2 Aluno do curso de Engenharia de Produção - IFMG campus Bambuí

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Transcrição:

Análise da segurança e saúde do trabalho nas agroindústrias do IFMG Campus Bambuí Isak F. DIAS 1 ; Lucas P. S. Paiva 2 ; Rosemary P. C. BARBOSA 3 ¹ Aluno do curso de Engenharia de Produção - IFMG campus Bambuí 2 Aluno do curso de Engenharia de Produção - IFMG campus Bambuí ³Professora de Psicologia Organizacional do Departamento de Ciências Gerenciais - IFMG campus Bambuí RESUMO A atividade desenvolvida durante o trabalho tem impacto na vida e no bem estar do indivíduo, podendo em determinadas situações levar ao desgaste físico e mental e à incidência de várias doenças, motivo pelo qual a organização do trabalho tem papel fundamental no processo de Qualidade de Vida no Trabalho. O artigo pretende analisar a segurança e a salubridade do trabalho nas três agroindústrias do IFMG Campus Bambuí / Bambuí- MG, a fim de avaliar e propor melhorias no ambiente de trabalho. A Pesquisa é de caráter qualitativo pelo fato de não ter usado nenhuma ferramenta estatística para avaliar os resultados finais, e quanto a seus fins, é exploratória. O questionário aplicado teve como objetivo avaliar as agroindústrias de acordo com as opiniões de seus funcionários. Os resultados obtidos foram de acordo com a literatura que relata que se o funcionário desfrutar de uma qualidade de vida, não só em casa, mas também no trabalho, o mesmo irá se comprometer ainda mais com o serviço, pois se sentirá motivado a fazer suas tarefas cotidianas. Palavras chave: Gestão de Pessoas. Segurança e Saúde no Trabalho. Qualidade de vida no Trabalho INTRODUÇÃO O cenário atual do mercado faz emergir nas empresas a necessidade da valorização do capital humano para garantir produção e competitividade. As pessoas que atuam nas organizações passam a ser fonte de interesse, pois são os colaboradores que possibilitam a vantagem competitiva nas organizações. Nessa perspectiva, faz-se necessária a implementação de ações que propiciem a qualidade de vida no trabalho (QVT). Segundo Walton (1976), a QVT tem como objetivo transformar a organização em um lugar mais humanizado, ou seja, dar condições adequadas de trabalho e mostrar aos funcionários o seu

nível de importância perante a empresa. O autor sugere em seu modelo conceitual oito categorias relacionadas à qualidade de vida no trabalho: Renumeração justa e adequada, segurança e salubridade do trabalho, oportunidade de utilizar e desenvolver habilidades, oportunidade de progresso e segurança no emprego, integração social na organização, leis e normas sociais, trabalho e vida privada, e significado social da atividade do emprego. A segurança e a saúde no trabalho estão inseridas na categoria "Segurança e salubridade do trabalho" que está relacionada à não exposição a condições ambientais, à jornada de trabalho exaustiva e a riscos que possam ameaçar a saúde física ou mental do trabalhador. Diante dessa evidencia, objetiva-se nesse artigo analisar a segurança e salubridade do trabalho nas três agroindústrias do IFMG Campus Bambuí / Bambuí- MG, a fim de avaliar e propor melhorias no ambiente de trabalho. MATERIAIS E MÉTODOS Esta pesquisa pode ser caracterizada como qualitativa, pelo fato de seu método de abordagem estabelecer uma relação dinâmica entre o mundo real e a subjetividade dos indivíduos que foram entrevistados (os colaboradores das agroindústrias). Quanto aos seus fins, é exploratória porque tem como finalidade sondar determinado assunto, isto é, a mesma pretende avaliar a segurança e a saúde dos trabalhadores em seu ambiente de trabalho abordando o conceito de QVT descrito por Walton, em especial o critério segurança e salubridade no trabalho, ampliando o entendimento sobre o assunto e abrindo perspectivas para outras pesquisas. A pesquisa de campo foi realizada através de um questionário que buscava avaliar o local natural onde os fatos acontecem (local de trabalho). O questionário, que consiste em 29 questões objetivas, foi uma adaptação do trabalho feito por Braga (2007). Foram entrevistados 9 trabalhadores das três agroindústrias do IFMG - Campus Bambuí. Os dados foram coletados no mês de julho de 2013 e seu consolidado analisado com base no referencial teórico estudado. O referencial teórico pautou-se pela obra dos autores Walton (1976) e CHIAVENATO (2004) dentre outros.

