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ICC 103-15 26 janeiro 2010 Original: inglês P Workshop sobre a implementação do Fórum Consultivo sobre Financiamento do Setor Cafeeiro (22 de setembro de 2009) Relatório sumário Antecedentes 1. Um workshop sobre a implementação do Fórum Consultivo sobre Financiamento do Setor Cafeeiro foi realizado em 22 de setembro de 2009, terça-feira, na sede da OIC em Londres, sob a presidência do Diretor-Executivo, Sr. Néstor Osorio. O programa do evento havia sido distribuído no documento ED-2066/09 Rev. 1. 2. O Presidente apresentou relatório sobre o workshop ao Conselho em sua 103 a sessão, que transcorreu no período de 22 a 25 de setembro de 2009. Cópias das comunicações feitas na ocasião foram distribuídas eletronicamente aos Membros e estão disponíveis no site da OIC (www.ico.org/workshop.asp). 3. Foram distribuídos, para exame preliminar no workshop, os documentos de trabalho WP-Forum 1/09, 2/09 e 3/09, que, respectivamente, contêm informações sobre os custos teóricos da realização do Fórum; um projeto de termos de referência para o Comitê Gestor que se incumbirá de organizar e promover o trabalho do Fórum; e uma lista dos participantes que se propõe convidar para o Fórum. Também foi distribuído o documento PSCB-117/09, que contém um documento conceitual sobre o Fórum, proveniente da National Coffee Association of the USA. Esses documentos serão discutidos pelos Membros na 104 a sessão do Conselho, em março de 2010.

RELATÓRIO SUMÁRIO DO PRESIDENTE DO WORKSHOP SOBRE A IMPLEMENTAÇÃO DO FÓRUM CONSULTIVO SOBRE FINANCIAMENTO DO SETOR CAFEEIRO 1. O objetivo do workshop foi adiantar os preparativos para a primeira reunião do Fórum Consultivo sobre Financiamento do Setor Cafeeiro (FCFSC) através da discussão de idéias específicas acerca do trabalho do Fórum e das providências pertinentes. Na primeira parte do workshop, representantes de seis agências bilaterais ou multilaterais apresentaram comunicações com idéias acerca do trabalho e das possíveis contribuições do Fórum e da ajuda que ele poderá prestar ao setor cafeeiro. Istituto Agronomico per l Oltremare (IAO), do Ministério das Relações Exteriores da Itália 2. Nicola Arbace, Diretor Administrativo, e Massimo Battaglia, Oficial da Área do Café, falaram sobre o trabalho do IAO, informando que temas centrais do IAO eram os seguintes: a agricultura sustentável e a segurança alimentar; as tecnologias geoespaciais de informação; a gestão dos recursos naturais e a redução da pobreza; e a biodiversidade, a biotecnologia e a biossegurança. O café só recentemente se tornara o centro exclusivo de projetos em áreas como, por exemplo, indicações geográficas protegidas (produtos típicos). Os projetos da entidade visavam à melhoria da qualidade e das condições de vida dos pequenos produtores de café de qualidade gourmet, reduzindo sua vulnerabilidade socioeconômica e cultural e dando maior sustentabilidade a seus cultivos. Os desafios a enfrentar incluíam pontos congestionados na fase de processamento da cadeia de valor do café. Outras áreas importantes eram as seguintes: construção da capacidade dos produtores, incluindo treinamento em degustação de café para reconhecer defeitos na origem; apoio a cadeias curtas de comercialização; ênfase ao trabalho das mulheres em café; diversificação e novas tecnologias de reciclagem; e usos alternativos dos resíduos e subprodutos do café, de forma benéfica para o meio ambiente. Deutsche Gesellschaft für Technische Zusammenarbeit (GTZ) GmbH, da Alemanha 3. Elena Rueda, Oficial de Programas para Padrões Sociais e Ecológicos, delineou o trabalho da cooperação alemã para o desenvolvimento na área do café, informando que no centro desse trabalho estavam: mudanças para enfoques abrangendo todo o setor cafeeiro (por exemplo, a Iniciativa 4C); programas abrangentes e complexos (por exemplo, a Iniciativa AdapCC, que visa à adaptação dos pequenos agricultores às mudanças climáticas); maior envolvimento do setor privado, na última década; e apoio multilateral. Os projetos tratavam de questões interconectadas, em diferentes níveis econômicos. Quanto ao FCFSC, seus temas poderiam incluir necessidades como as seguintes: financiamento da cadeia de valor; financiamento da adaptação a práticas agrícolas sustentáveis e a mudanças climáticas; modelos de mitigação de riscos; e alfabetização financeira dos produtores. Os instrumentos para satisfazer a essas necessidades incluíam os seguintes: microfinanciamento; microsseguros; empréstimos em espécie; e possíveis elos com atuais fundos de investimento socialmente responsáveis. Dois grupos de trabalho poderiam tratar das necessidades e dos instrumentos. Um Comitê Gestor poderia atuar como agente de informações, incumbindo-se de convidar os grupos a apresentar propostas e a partilhar constatações e propostas entre si.

