Relatório Parcelar de AutoAvaliação

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Transcrição:

Equipa de Autoavaliação do Agrupamento de Celeirós Quando se viaja em direção a um objetivo é muito importante prestar atenção ao caminho. É o caminho que nos ensina sempre a melhor maneira de chegar, e enriquece-nos enquanto o cruzamos. Paulo Coelho, Palavras Essenciais. Relatório Parcelar de AutoAvaliação Ano Letivo 2012/2013 Celeirós, 15 de julho de 2013

ÍNDICE 1. INTRODUÇÃO..3 2. METODOLOGIA...4 2.1. Instrumento A: Escala de Avaliação da Escola....4 2.1.1. Caracterização da amostra...4 2.1.2. Descrição do instrumento.....4 2.2. Instrumento B: Medida de Envolvimento Escolar: alunos dos 1º e 2º ciclos....4 2.2.1. Caracterização da amostra...4 2.2.2. Descrição do instrumento....5 2.3. Instrumento C: Medida de Envolvimento Escolar: pais e professores.....5 2.3.1. Caracterização da amostra...5 2.3.2. Descrição do instrumento....5 2.4. Instrumento D: Relação entre perfis de personalidade e emoções de desempenho dos alunos do 3º ciclo a Matemática....5 2.4.1. Caracterização da amostra. 5 2.4.2. Descrição do instrumento. 6 3. APRESENTAÇÃO E DISCUSSÃO DOS RESULTADOS 6 3.1. Escala de Avaliação da Escola.6 3.2. Medida de Envolvimento Escolar: alunos dos 1º e 2º ciclos.9 3.3. Medida de Envolvimento Escolar: pais e professores....10 3.4. Relação entre perfis de personalidade de desempenho dos alunos do 3º ciclo a Matemática.. 11 4. IMPLICAÇÕES PARA O PLANO DE MELHORIA..13 5. CONSIDERAÇÕES FINAIS. 14 6. ANEXOS.....15 2

1 Introdução A avaliação reflete a realidade das escolas e permite que os protagonistas se vejam com clareza e rigor. Da compreensão suscitada pela imagem contemplada, nascerá a decisão de corrigir um gesto, limpar o rosto, ou a realização duma operação mais complexa. O espelho tem de estar limpo e bem colocado. Não pode distorcer a imagem, como acontece com os espelhos côncavos e convexos. Os interesses, a desonestidade, a arbitrariedade, a falta de ética, deformam a imagem e confundem quem nele se quer espelhar. Não compete ao avaliador dizer aos protagonistas se estão a fazer bem ou mal. Muito menos aquilo que deve ser mudado. Simplesmente os ajudam a olhar-se com clareza, de modo a poderem formar um juízo mais fiel sobre o que fazem. Desse Juízo, dessa compreensão hão de surgir as decisões de mudança. Manter o espelho face à realidade, situá-lo de forma a receber uma imagem fiel, limpá-lo de impurezas que dificultam a visão, acolher sugestões dos que nele se espelham, eis a tarefa dos avaliadores. A finalidade última é melhorar essa realidade, essa imagem que se projeta no espelho e que constitui um serviço social presidido de valores. (GUERRA, 2002: 11) 1 Dando cumprimento ao consignado no artigo 9º, capítulo II do decreto-lei nº 75/ 2008, de 22 de abril, que estipula como um dos instrumentos de autonomia dos agrupamentos de escolas e das escolas não agrupadas, para efeitos da respetiva prestação de contas, ( ) o Relatório de Autoavaliação, sendo entendido ( ) como um documento que procede à identificação do grau de concretização dos objetivos fixados no projeto educativo e à avaliação das atividades realizadas pelo agrupamento de escolas ou escola não agrupada e da sua organização e gestão, designadamente no que diz respeito aos resultados escolares e à prestação do serviço educativo ; visa dar conta do trabalho desenvolvido pela Equipa de Autoavaliação do Agrupamento de Escolas de Celeirós, responsável pelo desenvolvimento do dispositivo de autoavaliação de escola (DAAE). O projeto de autoavaliação parte de um princípio de confiança no trabalho que se desenvolve no Agrupamento e de uma profunda convicção de que a avaliação constitui uma poderosa estratégia para: - Produzir conhecimento sobre as suas diferentes dimensões; - Construir melhores oportunidades educativas; - Encetar caminhos de mudança. No ano letivo 2012/2013, em parceria com a Fundação Minerva-Ensino e Investigação Científica, no âmbito do Observatório da Melhoria e Eficácia da Escola da Universidade Lusíada do Porto (OMEE), esta Equipa analisou os objetivos, as metas e, consequentemente, os resultados alcançados com o Projeto Educativo cuja vigência agora cessa. Reconhecendo a relevância do envolvimento escolar dos alunos como preditor do sucesso académico e do abandono escolar precoce, considerou-se oportuno também construir uma base de dados que permita: - Monitorizar o envolvimento dos alunos dos 1º e 2º ciclos com a escola; - Analisar a relação entre os perfis de personalidade e emoções de desempenho dos alunos do 3º ciclo a Matemática. Com o protocolo de cooperação estabelecido com o OMEE, e atendendo a que uma das competências do Grupo de Focagem é a validação de instrumentos de recolha de informação, não se justificava a sua participação. Poderá ser chamado a colaborar nas sugestões para o Plano de Melhoria para o próximo ano letivo. 1 Santos Guerra, Miguel Ángel, Como num Espelho Avaliação qualitativa das escolas (Conferência proferida no Curso de Verão de 2001) in AZEVEDO, Joaquim (Org), (2002). AVALIAÇÃO DAS ESCOLAS Consensos e Divergências. Porto: ASA, pp. 11 a 31. 3

