentrou esforços na coordenação das políticas fiscal, monetária e cambial, resultando na contenção dos seus níveis de aceleração, de modo a que a taxa média de inflação se situasse, pelo segundo ano consecutivo, a um dígito. A desaceleração da inflação em 2013 reflectiu, em boa parte, as medidas de política monetária, que tiveram em consideração o comportamento dos principais indicadores económicofinanceiros do País, principalmente das projecções de curto e médio prazo, bem como dos objectivos macroeconómicos do Governo estabelecidos para o ano. A este respeito, de acordo com a CGE 2013 7, o Banco Central tomou as seguintes medidas: Alteração da taxa de juro da facilidade permanente de cedência de liquidez, materializada pela revisão, em baixa, por seis vezes, num total acumulado de 125 pontos base, fixando-se, no fecho do ano, em 8,25; e Revisão em baixa da taxa da facilidade permanente de depósito, por duas vezes, num total acumulado de 75 pontos base, tendo a mesma se posicionado em 1,5%, no último dia do ano. Em 2013, o Governo prosseguiu as reformas tendentes a aumentar e diversificar a carteira fiscal, elevar os padrões de eficiência e eficácia na realização de despesas públicas, priorizando a alocação de recursos para reforçar a implantação de infra-estruturas socioeconómicas básicas, incrementar os níveis de acumulação do capital humano e fortalecer as instituições da administração da justiça, com o objectivo de manter o ritmo de crescimento económico do País a médio e longo prazos. Nos pontos seguintes, é apresentada a evolução da arrecadação da receita e a execução da despesa, em termos nominais, face ao PIB e em termos reais, no período 2009-2013, bem como o resultado de cada exercício. 7 Relatório do Governo na CGE 2013. III-5

3.5 Evolução da Receita 3.5.1- Em Termos Nominais Foram arrecadados, em 2013, 126.319 milhões de Meticais, dos quais, 122.694 milhões de Meticais são de Receitas Correntes, que cresceram 167,6%, em relação ao exercício de 2009, em que registaram 45.849 milhões de Meticais. Dos 126.319 milhões de Meticais arrecadados, o valor de 107.543 milhões de Meticais (85,1%) corresponde às Receitas Fiscais. O forte crescimento das receitas tributárias, em 2013, face ao ano anterior (ano em que a cobrança se situou em 84.456 milhões de Meticais), como se pode verificar no Quadro n.º III.5, ficou a dever-se, fundamentalmente, ao bom desempenho dos impostos mais significativos, nomeadamente os incidentes sobre o rendimento, IRPC e IRPS, que registaram, respectivamente, taxas de crescimento de 39,5% e 23,6%. De acordo com o Governo, no Relatório sobre os Resultados da Execução Orçamental, o crescimento dos impostos arrecadados resultou de: A tributação de mais-valias obtidas em operações ocorridas em bolsas de valores, resultantes da transacção de acções de empresas do sector petrolífero; A verificação e correcção pontual das Declarações Anuais de Rendimento e de Informação Contabilística e Fiscal; Maior controlo dos benefícios fiscais nos projectos de investimento inscritos nas Direcções de Áreas Fiscais; As cobranças resultantes de acções de controlo e fiscalização, em sede das auditorias; e O controlo nas retenções de pagamentos ao exterior. III-6

