É a medida individual mais simples e menos dispendiosa para prevenir a propagação das infecções relacionadas à assistência à saúde.

Documentos relacionados
HIGIENIZAÇÃO DAS MÃOS. Patrícia Ruiz Spyere

1. INTRODUÇÃO: CONTEXTO HISTÓRICO. Ignaz Semmelweis

Módulo 3: INFECÇÃO. O que é sepse? Quais são suas complicações? Como um bebê pode contrair sepse na UTI neonatal? Como prevenir a sepse?

PREVENÇÃO DE INFECÇÃO PRIMÁRIA DE CORRENTE SANGUÍNEA - IPCS

UNIVERSIDADE FEDERAL DO TRIÂNGULO MINEIRO COMISSÃO DE CONTROLE DE INFECÇÃO HOSPITALAR PREVENÇÃO DAS INFECÇÕES ASSOCIADAS A CATETER INTRAVASCULAR

Precauções básicas e equipamento de proteção individual

Enfº Rodrigo Cascaes Theodoro CCIH Núcleo de Vigilância Epidemiológica

Higienização das mãos. Professora: Fernanda Pereira e Talita Silva Pereira

PREVENÇÃO DE INFECCÇÃO ASSOCIADA A CATETER VENOSO CENTRAL / CVC. Data Versão/Revisões Descrição Autor

RESOLUÇÃO-RDC Nº 42, DE 25 DE OUTUBRO DE 2010

PREPARATÓRIO SAÚDE RECIFE

CONCEITOS BÁSICOS: CME

Medidas de precaução

Tópico 9 Prevenção e controle de infecções

MÉTODOS QUÍMICOS DE CONTROLE. (Antissepsia) Introdução:

Data da aprovação: 1. CONCEITOS

Infecções causadas por microrganismos multi-resistentes: medidas de prevenção e controle.

CLASSIFICAÇÃO DAS INFECÇÕES DE SÍTIO CIRÚRGICO (ISC)¹ MANUAL DA CCIH. POP nº 10. Versão: 01

AGENTES BACTERIOSTÁTICOS: crescimento destes microrganismos. Propriedades e requisitos que um anti-séptico deve possuir:

PREVENÇÃO DE INFECÇÃO HOSPITALAR ASSOCIADA A CATETER VESICAL

PROTOCOLO DE PREVENÇÃO DE PNEUMONIA ASSOCIADA A ASSISTÊNCIA VENTILATÓRIA - PAV

CONTROLO E ERRADICAÇÃO DA CONTAMINAÇÃO DE SUPERFICIES CONTROLO DE INFEÇÃO EM AMBIENTE HOSPITALAR OPERACIONALIDADE COM VPH PPCIRA

PROTOCOLO OPERACIONAL PADRÃO

Conjunto de medidas voltadas para prevenção, minimização ou eliminação de riscos inerentes às atividades de pesquisa, produção, ensino,

Métodos de proteção anti-infecciosa Gyokudo Kawai

Visão quando da proposição do termo, no ambiente hospitalar: Ação obtida com o emprego de um Agente Químico (Antisséptico)

MEDIDAS GERAIS DE CONTROLE DE INFECÇÃO.

Sistema de Gestão da Qualidade

Instruções para usar os Filmes de Treinamento para as sessões de instrução sobre infecções relacionadas à assistência à saúde e higienização das mãos

FLEBITE E N F ª L U A N A Z A G O T I M E D E T E R A P I A I N F U S I O N A L H C / U F T M

HOSPITAL FEDERAL DE BONSUCESSO

Protocolo de Higienização de Mãos ISGH Página 1

COLETA DE SANGUE PARA HEMOCULTURA

EXIJA QUALIDADE NA SAÚDE. Reunião do Grupo de Indicadores de Enfermagem do Núcleo de Apoio à Gestão Hospitalar NAGEH

Limpeza e Desinfecção das Áreas Próximas ao Paciente

Enterobactérias são microrganismos comumente encontrados na microbiota intestinal. Podem