2. Metodologia Este documento foi construído com base nos relatórios enviados pelo OMEE da Universidade Lusíada do Porto que seguem em anexo. A reconstrução da realidade escolar implica o recurso a diferentes fontes de informação, logo, esta Equipa teve necessidade de recorrer a diversos instrumentos de recolha de informação. Para cada instrumento, utilizaram-se diferentes amostras que passamos a descrever. 2.1. Instrumento A - Escala de Avaliação da Escola Para melhor caracterizar e compreender a estrutura do Agrupamento de Escolas de Celeirós, a Equipa elaborou em fevereiro de 2013, questionários de autorrelato que foram aplicados a professores, pais e assistentes operacionais. 2.1.1.Caracterização da amostra Recolheram-se dados de 91 docentes, 32 assistentes operacionais/técnicos e 286 encarregados de educação através da plataforma Google Docs. Os encarregados de educação preencheram os questionários em formato papel. 2.1.2 Descrição do instrumento Este instrumento pretende medir a qualidade global da escola e avaliar o desempenho da escola relativamente ao que seria expectável de uma escola ideal (OMEE, 2010). O objetivo final consiste em ser útil aos dirigentes escolares, de modo a que possam aceder a informações objetivas acerca dos elementos essenciais para a eficácia do ensino e da aprendizagem, permitindo a revisão e o desenvolvimento dos planos de melhoria e eficácia do Agrupamento. A versão contém 74 itens para os docentes, 58 itens, para os assistentes operacionais/técnicos e 28 itens para os pais/encarregados de educação. Neste instrumento utiliza-se uma escala de tipo Likert, cotada em 4 pontos que varia entre 0 (nada de acordo) e 3 (totalmente de acordo). A Escala de Avaliação da Escola (EAE) é constituída pelas subescalas: a) Projeto educativo; b) Clima da escola; c) Direção da escola; d) Desenvolvimento profissional da comunidade educativa; e) Planos de turma; f) Prática educativa; g) Plano anual de atividades; h) Recursos; i) Envolvimento parental; j) Relação escola-comunidade. Pretende-se obter a perceção dos docentes, dos assistentes e dos encarregados de educação acerca das diferentes dimensões em avaliação. 2.2. Instrumento B - Medida de Envolvimento Escolar: alunos dos 1º e 2º ciclos Os comportamentos dos alunos face à aprendizagem desenvolvem-se sob a influência de múltiplas dimensões e contextos, incluindo a família e a escola (Conger & Donnellan, 2006). Por esta razão, a compreensão do impacto que a escola tem no envolvimento dos alunos é de grande relevância para as comunidades educativas, já que permite a adoção de medidas de promoção do envolvimento dos alunos com a 4

escola. Neste sentido, pretende-se conhecer o seu nível de envolvimento (1º e 2 ciclos) de forma a adequar-se estratégias e esforços de melhoria que favoreçam o maior nível de envolvimento escolar dos alunos. 2.2.1.Caracterização da amostra Os dados pertencem a uma amostra de 255 alunos dos 1º e 2º ciclos: 22 dos participantes são alunos do 3º ano de escolaridade, 30 do 4º ano, 103 do 5º ano e 101 do 6º ano. Os dados foram recolhidos através de inquéritos por questionário usando a plataforma do OMEE. Apenas os alunos do 1º ciclo preencheram os questionários em formato papel. 2.2.2 Descrição do instrumento Para avaliação do envolvimento dos alunos com a escola foi utilizada a versão portuguesa e experimental do School Engament Major (Friedricks et al., 2005). Este questionário é constituído por 77 itens de resposta fechada, pontuadas numa escala de tipo Likert desde 1 (Nunca) a 5 (Sempre) e permitiu recolher informações sobre a relação estabelecida em várias dimensões: com a escola, com os pares; com os professores; com o trabalho na escola; com os trabalhos de casa. 2.3. Instrumento C - Medida de envolvimento escolar: encarregados de educação e professores A relação entre a escola e a família constitui-se como uma das variáveis mais determinantes para o sucesso escolar. Diversos estudos demonstram que o envolvimento dos pais no percurso escolar dos filhos promove o sucesso escolar, nomeadamente: a) Melhores notas e resultados nos testes de avaliação; b) Comportamentos e atitudes mais positivas dos alunos perante a escola; c) Menor número de alunos em programas de educação especial; d) Maior motivação dos professores na atividade de docente. 2.3.1.Caracterização da amostra Os dados pertencem a uma amostra de 130 pais e encarregados de educação dos alunos das turmas A, D e E do 5º ano e A, C e D do 6º ano, uma vez que foram estas as turmas sinalizadas, após aplicação do instrumento Medida de Envolvimento Escolar: alunos dos 1º e 2º ciclos, como as que apresentavam as médias mais baixas a Português e a Matemática. Os dados foram recolhidos através de inquéritos por questionário em formato papel. 2.3.2 Descrição do instrumento O Questionário de Envolvimento entre Pais e Professores (QEPP-pais) é um instrumento que tem como objetivo avaliar a relação entre os pais e os professores do aluno, avaliação realizada pelos pais, relativamente a quatro dimensões: a) Quantidade e tipo de contactos; b) Interesse e sensação subjetiva de conforto dos pais em falar com os professores; c) Satisfação parental com a escola do filho; d) Grau de envolvimento parental na educação do filho. O QEPP-pais é um questionário composto por 26 itens, sendo as respostas fornecidas com base numa escala de Likert de 5 valores que varia entre 0 (não envolvimento) e 4 (um envolvimento elevado). O QEPP-pais é constituído por quatro subescalas: a) Qualidade da Relação entre pais e professores; b) Opinião parental acerca da escola; c) Envolvimento Parental e voluntariado na escola; d) Frequência do contacto entre pai e professor. 5

