UNIDADE 2 Empreendedorismo

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Transcrição:

UNIDADE 2 Empreendedorismo O mundo tem sofrido inúmeras transformações em períodos de tempo cada vez mais curtos. Alguns conceitos relativos à administração predominaram em determinados momentos do século XX, em virtude do contexto sócio político, tecnológico e cultural em que era mergulhada a humanidade. Especialmente, quando a maioria das invenções saiu do papel e revolucionaram a vida das pessoas, conforme se pode observar o quadro a seguir, percebeu se que havia um movimento eclodindo com um interesse em buscar novas perspectivas para a humanidade, aliando racionalização às necessidades sociais. De acordo com o quadro acima algumas invenções e conquistas do ser humano no século XX podem ser agrupadas, didaticamente, em movimentos, os quais eram fundamentados em conceitos presentes naqueles períodos, por exemplo: nas duas primeiras décadas, o movimento presente foi o da racionalização do trabalho, onde se destacou o conceito de gerência administrativa; a década seguinte ficou caracterizada pelo movimento das relações humanas, onde o foco passou a ser nos processos; enquanto que nas décadas de 40 e 50, o movimento do funcionalismo estrutural foi o grande marco, proporcionado pela idéia de definir objetivos para a gerência; na década de 60, o movimento dos sistemas abertos ganhou força com o planejamento estratégico; nos anos 70 e anos 80, as contingências ambientais ganharam força, como quesito para aumentar a competitividade entre as empresas; e na

década de 90, não se teve registro de um movimento específico, porém acredita se que o empreendedorismo foi o grande marco desse período, uma vez que a concorrência mundial proporcionou novos horizontes às empresas, que se destacam inovando em técnicas, processos, maquinário e mercados. Usualmente, essas invenções são provenientes de inovações de algo inédito ou de uma melhoria de algo já existente, mas que ninguém jamais tentou fazer diferente ou olhar de outra forma. Os grandes responsáveis por essas invenções são pessoas visionárias e obstinadas que questionam, que arriscam, que buscam melhorias, enfim, que empreendem. De certa forma os empreendedores são pessoas singulares, que se diferenciam pela paixão com que transformam suas visões em realidade. O que se confirma à vista da definição de empreendedor por Joseph Schumpeter: o empreendedor é aquele que tanto cria novos negócios, como também pode inovar dentro dos negócios já existentes, isto é, empreender em um empreendimento. No entanto, para Kirzner (1973), o empreendedor é um homem que cria um equilíbrio, definindo uma posição clara e positiva em ambientes turbulentos, isto é, identificando oportunidades em meio a crises. Mas em um ponto ambos concordam: o empreendedor é um identificador de oportunidades, atento às informações e curioso por natureza, pois ele sabe que só há uma forma de melhorar suas chances: aumentando seu conhecimento. 2.1. A revolução do empreendedorismo O papel do empreendedor é de suma importância para a sociedade, pois o avanço tecnológico só pôde ser alcançado graças às maravilhas criadas por esses homens visionários. Mas, não somente na economia é percebida a intervenção dos empreendedores. Na economia e nos meios de produção, além do setor de serviços, também sofreram sofisticações. Portanto, a ênfase dada ao empreendedorismo é uma conseqüência das mudanças tecnológicas e da rapidez com que ocorrem. A concorrência também provoca uma redefinição do cotidiano. Os paradigmas, há muito tempo entranhados nas organizações, estão sendo quebrados pela nova realidade das inovações tecnológicas e relacionais. Por isso, pode se afirmar que desde a década de 90 vive se o movimento do empreendedorismo, uma vez que os empreendedores são os sujeitos ativos que proporcionam a eliminação de barreiras comerciais e culturais, encurtam distâncias entre mercados, criam novas relações de trabalho e novos empregos, renovam conceitos, quebram paradigmas e geram riquezas para a sociedade como um todo. A chamada nova economia, através da internet, tem se mostrado aliada a esse movimento disseminando novas idéias e know how pela rede mundial. O que se constata é que o acesso à informação e aos meios de comunicação propicia a abertura de novos negócios em curto espaço de