Quadro n.º III.5 - Evolução da Receita (Em milhões de Meticais) 2009 2010 2011 2012 2013 Peso Receitas Correntes 45.849 62.169 35,6 79.268 27,5 96.696 22,0 122.694 26,9 97,1 Receitas Fiscais 41.760 53.710 28,6 68.263 27,1 84.456 23,7 107.543 27,3 85,1 Imposto s/ o Rendimento 13.727 18.480 34,6 24.896 34,7 36.796 47,8 49.386 34,2 39,1 Imposto s/ o Rend. Pessoas Colectivas 7.338 9.795 33,5 14.238 45,4 24.706 73,5 34.471 39,5 Imposto s/ o Rend. Pessoas Singulares 6.342 8.629 36,1 10.584 22,7 12.007 13,4 14.841 23,6 11,7 Imposto Especial s/ o Jogo 47 56 18,4 74 32,1 83 11,7 73-11,4 0,1 Imposto s/ Bens e Serviços 23.880 32.889 37,7 40.490 23,1 44.452 9,8 54.613 22,9 43,2 Imposto s/ o Cons. de Produção Nacional 1.794 2.219 23,7 2.917 31,5 3.044 4,4 3.452 13,4 Imposto s/ o Cons. Produtos Importados 973 1.241 27,4 1.325 6,8 1.797 35,6 2.712 50,9 2,1 Imposto s/ o Comércio Externo 4.138 5.264 27,2 6.728 27,8 7.538 12,0 9.745 29,3 7,7 Imposto Sobre o Acrescentado 16.975 24.165 42,4 29.519 22,2 32.073 8,6 38.703 20,7 30,6 Outros Impostos 4.153 2.341-43,6 2.877 22,9 3.207 11,5 3.544 10,5 2,8 Imposto do Selo 440 598 36,0 677 13,2 851 25,6 946 11,2 0,7 Imposto s/ Veículos 56 62-16 - 8-49,6 4-49,2 0,0 Licenças de Pesca 56 45-53 - 12-77,3 21 75,1 0,0 Taxa s/ os Combustíveis 3.273 1.132-65,4 1.248 10,3 1.343 7,6 1.520 13,2 1,2 Impostos Directos e Indirectos Extintos 2 7 219,6 0-100,0 0 - - - 0,0 Royalties e Imposto de Superficie 126 60-67 - 90 33,2 50-44,3 0,0 Imposto de Reconstrução Nacional 6 8-8 - 9 10,0 11 19,0 0,0 Outros 194 429 120,5 808 88,4 895 10,8 992 10,9 0,8 Receitas Não Fiscais 3.034 4.069 34,1 5.230 28,5 6.036 15,4 7.487 24,0 5,9 Receitas Próprias 1.508 2.219 47,1 2.947 32,8 3.264 10,7 3.987 22,2 3,2 Receitas Consignadas 1.055 4.390 316,2 5.775 31,6 6.205 7,5 7.664 23,5 6,1 Receitas de Capital 1.715 1.398-18,5 1.790 28,0 1.780-0,6 3.624 103,6 2,9 TOTAL 47.564 63.566 33,6 81.058 27,5 98.477 21,5 126.319 28,3 100,0 27,3 2,7 Verifica-se, neste quadro, que as taxas de incremento das Receitas Não Fiscais, Receitas Próprias, Receitas Consignadas e Receitas de Capital, foram de 24,0%, 22,2%, 23,5% e 103,6%, na mesma ordem, face ao ano de 2012. No global, o total das receitas cresceu 28,3%, tendo-se arrecadado 126.319 milhões de Meticais, em 2013, contra 98.477 milhões de Meticais, em 2012. O gráfico seguinte fornece uma visão da evolução da receita, segundo a sua natureza (Receitas Correntes e de Capital, Receitas Fiscais e Não Fiscais), no quinquénio 2009-2013. III-7