2.4. Instrumento D - Relação entre perfis de personalidade e emoções de desempenho dos alunos do 3º ciclo a Matemática Estudar a influência de fatores da personalidade no percurso académico implica não só analisar traços e variáveis de rendimento expressas nas classificações escolares, mas também outras dimensões definidoras das características: - Estruturais (traços da personalidade); - Funcionais (processos e estados); - Motivacionais (planos e perspetivas de futuro) dos jovens. Permite também analisar a sua trajetória de vida na escola, designadamente opções de formação, desempenhos (curriculum, retenções, mudanças e transições) e inserção na vida escolar (satisfação na relação com pares, adaptação e problemas de comportamento). 2.4.1.Caracterização da amostra Os dados pertencem a uma amostra de 316 alunos do 3º ciclo: 126 alunos do 7º ano, 113 alunos do 8º ano e 77 do 9º ano. Os dados foram recolhidos através de inquéritos por questionário usando a plataforma do OMEE. 2.4.2 Descrição do instrumento O Junior Temperament and Caracter Inventory (JTCI) é um instrumento de autorrelato composto por 128 itens. As respostas são de tipo Likert com 5 opções desde 1 (Completamente Falso) até 5 (Completamente Verdadeiro). O JTCI é constituído por: Quatro dimensões de Temperamento (Busca de Novidade, Evitamento do perigo, Dependência de Recompensa e Persistência); Três dimensões de Carácter (Determinação, Cooperação e Auto transcendência). O Questionário de Emoções de Desempenho-Matemática (QED-M) é um instrumento multidimensional de autorrelato construído para avaliar as experiências emocionais de desempenho dos alunos na disciplina de Matemática. É constituído por 60 itens que avaliam sete emoções distintas relacionadas com esta disciplina: Prazer, orgulho, raiva, ansiedade, vergonha, desespero e tédio. Dentro destas escalas, existem itens que se referem a experiências emocionais em contextos diferenciados, tais como: frequentar as aulas, estudar em casa, realizar testes e exames de Matemática. Dentro de cada secção, os itens encontram-se ordenados em três blocos que avaliam experiências emocionais, antes, durante e depois das situações abordadas por cada escala. 3. Apresentação e discussão dos resultados 3.1. Escala de Avaliação da Escola Na tabela seguinte encontram-se os resultados obtidos nas dimensões da Escala de Avaliação da Estrutura Escolar. Tabela 1. Estatística descritiva dos resultados obtidos nas dimensões da Escala de Avaliação da Estrutura Escolar Dimensões Respondentes Mínimo Máximo Média Desvio Padrão Projeto Educativo da Escola Clima da escola Docentes (N=91) 0 3 1,75,508 Pais (N=286) 2 3 2,79,405 Assistentes (N=28) 2 3 2,44,504 Docentes (N=91) 1 3 2,08,763 Pais (N=286) 1 3 2,41,635 Assistentes (N=32) 2 3 2,38,492 6

