A Importância na Identificação dos Fatores de Risco para Prevenção do Câncer de Mama

Documentos relacionados
A Importância do Ginecologista na Prevenção do Câncer de Mama

LEVANTAMENTO DOS PRINCIPAIS FATORES DE RISCO DE NEOPLASIA MAMÁRIA EM MULHERES INDÍGENAS.

Apesar de ser um tumor maligno, é uma doença curável se descoberta a tempo, o que nem sempre é possível, pois o medo do diagnóstico é muito grande,

TÍTULO: "SE TOCA MULHER" CONHECIMENTO DAS UNIVERSITÁRIAS SOBRE O CÂNCER DE MAMA

Entenda o que é o câncer de mama e os métodos de prevenção. Fonte: Instituto Nacional de Câncer (Inca)

CANCER DE MAMA FERNANDO CAMILO MAGIONI ENFERMEIRO DO TRABALHO

ENFERMAGEM EM ONCOLOGIA. Renata Loretti Ribeiro Enfermeira COREn/SP

OUTUBRO. um mes PARA RELEMBRAR A IMPORTANCIA DA. prevencao. COMPARTILHE ESSA IDEIA.

Descobrindo o valor da

O que é câncer de mama?

Histórico. O Outubro Rosaéum movimento popular dedicado a alertar as mulheres para a importância da prevenção e da detecção precoce do câncer de mama.

MORBIMORTALIDADE POR NEOPLASIAS MALIGNAS DA MAMA EM MULHERES NA TERCEIRA IDADE

Fatores de risco pré existentes aos óbitos por câncer de mama em mulheres no município de Sarandi-Pr no período

OUTUBRO ROSA REFORÇA A IMPORTÂNCIA DO DIAGNÓSTICO PRECOCE NA CURA DO CÂNCER DE MAMA

A situação do câncer no Brasil 1

CÂNCER DE MAMA: é preciso falar disso. Ministério da Saúde Instituto Nacional de Câncer José Alencar Gomes da Silva

CÂNCER DE MAMA: é preciso falar disso. Ministério da Saúde Instituto Nacional de Câncer José Alencar Gomes da Silva

CÂNCER DE MAMA: é preciso falar disso. Ministério da Saúde Instituto Nacional de Câncer José Alencar Gomes da Silva

Dra Adriana de Freitas Torres

Câncer de Mama COMO SÃO AS MAMAS:

IMAGEM CORPORAL DE PACIENTES SUBMETIDAS À MASTECTOMIA

EXAME CITOPATOLÓGICO: A NÃO ADESÃO E A OCORRÊNCIA DE CÂNCER DE COLO UTERINO ENTRE AS MULHERES PERTENCENTES À TERCEIRA IDADE

AVALIAÇÃO DA DOSE GLANDULAR MÉDIA EM FUNÇÃO DA ESPESSURA DA MAMA

Plano de Qualificação das Linhas de Cuidados da Transmissão Vertical do HIV e da Sífilis nos Estados do Semiárido e Amazônia Legal

Diagnóstico do câncer de mama Resumo de diretriz NHG M07 (segunda revisão, novembro 2008)

UNILAB no Outubro Rosa Essa luta também é nossa. CUIDAR DA SAÚDE É UM GESTO DE AMOR À VIDA. cosbem COORDENAÇÃO DE SAÚDE E BEM-ESTAR

CÂNCER DE MAMA PREVENÇÃO TRATAMENTO - CURA Novas estratégias. Rossano Araújo

AJUSTE DO MODELO DE COX A DADOS DE CÂNCER DE MAMA

ESTADO DE GOIÁS PREFEITURA MUNICIPAL DE CAVALCANTE SECRETARIA MUNICIPAL DE SAÚDE PROJETO ALEITAMENTO MATERNO

O CONHECIMENTO DOS ENFERMEIROS DAS EQUIPES DE SAÚDE DA FAMÍLIA NA REALIZAÇÃO DO EXAME CLÍNICO DAS MAMAS

OS PRINCIPAIS FATORES DE RISCO REFERENTES AO CÂNCER DE MAMA ENTRE AS PACIENTES SUBMETIDAS À CIRURGIA, NO PERÍODO DE 01 DE

RASTREIO EM SITUAÇÕES ESPECIAIS

TÍTULO: UTILIZAÇÃO DA MAMOGRAFIA PARA O DIAGNÓSTICO DO CÂNCER DE MAMA MASCULINO

NOVO CONSENSO BRASILEIRO DE RASTREAMENTO DO CÂNCER DE MAMA POR MÉTODOS DE IMAGEM DR. HEVERTON AMORIM

Pesquisa epidemiológica retrospectiva no programa de prevenção de câncer cérvico-uterino no município de Sarandi -PR

