INTERDISCIPLINARIDADE: O AUTOCONHECIMENTO NO PROCESSO DE INOVAÇÃO DO CURRÍCULO DO CURSO DE PEDAGOGIA

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Transcrição:

INTERDISCIPLINARIDADE: O AUTOCONHECIMENTO NO PROCESSO DE INOVAÇÃO DO CURRÍCULO DO CURSO DE PEDAGOGIA 08/10 Interdisciplinaridade Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP) ALMEIDA, Telma Teixeira de Oliveira telmateix@yahoo.com.br Minha proposta em introduzir o autoconhecimento no Curso de Pedagogia foi o resultado do meu entendimento que ele é a coluna vertebral da Interdisciplinaridade, sendo estudado primeiro no curso de Pós-Graduação em docência do Ensino Superior, onde também encontrei professores envolvidos com a espiritualidade na Educação. Desde então, componho este Grupo de Estudos e Pesquisas sobre Interdisciplinaridade e Espiritualidade na Educação. Reuni minhas experiências como profissional de Educação Física, Mestre em Educação, coordenadora e professora para oferecer oportunidade aos alunos de experenciarem um despertar de sua percepção consciente através das práticas interdisciplinares da respiração, expressão corporal, meditação, expressão poética, construção de memoriais, movimentando os processos internos e externos da criatividade, explorando seus talentos. A busca constante pelo autoconhecimento e a compreensão da interdisciplinaridade e os conhecimentos adquiridos nestes últimos anos levaram-me a investigar o presente problema. O problema surgiu após refletir sobre toda a necessidade de se estudar o ser humano mais profundamente, revendo minhas próprias atitudes enquanto educadora, revendo e construindo meu processo de individuação citado por Jung (1986), pois acredito na

totalidade, e jamais um professor poderá desenvolver bem seu trabalho se ele não se conhecer melhor, não voltar-se a si mesmo, e não souber o quanto ele poderá explorar seu potencial, expandir-se. O objeto do estudo foi inserir uma disciplina no currículo do Curso de Pedagogia no início de 2010, do Centro Universitário Metropolitano de São Paulo, situado na cidade de Guarulhos SP, com a nomenclatura de Interdisciplinaridade, autoconhecimento e práticas educativas, desenvolvendo o Conhece-te a ti mesmo, citado por Jung (1986), que encontra raízes no autoconhecimento apontado por Sócrates como o princípio de toda sabedoria. O objetivo desta pesquisa será desenvolver práticas em sala de aula, como metodologias, ministradas por mim, onde possamos explorar ao máximo as reflexões dos alunos no sentido de se conhecerem em uma investigação interdisciplinar, construírem e desconstruírem caminhos, saberem a importância do papel de ser educador e perceberem o sentido da vida diante do processo de individuação e formação. Em paralelo estar presente no semestre na sala de aula do GEPI (Grupo de estudos e pesquisas Interdisciplinares - PUC/SP) como aluna, acompanhando e registrando todas as metodologias, discutidas aula a aula, onde elas encontram-se e se complementam, fazendo uma parceria de construção de conhecimento metodológico, praxiológico e epistemológico). A metáfora escolhida nesta pesquisa é o movimento, o movimento de dentro para fora, o movimento interior: por que os professores não se movimentam? Aprender é mudar e a mudança denota processo, e a educação é um processo que modifica aquele que aprende. Aprender a ser professor, para mim vêm de uma experiência de nove anos como Coordenadora e professora do Curso de Pedagogia e professora do Curso de licenciatura em Educação Física, como formadora e agora pesquisadora interdisciplinar. Trabalho o tempo todo com o movimento entre o interno e o externo, a flexibilidade em compreender o outro, e o movimento da escuta sensível que se faz presente no meu cotidiano, querendo realmente saber como os nossos alunos que passam por este curso de Pedagogia possam ter um crescimento que não signifique somente aquisição de conhecimentos, mas que eles desenvolvam uma individualidade criadora, pois Educar vem do latim educere, que significa levar adiante algo a partir de dentro. Educar é desenvolver um sistema sensível, em harmonia com outros sistemas mais amplos que o contêm, é desenvolver um processo

holístico de transformação, em sincronia com o grande processo da vida. Educar é uma arte, a arte de criar uma pessoa íntegra, Fregtman (1989, pág. 207). Justifico minhas inquietações sobre o que foi citado anteriormente, sobre o tema escolhido, quando reflito sobre o pensamento de Jung (1986) que diz que a vida tem sentido, mas o futuro da humanidade dependerá do número de homens que logrem evoluir plenamente, isto é, individuar-se. E individuação para o sábio de Bollingen é um processo através do qual um ser torna-se um individuum psicológico, ou seja, uma unidade autônoma e individual, uma totalidade consciente, com isto ele declarou-se convencido de que ao lado das pesquisas sobre a realidade externa é necessário investigar a origem interna de nossos conceitos científicos, abrindo, assim, um campo imenso para as possibilidades da física moderna e do conhecimento humanístico que tem completude no SER. Como nos diz Japiassu (2006, p. 26), as fronteiras do conhecimento se deslocam sem cessar, dando origem às questões até então insuspeitas. Cada problema resolvido suscita o aparecimento de novos enigmas. Mas os problemas novos são salutares: lançam desafios ao aprender e a obrigam a avançar num movimento perpétuo sem o qual não teria futuro. Com isso busca-se criar uma nova disciplina. O movimento que cito é uma mão de duas vias interna e externa onde os meus alunos que serão peças fundamentais desta pesquisa farão a reflexão do professor na sua própria prática docente. Pois embora alunos, muitos já estão no magistério, e estariam buscando todo o experimento do autoconhecimento na base das transformações das relações entre essas dimensões, e na base da transformação das relações pedagógicas e pessoais com seus alunos, em sala de aula. Como afirma Fazenda (2002, p.14), o processo interdisciplinar desempenha papel decisivo para dar corpo ao sonho de fundar uma obra de educação à luz da sabedoria, da coragem e da humildade [...]. Para garantia da ciência estarei embasada nesta pesquisa nos três pilares de investigação interdisciplinar. Primeiro no Epistemológico quando o autor busca aprofundamento teórico em bibliografias clássicas ou modernas e exercita sempre um questionamento constante diante da fonte, num diálogo ascendente, que com certeza desenvolverá um conceito com

