Edem Nápoli 1 Direito Constitucional 5ª edição Revista, ampliada, atualizada 2017
capítulo 1 TEORIA DA CONSTITUIÇÃO Leia as Leis: 1. CONCEITO DE CONSTITUIÇÃO Sobre o conceito de Constituição, é preciso que se diga que não há uma de inição una acerca do seu ob eto De todo modo, ma grado não se possa extrair da doutrina um conceito único, é bem verdade que as de iniç es não são destoantes Tendo como base o novo Direito Constituciona, o que não se pode perder de vista é que a Constituição, a ém de ser o pacto undante do ordenamento supremo de um povo, é um organismo aberto, vivo e em constante evolução E etivamente, essas caracter sticas são indispensáveis para que e a possa acompanhar as mutaç es e evo uç es socio gicas do mundo circundante, e não cair no imbo do esquecimento, desgastada pe os paradigmas do passado, tornando-se, pois, obso eta 2. SENTIDOS OU CONCEPÇÕES DE CONSTITUIÇÃO Antes de partir para o en rentamento dos di erentes sentidos de Constituição, necessário se a ixar a premissa segundo a qua, para cada concepção di erente, o candidato deve perquirir quem oi o principa expoente daque a acepção, qua oi a obra através da qua o su eito
24 vol. 1 DIREITO CONSTITUCIONAL Edem Nápoli 2.1. Sentido sociológico Ferdinand Lassalle Que é uma Constituição Constituição nada mais era do que a soma dos fatores reais de poder que regem uma sociedade. previsse uma série de garantias, mas essas garantias não pudessem ser mero direito de papel pia do dever ser ser dever ser. 2.2. Sentido político Carl Schmitt Teoria da Constituição conjunto de normas, escritas ou não escritas, que sintetizam exclusivamente as decisões políticas fundamentais de um povo.
Cap. 1 TEORIA DA CONSTITUIÇÃO 25 - - Constituição de eis constitucionais Constituição leis constitucionais seriam as normas desprovidas 2.3. Sentido jurídico tre de Viena, Hans Kelsen tituição, sem dúvida, é Teoria Pura do Direito tuição como norma pura, suprema e positivada ser dever ser - quica, todas as espécies normativas deveriam obedecer ao quanto dis- - lógico-jurídico, do sentido jurídico- -positivo lógico-jurídico, Constituição nada mais seria do jurídico- -positiva. -
26 vol. 1 DIREITO CONSTITUCIONAL Edem Nápoli jurídico-positivo, a Constituição era per- Essa divisão dos sentidos pode ser bem percebida na diagramação 2.4. Sentido cultural culturalista, sentido total ou sentido ideal Atenção: realidade social decis o ol ca da e al or a s re a osi ada se do c l ral Comungando desse sentido pode-se citar Konrad Hesse, com A força normativa da Constituição e Peter Häberle, com A sociedade
Cap. 1 TEORIA DA CONSTITUIÇÃO 27 aberta dos intérpretes da Constituição. Paulo Bonavides 3. CLASSIFICAÇÃO DAS CONSTITUIÇÕES - 3.1. Quanto ao conteúdo material ou formal Material - - - Já a Constituição formal - - - O Colégio Pedro II, localizado na cidade do Rio de Janeiro, será mantido na órbita federal - que versem sobre direitos humanos
28 vol. 1 DIREITO CONSTITUCIONAL Edem Nápoli através do mesmo procedimento das emendas constitucionais, serão equiva entes s mesmas Atenção: 3.2. Quanto à forma uanto orma, a Constituição pode ser c assi icada como escrita ou não escrita embrando que as Constituiç es escritas também podem ser chamadas de instrumentais, ao passo que as Constituiç es não escritas também podem ser chamadas de costumeiras ou consuetudinárias A Constituição escrita, com o pr prio nome sugere, seria o comp exo de normas que estão discip inadas orma e so enemente em um único documento exaustivo de todo o seu conteúdo Assim, Constituição escrita é aque a cu as normas estão p asmadas em um documento único que as conso ida e sistemati a São exemp os de Constituiç es escritas a brasi eira, a espanho a, a portuguesa etc De mais a mais, do mesmo