Rui Marques dos Santos

Documentos relacionados
Urgência e emergência na atenção primária. Enfª Karin Bienemann

Primeiros Socorros. Primeiros Socorros. Primeiros Socorros. Primeiros Socorros. Primeiros Socorros. Primeiros Socorros. Objetivos.

FALÊNCIA RESPIRATÓRIAS

Primeiros Socorros. Primeiros Socorros. Primeiros Socorros. Primeiros Socorros. Primeiros Socorros. Primeiros Socorros. Esterilização.

I MÓDULO Grandes Síndromes Clínicas: Sinais e Sintomas 6 Semanas: 1ª a 6ª semana SEMANA DIA HORÁRIO PROF. SALA CONTEÚDO

CURSO BÁSICO DE CUIDADOS PALIATIVOS

INSUFICIÊNCIA RESPIRATÓRIA

12/04/2011. O que mata mais rápido em ordem de prioridade é:

DISFUNÇOES RESPIRATÓRIAS

ATENDIMENTO A PCR. Prof. Fernando Ramos -Msc 1

AULAS TEÓRICAS QUINTA- FEIRA HABILIDADES E ATITUDES MÉDICAS III - 3ª FASE 2010/2

CURSO BÁSICO DE CUIDADOS PALIATIVOS

Trauma torácico ATLS A airway (vias aéreas pérvias) B breathing (avaliação manutenção resp e mecânica resp) C circulation D disability (avaliação esta

Caso clínico 1 História Clínica

POLITRAUMATIZADO I (IDENTIFICAÇÃO)

21/07/14. Processos metabólicos. Conceitos Básicos. Respiração. Catabolismo de proteínas e ácidos nucleicos. Catabolismo de glicídios

ACADEMIA MÉDICA Alargando Horizontes! 5 Urgências em MGF. Ivo Reis UCSP Soure

Curso de Emergências Obstétricas COLAPSO MATERNO

PROFESSOR: JEAN NAVES EMERGÊNCIAS PRÉ-HOSPITALARES

PACIENTE GRAVE IDENTIFICAÇÃO E TRATAMENTO TREINAMENTO

Emergências Neurológicas. Emergências Neurológicas. Emergências Neurológicas. Emergências Neurológicas. Emergências Neurológicas

Resultados da Validação do Mapeamento. Administrar medicamentos vasoativos, se adequado.

Direcção-Geral da Saúde

20/08 PRÉ CONGRESSO - MANHÃ

SISTEMA CARDIOVASCULAR

Curso de ENFERMAGEM DE EMERGÊNCIA:

ABORDAGEM CLINICA NO PACIENTE GRAVE. ACD: Filipe Andrade Mota

Plano de Trabalho Docente 2013 Ensino Técnico

Qual o Fluxograma da Dor Torácica na Urgência? Pedro Magno

EXAMES COMPLEMENTARES GASOMETRIA GASOMETRIA ARTERIAL EQUILÍBRIO ÁCIDO - BÁSICO EQUILÍBRIO ÁCIDO - BÁSICO

ESTADO DE CHOQUE HEMORRAGIA & CHOQUE 002

Asma Brônquica. Profº. Enfº Diógenes Trevizan Especialização Urgência e Emergência

TRAUMA CERVICAL - IMPORTÂNCIA. área restrita. vários sistemas. experiência individual pequena FCMSCSP - AJG

DOENÇA A PULMONAR OBSTRUTIVA CRÔNICA

Atendimento Pré-Hospitalar APH. Professora: Ana Paula de Oliveira

Procedimentos de Emergência. Profº Ms. Gil Oliveira

A FISIOTERAPIA NOS PALIATIVOS. Jaqueline Spoldari Diniz

Conceitos da Avaliação Inicial Rápida inspeção primária Reanimação Suplementação da inspeção primária/ reanimação Inspeção secundária detalhada Suplem

RESIDENCIA MÉDICA UFRJ

M1-Noções Básicas de Saúde

URGÊNCIA E EMERGÊNCIA. Prof. Adélia Dalva

Tratamento por Hipotermia na PCR: Experiência no Pré- Hospitalar e Urgência

DOENÇA PULMONAR OBSTRUTIVA CRÔNICA - DPOC CELSON RICARDO DE SOUSA

SUPORTE BÁSICO DE VIDA

UNIVERSIDADE FEDERAL DO RECÔNCAVO DA BAHIA CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE CONCURSO DOCENTE, EDITAL Nº 14/2015 PONTOS DAS PROVAS ESCRITA E DIDÁTICA

DISTÚRBIO HIDRO- ELETROLÍTICO E ÁCIDO-BÁSICO. Prof. Fernando Ramos Gonçalves -Msc

