Memorando Construção Civil e Instalações



Documentos relacionados
REONERAÇÃO PREVIDENCIÁRIA ASPÉCTOS JURÍDICOS

ALGUNS ESCLARECIMENTOS SOBRE A DESONERAÇÃO DA FOLHA DE PAGAMENTO (LEI /2011)

DESONERAÇÃO DA FOLHA DE PAGAMENTO

Coordenação-Geral de Tributação

DESONERAÇÃO DA FOLHA DE PAGAMENTO

Contribuição Previdenciária sobre a Receita Bruta RPRB

Desoneração da Folha de Pagamento na Construção Civil. (Leis nº /11 e /13; Decreto nº 7.828/12; INs RFB nº 971/09 e 1.

DESONERAÇÃO DA FOLHA DE PAGAMENTO

Nova sistemática de cálculo da contribuição previdenciária patronal;

O QUE É A DESONERAÇÃO DA FOLHA DE PAGAMENTO?

DESONERAÇÃO DA FOLHA - CPRB - ATIVIDADES DO ART. 7º DA LEI Nº /11, ALTERADA PELA MEDIDA PROVISÓRIA Nº 601/12

LIBERAÇÃO DE ATUALIZAÇÃO CORDILHEIRA

VARGAS CONTABILIDADE ORIENTAÇÃO

PLANO BRASIL MAIOR E AS RECENTES ALTERAÇÕES PELA

CONTRIBUIÇÕES PREVIDENCIÁRIAS SOBRE O FATURAMENTO E A FOLHA. MP nº 540, de Lei nº , de MP nº 563, de

CÓPIA. Coordenação Geral de Tributação. Relatório RJ RIO DE JANEIRO SRRF07

A Desoneração tributária na Construção Civil

Coordenação-Geral de Tributação

LEI Nº /2011 (MP 540/2011) ORIENTAÇÕES PRÁTICAS - DESONERAÇÃO FOLHA DE PAGAMENTO TI/TIC

Incidência do PIS e da Cofins sobre água, refrigerante e cerveja

Parecer Consultoria Tributária Segmentos Desoneração da Folha - Call Center - Atividade Concomitante

Matéria atualizada com base na legislação vigente em: 11/04/ INTRODUÇÃO. nº 123/2006, com a redação dada pela Lei Complementar nº 128/2008.

Desoneração da Folha AC Pessoal

CONSIDERAÇÕES SOBRE A DESONERAÇÃO DA FOLHA DE PAGAMENTO

DESONERAÇÃO DA FOLHA DE PAGAMENTO

Pesquisa Anual da Indústria da Construção IBGE. Data: 22/maio/2014

Coordenação-Geral de Tributação

Parecer Consultoria Tributária de Segmentos Transferência de Crédito de ICMS de Fornecedor Optante do Simples Nacional

ELABORAÇÃO DE GFIP OBRA DE CONSTRUÇÃO CIVIL PESSOA JURÍDICA

Parecer Consultoria Tributária de Segmentos Retenção de Tributos por Entidades Públicas Federais na Intermediação de Viagens

Desoneração Folha Pagamento

Parecer Consultoria Tributária Segmentos Crédito diferencial de alíquota no Ativo Imobilizado - SP

CALENDÁRIO DAS OBRIGAÇÕES TRABALHISTAS e PREVIDENCIÁRIAS OUTUBRO/2010

Abrangência: Esse programa abrange:

Parecer Consultoria Tributária Segmentos Desoneração da Folha de Pagamento Cálculo do fator de redução para atividades concomitantes

Datamace informática Ltda. 0

DESONERAÇÃO DA FOLHA - CPRB - ATIVIDADES DO ART. 7º DA LEI Nº /2011, ALTERADA PELA LEI Nº /2013

PATRIMÔNIO DE AFETAÇÃO REGIME ESPECIAL DE TRIBUTAÇÃO (RET)

Câmara de Com. Ind. Japonesa do Brasil. Contribuição Previdenciária sobre a Receita Bruta - CPRB: Principais Aspectos da IN RFB 1.