- 2 - Alternativamente, o Comitê Gestor poderia consultar os dois grupos, que trabalhariam com propostas e as partilhariam através de uma plataforma comum de intercâmbio de informações. Os resultados dos grupos deveriam estar voltados para o seguinte: necessidades (por exemplo, mitigação financeira ou de riscos); modelos relativos às mesmas; mercados; viabilidade econômica; possíveis impactos; e campos de intervenção. Fundación ETEA para el Desarrollo y la Cooperación, da Espanha 4. Vicente González Cano, Diretor-Executivo, esquematizou o trabalho cada vez mais especializado desta agência nas seguintes áreas: desenvolvimento rural e local; integração regional; promoção do desenvolvimento de microempresas e pequenas empresas; e políticas de cooperação e de desenvolvimento na América Latina e Ásia-Oceania. Ele descreveu o plano de apoio aos produtores de café lançado em 2003 e o programa de ação para 2006 a 2008, que incluía prioridades como o fortalecimento de denominações de origem e a geração de valor agregado e mudanças estruturais do setor, através de programas de treinamento e educação. Com respeito ao FCFSC, ele observou que os aspectos financeiros limitavam o desenvolvimento do setor, e enfatizou a lógica da ação-reflexão-ação. Notou também a importância de propostas inovadoras, tais como: programas de microleasing; sistemas de garantias e colaterais para os pequenos produtores; fundos rotativos; e microfinanciamento. O Fórum deveria ter em conta o princípio da ampliação proporcional de propostas para maximizar sua eficiência, começando por atividades experimentais com resultados mensuráveis. As atuais iniciativas poderiam ser identificadas, para evitar duplicação e criar sinergias e complementaridades. Finalizando, ele disse que o setor privado tinha um papel-chave a desempenhar no Fórum. Embaixada da Suíça (em nome da Secretaria de Estado para Assuntos Econômicos SECO) 5. Max Schnellmann, Conselheiro (Assuntos Econômicos, Produtos Básicos) pôs os participantes a par de um Fórum sobre Gestão de Risco na Agricultura em Desenvolvimento, que se realizou na Suíça em outubro de 2009 e cujos resultados poderiam ser oportunamente compartilhados com o FCFSC. A assistência econômica bilateral suíça se concentrava em mercados de nicho e visava a fortalecer a cadeia de valor dos cafés orgânicos, fair trade ou especiais. Apoiava além disso iniciativas de sustentabilidade centradas no mercado do café comum, como, por exemplo, a Iniciativa 4C, vendo complementaridades entre os objetivos de acessar mercados de nicho ou de massa da perspectiva da sustentabilidade. Atualmente, a SECO dava respaldo ao projeto do Comitê de Avaliação da Sustentabilidade (COSA), que desenvolvera uma metodologia de apoio aos produtores destinada a capacitá-los a identificar e avaliar custos e benefícios da observância de padrões de sustentabilidade. A SECO também vinha apoiando a testagem e implementação da metodologia do COSA na Tanzânia. Apoiava, ainda, o Fundo Triodos para o Comércio Sustentável, que concedia empréstimos a produtores e pequenas e médias empresas (PMEs) de produtos fair trade e orgânicos certificados, ajudando-os a pré-financiar seus contratos de exportação com compradores estrangeiros, com o objetivo de facilitar o acesso desses produtos aos mercados.