UNIVERSIDAD ARGENTINA JOHN F. KENNEDY. Mestranda em Psicanálise Joana S. Oliveira Psicóloga CRP 06/114168

polimorfismos da MTHFR e risco de câncer de mama em mulheres jovens: estudo caso controle no Rio de Janeiro Dados preliminares

Equipe: Ronaldo Laranjeira Helena Sakiyama Maria de Fátima Rato Padin Sandro Mitsuhiro Clarice Sandi Madruga

Câncer de Próstata. Fernando Magioni Enfermeiro do Trabalho

PESQUISA INSTITUTO AVON/IPSOS ALERTA PARA A IMPORTÂNCIA DE MULTIPLICAR INFORMAÇÕES SOBRE CÂNCER DE MAMA

Prof.: Luiz Fernando Alves de Castro

DIAGNÓSTICO MÉDICO DADOS EPIDEMIOLÓGICOS FATORES DE RISCO FATORES DE RISCO 01/05/2015

Frequência de Realização do Autoexame das Mamas e Mamografia na Detecção de Nódulos em Mulheres de Baixa Renda na População Sul Fluminense

FADIGA EM PACIENTES COM CÂNCER DE MAMA EM RADIOTERAPIA CONVENCIONAL.

29/5/2012 DIPOSICIONAL SITUACIONAL OTIMISMO DISPOSICIONAL INTRODUÇÃO REVISÃO DE LITERATURA MÉTODOS FONTE DE DADOS PROJETO INSTRUMENTOS RESULTADOS

PREVALÊNCIA DE MULHERES QUE REALIZARAM MAMOGRAFIA EM TRÊS UNIDADES DE SAÚDE DECRUZ ALTA - RS

ESTUDO DA PREVALÊNCIA DO CÂNCER BUCAL NO HC DA UNIVERSIDADE FEDERAL DE UBERLÂNDIA, ATRAVÉS DO CID 10

CARACTERÍSTICAS SOCIOECONÔMICAS DOS NEONATOS PREMATUROS NASCIDOS NO HOSPITAL UNIVERSITÁRIO DO OESTE DO PARANÁ H.U.O.P.

Humberto Brito R3 CCP

Decorre campanha de Luta Contra o Cancro da

Rastreamento Populacional. Maria Isabel do Nascimento Instituto de Saúde Coletiva - UFF

CENTRO DE APOIO OPERACIONAL DE DEFESA DA SAÚDE CESAU

Alexandre de Lima Farah

SAUDE MENTAL DA MULHER NOS CICLOS DE VIDA

Azul. Novembro. cosbem. Mergulhe nessa onda! A cor da coragem é azul. Mês de Conscientização, Preveção e Combate ao Câncer De Próstata.

Aliane Bernardes dos Santos 2 e Maria do Carmo Araújo 3

A Evolução da Morbidade e Mortalidade por Câncer de Mama entre a População Feminina de Minas Gerais 1995 a 2001 *

DIA MUNDIAL DO CÂNCER 08 DE ABRIL

EMENTA: Mamografia de rastreamento - Periodicidade atrelada a riscos - Financiamento Público CONSULTA

Marília Ávila Acioly 1 ; Maria do Carmo Carvalho de Abreu e Lima 2

PALAVRAS-CHAVE Sintoma. Neoplasias do Colo. Enfermagem. Introdução

ANAIS DA 4ª MOSTRA DE TRABALHOS EM SAÚDE PÚBLICA 29 e 30 de novembro de 2010 Unioeste Campus de Cascavel ISSN

O Cancro da Mama em Portugal. 1 em cada 11 mulheres em Portugal vai ter cancro da mama

CIRURGIA SEGURA 1 FINALIDADE 2 JUSTIFICATIVA. Protocolo de Serviço do Hospital Universitário de Santa Maria PROTOCOLO DE SERVIÇO

13. CONEX Apresentação Oral Resumo Expandido 1

INFLUÊNCIA DOS ASPECTOS SOCIOECONÔMICOS NO RESULTADO DA TRIAGEM AUDITIVA NEONATAL

Estatísticas do Melanoma no Brasil

CONSULTA PUERPERAL DE ENFERMAGEM: IMPORTÂNCIA DA ORIENTAÇÃO PARA O ALEITAMENTO MATERNO

Tipos de Câncer. Saber identifi car sinais é essencial.