Sessão Televoter Pneumologia Como eu trato a DPOC

Como reconhecer uma criança criticamente enferma? Ney Boa Sorte

LESÃO MEDULAR TRAUMÁTICA

Prova de Título de Especialista em Fisioterapia Respiratória

D.P.O.C. Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica

P ERGUNTAR ( o máximo possível):

FUPAC Araguari Curso de medicina. Disciplina Saúde Coletiva II 7º período. Prof. Dr. Alex Miranda Rodrigues. A CRIANÇA COM DISPNÉIA

ANEXO II CONTEÚDO PROGRAMÁTICO EDITAL Nº. 17 DE 24 DE AGOSTO DE 2017

Envelhecimento e Doenças Reumáticas

Cronograma de execução das disciplinas MFC-I, CMP-I e Habilidades específicas 5º período. Teórica Prática Teórica Prática Teórica Prática

Broncoscopia. Certificado pela Joint Commission International. Padrão Internacional de qualidade em atendimento médico e hospitalar.

HIPERTERMIA MALIGNA. CEDHIMA - UNIFESP (Centro de Estudo, Diagnóstico e Investigação em Hipertemia Maligna)

Formação Obrigatória em Serviço de Urgência: Faro

TREINAMENTO TEÓRICO CURSO: PRIMEIROS SOCORROS - BÁSICO (40 HORAS)

02/06/2010. Derrame Pleural. Sarcoidose

Ressuscitação Cardiorrespiratória e Cerebral

Prof. Claudia Witzel DOENÇA PULMONAR OBSTRUTIVA CRÔNICA

Urgência e Emergência

PRIMEIROS SOCORROS. Enfa Sâmela Cristine Rodrigues de Souza

Diagnóstico de Saúde Lourinhã. Lourinhã 15 de Maio de 2017

SECRETARIA DE ESTADO DA SAÚDE CENTRO ESTADUAL DE VIGILÂNCIA EM SAÚDE

PROTOCOLO CÓDIGO AZUL E AMARELO

CFI CENTRO DE FORMAÇÃO IBERÁFRICA CFI - CENTRO DE FORMAÇÃO IBERÁFRICA CONTROLO DE SOCORRISMO NÍVEL II

AVALIAÇÃO FISIOTERAPÊUTICA SISTEMA RESPIRATÓRIO. Profa Dra Carolina Fu Depto de Fisioterapia, Fonoaudiologia e Terapia Ocupacional FMUSP

O que é vida? TANATOLOGIA. Definição de morte. Formas de Morte. Divisão didática de Morte. Critérios atuais para diagnóstico de morte

AULA-14 ATUAÇÃO EM ENTUBAÇÃO OROTRAQUEAL

OFICIAIS DE SÁUDE DA PM DE MINAS GERAIS.

SUMÁRIO. Sobre o curso Pág. 3. Etapas do Processo Seletivo. Cronograma de Aulas. Coordenação Programa e metodologia; Investimento.

HOSPITAL PEDIÁTRICO de COIMBRA Protocolos do Serviço de Urgência AFOGAMENTO

Emergências Clínicas

DOENÇAS PULMONARES PULMONARE OBSTRUTIVAS ASMA

Desafios clínicos cardiológicos: Um doente com hipoxémia

TERAPÊUTICA ANTIBIÓTICA DA PNEUMONIA NOSOCOMIAL

- Descrito na década de 70, mas com aumento constante na incidência desde os anos 90

Disseção da Aorta. A entidade esquecida. Hugo Rodrigues Cirurgião Vascular HPA

Confira se os dados contidos na parte inferior desta capa estão corretos e, em seguida, assine no espaço reservado para isso.

LogBook Medicina Interna

Avaliação da dispneia psicogênica: mito ou realidade

REVISÃO VIP CURSOS ENFERMEIRO HU ESPECIALISTA EM TERAPIA INTENSIVA E ENFERMAGEM CARDIOLÓGICA.

Definição de Morte Encefálica

Seminário Nacional Unimed de Medicina Preventiva

GASOMETRIA ARTERIAL GASOMETRIA. Indicações 11/09/2015. Gasometria Arterial

A missão social da educação médica para alcançar a equidade em saúde

Inquérito epidemiológico *

PRODUÇÃO TÉCNICA DESENVOLVIMENTO DE MATERIAL DIDÁTICO OU INSTRUCIONAL

COMPLICAÇÕES MAIS FREQUENTES DURANTE A SESSÃO DE HEMODIÁLISE

QUESTIONÁRIO SOBRE TRATAMENTO DA DOR AGUDA PÓS-OPERATÓRIA

Núcleo: NE Código: 7748 Semestre: 2º Ano: horas Teóricas: 40 horas Práticas: 60 horas 2012

Transcrição:

Rui Marques dos Santos

Doente Urgente Abordagem do doente crítico Doente Terminal Doente em fase terminal Morte

Tempo é o factor crítico Avaliação do doente com doença aguda implica Não um diagnóstico Mas alteração fisiopatológica Qual é a principal ameaça de vida? Foi excluída? Não esquecer a protecção individual