Docentes (N=91) 0 3 2,19,815 Direção da escola Pais (N=286) 2 3 2,64,482 Assistentes (N=32) 2 3 2,63,492 Desenvolvimento Profissional Docentes (N=91) 1 3 2,21,796 Assistentes (N=32) 2 3 2,53,507 Planos de turma Docentes (N=91) 0 3 2,24,821 Plano anual de atividades Docentes (N=91) 1 3 2,13,748 Assistentes (N=27) 2 3 2,66,483 Prática Educativa Docentes (N=91) 1 3 2,18,769 Recursos Docentes (N=91) 1 3 1,99,723 Assistentes (N=22) 2 3 2,56,504 Docentes (N=91) 0 3 1,85,815 Envolvimento Parental Pais (N=286) 1 3 2,67,479 Assistentes (N=31) 1 3 2,22,608 Docentes (N=91) 0 3 1,97,893 Escola e Comunidade Pais (N=286) 1 3 2,67,512 Assistentes (N=32) 1 3 2,44,564 1. Perceção dos docentes, pais e assistentes do Agrupamento relativamente ao Projeto Educativo do Agrupamento Os docentes, pais e assistentes estão, na sua maioria, de acordo quanto ao facto de, no Projeto Educativo, se encontrarem os objetivos e as estratégias que visam o desenvolvimento holístico dos alunos, procurando o envolvimento ativo de toda a comunidade educativa na sua elaboração, implementação e monitorização. Também entendem que o Projeto Educativo da escola visa a melhoria dos resultados académicos e a componente social e emocional dos alunos. A perceção dos encarregados de educação em relação ao Projeto Educativo é a que apresenta a média mais elevada e demonstra um grau de satisfação elevado dos encarregados de educação em relação ao mesmo. É possível perceber uma certa tendência dos docentes em considerar que nem todos os professores e assistentes conhecem o Regulamento Interno e Projeto Educativo, embora estejam mais informados quanto ao seu conteúdo do que os alunos e os pais. Por seu lado, os assistentes consideram que os professores e os funcionários conhecem o Regulamento Interno e Projeto Educativo, mais do que os alunos e pais. O Projeto Educativo é o documento orientador da tomada de decisões e da ação da escola e neste constam as metas a atingir. Neste documento estão também identificadas as áreas de intervenção e as opções estratégicas em função dos diagnósticos realizados e dos princípios e valores definidos e partilhados pela comunidade. Por fim, refere-se que o Projeto Educativo é a dimensão da Escala de Avaliação da Estrutura Escolar (EAEE) que apresenta o valor de média mais baixo na perceção dos docentes da escola. 2. Perceção dos docentes, pais e assistentes do Agrupamento relativamente ao Clima Escolar do Agrupamento A perceção dos docentes, pais e assistentes sobre o clima escolar é positiva, principalmente em relação às áreas físicas que consideram em bom estado de conservação. Estes também reconhecem que os trabalhos dos alunos são expostos pelos corredores e espaços da escola. No entanto, todos os inquiridos (docentes, pais e assistentes) avaliam como menos positivo o sentimento de pertença, o não cumprimento por parte dos alunos do Regulamento Interno e o respeito e a compreensão entre a comunidade escolar. Regista-se, ainda, que o clima escolar é a dimensão que apresenta o valor de média baixo na perceção dos encarregados de educação. 3. Perceção dos docentes, pais e assistentes do Agrupamento relativamente à Direção do Agrupamento Para os participantes no estudo, a Direção tem procurado o envolvimento e a participação ativa de toda a comunidade educativa no desenvolvimento e implementação de estratégias de melhoria no Agrupamento. Os 7

docentes, pais e assistentes concordam, na sua maioria, que a Direção tem demonstrado recetividade aos contributos e às experiências dos diferentes agentes envolvidos. A Direção é vista como agente promotor de um currículo culturalmente relevante e rigoroso e de cooperação e envolvimento da comunidade, contribuindo para a melhoria das expectativas dos alunos, dos professores, dos pais e comunidade educativa alargada. A Direção do Agrupamento é uma das dimensões da EAEE que apresenta o valor de média mais elevado na perceção dos docentes, dos assistentes e dos pais. 4. Perceção dos docentes e assistentes do Agrupamento relativamente ao Desenvolvimento Profissional Em relação ao Desenvolvimento Profissional, os docentes e os assistentes estão, na sua maioria, bastante de acordo relativamente ao facto de as ações do Agrupamento contribuírem para o seu enriquecimento profissional e tanto docentes como assistentes demonstrarem empenho no seu próprio desenvolvimento pessoal e profissional. Observou-se que alguns docentes e assistentes consideram que deveria haver maior divulgação de oferta formativa profissional. 5. Perceção dos docentes do Agrupamento relativamente aos Planos de Turma Em relação ao Planos de Turma, os docentes estão, na sua maioria, bastante de acordo com as estratégias desenvolvidas a partir destes planos. Esta dimensão apresenta o valor médio mais elevado na perceção dos docentes da escola. 6. Perceção dos docentes e assistentes do Agrupamento relativamente ao Plano Anual de Atividades Esta dimensão apresenta um dos valores médios mais elevados na perceção dos docentes e assistentes, podendo inferir-se que estão de acordo com o plano anual de atividades. Todavia, verificamos que nos itens relativos ao contributo dos pais/encarregados de educação, para o PAA, a média de respostas dos docentes e assistentes é mais baixa. 7. Perceção dos docentes do Agrupamento relativamente à Prática Educativa A perceção dos docentes em relação à prática educativa no agrupamento é positiva. A maioria dos participantes concorda que esta é realizada de acordo com os objetivos da aula e com as necessidades de cada turma. Os valores mais baixos referem-se aos níveis de exigência e espírito de inclusão. 8. Perceção dos docentes e assistentes do Agrupamento relativamente aos Recursos A perceção dos docentes e dos assistentes em relação aos recursos existentes no agrupamento é positiva e a maioria concorda que estes contribuem para a melhoria e excelência das aprendizagens. Os docentes referem que devem ser melhorados o serviço de ação social, a participação dos assistentes operacionais/técnicos nas sugestões de atividades, bem como a implementação de programas de gestão de conflitos e de promoção de competências de estudo. Os assistentes também registam a importância desses programas, sentindo, ainda, que necessitam de maior apoio para que os alunos cumpram as regras do Regulamento Interno. 9. Perceção dos docentes, pais e assistentes do Agrupamento ao Envolvimento Parental A perceção dos docentes e dos assistentes em relação ao envolvimento parental no agrupamento é a dimensão que apresenta o valor médio mais baixo, devendo, então, ser mais operacionalizada. Esta opinião não é partilhada pelos pais que afirmam colaborar nas diferentes atividades propostas pelo agrupamento. 10. Perceção dos docentes, pais e assistentes do Agrupamento à Escola e Comunidade Para os docentes, para os pais e para os assistentes, a Direção tem procurado apoio junto da comunidade, criando laços entre o agrupamento e o contexto social em que se insere. 8