- 3 - Agência dos Estados Unidos para o Desenvolvimento Internacional (USAID) 6. Anne Williams, Chefe da Equipe de Política Agrícola, disse que as atividades da USAID relativas ao café tinham por objetivo melhorar as condições de vida dos pequenos e médios produtores e a capacidade de negócios das pequenas e médias empresas, através da promoção de sistemas sustentáveis capazes de beneficiar significativamente a renda, o emprego, o meio ambiente, a sociedade e o consumidor. Conseguia-se isso por meio do aumento da capacidade de produzir e comercializar café de alta qualidade; de atividades de diversificação; da promoção de alianças no setor privado; e da coordenação com outros doadores. A USAID dispunha de um orçamento de US$102 milhões para atividades relativas ao café no período de 2005 a 2010 e prestava apoio a 82% dos países exportadores da OIC. As comunicações feitas no workshop punham em relevo a riqueza de idéias, lições aprendidas e atividades de programas que poderiam ser ampliadas. A OIC poderia, por um lado, ajudar a reunir tudo isso e, por outro, pesquisar áreas potenciais de interesse. O Fórum poderia facilitar o intercâmbio de informações sobre atividades e experiências atuais, incluindo as de construção de capacidade. Poderia igualmente explorar meios de ampliar a cooperação entre diferentes organismos, desenvolver conjuntos de ferramentas centrados nos pequenos agricultores e tratar de temas como a alfabetização financeira. Fundo Comum para os Produtos Básicos (FCPB) 7. Caleb Dengu, Primeiro Gerente de Projetos, mencionou a diferença entre as cadeias de valor e de oferta de café, notando que os tipos de recursos de que o setor cafeeiro precisava (por exemplo, recursos para cobrir custos do desenvolvimento de lavouras e custos de exportação) determinariam o produto financeiro necessário por exemplo, de curto ou longo prazo. Entre as fontes de recursos, ele citou os governos, através de seus orçamentos diretos; as instituições de financiamento do desenvolvimento; as instituições de ajuda bilateral; e os bancos privados nacionais. No caso destes últimos, a maior parte oferecia produtos financeiros estruturados. Havia necessidade de informações sobre os recursos alocados ao café por essas fontes e de saber se eles refletiam a contribuição do café às economias nacionais, para que os decisores pudessem alocar fundos eficientemente. O Fórum, usando como argumento a contribuição das exportações de café comparada com a contribuição total das exportações agrícolas, deveria procurar convencer os governos nacionais a aumentar os recursos alocados ao desenvolvimento do café nas dotações para a agricultura dos respectivos orçamentos. A Declaração de Maputo, por exemplo, incentivava os países a alocar 12% de seus orçamentos à agricultura, mas isso freqüentemente não ocorria. O Fórum também deveria procurar convencer instituições multilaterais, por exemplo, a examinar a participação do café no portfólio dos bancos de desenvolvimento, e comparar os dados pertinentes com os das exportações de café. Embora a segurança alimentar fosse considerada prioritária, o café potencialmente contribuía para segurança das receitas. O Fórum também poderia procurar influenciar agências bilaterais e divulgar estatísticas de exportação mostrando como o serviço das dívidas era conseguido através das

- 4 - exportações de café. A estratégia para convencer essas entidades deveria incluir o seguinte: coleta de dados sobre as necessidades financeiras de cada país produtor e a análise desses dados; organização de, e participação em, reuniões anuais de importantes agências multilaterais, e apresentações mostrando a contribuição do café às receitas de exportação; organização de eventos secundários em reuniões de bancos multilaterais de desenvolvimento, para dar realce à importância do café e sua contribuição ao desenvolvimento; reuniões com agências bilaterais, para argumentar em favor do financiamento do café nos orçamentos de desenvolvimento; e assistência a países no preparo de memorandos de informação, para ajudá-los a buscar financiamento para os respectivos setores cafeeiros. 