Gráfico n.º III. 1 Evolução da Receita 140.000 122.694 120.000 107.543 100.000 96.696 80.000 60.000 45.849 62.169 53.710 79.268 68.263 84.456 Receitas Correntes Receitas Fiscais Receitas Não Fiscais Receitas de Capital 40.000 41.760 20.000-3.034 4.069 5.231 6.036 2009 2010 2011 2012 2013 7.487 Verifica-se, no gráfico, um crescimento contínuo, ao longo do quinquénio, das Receitas Correntes, derivado, essencialmente, da evolução consistente das Receitas Fiscais, no período, tendo passado de 41.760 milhões de Meticais, em 2009, para 107.543 milhões de Meticais, no ano em análise. 3.5.2 - Face ao PIB Conforme se extrai do Quadro n.º III.6, a seguir, o PIB apresentou crescimentos anuais, em termos nominais, no quinquénio em apreço, tendo sido, em 2013, de 13,0%, face ao ano precedente. Entre os objectivos do combate à pobreza, é mencionado no PARP 2011-2014, no ponto Desafios para a Política Macroeconómica e Gestão de Finanças Públicas, o da manutenção do crescimento anual da receita do Estado em pelo menos 0,5% do PIB, a par da angariação de donativos e contratação de empréstimos concessionais para o financiamento do défice orçamental. À semelhança do ano anterior, este objectivo foi inteiramente conseguido, conforme se pode ver do Quadro n.º III.6, a seguir, em que a receita tem um registo de uma arrecadação correspondente a 27,4% do PIB, mais 3,3 pontos percentuais, relativamente ao ano anterior. III-8

Quadro n.º III.6 - Evolução da Receita Face ao PIB (Em Percentagem do PIB) 2009 2010 2011 2012 2013 Receitas Correntes 17,0 19,9 21,7 23,7 26,6 Receitas Fiscais 15,5 17,2 18,7 20,7 23,3 Imp. Sobre o Rendimento 5,1 5,9 6,8 9,0 10,7 Imposto s/ o Rend. Pessoas Colectivas 2,7 3,1 3,9 6,1 7,5 Imposto s/ o Rend. Pessoas Singulares 2,4 2,8 2,9 2,9 3,2 Imp. Sobre Bens e Serviços 8,9 10,5 11,1 10,9 11,8 Imposto Cons. de Produto Nacional 0,7 0,7 0,8 0,7 0,7 Imposto Cons. Produtos Importados 0,4 0,4 0,4 0,4 0,6 Imposto s/ o Comércio Externo 1,5 1,7 1,8 1,8 2,1 Imposto s/ Acrescentado 6,3 7,7 8,1 7,9 8,4 Outros Impostos 1,5 0,7 0,8 0,8 0,8 Imposto do Selo 0,2 0,2 0,2 0,2 0,2 Taxa s/ os Combustíveis 1,2 0,4 0,3 0,3 0,3 Outros 0,1 0,1 0,2 0,2 0,2 Receitas Não Fiscais 1,1 1,3 1,4 1,5 1,6 Receitas Próprias 0,6 0,7 0,8 0,8 0,9 Receitas Consignadas 0,4 1,4 1,6 1,5 1,7 Receitas de Capital 0,6 0,4 0,5 0,4 0,8 TOTAL 17,7 20,3 22,2 24,1 27,4 (Em milhões de Meticais) PIB 2009 2010 2011 2012 2013 269.346 312.752 365.334 407.903 461.101 Crescimento Anual 16,1 16,8 11,7 13,0 Tem-se, neste quadro, que o peso das receitas, no PIB, tem vindo, sistemática e gradualmente, a aumentar, no quinquénio em apreço. Em perfeito alinhamento com esta tendência, o rácio Receitas Fiscais/PIB foi de 15,5%, em 2009, de 17,2%, em 2010, de 18,7%, em 2011, de 20,7%, em 2012, e de 23,3%, em 2013, como se pode ver no quadro supra. É de referir, por último, que do grupo das Receitas Fiscais, o IVA é o que assume maior expressão, face ao PIB, atingindo, em 2013, a proporção de 8,4%, em relação a 2012. 3.5.3 - Em Termos Reais No Quadro n.º III.7, é apresentada a evolução global da receita, em termos reais, com valores de referência do ano de 2013. III-9