GERMES MULTIRRESISTENTES E O USO DE SANEANTES NA UNIDADE DO PACIENTE

UNIVERSIDADE FEDERAL DO TRIÂNGULO MINEIRO HOSPITAL DE CLÍNICAS COMISSÃO DE CONTROLE DE INFECÇÃO HOSPITALAR

PARANÁ. GOVERNO DO ESTADO Secret4na da Saúde

PROGRAMA DE PREVENÇÃO E CONTROLE DE INFECÇÕES ASSOCIADAS AOS CUIDADOS DE SAÚDE - PCI NORMA Nº 709

Manual de Boas Práticas

ROTINA DE PREVENÇÃO DE INFECÇÃO DE TRATO VASCULAR

Prevenção e Controlo da Infeção Associada a Cuidados de Saúde (IACS): Higienização das mãos, uma prática na segurança do doente

PROTOCOLO DE ROTINAS EM ENFERMAGEM SCIH

Álcool Etílico 70º INPM Desinfetante e Anti-séptico Hospitalar

C o n c e i t o d e B i o s s e g u r a n ç a

Primeiros Socorros. Primeiros Socorros. Primeiros Socorros. Primeiros Socorros. Primeiros Socorros. Primeiros Socorros. Esterilização.

Prevenção de infeções em Meio Hospitalar

HOSPITAL MEMORIAL ARTHUR RAMOS HMAR

Safeflow. Registro ANVISA n

IMPERMEÁVEL E ABSORVENTE. O Curativo Transparente com Compressa Absorvente consiste de:

PROGRAMA DE DISCIPLINA VERSÃO CURRICULAR: 2014/2 PERÍODO: 5º DEPARTAMENTO: ENB

A INFORMAÇÕES GERAIS SOBRE A UCCI. NÚMERO DE ESTUDO DA UCCI PROPRIETÁRIO DA UCCI Privado Público Sem fins lucrativos

Redução da contagem bacteriana na propriedade

PROTOCOLO DE ROTINAS EM ENFERMAGEM

ROTINA DE TROCA DE DISPOSITIVOS E MATERIAIS DE USO HOSPITALAR

EBOLA COMUNICADO N 1. prefeitura.sp.gov.br/covisa. 01 de setembro de 2014

Equipamentos De Proteção Individual.

Ética, Biossegurança e Cinemática do Trauma

MEDIDAS DE PRECAUÇÃO E CONTROLE A SEREM ADOTADAS NA ASSISTÊNCIA

O papel da CCIH no Processamento de Roupas de Serviços de Saúde

COMISSÃO DE CONTROLE DE INFECÇÃO HOSPITALAR SERVIÇO DE CONTROLE DE INFECÇÃO HOSPITALAR. Higienização das Mãos

Novos cuidados e atualização de conceitos na higienização de instrumentos videocirúrgicos. Silma Pinheiro Belo Horizonte

PROTOCOLO PARA COLETA DE HEMOCULTURA

HIGIENIZAÇÃO DAS MÃOS EM SERVIÇOS DE SAÚDE. Agência Nacional de Vigilância Sanitária

Folheto de Instruções de Uso. 3M Tegaderm CHG

Introdução. Objetivo. Andrade Perez ( ) 3 ; Marisa Zenaide Ribeiro Gomes ( Área temática: Saúde

PROJETO: MÃOS LIMPAS PARA UMA ASSISTÊNCIA SEGURA

MÉTODOS DE CONTROLE DO CRESCIMENTO MICROBIANO

Manual de Referência Técnica para a Higiene das Mãos

MINISTÉRIO DA SAÚDE HOSPITAL DE SÃO GONÇALO, S.A. - AMARANTE. PROCESSO Revisão Pág. Norma Nº 1 Lavagem das Mãos Mês/Ano 11/05

Enfª Francielle Toniolo Enf ª Luiza Casaburi

SECRETARIA DE ESTADO DA SAÚDE

A INFORMAÇÕES GERAIS SOBRE A UCC DATA DO ENPI A GENERAL INFORMATION ABOUT THE FACILITY

UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINA GABRIELA DE ALMEIDA COSTA

42. Aspiração de Tubo Endotraqueal: Sistema Aberto Aspiração de Tubo Endotraqueal: Sistema Fechado 254

Evento: XXV SEMINÁRIO DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA

Plano de Trabalho Docente 2013 Ensino Técnico

PRECAUÇÕES-PADRÃO E ISOLAMENTO

ROTEIRO DE VISITA PARA UNIDADES HOSPITALARES. Instruções para a utilização do roteiro de visita para unidades hospitalares

10º Encontro de Higienização e Lavanderia Hospitalar da Região Sul AÇÃO DESINFETANTE NO PROCESSO DE LAVAGEM EM ROUPAS HOSPITALARES

COMO DEFINIR PRODUTOS E PRIORIDADES PARA LIMPEZA DO AMBIENTE

Primeiros Socorros. Primeiros Socorros. Primeiros Socorros. Primeiros Socorros. Primeiros Socorros. Primeiros Socorros. Objetivos.

