GÊNEROS TEXTUAIS: A PRÁTICA DE LEITURA E PRODUÇÃO DE TEXTOS NA AULA DE LP

Documentos relacionados
AULA DE LÍNGUA PORTUGUESA: UMA PESQUISA SOB A ÓTICA DOS DISCENTES

O TRABALHO COM GÊNEROS TEXTUAIS NO ENSINO DE LÍNGUA PORTUGUESA

VARIAÇÃO LINGUÍSTICA NA SALA DE AULA: UM RELATO DE EXPERIÊNCIAS NAS AULAS DE LÍNGUA PORTUGUESA

PLANO DE ENSINO DIA DA SEMANA HORÁRIO CRÉDITOS 2as feiras 18h10-21h40 04

A ORALIDADE NO ENSINO FUNDAMENTAL: REFLEXÕES SOBRE O USO DOS GÊNEROS ORAIS NAS AULAS DE LÍNGUA PORTUGUESA

Plano de ensino: CONTEÚDO, METODOLOGIA E PRÁTICA DE ENSINO DE LÍNGUA PORTUGUESA CONTEÚDO, METODOLOGIA E PRÁTICA DE ENSINO DE LÍNGUA PORTUGUESA

COLÉGIO PEDRO II CAMPUS SÃO CRISTÓVÃO II LEITURA E EXPRESSÃO - UM PROJETO PARA SALA DE LEITURA -

A coleção Português Linguagens e os gêneros discursivos nas propostas de produção textual

O GÊNERO REPORTAGEM NA EJA: UMA CONTRIBUIÇÃO PARA O DESENVOLVIMENTO DA LEITURA, ESCRITA E ORALIDADE

TRABALHAR COM GÊNEROS TEXTUAIS NO CICLO DE ALFABETIZAÇÃO. Maria da Graça Costa Val Faculdade de Letras/UFMG CEALE FAE/UFMG

GRAMÁTICA, CONCEPÇÕES DE LÍNGUA E ARGUMENTAÇÃO: O TRABALHO COM AS CONJUNÇÕES COORDENATIVAS ADVERSATIVAS NAS AULAS DE LÍNGUA PORTUGUESA

A CONTRIBUIÇÃO DO PROJETO VIAJANDO E APRENDENDO COM ZÉ DO LIVRO PARA O INCENTIVO DA LEITURA: UMA ANÁLISE NO MUNICÍPIO DE PAULISTA PB

MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO UNIVERSIDADE FEDERAL DE GOIÁS FACULDADE DE LETRAS

Novas velhas histórias: releitura e recriação de contos na escola

Técnico Integrado em Controle Ambiental SÉRIE:

CONTEÚDO ESPECÍFICO DA PROVA DA ÁREA DE LETRAS GERAL PORTARIA Nº 258, DE 2 DE JUNHO DE 2014

A INSERÇÃO DO GÊNERO CARTA DO LEITOR NO ENSINO DE LÍNGUA: PROCEDIMENTOS DIDÁTICOS PARA A LEITURA E A PRODUÇÃO DE TEXTO

CRIARCONTEXTO: O ENSINO-APRENDIZAGEM DE GÊNEROS TEXTUAIS NO ENSINO MÉDIO

SANTOS, Leonor Werneck. RICHE, Rosa Cuba. TEIXEIRA, Claudia Souza. Análise e produção de textos. São Paulo: Contexto, 2012.

Sugestão de Atividades Escolares Que Priorizam a Diversidade Sociocultural 1

CONCEPÇÕES DE LEITURA DE ALGUNS PROFESSORES DA REDE PÚBLICA DE ENSINO E O REFLEXO NA PRÁTICA DOCENTE

A IMPORTÂNCIA DO GÊNERO RESENHA PARA A FORMAÇÃO DO LEITOR CRÍTICO

O uso de histórias em quadrinhos na aula de Língua Inglesa: um relato do projeto Histórias em Quadrinhos - Leitura e Ação.

LEITURA E ESCRITA COM ÊNFASE NA PRODUÇÃO DE CORDEL DO REGIMENTO INTERNO DA ESCOLA ESTADUAL JOÃO TOMÁS NETO

Gilmara Teixeira Costa Professora da Educação Básica- Barra de São Miguel/PB )

ENSINO DE LÍNGUA MATERNA: POSSÍVEIS ABORDAGENS

PRÉ-REQUISITOS Haver concluído a disciplina Introdução aos Estudos Linguísticos ou disciplina equivalente..