3.2. Medida de Envolvimento Escolar: alunos dos 1º e 2º ciclos Os alunos sentem-se envolvidos com a sua escola, com os seus pares e professores bem como com os trabalhos que nela realizam. Ao analisar as diferenças entre 1º e 2º ciclos (tabela 2), identificámos diferenças estatisticamente significativas entre o envolvimento dos alunos com o trabalho para casa. Tabela 2: Desvio Padrão e teste de diferença de médias (t-student) para as diferentes dimensões e componentes, entre o 1º e 2º ciclos Estatística descritiva dos resultados dos 1º e 2º ciclos 1º Ciclo 2º Ciclo p M DP M DP Celeirós n=51 n=204 (n=255) a)envolvimento com a escola: professores, alunos 3,20,401 3,21,507.255 b)envolvimento nos trabalhos de casa 3,80,401 3,52,616.001* c)envolvimento dos alunos nos trabalhos e na escola neste ano letivo 3,45,541 3,55,690.071 *p.05 De referir que são os alunos do 2º ciclo que revelam níveis mais elevados em relação ao seu envolvimento com a escola: pares e professores e em relação ao envolvimento nos trabalhos da escola no presente ano letivo. Relação entre o envolvimento escolar e as notas dos alunos a Português e Matemática Como se verifica na tabela seguinte, as turmas do 5º ano são relativamente homogéneas entre si, em relação às notas, no entanto, verifica-se que o 5º A apresenta uma média inferior às restantes turmas a Português. Em relação à média de Matemática, as turmas A, D e E são as que apresentam médias mais baixas (inferiores a três), sendo a do D a mais baixa. Quanto ao 6º ano, verifica-se que as turmas A e D são as que apresentam médias mais baixas (inferiores a 3), quer a Português quer a Matemática. Observa-se, ainda, que o 6ºC apresenta média inferior a três a Matemática. Tabela 3: Mínimo, Máximo, Média e Desvio Padrão das notas dos alunos, por turma e ano, a Português e Matemática Estatística descritiva dos resultados obtidos Celeirós (n=255) Ano Turma Mínimo Máximo Média Desvio Padrão 5º 6º A B C D E A B C D E PORT 2,00 4,00 2,92,584 MAT 2,00 4,00 2,92,654 PORT 2,00 4,00 3,11,658 MAT 2,00 5,00 3,16,899 PORT 2,00 4,00 3,07,616 MAT 2,00 4,00 3,07,616 PORT 2,00 4,00 3,05,705 MAT 2,00 4,00 2,53,772 PORT 2,00 4,00 3,00,566 MAT 2,00 4,00 2,69,679 PORT 2,00 4,00 2,86,581 MAT 1,00 4,00 2,62,727 PORT 2,00 5,00 3,23,831 MAT 2,00 5,00 3,53,874 PORT 2,00 4,00 3,13,834 MAT 2,00 4,00 2,73,704 PORT 2,00 4,00 2,51,730 MAT 2,00 4,00 2,36,619 PORT 2,00 5,00 3,21,779 MAT 2,00 5,00 2,92,974 Os resultados dos alunos do 2º ciclo demonstram que há uma correlação estatisticamente significativa em todas as dimensões do envolvimento escolar e o envolvimento escolar total. Em relação às notas dos alunos, 9

verifica-se que as de Português correlacionam-se, de modo negativo e estatisticamente significativo com o envolvimento atual dos alunos. Em relação a Matemática, não existem correlações, estatisticamente significativas com o envolvimento dos alunos com a escola, mas esta conexão ocorre com as notas de Português. Tabela 4: Correlações entre dimensões e componentes do Envolvimento Escolar e os resultados dos alunos do 2º ciclo a Português e a Matemática 1 2 3 4 5 6 1. MEE_TOTAL 2. EE_ESC_PARES_PROF.447* 3. EE_TPC.816*.326** 4. EE_ACTUAL.802*.302**.594** 5. PORTUGUÊS -.117.-046 -.055.-150* 6. MATEMATICA -.026.-073.-008 -.088.631** **. Correlação estatisticamente significativa para p.01 *. Correlação estatisticamente significativa para p.05 Os resultados obtidos no Agrupamento indicam que o esforço do aluno, caracterizado por níveis de envolvimento, compromisso e sentimento de pertença à escola, é um bom preditor do sucesso académico. 3.3. Medida de envolvimento escolar: encarregados de educação e professores Para o estudo do envolvimento escolar dos encarregados de educação foram inquiridos os dos alunos das turmas do 2º ciclo que apresentam médias inferiores a três às disciplinas com as menores taxas de sucesso. Assim sendo, a Português e Matemática foram identificadas, no 5º ano, as turmas A, D e E e, no 6º ano, as turmas A, C e D. Tabela 5: Mínimo, Máximo, Média e Desvio Padrão do envolvimento parental, por turma e ano, do agrupamento de escolas de Celeirós Estatística descritiva dos resultados obtidos Celeirós Ano Turma Mínimo Máximo Média Desvio Padrão Qualidade relação entre pais e professores 16 28 25,85 3,105 A Opinião parental acerca da escola 10 16 13,50 2,280 Envolvimento parental e voluntariado na escola 0 14 8,07 4,599 5º 6º D E A C D Frequência de contatos entre pais e professores 3 31 9,25 6,517 Qualidade relação entre pais e professores 17 28 24,29 3,177 Opinião parental acerca da escola 11 16 13,37 1,739 Envolvimento parental e voluntariado na escola 4 20 9,79 3,952 Frequência de contatos entre pais e professores 2 13 6,94 3,280 Qualidade relação entre pais e professores 16 28 24,21 3,451 Opinião parental acerca da escola 8 16 12,42 2,586 Envolvimento parental e voluntariado na escola 2 20 8,42 3,920 Frequência de contatos entre pais e professores 3 15 8,29 3,717 Qualidade relação entre pais e professores 14 28 24,68 3,414 Opinião parental acerca da escola 12 16 13,48 1,661 Envolvimento parental e voluntariado na escola 1 12 6,81 2,600 Frequência de contatos entre pais e professores 2 13 6,18 2,970 Qualidade relação entre pais e professores 15 28 24,58 4,337 Opinião parental acerca da escola 12 16 13,89 1,853 Envolvimento parental e voluntariado na escola 2 22 9,06 4,976 Frequência de contatos entre pais e professores 3 16 7,22 3,474 Qualidade relação entre pais e professores 21 28 25,39 2,547 Opinião parental acerca da escola 6 16 11,78 2,756 Envolvimento parental e voluntariado na escola 3 14 7,44 3,054 Frequência de contatos entre pais e professores 3 19 9,29 5,312 10

