Palavras-chave: graffite, internet, redes sociais, arte urbana, interação.

Documentos relacionados
Pixação e cidade: uma apropriação artístico-fotográfica

PIXO / GRAFITE - SÃO PAULO

IN I T N E T RVE V N E ÇÃO Ã O U R U B R ANA N ARTE T P ÚBLIC I A C

ARTE E GRAFITE NA ESCOLA

Colégio Santa Dorotéia

Currículo Referência em Teatro 6º ANO - ENSINO FUNDAMENTAL Conteúdos

O que é grafite? Grafite ( ou grafito) é uma palavra de origem italiana cujo singular graffito (plural graffite ) significa escrita feita com carvão.

As Tecnologias da Informação no campo educacional

SANTAELLA, L. Por que as comunicações e as artes estão convergindo? São Paulo: Paulus, 2005.

BEM-VINDO AO ESPAÇO DO PROFESSOR. interação e inter-relação que esperamos potencializar.

Transformação, institucionalização e conflito nas esferas espacial, econômica, social e política

MATRIZ CURRICULAR DO CURSO DESIGN

REFLEXÃO SOBRE O ENSINO DE GEOGRAFIA: A IMPORTÂNCIA E AS DIFICULDADES DE ENSINAR GEOGRAFIA

Curso PROEJA FIC ENSINO FUNDAMENTAL BILÍNGUE LIBRAS/PORTUGUÊS COM PROFISSIONALIZAÇÃO EM FOTOGRAFIA DIGITAL: EDIÇÃO DE IMAGENS

Cidade, graffiti e os desafios da pesquisa etnográfica na cidade de Natal/RN Brasil 1. RESUMO

COLÉGIO CENECISTA DR. JOSÉ FERREIRA LUZ, CÂMERA, REFLEXÃO

Istituto Europeo di Design Av. João Luis Alves, 13, Urca Rio de Janeiro - Brasil +55 (21) (21)

Projeto: Sala ambiente e Grafite. Cajado Temático

DISCIPLINA DE GEOGRAFIA

BIBLIOTECA VIRTUAL DE TURISMO DO CAMPUS RESTINGA 1

A mulher e a arte urbana amazônica: O grafite feminino de Drika Chagas

Sistema Gerenciador de Aprendizagem - 3.0

Conheça alguns dos maiores grafiteiros do Brasil

A Teoria Crítica e as Teorias Críticas

5 Dicas sobre como divulgar seu Projeto através do Facebook Orgânico. A P R E N D A J Á!

GOVERNO DO ESTADO DO CEARÁ SECRETARIA DA CIÊNCIA E TECNOLOGIA SECITECE FUNDAÇÃO UNIVERSIDADE REGIONAL DO CARIRI URCA Comissão do Concurso

Imagens no século XXI: panorama, perspectivas e prospecções

Tecnologia na Educação: da

Disciplinas Eletivas 1

REESTRUTURAÇÃO CURRICULAR DO PROGRAMA DE PÓS- GRADUAÇÃO EM MEMÓRIA SOCIAL E BENS CULTURAIS

CRONOGRAMA DE AVALIAÇÕES DE ARTE 3 TRIMESTRE 2017 Professora: Fernanda Bastos TURMA DATA AVALIAÇÂO CONTEÚDOS PESO

Resenha. Culturas e artes do pós-humano: da cultura das mídias à cibercultura (SANTAELLA, Lúcia. São Paulo: Paulos, 2003.)

Sarau Virtual: reinventando a prática de partilhar poemas e crônicas

O Espaço Geográfico, a Paisagem, o Lugar, o Território e a Região. Gustavo Rocha

SÍNTESE PROJETO PEDAGÓGICO. Missão

LIVRO FOTOGRAFIA FINE ART

Arquitetura e Tipografia

REGULAMENTO III Varal do Design. Minha Atitude Afeta o Mundo

INTRODUÇÃO AO MULTIMÉDIA DIGITAL

Ensino em arquitetura e urbanismo: meios digitais e processos de projeto

CRIANÇAS E ADULTOS EM DIFERENTES CONTEXTOS: A INFÂNCIA, A CULTURA CONTEMPORÂNEA E A EDUCAÇÃO

INTRODUÇÃO. :: 17

O site da minha empresa precisa ser atualizado?