Coordenação-Geral de Tributação

MEI MICROEMPREENDEDOR INDIVIDUAL

SOLUÇÕES DE CONSULTA DA RFB DE INTERESSE DA CONSTRUÇÃO CIVIL

Parecer Consultoria Tributária Segmentos Diferencial de alíquota para produtos com destino industrialização

INSS Contribuição Previdenciária Transporte Rodoviário de Carga 01/2014

CIRCULAR Medida Provisória 252/05

PREVIDÊNCIA SIMULADO 02

EFD-Contribuições Informações PIS/COFINS

Secretaria de Estado de Fazenda de Minas Gerais Superintendência de Tributação Diretoria de Orientação e Legislação Tributária

Coordenação-Geral de Tributação

RETENÇÕES SOBRE SERVIÇOS PRESTADOS POR PESSOA FÍSICA

INFORMATIVO GFIP/SEFIP

PARECER DOS RECURSOS REFERENTES À ELABORAÇÃO DAS QUESTÕES DE PROVA OU GABARITO PRELIMINAR

Coordenação-Geral de Tributação

DIFERENCIAL DE ALÍQUOTA - Hipóteses de Incidência, Cálculo e Formas de Recolhimento. Matéria elaborada com base na Legislação vigente em:

RETENÇÃO DE INSS SOBRE FATURAS. Formas de retorno e garantia de direito

Debate Sobre a Desoneração da Folha de Pagamento

Plano Brasil Maior e a Desoneração da Folha de Pagamento

ÍNDICE. INSTRUÇÃO NORMATIVA Nº 971/2009, (Atualizada em Janeiro/2012)

Coordenação-Geral de Tributação

Coordenação-Geral de Tributação

CARGA TRIBUTÁRIA ANO 2011

AGENDA TRIBUTÁRIA FEDERAL: DEZEMBRO DE ADE CODAC Nº 37, DE 20/11/2015

DECRETO EXECUTIVO nº. 014/2012 D E C R E T A:

Desoneração da Folha e CND de obra na Construção Civil

AGENDA DE OBRIGAÇÕES TRABALHISTAS E PREVIDENCIÁRIAS FEVEREIRO DE 2012

Coordenação-Geral de Tributação

Atualizado em Maio/2014 Página 1 de 10

Índice. Apresentação Por que contribuir para o SEST/SENAT Contribuintes do SEST/SENAT Como contribuir ao SEST/SENAT...

Coordenação-Geral de Tributação

SIMPLES NACIONAL DEVOLUÇÃO DE MERCADORIAS TRATAMENTO FISCAL

Parecer Consultoria Tributária de Segmentos Emissão de nota fiscal de serviço conjugada com descrição de produtos e serviços no município de

PERGUNTAS FREQUENTES NOVO REGIME DE TRIBUTAÇÃO DE IMPOSTO DE RENDA:

Coordenação-Geral de Tributação

AGENDA DE CONTRIBUIÇÕES, TRIBUTOS E OBRIGAÇÕES

Parecer Consultoria Tributária

Parecer Consultoria Tributária Segmentos DUB-ICMS do Rio de Janeiro

e-social Divisão Trabalhista e Previdenciária Agosto de 2013

CÓPIA. Coordenação Geral de Tributação. Solução de Consulta Interna nº 28 Cosit Data 8 de outubro de 2013 Origem

Coordenação-Geral de Tributação

1º O acesso ao Sistema deverá ser feito por meio de Senha Web ou certificado digital.

Desoneração sobre 13 Salário Folha de Pagamento

Agenda de Obrigações Trabalhistas e Previdenciárias Janeiro de 2015

DOU: nº 66, de 7 de abril de 2014, Seção 1, pag. 17. Ementa: REEMBOLSO DE ANUIDADE DEVIDA A CONSELHO PROFISSIONAL.

001) Quais serão os novos limites de enquadramento como ME ou EPP?

Relatório. Data 17 de dezembro de 2014 Processo Interessado CNPJ/CPF

Empresas optantes pelo SIMPLES NACIONAL não estão obrigadas apresentar DCTF

Eletrônica Município do Rio de Janeiro NFS-e - Nota Carioca.

