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Transcrição:

REFORMA TRABALHISTA (PÓS APROVAÇÃO) Em 23 de dezembro de 2016 foi apresentado na Câmara dos Deputados o Projeto de Lei n. 6787, de autoria do Poder Executivo, que altera a Consolidação das Leis do Trabalho CLT e a Lei n. 6.019/74, para dispor sobre eleições de representantes dos trabalhadores no local de trabalho e sobre o trabalho temporário, e dá outras providências. Aos 25 de abril de 2017 foi aprovado na Câmara dos Deputados o texto-base, na forma da Subemenda Substitutiva Global, ao PL nº 6787/2016, por 296 a 177. O Projeto já chegou ao Senado Federal como PLC n. 38/2017 e será apreciado pelas Comissões de Assunto Econômico (CAE), de Assuntos Sociais (CAS) e pelo Plenário. PRINCIPAIS PONTOS TRATADOS NO PL i) Acesso à justiça do trabalho; ii) Indenização por dano moral; iii) Perda do direito pelo decurso do tempo (prescrição intercorrente); iv) Horas in itinere; v) Normas coletivas de trabalho; vi) Autorização do Ministério do Trabalho; vii) Férias; viii) Equiparação salarial; ix) Direito do Empregado que exerceu função de confiança por mais de 10 anos em manter a gratificação; x) Contrato de Trabalho;

xi) xii) Atuação Sindical; Rescisão Contratual; I - ACESSO A JUSTIÇA DO TRABALHO i) Dificulta o acesso dos trabalhadores à Justiça do Trabalho; ii) Restringe o direito à justiça gratuita; iii) Admite a cláusula de arbitragem nos contratos individuais de trabalho cuja remuneração exceda 2 (duas) vezes o teto estabelecido para os benefícios do RGPS (acima de R$11.100,00); iv) Permite, por acordo individual, entre empregado e empregador, a quitação anual de obrigações trabalhistas, perante o sindicato dos empregados da categoria, que terá eficácia liberatória Atualmente os trabalhadores procuram a Justiça do Trabalho para exigir seus direitos. Ocorre que a intenção da Reforma Trabalhista é dificultar este acesso, criando meios para que o empregador e o emprego possam resolver seus conflitos internamente. Todavia, nesta relação, o empregado é a parte mais fraca, e consequentemente terá que se submeter às condições impostas pelo empregador. II- INDENIZAÇÃO POR DANO MORAL O trabalhador que sente afetado em sua honra, intimidade, integridade física, decorrente da relação de trabalho, pode requerer a devida reparação do dano sofrido perante o Poder Judiciário. Ocorre que o projeto aprovado pretende quantificar o sofrimento deste trabalhador ao fixar valores referentes à indenização a ser paga.

III- PERDA DO DIREITO PELO DECURSO DO TEMPO (PRESCRIÇÃO INTERCORRENTE) Trabalho Permite a aplicação da prescrição intercorrente à Justiça do O Tribunal Superior do Trabalho possui entendimento sumulado sobre a impossibilidade da aplicação da prescrição intercorrente na justiça do trabalho. Desta forma, não permite que um processo seja extinto pelo fato da parte não conseguir executar bens da empresa para o pagamento de verbas trabalhistas. Todavia, o projeto aprovado permite a aplicação desta prescrição, que terá como conseqüência a possibilidade do empregador livrar-se do pagamento das verbas devidas ao trabalhador. IV - HORAS EXTRA PELO PERCURSO DO EMPREGADO ATÉ O LOCAL DE TRABALHO (HORAS IN ITINERE) O tempo de deslocamento da casa ao trabalho do empregado deve ser computado na jornada de trabalho quando o transporte for fornecido pelo empregador em razão do local de trabalho ser de difícil acesso ou não servido por transporte público. Todavia, o projeto aprovado retira este direito do trabalhador, trazendo assim, grande prejuízo a sua saúde laboral. V - NORMAS COLETIVAS DE TRABALHO i) Permite que os acordos coletivos prevaleçam sobre as convenções coletivas;