MATRIZ DE REFERÊNCIA LÍNGUA PORTUGUESA SADEAM 3º ANO DO ENSINO FUNDAMENTAL

Linha de Pesquisa 2: FORMAÇÃO DE PROFESSORES DE LÍNGUAS

X Encontro de Extensão

Direção Geral de Estabelecimentos Escolares - DSRN AGRUPAMENTO DE ESCOLAS DE PÓVOA DE LANHOSO

A PRÁTICA DA ORALIDADE EM AULAS DE LÍNGUA PORTUGUESA: UMA EXPERIÊNCIA COM O PIBID

Livros didáticos de língua portuguesa para o ensino básico

GÊNEROS TEXTUAIS: OBJETIVAÇÃO E APROPRIAÇÃO PARA MEDIAÇÃO DA PRÁTICA DOCENTE

CONCURSO PÚBLICO PARA PROVIMENTO DE CARGO EFETIVO PROFESSOR DE ENSINO BÁSICO, TÉCNICO E TECNOLÓGICO Edital 15/2015 Campus São João del-rei

ENSINANDO UMA LÍNGUA ESTRANGEIRA PARA ALUNOS SURDOS: SABERES E PRÁTICAS

Interpretar discursos orais com diferentes graus de formalidade e complexidade. Registar,

COMPETÊNCIAS ESPECÍFICAS NÍVEL 2 NÍVEL 3 NÍVEL 4 NÍVEL 5. * Consegue compreender aquilo que ouve.

PALAVRAS-CHAVE Inglês como Língua Franca. World English. Ensino/Aprendizagem.

LETRAMENTO E RESGATE CULTURAL: RELATÓRIO DE APLICAÇÃO DE UM PROJETO DE LETRAMENTO

MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO UNIVERSIDADE FEDERAL DE GOIÁS FACULDADE DE LETRAS

1 Palavras iniciais. Descobrir consiste em olhar para o que todo mundo está vendo e pensar uma coisa diferente 1. (Roger Von Oech)

PROJETO: SOU LETRANDO.

RELATO DE EXPERIÊNCIA EDUCATIVA DO PROJETO VIVENDO LEITURA NA EJA UMA PROPOSTA DE INTERVENÇÃO LEITORA NO COTIDIANO ESCOLAR.

COMO MELHORAR O ENSINO DO PORTUGUÊS NA ESCOLA Vicente Martins

A DISCIPLINARIZAÇÃO DA REDAÇÃO NA EDUCAÇÃO BÁSICA: UMA ABORDAGEM INICIAL. Resumo

ENSINO DE HISTÓRIA: UM ESTUDO DESCRITIVO DA LEITURA E DA INTERPRETAÇÃO DE TEXTOS NO ENSINO FUNDAMENTAL

INGLÊS INSTRUMENTAL: uma abordagem.

Projeto de curso: Elaboração de Multimeios

ENSINO DE GRAMÁTICA: A PRÁXIS DO PROFESSOR DE LÍNGUA PORTUGUESA NA EDUCAÇÃO BÁSICA

O ENSINO E A APRENDIZAGEM DE LÍNGUA PORTUGUESA MEDIADOS PELOS GÊNEROS NO NÍVEL MÉDIO: OS DOCUMENTOS OFICIAIS

5. Objetivo geral (prever a contribuição da disciplina em termos de conhecimento, habilidades e atitudes para a formação do aluno)

Chama-se revisão de texto o conjunto de procedimentos por meio dos quais um texto é trabalhado até o ponto

O conceito de competência comunicativa revisitado

AULA DE LEITURA: O VAMPIRO DE CURITIBA, DE DALTON TREVISAN

A PRODUÇÃO E CONTRIBUIÇÕES DO TRABALHO COM O GÊNERO RESENHA CRÍTICA EM SALA DE AULA

COMPORTAMENTOS LEITORES E COMPORTAMENTOS ESCRITORES

A ORGANIZAÇÃO DOS DESCRITORES NA PROVINHA BRASIL

ANÁLISE TEXTUAL EM ESTUDO: ASPECTOS TEÓRICOS E PRÁTICOS

Usos e funções: código oral e código escrito

PORTUGUÊS LÍNGUA NÃO MATERNA (PLNM) ENSINO SECUNDÁRIO 2016/2017

O GÊNERO TEXTUAL RELATO: UM INCENTIVO À PRÁTICA DE LEITURA E ESCRITA

Plano de Ensino IDENTIFICAÇÃO TURMA: 20 H

UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ TÓPICOS EM GRAMÁTICA NORMATIVA PROFESSORA: CLAUDETE LIMA

CRITÉRIOS DE ORGANIZAÇÃO DO CURRÍCULO ESCOLAR DE LÍNGUA PORTUGUESA: A RELEVÂNCIA DA NOÇÃO DE INSCRIÇÃO SOCIAL

Ensino Técnico Integrado ao Médio

PROGRAMA DE DISCIPLINA

FONTANA, Niura Maria; PAVIANI, Neires Maria Soldatelli; PRESSANTO, Isabel Maria Paese. Práticas de linguagem: gêneros discursivos e interação

Palavras-chave: gêneros do discurso, conhecimentos gramaticais, ensino/aprendizagem.