Em relação à qualidade da relação entre pais e professores, observa-se uma média superior na turma do 5º A quando comparado com as restantes turmas desse ano. Em relação à opinião dos pais sobre a escola e o envolvimento parental e o voluntariado na escola, os pais do 5º D apresentam uma média superior quando comparados com as restantes turmas do 5º ano. A frequência de contactos entre pais e professores é mais elevada na turma 5º A. Em relação às turmas do 6º ano, a opinião dos pais acerca da escola e o envolvimento parental e o voluntariado na escola é mais elevada no 6º C. A qualidade da relação entre pais e professores, a opinião dos pais acerca da escola e a frequência de contactos entre pais e professores é mais elevada no 6º D. Estes resultados permitem concluir que quanto maior for o envolvimento parental com a escola, maior será o rendimento académico dos alunos. O envolvimento da família tem um efeito direto e positivo no desempenho dos alunos e é um dos mais fortes preditores do sucesso escolar. A sua manifestação pode ocorrer de diversas formas, tais como: o envolvimento em atividades de aprendizagem em casa, incluindo as competências de escrita e a supervisão dos trabalhos de casa; a supervisão dos alunos e monitorização de como gerem o tempo fora da escola; o diálogo sobre o que se passa na escola; a participação em atividades escolares, em ações de formação para pais, nas reuniões com professores, nas ações de voluntariado escola, entre outros (Henderson & Mapp, 2002). Numa meta-análise sobre a influência dos pais no rendimento escolar dos alunos, Rosenzweig (2001) verificou que estas práticas, em conjunto, explicam 16,3% do rendimento dos alunos, nomeadamente: expectativas e aspirações escolares elevadas; envolvimento parental; autoridade parental; apoio à autonomia; apoio emocional; recursos e oportunidades de experiências de aprendizagem; participação dos pais nas atividades da escola. 3.4. Relação entre perfis de personalidade e emoções de desempenho dos alunos do 3º ciclo a Matemática As turmas mais bem-sucedidas em desempenho e em comportamento são aquelas que apresentam valores médios mais elevados nas dimensões Determinação, Persistência, Cooperação, Prazer e Orgulho. As menos bem-sucedidas são aquelas que apresentam maior elevação nas dimensões de Procura de Novidade, Procura de Recompensa, Vergonha, Ansiedade, Tédio e Sem Esperança. Por outras palavras, quanto maior for a Impulsividade (Procura de Novidade), maiores serão a Ansiedade, o Tédio e a Falta de Esperança no desempenho; e quanto maior for a Persistência, maiores serão a Cooperação, o Prazer e o Orgulho. Assim, terão de ser estas as dimensões a promover na sala de aula e nos alunos. Tabela 6: Diferenças entre turmas do 7º ano nas dimensões de temperamento, caráter e emoções de desempenho - matemática (teste de ANOVA) 7º ano 8º ano 9º ano Turmas (N=126) (N=113) (N=77) Dimensões M DP M DP M DP Procura de Novidade 2,65,506 2,75,468 2,84,442 Evitamento do Perigo 2,82,431 2,72,411 2,64,490 Procura de Recompensa 3,46,484 3,39,419 3,37,476 Persistência 3,60,456 3,46,483 3,39,450 Determinação 3,66,437 3,59,423 3,65,459 Cooperação 3,88,594 3,85,579 3,84,501 Auto transcendência 3,64,571 3,60,614 3,72,5269 Prazer 3,33,691 3,14,678 3,02,691 Orgulho 3,52,731 3,29,786 3,16,799 Raiva 2,50,870 2,69,847 2,56,769 Ansiedade 2,89,748 3,03,618 2,76,679 Vergonha 2,39,746 2,50,740 2,33,669 Sem esperança 2,64,892 2,91,933 2,66,762 Tédio 2,47,933 2,68,897 2,61,841 11