Quadro n.º III.7 Evolução da Receita em Termos Reais (a preços de 2013) (Em milhões de Meticais) 2009 2010 2011 2012 2013 Receitas Correntes 60.657 72.978 20,3 84.324 15,5 100.758 19,5 122.694 21,8 Receitas Fiscais 55.248 63.047 14,1 72.617 15,2 88.003 21,2 107.543 22,2 Imposto Sobre o Rendimento 18.160 21.693 19,5 26.484 22,1 38.342 44,8 49.386 28,8 Imposto s/ o Rend. Pessoas Colectivas 9.708 11.498 18,4 15.146 31,7 25.744 70,0 34.471 33,9 Imposto s/ o Rend. Pessoas Singulares 8.390 10.130 20,7 11.259 11,1 12.511 11,1 14.841 18,6 Imposto Especial Sobre o Jogo 63 66 5,0 79 19,7 86 9,5 73-15,0 Imp. Sobre Bens e Serviços 31.593 38.607 22,2 43.072 11,6 46.319 7,5 54.613 17,9 Imposto s/ o Acrescentado 22.457 28.366 26,3 31.402 10,7 33.420 6,4 38.703 15,8 Imposto s/ o Cons. de Produção Nacional 2.374 2.605 9,7 3.103 19,1 3.172 2,2 3.452 8,8 Imp. s/ o Cons. Espec. de Prod. Importados 1.288 1.456 13,1 1.410-3,2 1.873 32,8 2.712 44,8 Imposto s/ o Comércio Externo 5.474 6.180 12,9 7.157 15,8 7.854 9,7 9.745 24,1 Outros Impostos 5.496 2.747-50,0 3.061 11,4 3.342 9,2 3.544 6,1 Imposto do Selo 582 702 20,7 721 2,6 887 23,0 946 6,7 Imposto s/ Veículos 74 73-1,2 17-77,1 8-50,6 4-51,2 Licenças de Pesca 74 52-29,4 56 7,4 12-77,7 21 68,0 Taxa s/ os Combustíveis 4.330 1.328-69,3 1.328 0,0 1.399 5,4 1.520 8,6 Impostos Directos e Indirectos Extintos 3 8 0 0 0 0,0 Royalties e Imposto de Superfície 167 70 72 94 50-46,6 Imposto de Reconstrução Nacional 9 10 9 9 11 14,2 Outros 257 503 95,7 859 70,7 932 8,5 992 6,5 Receitas Não Fiscais 4.014 4.777 19,0 5.564 16,5 6.289 13,0 7.487 19,0 Receitas Próprias 1.995 2.605 30,5 3.135 20,4 3.401 8,5 3.987 17,2 Receitas Consignadas 1.395 5.153 269,3 6.143 19,2 6.466 5,3 7.664 18,5 Receitas de Capital 2.269 1.641-27,7 1.904 16,0 1.855-2,6 3.624 95,4 TOTAL 62.927 74.619 18,6 86.228 15,6 102.613 19,0 126.319 23,1 Fonte: CGE (2009-2013) es ajustados utilizando as seguintes taxas de inflação: 3,25%, em 2009, 12,70%, em 2010, 10,35%, em 2011, 2,09%, em 2012 e 4,20%, em 2013. Observa-se, no quadro, que o total da receita, a preços constantes de 2013, apresentou, nos anos de 2009 a 2013, uma tendência marcadamente crescente, com incrementos anuais de 18,6%, 15,6%, 19,0% e 23,1%, respectivamente, destacando-se o ano em apreço, em que se registou o maior crescimento, no quinquénio. As Receitas Correntes e, nestas, as Fiscais, registaram a mesma tendência, sendo que as últimas tiveram taxas de crescimento anual real de 14,1%, 15,2%, 21,2% e 22,2%, respectivamente, de 2009 a 2013. No grupo das Receitas Fiscais, o IRPC teve, em 2013, um aumento de 33,9%, relativamente ao ano anterior. Também, entre as rubricas de maior peso, assinala-se o bom desempenho do IRPS e do IVA, com taxas de crescimento de 18,6% e 15,8%, respectivamente. 3.6 Evolução da Despesa 3.6.1- Em Termos Nominais No exercício em análise, a Despesa Total foi de 182.191 milhões de Meticais, superando o valor registado no ano anterior, em 25,4%. Ao longo do quinquénio 2009-2013, e conforme se observa no Quadro n.º III.8, a despesa tem vindo a crescer, tendo passado de 84.876 milhões de Meticais, em 2009, para 182.191 milhões de Meticais, em 2013. Assim, em termos nominais, mais do que duplicou, em 5 anos. III-10