modo como oi advertido em re ação Constituição orma, é preciso perceber que o art,, da C, passou a permitir que tratados internacionais sobre direitos humanos, aprovados com o mesmo procedimento das emendas constitucionais, possuam o mesmo status que as normas da pr pria Constituição edera, mesmo estando situados ora de a Nesse sentido, doutrinadores como au o onavides á sina i am a exist ncia de uma Constituição ega, ou se a, uma Constituição escrita e que se apresenta esparsa ou ragmentada em textos Atenção: De outra banda, Constituição não escrita costumeira ou consuetudinária), ao contrário do que o pr prio nome pode sugerir, não signi ica a Constituição que não possui nenhuma passagem escrita Chama-se de não escrita a Constituição que esta pautada em textos esparsos, usos, costumes, convenç es, e na evo ução da pr pria urisprud ncia
Cap. 1 TEORIA DA CONSTITUIÇÃO 29 Assim, não restam dúvidas de que a Constituição não escrita possui, sim, partes escritas Ocorre que essas partes escritas não estão dispostas orma mente em um único documento Ao revés, podem ser encontradas em textos esparsos, dispersos e extravagantes O exemp o mais venti ado de Constituição não escrita, no mundo, é a Constituição da Ing aterra, uma Constituição ca cada, essencia mente, nos costumes Advirta-se, entretanto, que, contemporaneamente, inexistem Constituiç es tota mente costumeiras, pautadas, apenas, na evo ução da urisprud ncia, nos usos e costumes 3.3. Quanto à origem uanto origem uma Constituição pode ser c assi icada como promulgada, outorgada, cesarista ou pactuada Promulgada, também chamada de votada, popu ar, democrática, é aque a Constituição que conta com a participação popu ar no seu processo po tico de e aboração No rasi, como exemp os de Constituiç es promu gadas é poss ve citar a Constituição Repub icana, de, a Constituição de ca cada na democracia socia ), a Constituição de instituidora de um processo de redemocrati ação no rasi ) e a Constituição Cidadã de 1988, também ruto de uma Assemb eia Naciona Constituinte Outorgada, também chamada de imposta ou carta po tica, é aque a Constituição que não conta com a participação popu ar no seu processo po tico de e aboração São Constituiç es impostas uni atera mente pe o grupo, governante ou agente revo ucionário No rasi, como exemp o de Constituiç es outorgadas tem-se a Constituição Imperia, de, a Constituição o aca, de, e as Constituiç es do regime mi itar, de, untamente com a EC n, que orma mente era uma emenda, mas do ponto de vista materia era uma Constituição escancaradamente outorgada pe a unta mi itar Cesarista, por sua ve, seria aque a Constituição imposta por um ditador ou unta mi itar e submetida posterior aprovação popu ar Neste caso, a participação do povo não é democrática, a ina, visa apenas e tão-somente con irmar a vontade do detentor do poder ina mente, Constituição pactuada seria aque a Constituição irmada por um pacto, um acordo entre duas orças po ticas adversárias
30 vol. 1 DIREITO CONSTITUCIONAL Edem Nápoli 3.4. Quanto à estabilidade - imutável,, rígida, semirrígida Imutável - - - Fixa ginário Já sobre a Constituição rígida, a primeira coisa a ser dita é que, de - - - Constituição da República de 1988 - Semirrígida ou é o tipo de Constituição que abarca, - Consti-
Cap. 1 TEORIA DA CONSTITUIÇÃO 31 - - - 3.5. Quanto à extensão sintética básica), ou analítica - Sintética seria a Constituição que não desce a pormenores nos as- - - Já a Constituição analítica - analítica menos de trinta anos e
32 vol. 1 DIREITO CONSTITUCIONAL Edem Nápoli 3.6. Quanto à elaboração dogmática histórica Atenção: - tuição dogmática Constituição brasileira bro de 1988 Já a Constituição histórica 3.7. Quanto à ideologia ou eclética - Ortodoxa Eclética -