características interdisciplinares, com isto pretendo ampliar ao máximo essa busca que me dará suporte para o entendimento da metáfora do movimento. Segundo no Praxiológico Neste momento aparece a investigação da ação do pesquisador que encontra na contextualização histórica e cultural, os princípios metodológicos capazes de aproximar o mediador do mediado, neste processo acontece à transformação do saber em sabedoria. Terceiro no Ontológico acredito que todo processo de estudos, leituras, questionamentos com os autores e toda a prática educativa trabalhada com os atores que farão parte da pesquisa, serão grandes estudiosos voltados ao autoconhecimento, pois este estudo nada mais é do que tornar-se conhecedor de si mesmo. Cada encontro semanal fará de nós seres mais envolvidos e comprometidos com o outro e o movimento interno e externo nos trará grandes possibilidades de desvelamento. Para Japiassu (1991), a interdisciplinaridade procura descobrir e/ou estabelecer conexões e correspondências entre as disciplinas científicas, isto é, entre os diferentes níveis de descrição da realidade. Vejo como um equilíbrio entre análise fragmentada e a síntese simplificadora, entre a especialização e o saber geral, entre o saber especializado do cientista e o saber do filósofo. Necessitamos de uma releitura da realidade diante dos obstáculos vistos nos educadores e da imensa carência dessa busca constante no percurso da vida. Jung (1986), quando afirma que o si - mesmo é um centro e também uma circunferência completa, que compreende ao mesmo tempo o consciente e o inconsciente do ser humano, e ainda que o si - mesmo é a meta da vida, dá, ele, um formidável impulso ao progresso cultural do homem moderno. A mensagem Junguiana direciona, todos nós, para o autoconhecimento e a plena realização da personalidade humana. Para Espírito Santo (2008), o objetivo sempre foi conduzi-los à consciência de que a maior parte das transformações são permanentes e inexoráveis que se dão no universo conseqüentemente em suas próprias pessoas, sendo que isto ocorre de forma inconsciente e que o grande desafio é torná-las crescentemente conscientes. Baseado em Gusdorf (2006) o pensamento é que a interdisciplinaridade tem de ser vista como um postulado, como uma exigência, que se impõe face à constatada dispersão e fragmentação das ciências e especialidades do conhecimento moderno, penso que o que busco

vem de encontro com as próprias preocupações que ele chama de patologias do saber, ou seja, o educador precisa transformar seu cotidiano urgentemente. A propósito serão lançados alguns questionamentos, discussões de textos, construção de memoriais com objetivo de dar importância aos percursos de vida de cada um e localizando neles suas experiências significativas como nos fala Varella (2008). O objetivo deste estudo será desenvolver práticas em sala de aula, ministradas por mim, onde possamos explorar ao máximo as reflexões dos alunos no sentido se conhecerem em uma investigação interdisciplinar, construírem e desconstruírem caminhos, saberem a importância do papel de ser educador e perceberem o sentido da vida diante do processo de individuação e formação através do autoconhecimento. REFERÊNCIAS CARVALHO, E. M. M (Org.) O pensamento vivo de Jung. São Paulo. Martin Claret Editoras Ltda, 1986. ESPÍRITO SANTO, R. C. O renascimento do sagrado na educação: o autoconhecimento na formação do educador. Petrópolis, RJ: Vozes, 2008.. Autoconhecimento na Formação do Educador. São Paulo: Ágora, 2007. FAZENDA, I. C. A. (Org.). Dicionário em construção: interdisciplinaridade. 2ª Ed., São Paulo: Cortez, 2002, p.14. 19.. O que é interdisciplinaridade. São Paulo: Cortez, 2008.. Interdisciplinaridade: um projeto em parceria. São Paulo: Loyola, 1991.. (Org.). Práticas interdisciplinares na escola. São Paulo: Cortez, 1991.. (Org.). Novos enfoques da pesquisa educacional 5. Ed. Aumentada São Paulo: Cortez, 2004.. (Org.) Metodologia da pesquisa educacional 11. Ed. São Paulo, Cortez, 2008. (Biblioteca da Educação, Série I, Escola; v. 11). FREGTMAN, C. D. Música transpessoal. São Paulo, editora Cultrix, 1989. GUSDORF, G. Conhecimento Interdisciplinar. In POMBO, O; GUIMARAES, H. M.; VEVY, T. (Org.). Interdisciplinaridade: Antologia. Porto/Portugal: Campos das Letras, 2006, p. 37-58.

JAPIASSU, H. O sonho transdisciplinar e as razões da filosofia. Rio de Janeiro: Imago, 2006, p. 23. MORIN, E. Introdução ao pensamento complexo. Lisboa: Instituto Piaget, 1991. PINEAU, G. O sentido dos sentidos. In NICOLESCU, Basarab. Educação e Transdisciplinaridade. Tradução Duarte, Vera, Maria F. de Mello e Americano Sommerman, Brasília: UNESCO, 2000, p. 49. VARELA, A. M. R. S. A comunicação interdisciplinar na educação. São Paulo: Escuta, 2008.