Observa-se, todavia, que as Despesas de Funcionamento passaram de 43.793 milhões de Meticais, em 2009, para 95.655 milhões de Meticais, em 2013, o que representa um aumento de 118,4%. As Despesas de Investimento subiram de 35.336 milhões de Meticais, em 2009, para 72.301 milhões de Meticais, no exercício em apreço, representando um aumento de 104,6%. Observa-se, ainda do mesmo quadro, que em 2013, o aumento das Despesas de Investimento foi de 35,2%, e o das Despesas de Funcionamento, de 14,1%. Quadro n.º III.8 - Evolução da Despesa (Em milhões de Meticais) 2009 2010 2011 2012 2013 Despesas com o Pessoal 22.544 29.106 29,1 35.807 23,0 41.592 16,2 49.521 19,1 Bens e Serviços 9.081 10.126 11,5 10.989 8,5 14.322 30,3 18.859 31,7 Encargos da Dívida 1.371 2.673 95,0 3.501 31,0 4.125 17,8 3.970-3,8 Transferências Correntes 7.912 9.432 19,2 11.286 19,7 13.526 19,8 15.398 13,8 Subsídios 438 5.259 1.102,0 5.238-0,4 5.240 0,0 3.371-35,7 Exercícios Findos 0 9-35 311,2 0-100,0 226 - Outras Despesas Correntes 2.159 2.529 17,1 3.919 55,0 4.710 20,2 3.900-17,2 Despesas Correntes 43.505 59.134 35,9 70.775 19,7 83.515 18,0 95.246 14,0 Despesas de Capital 288 223-22,6 214-4,1 289 35,5 409 41,2 Despesas de Capital 288 223-22,6 214-4,1 289 35,5 409 41,2 Despesas de Funcionamento 43.793 59.356 35,5 70.989 19,6 83.805 18,1 95.655 14,1 Financiamento Interno 13.432 20.032 49,1 20.411 1,9 24.927 22,1 34.013 36,4 Financiamento Externo 21.904 23.648 8,0 30.600 29,4 28.530-6,8 38.288 34,2 Despesas de Investimento 35.336 43.681 23,6 51.012 16,8 53.457 4,8 72.301 35,2 Operações Activas 4.571 2.386-47,8 4.371 83,2 5.169 18,2 10.565 104,4 Operações Passivas 1.176 1.662 41,3 1.564-5,9 2.815 80,0 3.671 30,4 Operações Financeiras 5.747 4.048-29,6 5.935 46,6 7.983 34,5 14.235 78,3 TOTAL 84.876 107.085 26,2 127.935 19,5 145.245 13,5 182.191 25,4 O Gráfico n.º III.2 espelha a evolução das Despesas de Funcionamento e de Investimento, bem como das Operações Financeiras. III-11

(Em milhões de Meticais) Novembro de 2014 Gráfico n.º III.2 - Evolução da Despesa 120.000 100.000 95.655 83.805 80.000 70.989 72.301 Despesa de Funcionamento 60.000 43.793 59.356 43.681 51.012 53.457 Despesa de Investimento Operações Financeiras 40.000 35.336 20.000 5.747 4.048 5.935 7.983 14.235 0 2009 2010 2011 2012 2013 Como se pode ver, neste gráfico, no quinquénio, as Despesas de Funcionamento e as de Investimento têm-se revelado crescentes. As Operações Financeiras apresentaram, também, uma evolução, de 2009 a 2013, apesar da queda verificada em 2010. 3.6.2 - Evolução da Despesa Face ao PIB No Quadro n.º III.9, tem-se que a Despesa, em percentagem do PIB, registou crescimento, no quinquénio em apreço. Com efeito, esta relação representou, nos anos de 2009, 2010, 2011, 2012 e 2013, respectivamente, 31,5%, 34,2%, 35,0%, 35,6% e 39,5%. III-12