Radiology: Volume 274: Number 2 February Amélia Estevão

Saúde. reprodutiva: gravidez, assistência. pré-natal, parto. e baixo peso. ao nascer

A IMPORTÂNCIA DO PRÉ-NATAL

Porto Alegre Glaucia Talita Possolli Drª Márcia Lázaro de Carvalho Drª Maria Inês Couto de Oliveira Drª Kátia Silveira da Silva

DIAGNÓSTICO SOBRE A SAÚDE DA MULHER EM UMA UNIDADE DE SAÚDE DA FAMÍLIA E INTERVENÇÕES SOBRE O EXAME CITOPATOLÓGICO DO COLO UTERINO


PALAVRAS-CHAVE: Massas Nodulares, Classificação de Padrões, Redes Multi- Layer Perceptron.

TÍTULO: DADOS EPIDEMIOLÓGICOS OBRE CÂNCER DE MAMA E COLO UTERINO ENTRE MULHERES DE BAIXA RENDA DA CIDADE DE LINS SP

1. OUTROS INDICADORES DEMOGRÁFICOS E DE SAÚDE

DR.PRIMO PICCOLI CANCEROLOGIA CIRÚRGICA.

CARACTERÍSTICAS SOCIODEMOGRÁFICAS DE IDOSAS. UM OLHAR PARA VIÇOSA, MINAS GERAIS, BRASIL

Desigualdades em saúde - Mortalidade infantil. Palavras-chave: mortalidade infantil; qualidade de vida; desigualdade.

LIGA DA MAMA: AÇÕES COMUNITÁRIAS DE PREVENÇÃO E RASTREAMENTO DO CÂNCER DE MAMA EM Palavras-chave: Câncer de mama; rastreamento, prevenção.

PARECER Nº, DE RELATOR: Senador AUGUSTO BOTELHO

Últimas evidências da efetividade das vacinas contra o HPV. Perspectivas clínicas

Principais formas de cancro na idade adulta

BOLETIM ELETRÔNICO DO GRUPO TÉCNICO DE AVALIAÇÃO E INFORMAÇÕES DE SAÚDE

Saúde Bucal no Programa de Saúde da Família De Nova Olímpia - MT. Importância da Campanha de. Nova Olímpia MT.

PERCEPÇÃO DO CONHECIMENTO DE PROFISSIONAIS DA ATENÇÃO BÁSICA E ACOMPANHAMENTO DE ATIVIDADES VOLTADAS À SAÚDE DO COLETIVO

Relato de Experiência. Projeto Reabilta-ação Fisioterapia Oncológica. PICIN, Celis i e COPETTI, Solange M. B. ii Faculdade de Pato Branco FADEP

PERFIL NUTRICIONAL DE MULHERES COM CÂNCER DE MAMA ATENDIDAS NO HOSPITAL DA PROVIDÊNCIA DE APUCARANA - PR

Registro Hospitalar de Câncer de São Paulo:

Screening Rastreamento

CARACTERIZAÇÃO DO CÂNCER DE MAMA NO MUNICÍPIO DE TRÊS LAGOAS/MS

13. CONEX Pôster Resumo Expandido 1 O PROJETO DE EXTENSÃO CEDTEC COMO GERADOR DE FERRAMENTAS PARA A PESQUISA EM CÂNCER DE MAMA

Transcrição:

A Importância na Identificação dos Fatores de Risco para Prevenção do Câncer de Mama Felipe A. de A. Souza Universidade Severino Sombra,Acd. de medicina faandrades@hotmail.com Juliana L. Fernandes Universidade Severino Sombra, Acd. de medicina ju_lobinha@hotmail.com Natália de S. Moraes Universidade Severino Sombra, Acd. de medicina natalia_samoraes@hotmail.com Luiz Francisco F. Noronha Universidade Severino Sombra, Acd. de medicina luizinho44@gmail.com Resumo: O câncer de mama é, provavelmente, o mais temido pelas mulheres, devido a sua elevada freqüência e, sobretudo, pelos efeitos psicológicos que as afetam, alterando a percepção da sexualidade, auto-estima e imagem pessoal. É o segundo tipo de câncer mais freqüente no mundo e o mais comum entre as mulheres. A identificação dos fatores de risco na população feminina constitui uma medida importante para a prevenção e abordagem terapêutica adequada. Foram aplicados questionários sobre fatores de risco para câncer de mama em 266 mulheres. O presente trabalho tem por objetivo a análise dos principais fatores de risco relacionados ao câncer de mama nas mulheres, objetivando a detecção precoce e o encaminhamento ao ginecologista, visando reduzir a taxa de mortalidade e, por muitas vezes, evitando a intervenção cirúrgica. Palavras-chave: Câncer de mama. Fatores de risco. Prevenção. The Importance in Identification of Risk Factors for Breast Cancer Prevention Abstract: Breast cancer is probably the most feared by women, due to its high frequency and, especially, the psychological effects that affect them, altering the perception of sexuality, self-esteem and personal image. It is the second most common cancer worldwide and the most common among women. The identification of risk factors in the female population is an important measure for the prevention and appropriate therapeutic approach. Questionnaires were 29