AS SUAS MÃOS SALVAM VIDAS!

UNIVERSIDADE ESTADUAL DO MATO GROSSO DO SUL UNIDADE UNIVERSITÁRIA DE DOURADOS CURSO DE ENFERMAGEM

INSTRUÇÃO DE USO PRODUTO DE USO MÉDICO PRODUTO ESTÉRIL

ASSEPSIA ESTERILIZAÇÃO ESTERILIZAÇÃO 04/10/2014 ESTERILIZAÇÃO: CALOR ÚMIDO ESTERILIZAÇÃO: CALOR SECO. Prof. Marcelo Meller Alievi FAVET - UFRGS

Monitoramento da Limpeza. Enfª. Cristiane Uyeno

O QUE O PÚBLICO DEVE SABER SOBRE A GRIPE PANDEMICA H1N1 2009

CONDERG - CONSÓRCIO DE DESENVOLVIMENTO DA REGIÃO DO GOVERNO DE SÃO JOÃO DA BOA VISTA HOSPITAL REGIONAL DE DIVINOLÂNDIA RELATÓRIO DE GESTÃO 2012

recipiente de roupa o paciente pelo suja após a conclusão hospital.

ACESSOS VASCULARES PREVENÇÃO E CUIDADOS DE ENFERMAGEM RESIDÊNCIA INTEGRADA MULTIPROFISSIONAL EM SAÚDE ENFª FRANCIELE TONIOLO ENFª LUIZA CASABURI

EXIJA QUALIDADE NA SAÚDE

11/03/2011. Elaboração de Alimentos. Ministério da Agricultura

Núcleo de Vigilância em Estabelecimentos de Saúde Controle de Infecção. NVES-INFEC

Prof. Diogo Mayer Fernandes Técnica Cirúrgica Medicina Veterinária

CIRCULAÇÃO EXTRACORPÓREA E CIRURGIA CARDIOVASCULAR

Como elaborar campanhas e treinamentos. Enf. Juliana Prates Serviço de Controle de Infecção Hospitalar Hospital Mãe de Deus

Transcrição:

É a medida individual mais simples e menos dispendiosa para prevenir a propagação das infecções relacionadas à assistência à saúde. Recentemente, o termo lavagem das mãos foi substituído por higienização das mãos devido à maior abrangência deste procedimento.

As mãos constituem a principal via de transmissão de microrganismos durante a assistência prestada aos pacientes, pois a pele é um possível reservatório de diversos microrganismos, que podem se transferir de uma superfície para outra, por meio de contato direto (pele com pele), ou indireto, através do contato com objetos e superfícies contaminados.

As infecções relacionadas à assistência à saúde constituem um problema grave e um grande desafio, exigindo ações efetivas de prevenção e controle pelos serviços de saúde. As infecções nesses serviços ameaçam tanto os pacientes quanto os profissionais e podem acarretar sofrimentos e gastos excessivos para o sistema de saúde. Ainda, podem resultar em processos e indenizações judiciais, nos casos comprovados de negligência durante a assistência prestada.

Atualmente, a atenção à segurança do paciente, envolvendo o tema Higienização das Mãos tem sido tratada como prioridade, a exemplo da Aliança Mundial para Segurança do Paciente, iniciativa da Organização Mundial de Saúde (OMS) já firmada com vários países. A criação dessa aliança realça o fato de que a segurança do paciente, agora é reconhecida como uma questão global. Esta iniciativa se apóia em intervenções e ações que tem reduzido os problemas relacionados com a segurança dos pacientes nos países que aderiram a esta aliança.