Universidade do Estado de Santa Catarina UDESC Centro de Ciências Humanas e da Educação FAED PLANO DE ENSINO

PORTUGUÊS CRITÉRIOS ESPECÍFICOS DE AVALIAÇÃO E CLASSIFICAÇÃO DE ALUNOS. ENSINO BÁSICO (2.º e 3.º CICLOS) ENSINO SECUNDÁRIO

ESTRUTURA, FORMATO E OBJETIVOS DA ESCOLA DE PROFESSORES DO ENSINO MÉDIO (EPEM)

LÍNGUA BRASILEIRA DE SINAIS NA ESCOLA BILÍNGUE PARA SURDOS: LÍNGUA DE INSTRUÇÃO

Agrupamento de Escolas de São Pedro do Sul Escola sede Escola Secundária de S. Pedro do Sul

Linguagem como Interlocução em Portos de Passagem

O GÊNERO DISSERTATIVO ARGUMENTANTIVO NO ENSINO FUNDAMENTAL II UMA EXPERIÊNCIA VIVENCIADA EM SALA DE AULA COM O PIBID

ENSINO E ORALIDADE: ENCONTROS E DESENCONTROS NAS AULAS DE LÍNGUA PORTUGUESA

Departamento de 2.º Ciclo Disciplina de Inglês

Atena Cursos - Curso de Capacitação - AEE PROJETO DEFICIÊNCIA DA LEITURA NA APRENDIZAGEM INFANTIL

LITERATURA DE CORDEL:GÊNEROS ORAIS NA SALA DE AULA

PLANO DE DISCIPLINA DADOS DO COMPONENTE CURRICULAR NOME: LÍNGUA PORTUGUESA E LITERATURA BRASILEIRA II CURSO: TÉCNICO EM EDIFICAÇÕES INTEGRADO AO

PLANO DE ENSINO SEMESTRE:

ANEXO I UNIVERSIDADE DA REGIÃO DE JOINVILLE UNIVILLE COLÉGIO DA UNIVILLE PLANEJAMENTO DE ENSINO E APRENDIZAGEM

VI Seminário de Iniciação Científica SóLetras ISSN METODOLOGIA DE ENSINO DE LÍNGUA ESTRANGEIRA MODERNA POR DIANE LARSEN FREEMAN

As Metas Curriculares de Português, para o 3º Ciclo, apresentam cinco características essenciais:

Círculo Fluminense de Estudos Filológicos e Linguísticos

Textos, filmes e outros materiais. Habilidades e Competências. Conteúdos/ Matéria. Categorias/ Questões. Tipo de aula. Semana

PLANEJAMENTO ANUAL 2016

Koch, I. V. O texto e a construção dos sentidos. São Paulo: Contexto, 1997, 124 p.

LÍNGUA PORTUGUESA NO ENSINO MÉDIO DA ESCOLA JOSÉ SOARES DE CARVALHO: O OLHAR DOS ALUNOS

PROGRAMA DE DISCIPLINA

DELL ISOLA, Regina Lúcia Péret. Aula de português: parâmetros e perspectivas. Belo Horizonte: FALE/ Faculdade de Letras da UFMG, 2013.

CURSO: PEDAGOGIA EMENTAS º PERÍODO

PCN - PARÂMETROS CURRICULARES NACIONAIS

Disciplinas ministradas em outros cursos

O TRABALHO COM TEXTOS NUMA TURMA DE CINCO ANOS

5. Objetivo geral (prever a contribuição da disciplina em termos de conhecimento, habilidades e atitudes para a formação do aluno)

LIVROS DIDÁTICOS DE LÍNGUA PORTUGUESA E PNLD: análise e seleção V SIEL UEMS SETEMBRO/2014

CRITÉRIOS ESPECÍFICOS DE AVALIAÇÃO

COLÉGIO SALESIANO SÃO JOSÉ PROJETO VIDAS SECAS, SECAS VIDAS! : O LEITOR COMO FOCO, O PROFESSOR COMO MEDIADOR.