NOVO REGIME TRIBUTÁRIO EM PLANOS PREVIDENCIÁRIOS

I CASOS PRÁTICOS DACON Segue abaixo orientações quanto ao preenchimento prático de informações a serem prestadas em Dacon através de exemplos

Lei /14 Valmir Oliveira 18/03//2015

Quem caminha sozinho pode até chegar mais rápido, mas aquele que vai acompanhado, com certeza vai mais longe. Clarice Lispector

Edição nº de dezembro de ALERTA GERENCIAL. Alterações na Legislação Federal INSTRUÇÃO NORMATIVA SRFB Nº 1597, PUBLICADO NO DOU 03/12/2015

Coordenação-Geral de Tributação

ALERTA GERENCIAL. Alterações na Legislação Federal

Coordenação-Geral de Tributação

Referência: Resolução CGSN nº 122/15 - Simples Nacional - esocial, supressão de atividades permitidas, ativos intangíveis Alterações.

CAPÍTULO II TRATAMENTO TRIBUTÁRIO APLICÁVEL

CIRCULAR Nº 031/2008 ALTERAÇÃO DO PRAZO DE RECOLHIMENTO DOS TRIBUTOS FEDERAIS MP Nº 447, DE 14/11/2008

Coordenação-Geral de Tributação

Transcrição:

Memorando Construção Civil e Instalações Desoneração da Folha de Pagamento Setembro de 2013 Publicada em 19 de julho, a nova Lei nº 12.844, alterando a Lei nº 12.546, ampliou de forma definitiva o rol das empresas sujeitas ao novo regime da desoneração da folha de salários, reintegrando o setor da construção civil, o qual estava excluído do regime em razão da perda da vigência da MP 601. Assim, as empresas do setor de construção civil que estejam enquadradas nos grupos dos CNAEs previstos na lei, passam a ter suas folhas de salários desoneradas da contribuição patronal em substituição à contribuição sobre a receita bruta (2%). Em que pese a intenção do Governo em desonerar o setor, incentivando assim a contratação de mão de obra pelo regime da Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), as diversas alterações nas regras deste novo regime geraram diversas dúvidas e insegurança quanto à sua aplicação, o que ocorre novamente com a publicação da Lei nº 12.844, uma vez que esta nova lei trouxe novidades e algumas incertezas. Desta forma, o presente memorando busca tratar e esclarecer os diversos questionamentos que vem sendo levantados pelo setor de construção, de forma a orientar as empresas no cumprimento de suas obrigações e riscos envolvidos. I. Qual legislação rege sobre as contribuições previdenciárias e seu novo regime? Lei nº 8.212/91, Lei nº 12.546/2011, Lei nº 12.715/2012, com as alterações promovidas pela Lei nº 12.844/2013, e Decreto nº 7.828/2012. II. Quais são as alterações em relação à contribuição previdenciária patronal? a) A contribuição previdenciária patronal de 20% sobre o total da folha de pagamento de empregados, trabalhadores avulsos e contribuintes individuais será substituída pela contribuição de 2% sobre a receita bruta, excluídas as vendas canceladas e os descontos incondicionais concedidos. b) O percentual de retenção da contribuição previdenciária sobre as notas fiscais ou faturas de prestação de serviços com cessão de mão-de-obra será reduzido de 11% para 3,5%, quando emitidas pelas prestadoras contempladas pelo novo regime de contribuição sobre a receita bruta.

III. Quais são as atividades inseridas pela Lei nº 12.844 sujeitas ao novo regime de contribuição previdenciária patronal sobre a receita bruta? As empresas enquadradas nos grupos 412, 432, 433 e 439 da CNAE 2.0 (Classificação Nacional de Atividades Econômicas), que se referem às seguintes atividades: (i) construção de edifícios; (ii) instalações elétricas; instalações hidráulicas, de sistemas de ventilação e refrigeração, obras de instalações em construções não especificadas anteriormente; (iii) obras de acabamento; (iv) obras de fundações; e (v) serviços especializados para construção não especificados anteriormente. A nova lei ainda trouxe a inclusão, a partir de janeiro de 2014, das empresas de construção de obras de infraestrutura, enquadradas nos grupos 421, 422, 429 e 431 da CNAE 2.0: (i) construção de rodovias e ferrovias, de urbanização e de tuneis e pontes, viadutos e etc.; (ii) obras de infraestrutura para energia elétrica, telecomunicações, água, esgoto, e transporte por dutos; (iii) demais obras de infraestrutura; e (iv) demolição, terraplanagem, perfurações, sondagem e demais obras de preparação de terrenos (grupo 431). Vale destacar que não estão abrangidas pelo novo regime as empresas com atividade de Incorporação de Empreendimentos Imobiliários (grupo 411). IV. Quais contribuições serão substituídas pela contribuição sobre a receita bruta? A contribuição sobre a receita substitui apenas a contribuição previdenciária patronal de 20% sobre a folha de salários, não alterando a forma de recolhimento da contribuição para o RAT e a contribuição para outras entidades e Fundos (terceiros). V. Qual o período de vigência do novo regime de contribuição sobre a receita bruta trazido pela Lei nº 12.844? A lei trouxe diferentes situações que devem ser consideradas para fins de se determinar a partir de qual data a empresa enquadrada no novo regime deverá passar a recolher a