8. As comunicações acima foram seguidas de discussão pelos Membros, em que diversos pontos de vista foram externados, incluindo os seguintes: A presença de agências bilaterais e multilaterais no Fórum era bem-vinda. Elas tinham um papel importante a desempenhar no financiamento de projetos e no desenvolvimento de um setor cafeeiro sustentável em termos econômicos, sociais e ambientais. As comunicações feitas no workshop demonstravam a extensa gama das atividades de construção de capacidade que vinham sendo empreendidas no setor cafeeiro, com base bilateral. Notou-se o valor das contribuições de outras entidades no financiamento do setor cafeeiro e da agricultura, entre as quais o Root Capital, o Rabobank e outras instituições como o Banco Mundial e os bancos regionais de desenvolvimento. O Fórum era uma importante inovação trazida pelo AIC de 2007 e poderia contribuir para a sustentabilidade do setor cafeeiro. Como a Junta Consultiva do Setor Privado (JCSP), ele tinha um papel valioso a desempenhar na facilitação do intercâmbio de informações e de discussões sobre o financiamento do setor cafeeiro entre participantes-chave de instituições financeiras, organizações internacionais e outras. O Fórum deveria concentrar-se em questões financeiras acima de tudo. Entre suas funções poderiam incluir-se as seguintes: fornecer aos principais organismos decisores informações sobre questões cafeeiras; informar os Membros acerca de atividades empreendidas fora da OIC; explorar sinergias; identificar necessidades e áreas em que a OIC poderia ser envolvida; e atrair recursos adicionais, que complementassem os do FCPB, para iniciativas e prioridades do setor cafeeiro identificadas pelos Membros. Para os produtores, as áreas de interesse incluíam as seguintes: apoio aos pequenos cafeicultores na produção e colocação de seu café no mercado; obtenção de crédito; seguros da safra e contra intempéries; gestão de risco; infra-estrutura (por exemplo, investimentos em processamento e em estradas); promoção de parcerias entre os setores público e privado; investimentos no desenvolvimento do setor dos cafés especiais; e volatilidade dos preços do

- 5 - café. O Fórum também poderia suscitar novas iniciativas e formas de financiamento (por exemplo, recibos de armazéns), oferecendo aos Membros um catálogo dos instrumentos à sua disposição. O Fórum deveria ter uma atuação multidimensional e integrada, respondendo aos interesses dos produtores e combinando os aspectos micro e macro; e deveria focalizar o financiamento em toda a cadeia de valor, tratando do capital de giro, dos seguros e dos mecanismos para possibilitar aos cafeicultores reduzir os riscos do mercado. O Conselho era o órgão decisório máximo da Organização, e o Fórum, um órgão consultivo a ele subordinado em termos estruturais. Os projetos de documentos preparados para o workshop eram úteis como base de discussão, mas as decisões finais acerca do Fórum cabiam ao Conselho. O estabelecimento e composição de um Comitê Gestor pequeno, eficaz e com a perícia necessária seria de vital importância para o Fórum. Um seminário sobre financiamento realizado pela Organização Interafricana do Café (OIAC), em que os Membros africanos haviam discutido as necessidades do setor cafeeiro e o acesso aos recursos necessários, havia sido uma iniciativa valiosa e gerado recomendações úteis. A emissão de certificação não era uma questão que se prestava a discussão no Fórum, pois este deveria se concentrar no propósito específico para o qual fora criado: facilitar as consultas sobre tópicos relacionados com financiamento e gestão de risco no setor cafeeiro. Falou-se na necessidade de fortalecer as instituições cafeeiras nacionais, muitas das quais haviam sido parcial ou totalmente desmanteladas nas últimas duas décadas. Os produtores precisavam de uma estrutura institucional para ajudá-los a identificar necessidades e pleitear financiamento. As propostas deveriam estar alinhadas com as estratégias nacionais de desenvolvimento e basear-se nas necessidades dos Membros. As iniciativas e propostas apresentadas deveriam ser acessíveis e compreensíveis aos pequenos agricultores, que produziam a maior parte do café mundial. Alguns bons projetos haviam sido implementados no passado, mas a duração de seus efeitos fora curta. Esforços deveriam ser feitos para desenvolver modelos capazes de apoiar os produtores em áreas vitais e, não se afastando de suas políticas nacionais, produzir resultados duradouros e sistemáticos. 9. O Presidente agradeceu a todos os oradores suas valiosas contribuições, externando também seus agradecimentos pela excelente assistência e perícia que suas agências haviam proporcionado ao desenvolvimento do setor cafeeiro. O debate fora um importante ponto de partida para as discussões sobre a implementação do Fórum, que iriam continuar na próxima sessão do Conselho.