Transcrição:

GÊNEROS TEXTUAIS: A PRÁTICA DE LEITURA E PRODUÇÃO DE TEXTOS NA AULA DE LP Janaína da Costa Barbosa (PIBID/CH/UEPB) janne3010@hotmail.com Edna Ranielly do Nascimento (PIBID/CH/UEPB) niellyfersou@hotmail.com Jobson Soares da Silva (PIBIC/CH/UEPB) jobsonsoares@live.com Andréia Rafael de Araújo (PIBID/CH/UEPB) andreia-araujo2@hotmail.com Orientador: Prof. Dr. Juarez Nogueira Lins (PIBID/CH/UEPB) INTRODUÇÃO O objetivo deste estudo é evidenciar a importância da prática de leitura e produção textual no ensino-aprendizagem dos alunos da escola básica. No entanto, tomamos como ponto de partida, a leitura e conseguintemente a escrita do gênero textual artigo de opinião, onde foram abordados diversos aspectos, dentre eles, a estrutura gramatical (forma, função e sentido), porém, a finalidade da pesquisa é esclarecer, como também ampliar os conhecimentos do alunado, no que diz respeito ao gênero textual, ou seja, proporcionando a ele o contato com outros gêneros. Nossa pesquisa foi operacionalizada a partir das necessidades acerca do ensino de gêneros discursivos, mas principalmente, no que refere-se às produções textuais exigidas em diversos processos seletivos (Enem, vestibulares), ou seja, vimos que o aprendizado correspondente a prática de produção de textos ainda não possui grande relevância nas aulas de LP. Todavia, no decorrer do texto iremos apontar algumas das inúmeras contribuições que o ensino de gêneros textuais tem para oferecer aos discentes, e como os professores da escola básica podem contribuir para o aprendizado desses alunos. Nosso estudo foi desenvolvido em decorrência de inquietações presentes nas aulas de leitura e produção de texto, na Escola Estadual Professor José Soares de Carvalho em Guarabira, cujo estudo consistiu em análises desenvolvidas por alunos da 2ª série do Ensino Médio. Entretanto, a partir das leituras, os alunos desenvolveram diálogos acerca das temáticas presentes na sala de aula e respectivamente iniciaram a produção de textos. Contudo, objetivamos uma investigação acerca dos estudos de gêneros,

como também, a prática da produção de textos nas aulas de LP, ou seja, evidenciamos a importância dos mesmos para o ensino-aprendizagem dos alunos da escola básica. Nossa pesquisa foi subsidiada por leituras de Bakhtin (200 2), Brasil (1 998), Scheneuwly e Dolz (2004), Koch (2006 ), entre outros que dialogam nessa discussão. Concluímos que as indagações e percepções acerca do estudo de gêneros textuais são extremamente produtivas no processo de formação de leitores, ou seja, indivíduos capazes de ler, escrever e compreender diversos textos, como também de explicitar as distinções entre eles. GÊNEROS TEXTUAIS: O ARTIGO DE OPINIÃO NA ESCOLA BÁSICA Constantemente ouvimos comentários acerca do gênero artigo de opinião, no entanto, este é um assunto pouco abordado em sala e aula, especialmente na escola básica. Muitos docentes abordam este conteúdo de maneira parcial, ou seja, não explicitam o assunto de forma integral, fazendo apenas uma breve introdução não permitindo que o aluno apresente um feedback daquilo que foi abordado. Diante a necessidade de um estudo mais detalhado, acerca do gênero artigo de opinião, tomamos como ponto de partida a importância do referido gênero para o ensino-aprendizagem dos alunos da escola básica, iniciamos algumas discussões envolvendo o ensino de LP presente na escola básica. E conseguintemente propomos a confecção de atividades, onde os alunos elaboraram artigos de opiniões, expondo seus posicionamentos acerca dos assuntos debatidos em sala de aula. Assim, o professor deve ser capaz desenvolver estudos que estejam de acordo com a sala aula, ou seja, com o perfil dos discentes, tomando como ponto de partida os gêneros orais que estão presentes naquele ambiente, e a partir deles propor que os alunos descubram e relacionem outros gêneros. E de acordo com Irandé (2007, p. 55): [...] não apenas o material linguístico que dá sentido àquilo que ouvimos ou lemos. Noutras palavras, o sentido não está totalmente expresso ou explícito no texto, sobretudo quando o interlocutor tem a competência de dizer apenas o que ele supõe que o outro ainda não sabe.