contribuição previdenciária sobre a receita bruta, em substituição à contribuição patronal incidente sobre a folha de salários. As empresas devem respeitar as seguintes regras, conforme a data da matrícula da obra no Cadastro Específico do INSS CEI: Data da Matrícula no CEI Até 31/03/13 De 01/04/13 a 31/05/13 De 01/06/13 a 31/10/13 A partir de 01/11/13 Forma de Recolhimento da Contribuição Contribuição sobre a folha Contribuição sobre a Receita Bruta Contribuição sobre a folha ou receita bruta. Opção irretratável realizada mediante o pagamento. Contribuição sobre a Receita Bruta Apesar de não explicitado no texto legal, o entendimento majoritário é de que a regra de aplicação do regime de contribuição de acordo com a data da matrícula do CEI é aplicável apenas quando a empresa for responsável pela matrícula. A Receita Federal ainda deve confirmar sua concordância ou não com esse entendimento. Já as empresas não responsáveis pela matrícula da obra devem observar apenas o início da vigência do novo regime para o setor. Conforme dispõe o artigo 49, II, a da lei em referência, o início da vigência da contribuição sobre a receita bruta se dá a partir do primeiro dia do quarto mês subsequente ao da publicação da Lei nº 12.844, isto é, a partir de 1º de novembro de 2013. Há a possibilidade de retroatividade do início desta vigência, conforme esclarece o item VI deste memorando. VI. Há possibilidade de retroatividade do novo regime para o período entre a MP 601 e o início da vigência estabelecida na Lei nº 12.844? Tendo a Medida Provisória 601 perdido sua eficácia em 3 de junho de 2013, desde então as empresas anteriormente enquadradas na desoneração deveriam, a princípio, ter retornado ao regime antigo, recolhendo a contribuição patronal de 20% sobre a folha de salários. A Lei nº 12.844 trouxe a possibilidade de retroagir a vigência do regime sobre a receita bruta para o dia 4 de junho, sendo a opção feita quando do recolhimento da contribuição de competência de junho, que se dá no dia 20 do mês subsequente (julho). Ocorre que, a Lei 12.844 somente foi publicada em edição extraordinária do Diário Oficial da União do dia 22 de junho, ou seja, após a data de recolhimento referente à competência de junho. Portanto, as empresas que fizeram o recolhimento sobre a receita bruta referente à competência de junho (recolhimento em 20 de julho) devem continuar recolhendo a

contribuição sob o novo regime nas próximas competências. Por outro lado, as empresas que recolheram a contribuição patronal sobre a folha de salários somente passarão a recolher sobre a receita bruta a partir de 1º de novembro, devendo ainda observar, quando responsável pela matrícula CEI, as orientações constantes do item V. VII. O novo regime é obrigatório, mesmo que represente maior custo fiscal? Sim, o regime é obrigatório para todas as empresas com atividades enquadradas nos grupos da CNAE especificados na Lei nº 12.844, ainda que a alteração de regime implique em uma carga maior de contribuição, o que pode ocorrer nos casos de empresas com menor quantidade funcionários ou que terceirize maior parte da mão de obra na prestação dos serviços. VIII. O valor da retenção sobre a fatura e notas fiscais de serviços com cessão de mão de obra poderá ser compensado com a contribuição devida sobre a receita bruta? De acordo com o entendimento apresentado pela Receita federal na Solução de Consulta nº 73, 16 de julho de 2013, as empresas que prestam serviços mediante cessão de mão de obra podem compensar o valor retido com as contribuições incidentes sobre a folha de salários dos segurados, não havendo previsão para compensação com a contribuição sobre a receita bruta, cabendo a compensação com contribuições devidas nos meses subsequentes ou solicitar a restituição do saldo acumulado das retenções. Esse entendimento é questionável, pois o novo regime de contribuição não poderia prejudicar o direito de compensação, pois a retenção trata-se de antecipação do pagamento da contribuição devida pelo contribuinte. No que diz respeito à compensação do saldo acumulado dos valores retidos, vale destacar que a Receita Federal vem admitindo a possibilidade de compensar créditos previdenciários com débitos de outros tributos federais. Assim, no caso de acúmulo de crédito previdenciário, seria possível solicitar a compensação com outros tributos junto à Receita Federal. IX. As empresas em fase pré-operacional se enquadram no novo regime desde o início? Segundo orientação da própria Receita Federal (Solução de consulta nº 244/12), a substituição da contribuição sobre a folha de pagamentos pela contribuição sobre a receita bruta só é aplicável após o início das atividades tributadas pelo novo regime, devendo a empresa em fase pré-operacional contribuir sobre a folha de salários.