applied on risk factors for breast cancer in 266 women. The present work aims at analyzing the main risk factors related to breast cancer in women, aiming at early detection and referral to a gynecologist in order to reduce the mortality rate, and often avoiding surgery. Keywords: Breast cancer, risk factors, prevention. Introdução O câncer de mama é, provavelmente, o mais temido pelas mulheres, devido a sua elevada freqüência e, sobretudo, pelos efeitos psicológicos que as afetam, alterando a percepção da sexualidade, auto-estima e imagem pessoal. O câncer de mama é o segundo tipo de câncer mais freqüente no mundo e o mais comum entre as mulheres, e sua incidência vem aumentando ao longo do tempo. A neoplasia maligna de mama é responsável por cerca de 20% da incidência de câncer e por 14% do total de mortes associadas às neoplasias, entre as mulheres (Inumaru, 2011). No Brasil, bem como em outros países da América Latina, onde ainda prevalece o diagnóstico tardio da doença, seria de grande relevância o emprego de uma abordagem englobadora da questão, visando antecipar sua detecção e controle enquanto problema de saúde pública. Segundo o Instituto Nacional do Câncer (2008), fatores de risco tais como: antecedente pessoal de câncer de mama; história familiar; primeira gestação após os 30 anos; menarca antes dos 12 anos; menopausa após os 55 anos; nuliparidade; tabagismo; sedentarismo; obesidade; radiações ionizantes para outros tratamentos; uso de terapia de reposição hormonal e anticoncepcional hormonal por longos períodos são fatores determinantes para que as mulheres possam desenvolver o câncer de mama. A densidade mamária também é um importante fator a ser considerado para câncer de mama, mesmo em mulheres sem história familiar da doença. Em geral, mulheres cujo tecido mamário denso conta mais que 60% a 75% da mama têm risco aumentado de câncer de mama de quatro a seis vezes em comparação às mulheres com mamas liposubstituídas. A identificação desses fatores de risco na população feminina constitui uma medida importante para a prevenção e abordagem adequada. Com tal medida é possível ofertar uma maior segurança ao tratamento das mulheres, melhorando de forma substancial a sua qualidade de vida. O presente trabalho tem por objetivo a análise dos principais fatores de risco relacionados ao câncer de mama nas mulheres, objetivando a detecção precoce e o encaminhamento ao ginecologista, visando reduzir a taxa de mortalidade e, por muitas vezes, evitando a intervenção cirúrgica. 30

Materiais e Métodos Estudo transversal realizado de base populacional através de questionário preenchido em entrevista por mulheres na faixa etária superior a 15 anos. Para a definição da casuística, utilizou-se como critério a faixa etária citada na literatura. No questionário foram abordadas perguntas referentes aos principais fatores de risco para o desenvolvimento de câncer de mama: idade, menarca precoce, menopausa tardia, nuliparidade ou primiparidade em idade avançada, história de doença mamária benigna e história familiar de câncer mamário em um ou mais parentes de primeiro grau. Foram coletadas informações sobre variáveis demográficas, comportamentais, biológicas e referentes ao manejo médico. As entrevistadas faziam parte da demanda espontânea do Hospital Universitário Sul Fluminense e também da demanda espontânea em feiras de saúde realizadas, no presente ano, na cidade de Vassouras RJ, perfazendo um total de 266 entrevistas. As informações foram inseridas em banco de dados do software Epi-Info versão 6.04. As tabelas e gráficos foram construídos no Microsoft Excel 97. A correlação entre as variáveis foi verificada pelo teste c2, ao nível de significância p = 0,05. O estudo foi aprovado pela Comissão de Ética da Universidade Severino Sombra e as entrevistadas forneceram consentimento por escrito para participação. Resultados Dos 266 questionários foi observado que 40,6% das mulheres tinham idade superior a 40 anos (Figura 1). Figura 1- Faixa etária das mulheres analisadas 31

Das mulheres entrevistadas, 24,5% apresentaram menarca com idade igual ou inferior aos 11 anos, levando a uma maior exposição hormonal (Figura 2). Figura 2 Porcentagem das mulheres entrevistadas que apresentaram menarca Das 266 mulheres apenas 36% são nulíparas (Figura 3). Sendo que uma pequena parte das mulheres que já tiveram filhos, nunca amamentaram (10,5%). Figura 3 Porcentagem de mulheres nulíparas 32