Quadro n.º III.9 - Evolução da Despesa Face ao PIB 2009 2010 2011 2012 2013 Despesas com o Pessoal 8,4 9,3 9,8 10,2 10,7 Bens e Serviços 3,4 3,2 3,0 3,5 4,1 Encargos da Dívida 0,5 0,9 1,0 1,0 0,9 Transferências Correntes 2,9 3,0 3,1 3,3 3,3 Subsídios 0,2 1,7 1,4 1,3 0,7 Exercícios Findos 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 Outras Despesas Correntes 0,8 0,7 1,1 1,2 0,8 Despesas Correntes 16,2 18,8 19,4 20,5 20,7 Bens de Capital 0,1 0,1 0,1 0,1 0,1 Despesas de Capital 0,1 0,1 0,1 0,1 0,1 Financiamento Interno 5,0 6,4 5,6 6,1 7,4 Financiamento Externo 8,1 7,6 8,4 7,0 8,3 Despesas de Investimento 13,1 14,0 14,0 13,1 15,7 Operações Activas 1,7 0,8 1,2 1,3 2,3 Operações Passivas 0,4 0,5 0,4 0,7 0,8 Operações Financeiras 2,1 1,3 1,6 2,0 3,1 TOTAL 31,5 34,1 35,0 35,6 39,5 (Em Percentagem do PIB) Nas Despesas Correntes, merecem destaque as Despesas com o Pessoal, cuja relação com o PIB tem vindo a evoluir ao longo do quinquénio, tendo partido de 8,4%, em 2009, para 10,7%, em 2013. 3.6.3 - Em Termos Reais A Despesa, a preços de referência de 2013, cresceu, de 2009 a 2013, conforme se infere do Quadro n.º III.10, mais adiante. Com efeito, o aumento registado, em termos reais, no período, foi de 11,9%, 8,3%, 11,2% e 20,4%, respectivamente. Observa-se, também, que nos primeiros quatro anos do quinquénio, as Despesas Correntes registaram taxas de crescimento superiores às das Despesas de Investimento, tendência que se inverteu em 2013, em que aquelas tiveram um acréscimo de 9,4%, contra um aumento de 29,8% das Despesas de Investimento. III-13

Quadro n.º III.10 Evolução da Despesa em Termos Reais (a preços de 2013) (Em milhões de Meticais) 2009 2010 2011 2012 2013 Despesas com o Pessoal 29.825 34.167 14,6 38.091 11,5 43.339 13,8 49.521 14,3 Bens e Serviços 12.014 11.887-1,1 11.689-1,7 14.923 27,7 18.859 26,4 Encargos da Dívida 1.813 3.138 73,0 3.724 18,7 4.299 15,4 3.970-7,7 Transferências Correntes 10.468 11.072 5,8 12.006 8,4 14.094 17,4 15.398 9,2 Subsídios 579 6.174 966,6 5.572-9,7 5.460-2,0 3.371-38,3 Exercícios Findos 0 10-38 272,7 0-100,0 226 - Outras Despesas Correntes 2.856 2.968 3,9 4.169 40,4 4.908 17,7 3.900-20,5 Despesas Correntes 57.555 69.416 20,6 75.289 8,5 87.023 15,6 95.246 9,4 Bens de Capital 381 261-31,3 227-13,1 302 32,7 409 35,5 Despesas de Capital 381 261-31,3 227-13,1 302 32,7 409 35,5 Financiamento Interno 17.769 23.516 32,3 21.713-7,7 25.974 19,6 34.013 30,9 Financiamento Externo 28.979 27.760-4,2 32.552 17,3 29.728-8,7 38.288 28,8 Despesas de Investimento 46.748 51.276 9,7 54.265 5,8 55.702 2,6 72.301 29,8 Operações Activas 6.047 2.801-53,7 4.650 66,0 5.386 15,8 10.565 96,2 Operações Passivas 1.556 1.951 25,4 1.663-14,8 2.933 76,3 3.671 25,2 Operações Financeiras 7.603 4.752-37,5 6.313 32,8 8.318 31,8 14.235 71,1 TOTAL 112.287 125.705 11,9 136.095 8,3 151.345 11,2 182.191 20,4 Verifica-se, ainda no quadro supra, que no grupo das Despesas Correntes, as Despesas com o Pessoal mostram uma progressão, com aumentos de 14,6%, 11,5%, 13,8% e 14,3%, respectivamente, nos anos de 2009 a 2013. 3.7 - Análise Comparativa da Evolução da Receita e da Despesa, em Termos Reais No gráfico seguinte, apresenta-se o comportamento da Receita e da Despesa, em termos reais, no quinquénio 2009-2013. Nele, consta que a Despesa superou sempre a Receita, originando, assim, em todos os anos, o recurso a outros meios de financiamento, para cobrir o défice. A Despesa tem estado a crescer a taxas mais elevadas que as da Receita, do que resulta o agravamento do Défice antes de Donativos e Empréstimos, como se demonstrará no ponto seguinte. III-14