tempo, desde que, obviamente, seja acrescido à principal mola propulsora: o capital. Mesmo com o difícil acesso às linhas de crédito com taxas e prazos mais acessíveis e condizentes com a realidade dos micro e pequenos empresários brasileiros, o contexto atual é muito propício ao surgimento de inúmeros empreendedores, graças a uma outra mola propulsora tão importante quanto o capital: a idéia. Era impossível imaginar há dez anos um jovem recém formado ter seu próprio negócio, pois além da dificuldade inerente ao empreendimento, os empregos ofertados pelas grandes empresas nacionais e multinacionais, além da estabilidade dos cargos públicos, gozando de ótimos salários, status e possibilidade de ascensão nas organizações, tudo era muito tentador para ser abandonado e se tentar um carreira solo. O ensino da Administração nas universidades e faculdades brasileiras estava voltado para formar este tipo de profissional, que fosse capacitado para desempenhar funções em grandes corporações, ou seja, administrar empresas e não criar empresas. Quando o cenário mudou, todos tiveram que rever seus conceitos e reavaliar suas qualificações, no caso de profissionais e estudantes, enquanto que as instituições de ensino tiveram que reformular suas grades curriculares e dar a devida ênfase à disciplina de empreendedorismo. Obviamente que essa mudança não pôde ser percebida em um curto espaço de tempo, mas os resultados práticos começam ser percebidos hoje, pois finalmente começa a ser dada a importância ao empreendedorismo no Brasil que se tem nos Estados Unidos, o berço das grandes multinacionais. Tido como centro das políticas públicas em grande parte dos países desde a década de 90, a evolução do empreendedorismo pode ser notado através de algumas ações governamentais, como: O Reino Unido publicou no final de 1998 um relatório que se referia ao seu futuro competitivo, onde era enfatizada a necessidade do desenvolvimento de uma série de iniciativas que intensificasse na região o empreendedorismo; Na Alemanha, há programas públicos que destinam recursos financeiros à criação de novos negócios. Um exemplo é a criação de duzentos centros de inovação naquele país, onde se disponibiliza espaço e os demais recursos necessários para as empresas iniciantes, conhecidas como start ups; Na Finlândia, em 1995, sob a coordenação do Ministério de Comércio e Indústria, foi lançado o decênio do empreendedorismo, cujo objetivo seria dar suporte às iniciativas de empreendedores através de três frentes: criar uma cultura empreendedora na sociedade, promover o empreendedorismo como gerador de empregos e estimular a criação de novas empresas. Em Israel, o empreendedorismo ganhou forças como conseqüência da imigração de pessoas de outras regiões. Para assimilar toda a força produtiva dos imigrantes e evitar a marginalidade, o governo incentiva através do Programa de Incubadoras Tecnológicas, muitas idéias para novos negócios. Um número impressionante é de quinhentos negócios