História familiar de câncer de mama em parentes de primeiro grau foi presente em 23% dos casos (Figura 4). Figura 4 Porcentagem de história familiar de câncer de mama A terapia de reposição hormonal foi observada em uma pequena porcentagem das mulheres entrevistadas, cerca de 6% apenas das mulheres (Figura 5). Figura 5 Porcentagem de mulheres que realizaram terapia de reposição hormonal 33

Discussão Os resultados encontrados na pesquisa refletem a realidade encontrada pelas mulheres, no que diz respeito ao câncer de mama. Dentre os fatores de risco observados, a idade avançada foi o que mais chamou a atenção, não somente pelos números como também por ser um fator de risco não-modificável com alta relação com o câncer de mama. A relação de nulíparas com o câncer de mama é considerável e constitui outras características importantes, como o desconhecimento dessa população na realização do auto-exame das mamas. Encontramos no estudo valores que ultrapassaram um pouco a média encontrada em outros estudos, cerca de 15% a mais (Junior et al, 2006). A base genética do câncer de mama é fator de risco indiscutível na atualidade. Muito se pesquisa sobre a relação gênica e tenta-se determinar suas alterações no maior acometimento pelo câncer de mama. Sendo assim, a história familiar de câncer de mama se faz importante em qualquer abordagem de triagem de mulheres para esse tipo de câncer. Segundo alguns autores, este fator se faz valioso no rastreio do câncer de mama. Este estudo está de acordo com a literatura, achando história familiar positiva em 23% das entrevistadas (Batiston et al, 2011). Mais da metade das mulheres (54%) desconhecem os fatores de risco para o câncer de mama e desta forma, não os controlam, na tentativa de reduzir tamanha incidência do mesmo (Batiston et al, 2011). Conclusão A promoção em saúde e qualidade de vida da mulher devem ser prioritárias em relação ao câncer de mama na mulher. O conhecimento da população feminina sobre os fatores que aumentam o risco desta temida doença são de extrema importância para a detecção precoce e possível abordagem terapêutica menos agressiva. Desta forma, se faz possível melhorar a atenção à saúde das mulheres com o real conhecimento dos fatores de risco para o câncer de mama e com medidas de intervenção adequada para esses fatores. O estudo limitou-se a um pequeno número de mulheres, podendo ser estendido ao longo do tempo. 34

Bibliografia Adami HO et al (2001). Primary and secondary prevention in the reduction of cancer morbidity and mortality. Eur J Cancer; 37 Suppl 8: S118-27. Batiston AP et al. (2011). Conhecimento e prática sobre os fatores de risco para o câncer de mama entre mulheres de 40 a 69 anos. Revista brasileira de saúde materno infantil. 11 (2): 163-171. Carvalho CMRG et al. (2009). Prevenção de câncer de mama em mulheres idosas: uma revisão. Revista brasileira de enfermagem. 62 (4): 579-582. Felden JBB & Figueiredo ACL. (2011). Distribution of body fat and breast cancer: a case-control study in the South of Brazil. 16 (5): 2425-2433. González-Robledo LM et al (2010). Acciones gubernamentales para la detección temprana del cáncer de mama en América Latina. Retos a futuro. Salud pública de méxico. 52(6):533-543. Graham AC (2005). Epidemiology and prevention of breast cancer. Cancer Epidemiol Biomarkers Prev; 14:768-72. Instituto Nacional de Câncer (2009). Estimativa 2010: incidência de câncer no Brasil. Rio de Janeiro: Instituto Nacional de Câncer. Lima ALP et al (2011). Opportunistic screening for breast cancer among young women in Maranhão State, Brazil. Cad. Saúde Pública, 27(7): 1433-1439. Piato S &Piato JRM (2006). Doenças da mama. 1a ed. Rio de Janeiro: Revinter. Piato S (2002). Tratado de Ginecologia. 2ª ed. São Paulo: Artes Médicas. Sclowitz ML et al (2005). Condutas na prevenção secundária do câncer de mama e fatores associados. Rev Saúde Pública, 39(3):340-9. Torres MEA et al (2008). Vai lá, tira a roupa... e... pronto... : o acesso a consultas ginecológicas em Belo Horizonte, MG. Rev. Bras. Est. Pop. 25 (1): 49-69. World Cancer Research Fund (WCRF)/American Institute for Cancer Research (2007). Food, nutrition, physical activity, and the prevention of cancer: a global perspective. Washington DC: American Institute for Cancer Research. 35