Nesse sentido, Schneuwly e Dolz (2004) afirmam que escola é o lugar ideal para as pessoas descobrirem suas competências comunicativas, ou seja, a escola é o meio que nos propicia a oportunidade de vivenciar inúmeras situações de produção e recepção de textos (cf. SCHNEUWLY e DOLZ, 2004). RESULTADOS E DISCUSSÕES Diante das discussões acerca do ensino de gêneros textuais na escola básica, tomamos como referencial investigativo a leitura de textos e assuntos polêmicos e conseguintemente incitamos a escrita do gênero artigo de opinião, onde os alunos expuseram seus posicionamentos em relação aos referidos textos e discussões. Entretanto, antes que os alunos iniciassem as produções dos artigos de opiniões, apresentamos algumas concepções norteadoras referentes aos gêneros textuais, e Bakhtin (2002), nos fala que as relações humanas são traduzidas e expressas através dos gêneros orais e escritos, emergindo assim, atividades sociodiscursivas, nas quais os falantes da língua possuem a liberdade de interagir nos mais diversos ambientes e situações. E de acordo com Koch (2006, p. 43), o texto passa a ser considerado o próprio lugar da interação e os interlocutores, sujeitos ativos que dialogicamente- nele se constroem e por ele são construídos. Todavia, os PCNs orientam que o estudo de gênero deve partir do estudo de gêneros orais, no entanto, o professor deve está apto a sistematizar tais orientações, como também, relacionar e questionar os alunos acerca de outros gêneros. Ensinar a língua oral significa para a escola possibilitar o acesso a usos da linguagem mais formalizados e convencionais, que exijam controle mais consciente e voluntário da enunciação, tendo em vista a importância que o domínio da palavra pública tem no exercício da cidadania (PCN, 1998, p. 67). Contudo, o estudo de textos orais deve se adequar aos âmbitos da sala de aula, ou seja, de acordo com os PCN (1998, p.), deve-se ter como referencial a prática de análise linguística é a refacção dos textos produzidos pelos alunos. E a partir dos textos produzidos, o professor deve está disposto a propor indagações

acerca dos mesmos, explorando os conhecimentos, no que diz respeito à escrita e a estrutura (cf. PCN, 1998). A prática da produção de texto, até então era tida apenas como parte de processos seletivos, como o Enem e alguns vestibulares, aos quais os alunos eram submetidos com o propósito de ingressarem numa universidade. E após discussões a respeito da importância do ensino de gêneros textuais, mais precisamente do artigo de opinião, os discentes iniciaram produções textuais evidenciando seus posicionamentos diante alguns assuntos, mais principalmente, passaram a ver a produção de textos como um método eficaz de ensino-aprendizagem, pois a partir dessas confecções, notamos que uma evolução na escrita e compreensão de textos de gêneros textuais distintos. ALGUMAS CONSIDERAÇÕES O ensino de gêneros textuais apesar de muito comentado por vários estudiosos da língua, ainda não possui um espaço adequado nas aulas de LP. No entanto, a partir de discussões acerca da prática da produção de textos, os alunos iniciaram suas produções. Foram debatidos alguns assuntos e posteriormente expuseram seus pontos de vistas, a partir da escrita de textos, mais precisamente, através do gênero textual artigo de opinião. Vimos que, o ensino de gêneros textuais possui grande importância, no que diz respeito ao ensino-aprendizagem presentes na escola básica. E que através de um gênero abordado na sala é possível estabelecer discussões acerca de vários outros gêneros, permitindo aos alunos mecanismos capazes de lhes favorecer uma comunicação e interação maior com o meio no qual está inserido. REFERÊNCIAS ANTUNES, Irandé. Muito além da gramática: por um ensino de línguas sem pedras no caminho. 4ª ed. São Paulo: Parábola Editorial, 2007. BAKHTIN. Mikhail (Volochinov). Marxismo e filosofia da linguagem. 10 ed. São Paulo: Hucitec, 2002.

BRASIL, Ministério da Educação. Parâmetros curriculares nacionais Ensino fundamental Língua Portuguesa. Brasília: SEF/MEC, 1998. KOCH, Ingedore Grunfeld Villaça. Linguística textual: um balanço e perspectivas. In: TRAVAGLIA, Luiz Carlos (org.). Encontro na linguagem: estudos linguísticos e literários. Uberlândia: UDUFU, 2006. 256 p. SCHENEUWLY, B; DOLZ, J. Gêneros orais e escritos na escola. Trad. e org. Roxane Rojo e Gláis Sales Cordeiro. Campinas, SP: Mercado das Letras, 2004.