Relativamente às dimensões de Temperamento, Caráter e Emoções de Desempenho-matemática, os resultados obtidos no Agrupamento demonstram a existência de diferenças estatisticamente significativas entre anos de escolaridade. Nas turmas do 7º ano verificam-se médias superiores ao nível das dimensões preditoras de um melhor desempenho, nomeadamente na Persistência, Determinação, Cooperação, Prazer e Orgulho. As turmas do 8º ano demonstram médias superiores em domínios como a Raiva, Ansiedade, Vergonha, Sem Esperança e Tédio. Tabela 7: Diferenças entre turmas do 7º ano nas dimensões de temperamento, caráter e emoções de desempenho - matemática (teste de ANOVA) Turmas A (N=17) B (N=19) C (N=17) D (N=19) E (N=17) F (N=17) G (N=20) Dimensões M DP M DP M DP M DP M DP M DP M DP Procura de Novidade 2,98,444 2,29,408 2,75,450 2,75,497 2,65,643 2,76,446 2,46,393 Evitamento do Perigo 2,77,413 2,79,341 3,05,282 2,81,592 2,75,389 2,63,417 2,91,443 Procura de Recompensa 3,46,644 3,48,449 3,34,410 3,51,390 3,38,494 3,35,415 3,65,543 Persistência 3,56,546 3,86,361 3,49,406 3,55,405 3,57,551 3,53,509 3,59,371 Determinação 3,60,402 3,85,346 3,47,245 3,66,549 3,59,469 3,70,527 3,69,417 Cooperação 3,83,531 4,08,517 3,75,366 3,67,737 3,87,803 3,78,592 4,11,444 Auto transcendência 3,57,502 3,67,515 3,79,564 3,43,609 3,56,654 3,66,686 3,77,459 Prazer 2,99,805 3,57,560 3,88,443 3,17,508 3,51,761 3,05,640 3,19,685 Orgulho 3,26,941 3,64,760 3,73,709 3,29,509 3,78,799 3,55,674 3,42,625 Raiva 2,99,958 2,15,878 2,33,651 2,56,832 2,15,804 2,51,764 2,78,932 Ansiedade 3,17,887 2,70,805 2,95,788 2,85,591 2,46,682 2,95,518 3,15,761 Vergonha 2,35,758 2,45,902 2,60,605 2,44,747 2,02,666 2,25,730 2,55,728 Sem esperança 2,75,915 2,50 1,13 2,80,861 2,73,865 2,18,805 2,49,515 2,98,912 Tédio 2,88 1,03 2,13,827 2,10,773 2,63,763 2,13,980 2,52,831 2,83 1,04 No que concerne às diferenças entre turmas nas dimensões de Temperamento, Caráter e Emoções de Desempenho-matemática, os resultados obtidos demonstram a existência de diferenças estatisticamente significativas entre as turmas do 7º ano ao nível da Procura da Novidade, Raiva, Ansiedade e Tédio. A média mais elevada nestas dimensões é obtida no 7ºA, verificando-se, ainda, nesta turma, valores mais baixos relativamente ao Orgulho e ao Prazer. Da análise da tabela 7, constatamos, ainda, que as turmas B e E apresentam médias mais relevantes nas dimensões relativas ao sucesso, comparativamente às restantes turmas. Tabela 8: Diferenças entre turmas do 8º ano nas dimensões de temperamento, caráter e emoções de desempenho - matemática (teste de ANOVA) Turmas A (N=24) B (N=19) C (N=26) D (N=25) CEF2 (N=19) Dimensões M DP M DP M DP M DP M DP Procura de novidade 2,74,421 2,75,551 2,77,391 2,78,518 2,67,506 Evitamento do perigo 2,69,401 2,74,327 2,84,397 2,61,463 2,69,441 Procura de recompensa 3,39,371 3,54,483 3,43,348 3,39,428 3,21,460 Persistência 3,54,571 3,43,511 3,56,407 3,50,531 3,20,401 Determinação 3,59,343 3,64,495 3,57,426 3,65,462 3,50,403 Cooperação 3,76,481 4,02,687 3,75,533 4,02,585 3,75,601 Auto transcendência 3,53,435 3,92,437 3,67,461 3,85,574 3,66,662 Prazer 3,25,500 3,09,752 3,18,667 3,16,824 2,96,627 Orgulho 3,27,621 3,38,812 3,35,718 3,30 1,03 3,11,718 Raiva 2,69,714 2,77,838 2,63,810 2,55 1,055 2,89,794 Ansiedade 2,98,524 2,99,645 3,15,604 3,06,724 2,93,607 Vergonha 2,55,635 2,39,901 2,58,687 2,46,787 2,50,755 Sem esperança 2,77,734 3,06 1,05 3,08,936 2,71 1,05 2,96,889 Tédio 2,76,768 2,86,980 2,47,906 2,59,926 2,82,934 12