As taxas de infecções e resistência microbiana aos antimicrobianos são maiores em Unidades de Terapia Intensiva (UTI), devido a vários fatores: maior volume de trabalho, presença de pacientes graves, tempo de internação prolongado, maior quantidade de procedimentos invasivos e maior uso de antimicrobianos

A higienização das mãos apresenta as seguintes finalidades: Remoção de sujidade, suor, oleosidade, pêlos, células descamativas e da microbiota da pele, interrompendo a transmissão de infecções veiculadas ao contato; Prevenção e redução das infecções causadas pelas transmissões cruzadas.

Devem higienizar as mãos todos os profissionais que trabalham em serviços de saúde, que mantém contato direto ou indireto com os pacientes, que atuam na manipulação de medicamentos, alimentos e material estéril ou contaminado

As mãos dos profissionais que atuam em serviços de saúde podem ser higienizadas utilizando-se: água e sabão, preparação alcoólica e anti-séptico.

Ao iniciar o turno de trabalho. Após ir ao banheiro. Antes e depois das refeições. Antes de preparo de alimentos. Antes de preparo e manipulação de medicamentos.

Higienizar as mãos com preparação alcoólica quando estas não estiverem visivelmente sujas, em todas as situações descritas a seguir:

Objetivo: proteção do paciente, evitando a transmissão de microrganismos oriundos das mãos do profissional de saúde. Exemplos: exames físicos (determinação do pulso, da pressão arterial, da temperatura corporal); contato físico direto (aplicação de massagem, realização de higiene corporal); e gestos de cortesia e conforto.

Objetivo: proteção do profissional e das superfícies e objetos imediatamente próximos ao paciente, evitando a transmissão de microrganismos do próprio paciente.

Objetivo: proteção do paciente, evitando a transmissão de microrganismos oriundos das mãos do profissional de saúde. Exemplos: contato com membranas mucosas (administração de medicamentos pe-las vias oftálmica e nasal); com pele não intacta (realização de curativos, aplicação de injeções); e com dispositivos invasivos (cateteres intravasculares e urinários, tubo endotraqueal).

As luvas previnem a contaminação das mãos dos profissionais de saúde e ajudam a reduzir a transmissão de patógenos. Entretanto, elas podem ter microfuros ou perder sua integridade sem que o profissional perceba, possibilitando a contaminação das mãos.

Objetivo: proteção do paciente, evitando a transmissão de microrganismos oriundos das mãos do profissional de saúde. Exemplo: inserção de cateteres vasculares periféricos.

Estes produtos associam detergentes com anti-sépticos e se destinam à higienização anti-séptica das mãos e degermação da pele.

Nos casos de precaução de contato recomendados para pacientes portadores de microrganismos multirresistentes. Nos casos de surtos. Degermação da pele No pré-operatório, antes de qualquer procedimento cirúrgico (indicado para toda equipe cirúrgica). Antes da realização de procedimentos invasivos. Exemplos: inserção de cateter intravascular central, punções, drenagens de cavidades, instalação de diálise, pequenas suturas, endoscopias e outros.

E usado como anti-séptico e desinfetante. A concentração ideal é de 70%. Estudos demonstram equivalência e até superioridade da higienização com álcool comparada à lavagem de mãos com sabão comum ou com alguns tipos de anti-sépticos degermantes. A anti-sepsia das mãos realizada por simples fricção com álcool diminui as contagens microbianas e a transmissão de microorganismos, com conseqüente queda nas taxas de infecções hospitalares. Além disso, apresenta boa tolerabilidade, tendo aceitação, adesão e aumento de freqüência de higienização pelos profissionais. As reduções microbianas foram significativamente maiores com o uso de álcool. É usado como desinfetante de superfícies, termômetros, estetoscópios e artigos que não toleram outros tipos de desinfecção ou esterilização. Suas vantagens são baixa toxicidade, ação rápida e baixo custo.

De acordo com os códigos de ética dos profissionais de saúde, quando estes colocam em risco a saúde dos pacientes, podem ser responsabilizados por imperícia, negligência ou imprudência. Lembre-se: o uso de luvas não substitui a higienização das mãos!

Alba Fabiela Fernanda Alves Iago Enrique Jeimison Bispo Jessica Cerqueira Kaio Andrey Laiza Rakel