que já se estabeleceram com o auxílio das incubadoras do projeto. O sucesso foi tamanho que investimentos de capital de risco foram captados por essas empresas israelenses, e inclusive muitas delas possuem suas ações negociadas na NASDAQ, a Bolsa de ações nos Estados Unidos para empresas que atuam no ramo de tecnologia e Internet. E na França, se promove o ensino do empreendedorismo nas universidades para estimular os estudantes a criarem seus próprios negócios. Para isso, incubadoras são colocadas à disposição dos estudantes para tornar essa possibilidade real. Inclusive, ocorre anualmente uma competição, a nível nacional, para novas empresas de tecnologia e já existe uma fundação de ensino do empreendedorismo naquele país. Como se pode perceber existe em todo o mundo um grande interesse pelo empreendedorismo, o qual vai além de ações governamentais, despertando também a atenção de organizações multinacionais. 2.2. O empreendedorismo no Brasil O empreendedorismo começou a ter expressão no Brasil na década de 90, quando entidades como o SEBRAE (Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas) e a SOFTEX (Sociedade Brasileira para Exportação de Software) se destacaram pela iniciativa de dar suporte ao pequeno empresariado brasileiro. Nas décadas anteriores nada se conhecia sobre empreendedorismo e muito pouca informação se tinha sobre a abertura de empresas, até porque a conjuntura política e econômica não era tão propícia. O SEBRAE é um grande conhecido da classe empresarial brasileira pelos trabalhos que tem desenvolvido para possibilitar o crescimento de pequenas empresas, capacitar empresários e seus funcionários, prestar serviços e informações e viabilizar financiamentos junto às instituições financeiras. A SOFTEX é uma entidade que viabilizou a difusão do empreendedorismo no Brasil através de ações que possibilitavam a atuação de empresas brasileiras de softwares em outros mercados. Essas ações incluíam capacitação em gestão e em tecnologia. Graças aos programas desenvolvidos pela SOFTEX junto às incubadoras de empresas e às instituições de ensino (técnico e superior), algumas inovações surgiram no âmbito tecnológico e ganharam espaço nos mercados interno e externo, projetando muitas empresas brasileiras. Desde então, o empreendedorismo brasileiro ganhou força e projeção com algumas ações que já começam a apontar para um novo horizonte empresarial. Ações como as desenvolvidas pelo SEBRAE e pela SOFTEX recebem apoio e participação da classe empresarial, como:

O programa GENESIS (Geração de Novas Empresas de Softwares), que apóia atividades de empreendedorismo relacionadas à área tecnológica no que diz respeito ao desenvolvimento de programas e sistemas para computadores; Os programas EMPRETEC e Jovem Empreendedor do SEBRAE, que capacitam e formas empresários nas mais diversas áreas; O programa Brasil Empreendedor, do governo Federal, que tem como objetivo capacitar mais de 1 milhão de empreendedores em todo o país, além de destinar recursos financeiros, mobilizando uma quantia próxima a oito bilhões de reais; Alguns cursos e programas espalhados por todo o território nacional que estimulam e capacitam alunos da rede de ensino pública e privada para se tornarem futuros empreendedores. Como o caso de Santa Catarina, que mantém o programa Engenheiro Empreendedor, e o caso do programa REUNE, realizado pela CNI (Confederação Nacional das Indústrias) que difunde junto às instituições de ensino superior do país o empreendedorismo; O crescente movimento de novas empresas que atuam na internet, conhecidas como pontocom, é uma realidade que surgiu com a facilidade de comunicação entre as pessoas através da rede mundial de computadores. O Instituto e cobra é um exemplo que instituição de que apóia essas empresas fornecendo cursos, palestras e, inclusive, prêmios para os melhores planos de negócios para empresas start ups com atuação na internet; A grande quantidade de incubadoras de empresas que surgiu nos últimos anos possibilitou o aparecimento de milhões de novos negócios. Alguns dados da ANPROTEC (Associação Nacional de Entidades Promotoras de Empreendimentos de Tecnologias Avançadas) mostram que no ano 2000, havia cerca de 140 incubadoras de empresas em todo o país, desconsiderando aquelas voltadas para empresas de internet, o que totaliza aproximadamente 1.100 empresas incubadas, que podem gerar algo em torno de 5.200 empregos diretos. Como se pode perceber o Brasil já despertou para a necessidade de investimento e suporte às micro e pequenas empresas, mesmo que de forma desorganizada em relação aos países desenvolvidos, mas já se tem a consciência da importância que tem o empreendedorismo para o crescimento da economia nacional. No entanto, ainda faltam recursos e políticas públicas adequadas para que se possa combater o desemprego, a falta de oportunidade e a marginalidade social em inúmeros locais no Brasil. Uma saída seria fomentar a criação de incubadoras de empresas nesses locais para que todos possam desenvolver suas habilidades e quem sabe originar daí novos negócios e promover melhorias sociais e econômicas. Nesse ponto as organizações nãogovernamentais e a iniciativa privada atuam de forma ativa, o que motiva o estabelecimento de cenários otimistas para os anos que se seguem.