Os resultados obtidos não demonstram a existência de diferenças muito significativas entre as turmas do 8º ano. Os alunos do CEF são os que revelam maior predominância de fatores ligados ao insucesso, como sejam a Persistência, a Determinação, o Prazer, o Orgulho, a Raiva e o Tédio. Nas turmas do 9º ano foram encontradas diferenças estatisticamente significativas entre as turmas A e C ao nível das dimensões Temperamento, Caráter e Emoções de Desempenho na matemática. Assim, a turma A apresenta maior predominância em fatores ligados ao insucesso, enquanto a turma C demonstra, nestas dimensões, valores mais positivos (Tabela 9). Tabela 9: Diferenças entre turmas do 9º ano nas dimensões de temperamento, caráter e emoções de desempenho - matemática (teste de ANOVA) A B C D Turmas (N=19) (N=23) (N=16) (N=18) Dimensões M DP M DP M DP M DP Procura de Novidade 2,97,438 2,82,503 2,74,351 2,77,433 Evitamento do Perigo 2,74,448 2,70,499 2,65,457 2,46,550 Procura de Recompensa 3,44,535 3,39,444 3,39,475 3,21,457 Persistência 3,41,521 3,49,421 3,39,334 3,26,496 Determinação 3,58,459 3,67,517 3,72,421 3,67,440 Cooperação 3,81,554 3,83,541 3,92,504 3,82,427 Auto transcendência 3,44,662 3,76,590 3,58,629 3,58,599 Prazer 2,96,916 3,09,653 3,00,685 2,99,496 Orgulho 3,20,793 3,08,821 3,07,798 3,23,831 Raiva 2,44,740 2,65,914 2,51,723 2,64,689 Ansiedade 2,79,635 2,88,695 2,62,616 2,67,789 Vergonha 2,25,622 2,43,691 2,30,616 2,33,778 Sem esperança 2,76,821 2,70,805 2,40,623 2,71,771 Tédio 2,51,982 2,62,812 2,47,812 2,89,743 Em conclusão, os resultados obtidos demonstraram existir uma correlação estatisticamente significativa entre as dimensões Temperamento e Carácter e as Emoções de Desempenho na matemática nos alunos do 3º ciclo. 4. Implicações para o Plano de Melhoria do Agrupamento Os indicadores do impacto dos esforços de melhoria identificados nas perceções dos participantes deste estudo sugerem: 1. Desenvolver estratégias de envolvimento que favoreçam, por um lado, a comunicação, o conhecimento e a divulgação do Projeto Educativo e do Regulamento Interno junto dos pais e encarregados de educação e dos alunos de todos os níveis de ensino. 2. Reforçar, no 1º ciclo, as estratégias e os esforços de melhoria que o Agrupamento tem vindo a implementar, principalmente no 2º ciclo. 3. Operacionalizar a dimensão Clima Escolar junto dos pais e encarregados de educação e dos assistentes. 4. Favorecer a divulgação de oferta formativa profissional para o pessoal docente e não docente. 5. Melhorar e rentabilizar os recursos existentes relativamente à gestão de conflitos, à promoção de competências de estudo e ao apoio aos assistentes no cumprimento, por parte dos alunos, das regras estabelecidas no Regulamento Interno. 13

6. Desenvolver estratégias de promoção de envolvimento parental que reforcem e valorizem a imagem da escola junta das famílias e dos alunos. 7. Definir estratégias, ao nível dos departamentos, que promovam a Persistência e a Cooperação por forma a aumentar o Prazer e Orgulho no desempenho dos alunos. 8. Constituir uma turma-piloto no 5º ano a ser monitorizada em termos de desempenho: Resultados Académicos, Sociais, Emocionais e Nível de Envolvimento Escolar. 9. Auscultar os docentes dos diferentes departamentos na definição de outras estratégias a incluir no Plano de Melhoria. 5 Considerações finais Perante os resultados obtidos, sugere-se que as dimensões de melhoria a incluir no Projeto Educativo e no Plano de Melhoria sejam as que constam na tabela seguinte. Tabela 10. Dimensões de Melhoria a incluir no Plano de melhoria de escola do Agrupamento de escolas de Celeirós Dimensões Visão/estratégia Elevados Padrões Académicos Competências sócio emocionais Clima Escola/Social Envolvimento parental Constante Monitorização Definições Compreensão e definição de objetivos, princípios e expectativas em relação à escola, envolvendo toda a comunidade educativa. Definição do que é esperado dos alunos ao nível de competências académicas e sociais. Promoção de competências sócio emocionais que têm impacto noutros para mediar os resultados. A promoção efetiva de atitudes sociais positivas, competências interpessoais em todos os alunos, um clima social que inclua sentimentos de segurança física, mas também a possibilidade dos alunos serem valorizados e cuidados (permite o desenvolvimento de sentido de confiança e pertença), quer sejam melhor sucedidos ou não, é fundamental. O envolvimento parental tem um efeito direto e positivo no desempenho dos alunos e é um dos mais fortes preditores do sucesso escolar Monitorização constante dos dados dos alunos, dos programas e dos professores. 14

6. ANEXOS 1. Escala de Avaliação da Estrutura Escolar a perceção dos docentes 2. Escala de Avaliação da Estrutura Escolar a perceção dos assistentes 3. Escala de Avaliação da Estrutura Escolar a perceção dos pais e encarregados de educação 4. Medida de Envolvimento Escolar: alunos dos 1º e 2º ciclos 5. Medida de Envolvimento Escolar: pais e encarregados de educação e docentes 6. Relação Entre Perfis de Personalidade e Emoções de Desempenho_Matemática nos alunos do 3º ciclo 15