(Em milhões de Metticais) Novembro de 2014 Gráfico n.º III.3 Receitas e Despesas em Termos Reais 200.000 180.000 182.191 160.000 140.000 120.000 100.000 80.000 60.000 62.927 112.288 74.619 125.695 151.345 136.095 102.613 86.228 126.319 Receita Total Despesa Total 40.000 20.000 0 2009 2010 2011 2012 2013 3.8 - Determinação do Resultado do Exercício O Orçamento é constituído por três partes: a Receita, a Despesa e o Financiamento, este que inclui os Donativos e os Empréstimos. Como saída de fundos, estão as Despesas Correntes e as de Investimento, bem como as Operações Activas e Operações Passivas. O Saldo Corrente é a diferença entre as Receitas Correntes e a Despesas Correntes e indica a capacidade do Orçamento, na actividade corrente, de gerar recursos para financiar as suas Despesas de Investimento. Como se constata do Quadro n.º III.11, o Saldo Corrente aumentou, ao longo do quinquénio, tendo passado de 2.345 milhões de Meticais, em 2009, para 27.449 milhões de Meticais, em 2013, confirmando-se, deste modo, que a capacidade de gerar recursos para financiar as Despesas de Investimento tem vindo a aumentar, com base, sobretudo, no incremento das Receitas Fiscais. III-15

Quadro n.º III.11 Evolução do Resultado do Exercício 2009 2010 2011 2012 2013 2009 2010 2011 2012 2013 1 Receitas Correntes 45.850 62.168 79.268 96.696 122.694 17,0 19,9 21,7 23,7 26,6 2 Despesas Correntes 43.505 59.134 70.775 83.515 95.246 16,2 18,9 19,4 20,5 20,7 3 Saldo Corrente (1-2) 2.345 3.034 8.493 13.181 27.449 0,9 1,0 2,3 3,2 6,0 4 Receitas de Capital 1.716 1.398 1.790 1.780 3.624 0,6 0,4 0,5 0,4 0,8 5 Total das Receitas (1+4) 47.566 63.566 81.058 98.477 126.319 17,7 20,3 22,2 24,1 27,4 6 Despesas de Capital 288 223 214 289 409 0,1 0,1 0,1 0,1 0,1 7 Despesas de Investimento 35.338 43.681 51.011 53.457 72.301 13,1 14,0 14,0 13,1 15,7 8 Operações Financeiras 5.747 4.048 5.935 7.983 14.235 2,1 1,3 1,6 2,0 3,1 9 Total das Despesas (2+6+7+8) 84.878 107.085 127.935 145.245 182.191 31,5 34,2 35,0 35,6 39,5 Défice antes de Donativos e Empréstimos (5-10 9) -37.312-43.519-46.876-46.769-55.872-13,9-13,9-12,8-11,5-12,1 11 Donativos 25.771 27.318 27.380 27.332 30.233 9,6 8,7 7,5 6,7 6,6 12 Défice antes dos Empréstimos (10+11) -11.541-16.200-19.497-19.436-25.639-4,3-5,2-5,3-4,8-5,6 13 Empréstimos Externos 13.105 13.474 13.725 14.017 26.753 4,9 4,3 3,8 3,4 5,8 14 Crédito Interno Líquido (12-13) -1.563 2.727 5.772 5.419-1.115-0,6 0,9 1,6 1,3-0,2 15 Financiamento Total (11+13+14) 37.312 43.519 46.876 46.769 55.872 13,9 13,9 12,8 11,5 12,1 PIB Em milhões de Meticais Em milhões de Meticais (a preços correntes) 2009 2010 2011 2012 2013 269.346 312.752 365.334 407.903 461.101 Resulta, do quadro supra, que o Défice antes de Donativos e Empréstimos registou quedas contínuas, de 2009 a 2011, tendência ligeiramente invertida em 2012, com o registo de 46.769 milhões de Meticais, voltando a agravar-se, em 