ENSAIO VISUAL. Power of a cliché O poder do clichê Haleh Anvari

PALAVRAS-CHAVE: Fotografia publicitária; Publicidade; Técnicas de fotografia; Mundo em contra-luz.

A arte é a arma: Intervenções artísticas nas Jornadas de Junho. 1. Tema. Intervenções artísticas nas Jornadas de Junho de Delimitação do Tema

USO E INFLUÊNCIA DO FACEBOOK NA VIDA DOS JOVENS E ADULTOS DO BAIRRO JOÃO FRANCISCO (2013)

UNIVERSIDADE FEDERAL DE GOIÁS FACULDADE DE ARTES VISUAIS CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ARTE E CULTURA VISUAL MESTRADO/DOUTORADO PLANO DE ENSINO

Alegre. Câmara Municipal. de Porto PROC. N. 4824/05 P.L.L. N. 230/05 EXPOSIÇÃO DE MOTIVOS. História do Grafite

Ensino Fundamental I 5º ano PLANO DE ENSINO. PROFESSORA: Michely Botelho Pires Araújo. CARGA HORÁRIA TURMA ANO LETIVO TOTAL SEMANAL A e B 2017 EMENTA

Ficção é a Realidade que se inventa, Realidade é a Ficção que se obtém

ARTE DE PERTO. Conteúdo programático. Encontre bons resultados em aprendizagem. Junte nossa experiência em fazer bons

1. Disposições Gerais

Ambiente Virtual de Aprendizagem. Primeiros Passos.

TRABALHO DE PROJETO ORGANIZAÇÃO E TRATAMENTO DE DADOS

mídia kit digital 2017

FURBMOBILE: UMA APLICAÇÃO PARA VISUALIZAÇÃO E ACOMPANHAMENTO DA MATRIZ CURRICULAR

Manual de Acesso ao Ambiente Usuário: Aluno

Utilização de blogues em contexto educativo

TUTORIAL DE USO DO AGILE

Índice. 1. O Planejamento da 3ª Série O Planejamento da 4ª Série Como Trabalhar as Múltiplas Linguagens Grupo 6.

A CANOA E A CONSTRUÇÃO DA MASCULINIDADE ENTRE O POVO SENA

Cultura Emotiva, Estilos de Vida e Individualidade

RELATO DE EXPERIÊNCIA: ANÁLISE DOS GRAFITES E PICHAÇÕES NA CIDADE DE SÃO BORJA/RS COMO POSSÍVEL INSTRUMENTO PEDAGÓGICO

ARTES 7 ANO PROF.ª ARLENE AZULAY PROF. LÚCIA REGINA ENSINO FUNDAMENTAL

Ferramenta web 2.0 para HQs

Água em Foco Introdução

A UTILIZAÇÃO DA PLATAFORMA MOODLE NA FORMAÇÃO INICIAL DO PROFESSOR DE MATEMÁTICA

Universidade Federal do Pará Processo Seletivo Especial Conteúdo de Geografia 1. ESPAÇO MUNDIAL

UNIVERSIDADE DO ESTADO DO PARÁ GEOGRAFIA PROSEL/ PRISE 1ª ETAPA EIXO TEMÁTICO I MUNDO 1. ESPAÇO MUNDIAL

10º ENTEC Encontro de Tecnologia: 28 de novembro a 3 de dezembro de 2016 ESTUDO VIRTUAL: AMBIENTE DE ENSINO E APRENDIZAGEM ONLINE

DESIGN TÊXTIL CONTEMPORÂNEO: EXEMPLOS DA DIVERSIDADE NA PRODUÇÃO BRASILEIRA

Caderno Virtual de Turismo E-ISSN: Universidade Federal do Rio de Janeiro Brasil

Blog da Biblioteca de Ciências Jurídicas da Universidade Federal do Paraná: compartilhamento de informação e ideias

GOVERNO DO ESTADO DE SÃO PAULO SECRETARIA DA CULTURA

O Graffiti como elemento ambíguo na constituição da identidade visual da cidade de São Paulo. Roteiro de Atividades Didáticas

#IlhaGram: Troca de olhares sobre a Ilha Grande/RJ

gizmoz José Pedro Maia Ricardo Correia Manual e Guia de exploração do gizmoz para utilização em contexto de Educação Visual e Tecnológica

O Brasil é um dos países que mais crescem nesse mercado, ocupando a liderança do mercado de comércio eletrônico na América Latina.