ii) iii) iv) Fortalece os acordos individuais em detrimento de acordos coletivos e convenções coletivas, nas hipóteses de banco de horas; outras formas de compensação de jornada; e jornada de 12 horas seguidas por 36 horas ininterruptas de descanso (12x36); Permite que a negociação coletiva prevaleça sobre a lei, em dezesseis situações, sem necessidade de indicação de contrapartida, dentre os quais se destacam: enquadramento do grau de insalubridade; prorrogação de jornada em ambientes insalubres, sem licença prévia das autoridades competentes do Ministério do Trabalho; remuneração por produtividade, incluídas as gorjetas percebidas pelo empregado, e remuneração por desempenho individual; e intervalo intrajornada (intervalo de descanso ) de 30 minutos; Veda a ultratividade de acordos e convenções coletivas; VI - AUTORIZAÇÃO DO MINISTÉRIO DO TRABALHO i) Retira a necessidade de autorização específica pelo Ministério do Trabalho para liberação do trabalho na jornada de 12x36 em ambientes insalubres; ii) iii) Retira a necessidade de o empregador comunicar ao Ministério do Trabalho, no caso da duração do trabalho exceder do limite legal ou convencionado, em razão da necessidade imperiosa; Retira a obrigação de registrar o plano de carreira da empresa junto ao Órgão público competente, responsável pela fiscalização; VII - FÉRIAS

Permite o parcelamento das férias em até 3 (três) períodos, sendo que um deles não poderá ser inferior a quatorze dias corridos e os demais não poderão ser inferiores a cinco dias corridos. Atualmente, não é permitido o parcelamento das férias, salvo em casos excepcionais que poderão ser fracionadas em dois períodos, na qual um período não poderá ser inferior a 10 dias corridos. Para tanto, no caso do trabalhador ser menor de 18 e maior de 50, as férias sempre serão concedidas de uma só vez. Ocorre que o projeto aprovado permite o fracionamento das férias, em qualquer caso, desde que haja o consentimento do empregado. Contudo, sabemos que independentemente da concordância do trabalhador, o empregador irá impor o referido parcelamento. VIII - EQUIPARAÇÃO SALARIAL Reduz a possibilidade de equiparação salarial por quem exerce a mesma função, aumentando o prazo de tempo de serviço para 4 anos e adiciona que os trabalhadores que pleiteiam tal equiparação não podem ter diferença de tempo superior a dois anos na mesma função; O projeto aprovado cria dificuldades para configuração da equiparação salarial, uma vez que além da diferença de tempo na mesma função não poder ser superior a dois anos, deverá ter também quatro anos de tempo de serviço. IX - DIREITO DO EMPREGADO QUE EXERCEU A FUNÇÃO DE CONFIANÇA POR MAIS DE 10 ANOS EM MANTER À GRATIFICAÇÃO gratificação. O projeto aprovado retira o direito à continuidade do pagamento da

X - CONTRATO DE TRABALHO i) Regulamenta o contrato de teletrabalho, por meio de tarefas, sem correspondência com a duração do trabalho ; ii) Cria o contrato de trabalho intermitente, sendo aquele prestado com alternância de períodos, determinados em horas, dias ou meses, nas empresas que em determinadas épocas do ano possuem necessidade de mão de obra extra; iii) Cria a figura do autônomo com ou sem exclusividade, de forma contínua ou não, afastando a possibilidade de constituir vínculo empregatício com a empresa contratante; iv) Descaracteriza o contrato de trabalho a tempo parcial, tendo em vista a ampliação da duração da jornada para 30 horas semanais, ou 26 horas semanais, com a possibilidade de até 6 horas extras, totalizando 32 horas semanais; v) Flexibiliza regras do trabalho temporário; vi) Permite expressamente a terceirização para todas as atividades da empresa; XI - ATUAÇÃO SINDICAL i) Afasta os sindicatos da assistência nas demissões e no pagamento de verbas rescisórias para empregados com mais de 1 (um) ano de serviço;

ii) iii) Permite a eleição de uma comissão para representar os trabalhadores nas empresas com mais de duzentos empregados, desvinculada da entidade sindical; Exige do empregado, prévia e expressa autorização para o desconto das contribuições devidas aos sindicatos; RESCISÃO CONTRATUAL i) Permite a extinção do contrato de trabalho por acordo entre as partes onde será devido a metade do aviso prévio e metade da indenização do FGTS, limitando a movimentação da conta do FGTS a 80% do valor, não permitindo o acesso ao seguro desemprego; ii) Coloca no mesmo patamar de igualdade as dispensas individuais ou em massa sem justo motivo e adiciona que não é necessário instrumento coletivo ou autorização da entidade sindical para se dar validada a tais demissões;