2013, para fixar-se em 55.872 milhões de Meticais, o pior valor registado no quinquénio. No que tange ao Défice antes dos Empréstimos, verifica-se que, no período em apreço, o mesmo sofreu agravamentos significativos, face ao PIB, registando, 4,3%, 5,2% e 5,3%, nos anos de 2009, 2010 e 2011, respectivamente. Em 2012 verificou-se uma recuperação, com um registo de 4,8% do PIB. No ano de 2013, o quociente registou a menor proporção do quinquénio, ao passar para 5,6%, face ao ano anterior. Relativamente aos Empréstimos Externos, estes tiveram aumentos no período, tendo passado de 13.105 milhões de Meticais, em 2009, para 26.753 milhões de Meticais, em 2013. Face ao PIB, o seu peso foi de 4,9%, 4,3%, 3,8%, 3,4% e 5,8%, respectivamente, nos anos de 2009, 2010, 2011, 2012 e 2013. Em % do PIB III-16

Gráfico n.º III.4 - Evolução do Resultado do Exercício (Em % do PIB) 10 6,0 5 0-5 -10 2,3 3,2 0,9 1,0 2009 2010 2011 2012 2013-4,3-5,2-5,3-4,8-5,6 Saldo Corrente Défice antes de Donativos e Empréstimos Défice antes de Empréstimos -15-13,9-13,9-12,8-11,4-12,1 Como ilustra o Gráfico n.º III.4, o Défice antes de Donativos e Empréstimos estabilizou em 13,9% do PIB, nos anos de 2009 e 2010, tendo recuperado em 2011 e 2012, alcançando pesos de 12,8% e 11,4% do PIB, respectivamente. Já em 2013, verificou-se um ligeiro abrandamento, fixando-se em 12,1% do PIB. Do mesmo modo, de 2009 a 2011, há uma tendência crescente do Défice antes dos Empréstimos, que se inverte em 2012, com um peso de 4,8% do PIB. Em 2013, voltou a crescer, alcançando o peso de 5,6% do PIB e representando um agravamento de 0,8 pontos percentuais, relativamente ao ano anterior. 3.9 Financiamento do Défice No Quadro n.º III.12, são apresentados, por origem, os recursos que financiaram o défice de 2013. Quadro n.º III.12 Origem dos Meios Financeiros para a Cobertura do Défice de 2013 (Em milhões de Meticais) Descrição 2013 Donativos 30.233 54,1 Empréstimos Externos Líquidos 26.753 47,9 Crédito Interno Líquido -1.115-2,0 Défice antes de Donativos e Empréstimos 55.872 100,0 Depreende-se, do quadro, que a principal fonte de financiamento do défice foram os Donativos (54,1%), seguidos de Empréstimos Externos Líquidos (47,9%). Os Donativos, apesar de terem demonstrado um contínuo crescimento nominal, ao longo do quinquénio em apreço, têm vindo a perder peso, sistemática e gradativamente, face ao volume global da despesa executada, conforme se extrai do Quadro n.º III.13. III-17

Quadro n.º III.13 - Relação entre os Donativos e Despesas (Em milhões de Meticais) Descrição 2009 2010 2011 2012 2013 Donativos 25.771 27.318 27.379 27.332 30.233 Despesa Total 84.876 107.085 127.935 145.245 182.191 Peso 30,4 25,5 21,4 18,8 16,6 Com efeito, enquanto em 2009 os Donativos deram cobertura a 30,4% da Despesa, a sua importância, no financiamento do défice, tem vindo a cair, com o aumento dos empréstimos externos contraídos, especialmente concessionais. Em 2013, os donativos cobrem 16,6% da Despesa Total, menos 13,8 pontos percentuais, relativamente ao início do período. III-18