Tempo é o factor crítico Avaliação do doente com doença aguda implica Não um diagnóstico Mas alteração fisiopatológica Qual é a principal ameaça de vida? Foi excluída? Não esquecer a protecção individual

Vigilância e actuação primária Suporte básico de vida e desfibrilhação Vigilância e actuação secundária Suporte avançado de vida Administração de fármacos

A Airway B Breathing C Circulation D Disability E Exposure

Os principais modos de apresentação Coma Dispneia Insuficiência respiratória aguda Choque Dor torácica Dor abdominal O doente com hemorragia digestiva alta O doente com intoxicação medicamentosa

ABC / monitorização de sinais vitais / O2 Trauma ou possibilidade de trauma colar cervical Linha IV; análises pedidas; tratamento imediato Avaliação inicial: história; exame físico; observação neurológica - avaliação da profundidade/nível de funcionamento do doente TAC; PL Definir a etiologia: metabólico, estrutural, doença psiquiátrica Evolução / monitorização

Nível de consciência: GCS Padrão respiratório Tamanho das pupilas e reactividade à luz Reflexos oculocefálicos Resposta motora

Eye Opening Spontaneous 4 To voice 3 To pain 2 None 1 Verbal Response Oriented 5 Confused 4 Inappropriate Words 3 Incomprehensible Words 2 None 1 Motor Response Obeys command 6 Localizes pain 5 Withdraw (pain) 4 Flexion (pain) 3 Extension (pain) 2 None 1

Avaliação e diagnóstico diferencial rápido: História Exame físico: estado de consciência, sinais vitais, coloração de pele e mucosas, engurgitamento jugular, observação pulmonar e cardíaca Gasimetria RX tórax ECG Análises: hemograma, ionograma, enzimas cardíacos

Insuficiência respiratória hipercápnica PaCO2 > 45 mm.hg; ph < 7.35 Insuficiência respiratória hipoxémica PaO2 < 60mm.HG; SaO2 < 90 mm.hg Insuficiência respiratória mista Interpretação global dos desvios da gasimetria

Edema pulmonar agudo Pneumonia Embolia pulmonar DPCO agudizada Asma brônquica Pneumotorax Obstrução da via aérea alta ARDS

Definição Manifestações clínicas Tipos de choque História Exame físico Medidas de ressuscitação imediatas Abordagem dos vários tipos de choque Acção das aminas vasopressoras

ABCD Percepção do problema mais importante Estabelecimento de prioridades Automatização de atitudes Treino de decisão Dominar as técnicas comuns necessárias na medicina de emergência Não esquecer a pessoa

Visa fundamentalmente evitar a futilidade terapêutica e o sofrimento desnecessário Referem-se apenas às manobras de RCP; os cuidados básicos com o doente são mantidos: hidratar, alimentar, tratar a dor etc. O respeito à dignidade do ser humano é o valor mais importante

ESTAMOS PREPARADOS PARA ENFRENTAR A MORTE

Profissionais de saúde Prestação de cuidados de saúde Aceitar a morte Natural Não como fracasso Curar Tratar

Doenças em fase terminal Doente terminal Etapa final de doença progressiva e incurável Doente fase terminal Sinais de morte próxima Fase de agonia Cancro IC DPOC IHC Demência Todas as especialidades médicas: Independente do prognóstico abordagem sistemática do tratamento no final da vida Tratamento paliativo como parte integrante

Lei da doação de órgãos Critérios de morte cerebral Critérios de morte cardíaca A separação inequívoca da decisão de retirar o suporte de vida e a decisão de doação de órgãos é um elemento essencial dos protocolos de transplantação Volatilidade das determinações legais e humanas

Utensílios que permitem antever a morte do doente Clínica Sinais e sintomas que prevêem a sobrevivência a longo e a curto prazo Instrumentos de medição/escalas Dados subjectivos Instrumentos válidos de avaliação de sintomas e medição da qualidade de vida

Sintomas Físicos Dor Sintomas Psicológicos Dispneia Ansiedade Xerostomia Depressão Anorexia e perda de peso Delírio Fadiga e Fraqueza Náuseas e Vómitos Obstipação Disfagia Insónia

Sintomas nas últimas horas de vida SINAIS Diminuição da consciência (60) Estertores da morte (35) Cianose (80) Respiração mandibular (95) SINTOMAS FÍSICOS Fadiga e fraqueza Anorexia Disfagia Xerostomia Perda do controlo de esfíncteres PSICOLÓGICOS Delírio terminal Dor incontrolável raramente se desenvolve ou piora

Conduta nos últimos estádios da vida Directivas avançadas Reanimação ou Não Reanimação Suspensão de tratamento Futilidade terapêutica

The most difficult lesson you will learn is when stand back and do nothing. Srivastava