X. Como deve ser feito o recolhimento das contribuições para as empresas enquadradas no regime de desoneração? O recolhimento da contribuição patronal sobre a folha continua a ser feito em Guia da Previdência Social GPS, por estabelecimento da empresa, com aplicação do redutor. A contribuição substitutiva incidente sobre a receita bruta deve ser recolhida em DARF, de forma centralizada pelo estabelecimento matriz, utilizando-se do código 2985 para serviços e 2991 para indústria. (Base legal: Ato Declaratório Executivo CODAC nº 86/2011) XI. No tocante ao recolhimento previdenciário em processos trabalhistas, como a empresa deverá proceder caso esteja sujeita ao novo regime de contribuição previdenciária? As contribuições previdenciárias decorrentes de reclamações trabalhistas serão recolhidas de acordo com o período do seu fato gerador. Caso sejam valores de período anterior ao novo regime, deverão ser recolhidas com base na folha de pagamento. Tratando-se de contribuições cujos fatos geradores após o início da vigência da contribuição sobre receita bruta, estas não serão recolhidos sobre a folha de salários. Em decorrência da inexistência mencionada de dispositivo legal disciplinando tal procedimento, é recomendado que a empresa consulte antecipadamente o respectivo órgão regional competente em matéria de arrecadação da RFB, para confirmar o procedimento a ser adotado. XII. No caso de empresa que apura faturamento em duas atividades distintas, estando somente uma delas sujeita às novas regras da Lei nº 12.844, como se deve apurar a contribuição previdenciária patronal? A empresa que exercer atividades distintas, isto é, enquadradas em grupos da CNAE abrangidos e não abrangidos pela desoneração, deve considerar apenas a CNAE principal para que seja determinado se a empresa deve contribuir sobre a folha de salários ou sobre a receita (art. 9, 9º da Lei 12.546). Para esse propósito, considera-se CNAE principal o da atividade que representa maior receita para a empresa. XIII. Empresas do setor de construção civil optantes pelo SIMPLES estão sujeitas ao novo regime? As micro e pequenas empresas optante pelo regime do SIMPLES Nacional, em regra, não estão sujeitas ao recolhimento da contribuição previdenciária sobre a receita bruta. No entanto, conforme orientação da Receita Federal, a micro e pequena empresa do setor de construção civil, enquadrada no Anexo IV da Lei do Simples (LC 123/06), são exceção à regra e devem se sujeitar ao regime da desoneração. (Base legal: Solução de Consulta nº 35/13)

XIV. Além das novas regras para apuração da contribuição patronal, a Lei nº 12.844 trouxe alguma outra medida de desoneração fiscal? A lei também dispôs que, desde 1º de janeiro de 2013, para cada incorporação imobiliária submetida ao Patrimônio de Afetação e ao Regime Especial de Tributação (RET), a carga fiscal foi reduzida de 6% para 4% da receita bruta, a qual corresponderá ao pagamento mensal unificado do seguinte imposto e contribuições, corroborando a previsão desse beneficio que existia na extinta Medida Provisória.. HBC Advogados Associados Rua Fidêncio Ramos, 195 Cj.85 CEP 04551-010 Vila Olímpia São Paulo SP Tel. (11) 3842.4485 hbclaw@hbclaw.com.br www.hbclaw.com.br