RESULTADOS E DISCUSSÃO Dos colaboradores entrevistados, 45% são do sexo masculino e 55% sexo feminino. Percebe-se que 77% têm vínculo de serviço regido pela CLT e 33% têm um vínculo estatutário. A faixa etária dos trabalhadores varia entre 20 e 60 anos, observando que 22% trabalham no máximo há um ano na empresa; 56% entre um e dez anos e os outros 22% a mais de dez. Confirmou-se por 100% dos respondentes que as atividades oferecem riscos físicos aos trabalhadores, sendo a atividade fisicamente cansativa para 78% dos entrevistados e não cansativa para 22%. Avaliando os riscos mentais/emocionais foi apontado por 78% dos entrevistados que as atividades oferecem estes riscos, mas para 22% responderam que ela não oferece nenhum tipo de risco mental/emocional. Observa-se com estes dados, que as tarefas exercidas pelos servidores oferecem riscos tanto físicos quanto mentais, o que não favorece o desempenho dos mesmos. Observou-se que 45% dos trabalhadores já sofreram algum tipo de acidente físico no serviço e 55% disseram que nunca sofreram este tipo de agravo. Esses índices indicam a necessidade de mudanças no ritmo e ambiente de trabalho. Chiavenatto (2004) comenta que um ambiente saudável, é aquele que desenvolve condições ambientais físicas que atuem de maneira positiva sobre todos os órgãos dos sentidos humanos. Ao questionar os funcionários a respeito de EPIs, 66% responderam que não são fornecidos pela empresa todos os equipamentos necessários e 34% responderam que são fornecidos. Em uma segunda questão 89% responderam que os equipamentos oferecidos são adequados para a realização do serviço, e outros 11% ressaltaram ao contrário. Isto demonstra uma contradição entre as respostas. Essa é uma questão que merece um olhar mais arguto por parte da empresa, pois sabe-se que os EPIs são necessários para a realização das tarefas sem expor os funcionários a riscos. Quando questionados sobre acesso para dialogar com seu superior e apontar falhas dentro da organização em relação à saúde e à segurança no trabalho, 77% colaboradores responderam que tem essa facilidade, já 23% colaboradores ressaltaram que não conseguem opinar dentro da organização. Essa dificuldade poderia estar sendo gerada pela falta de comunicação entre subordinados e gestores. Dos trabalhadores entrevistados, apenas 11% fazem horas extras e 89% não fazem. Essas horas extras não são pagas, mas são convertidas em direito a folgas. Enquanto 89% ressaltaram ter tempo suficiente para desenvolver suas tarefas outros 11% disseram não ter esse tempo, embora 78% afirmam que precisam desenvolvê-las com rapidez, 22% ressaltaram que não há necessidade

de apressar-se em fazer suas atividades. Um dado relevante é que 100% dos entrevistados deixaram claro que são tarefas repetitivas. Sabe-se que tarefas repetitivas elevam o índice de acidentes uma vez que, por serem corriqueiras, os trabalhadores minimizam o grau de percepção de riscos das mesmas. Decorre destes dados que os funcionários consideram seu serviço desgastante fisicamente, pois são tarefas que exigem muito esforço físico, além do mais têm que desenvolvê-las com rapidez na maior parte do tempo. Esses fatos contrariam os pressupostos de Walton que em seu modelo conceitual para avaliar a QVT, comenta que a empresa não deve expor seus funcionários a jornadas ou condições de serviço que possam ameaçar sua saúde. A carga horária foi julgada injusta por 33% dos entrevistados, pois os mesmos avaliam que estão trabalhando mais do que deveriam. Porém, quando foi perguntado se essa era prejudicial à saúde, 100% responderam que não. Observa-se que, embora exista a não concordância com a carga horária, os funcionários estão cientes que a mesma não é prejudicial à saúde. Em relação às férias 78% responderam que as tiram regularmente, enquanto os outros 12% disseram que não as tiram regularmente. Foi apontado por 88% dos colaboradores que os ambientes físicos onde são desenvolvidas as tarefas são adequados, o que facilita a execução e qualidade das mesmas. Mas por outro lado, 12% acham inadequados e ressaltam a necessidade de reformas com extrema urgência. Segundo a pesquisa, 67% dos entrevistados consideram o trabalho o período mais importante do seu dia. Por outro lado, 33% dos entrevistados consideram outras atividades como mais importantes. Dos colaboradores, 89% estão satisfeitos com suas tarefas. Isso se confirma quando os mesmos 89% afirmam que mantidas as condições de trabalho atuais, eles continuariam trabalhando sem muitas dificuldades por muitos anos. E os outros 11% discordam de ambas as afirmações. Pode-se observar também que o trabalho atualmente não interfere na vida pessoal dos trabalhadores. Um entrevistado observou que hoje em dia não tem esse problema, mas já passou por isso, quando a sobrecarga de trabalho lhe trouxe distúrbios emocionais. Os trabalhadores avaliaram como qualidades essenciais para a realização do trabalho: a boa preparação profissional que seria a qualidade principal para 67% dos entrevistados, em segundo foi apontado o bom relacionamento humano com 33%. Percebe-se a preparação profissional, com treinamentos e educação continuada, fator primordial a ser tratado pela empresa.

Para 42% dos colaboradores a retribuição (salário) seria a característica da empresa que eles mudariam. Contudo não houve questões que discutissem os salários, mas supostamente eles estão insatisfeitos com este. Para a outra parte de funcionários em um total 33%, o reconhecimento profissional e a evolução na carreira é o mais importante a ser valorizado, e isso indica a falta de reconhecimento e feedback por parte da instituição. A forma de organização (17%) e o ambiente físico (8%) apareceram em terceiro e quarto lugar, respectivamente, sendo assim se caracterizam como necessidades de mudança menos lembradas pelos colaboradores. Mas, por não serem menos importantes, devem ser julgados como pontos fundamentais para que a empresa atinja um bom nível de qualidade de vida no trabalho. CONCLUSÃO Pode-se verificar que os pressupostos listados no início - a condição de trabalho adequada, os ambientes físicos sem risco à saúde, a segurança e saúde no trabalho - condizem com o que pôde-se concluir na pesquisa, em que a produtividade das pessoas na organização é influenciada por fatores relacionados ao salário, relacionamento interpessoal e com a chefia, e as condições ambientais. Concluiu se, a partir do relato dos funcionários, que o ambiente de trabalho nas agroindústrias oferece risco físico, pois foi citado que já houve acidentes de trabalho. Já a saúde mental dos colaboradores não é afetada pela organização do trabalho. Sugere-se que, para o melhor desenvolvimento do trabalho e maior segurança dentro da organização, realizem-se as reformas necessárias no ambiente. Mudanças também devem ocorrer na relação entre os superiores hierárquicos e os subordinados para que esses sejam mais escutados em suas demandas pela empresa. REFERÊNCIAL BIBLIOGRÁFICO CHIAVENATO, Idalberto. Gestão de Pessoas: o novo papel dos recursos humanos nas organizações. Rio de Janeiro: Elsevier, 2004 BRAGA, Ludmila Candida de. Condições de trabalho e saúde dos profissionais da rede básica de saúde de Botucatu SP / Ludmila Candida de Braga. Botucatu : [s.n.], 2017. WALTON, R. Quality of working life: what is it? Slon Management. Sloan Management Review, Massachusetts, v. 15, n. 1, p. 11-21, 1973.