O que é o Ciência do Treinamento

ANÁLISE DO DISCURSO SOBRE GRAFITE E PICHAÇÕES NOS ESPAÇOS PÚBLICOS 1 RESUMO

PROJETO DE LEI DO SENADO Nº, DE 2011

A MEDIDA DO TEMPO ...

Ferramentas Web, Web 2.0 e Software Livre em EVT

107 grafiteiro, isso também colaborou para que muita gente encontrasse no grafite uma forma de ganhar dinheiro, uma vez que essa arte urbana virou uma

PORTAL GSC: UMA FERRAMENTA PARA EXERCÍCIO DA CIDADANIA QUE UTILIZA O CMS JOOMLA 1

FACULDADE DE EDUCAÇÃO DA UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO FEUSP

IMPORTÂNCIA DA GEOGRAFIA

IV FÓRUM DE EDUCAÇÃO E DIVERSIDADE

UM CUBO FLEXÍVEL QUE OFERECE DIVERSÃO CULTURA E ARTE. E AINDA REALIZA PESQUISAS EM ESPAÇOS PÚBLICOS.

Contribuições da tecnologia para a formação de profissionais

O computador foi criado para. auxiliar o homem em tarefas

Como criar e usar comunidades da Hello, rede social do fundador do Orkut

CONTRIBUIÇÃO PARA EDUCAÇÃO ESPECIAL: O USO DAS TECNOLOGIAS ASSISTIVA

Representação de áreas de riscos socioambientais: geomorfologia e ensino

Tipos e técnicas de introdução. Paragrafação de início de texto dissertativo argumentativo

SÍNTESE PROJETO PEDAGÓGICO. Missão

Educação continuada para professores de inglês da rede pública - ECOPLI

DADOS DO COMPONENTE CURRICULAR

Transcrição:

GRAFFITE: DAS RUAS PARA O TERRITÓRIO VIRTUAL Lídia Borges/ 1 Resumo:² O graffite surgiu na década de 1960 nos Estados Unidos e criou uma nova linguagem artística que não estava presa às galerias de arte e nem ao universo acadêmico. Seu espaço de manifestação eram as ruas e seu caráter, efêmero. Nos anos 2000, com a popularização da Internet, muitos artistas começaram a fazer registros fotográficos de suas obras e a disponibilizá-los no universo digital. Essa estratégia, além de possibilitar que a arte se perpetue, provocou uma (re)significação do graffite, pois agora pode-se acompanhar o trabalho de um artista sem que haja a necessidade de se transitar pela cidade. Basta acompanhar páginas e redes sociais na Internet para interagir com o graffite e com os grafiteiros. Intenciona-se neste trabalho, refletir sobre esses novos processos de interações e acesso a essa nova escola do graffite. Palavras-chave: graffite, internet, redes sociais, arte urbana, interação. Introdução O presente artigo tem como propósito refletir sobre as transformações pelas quais o graffite vem sofrendo através da apropriação de recursos digitais e tecnológicos, ou seja, a intervenção urbana além do seu habitat natural as ruas- a partir de novos espaços conquistados por essa arte urbana. Farei então uma breve contextualização histórica do graffite, que é uma expressão artística que nasce na cidade e para a cidade e teve sua origem no final dos anos 60 nos Estados Unidos, 1 Graduanda em Ciências Socias pela Faculdade de Ciências Sociais da Universidade Federal de Goiás ² Trabalho desenvolvido sob a orientação da Professora Doutora Izabela Tamaso 1

especificamente na cidade de Nova Iorque. Estava estritamente ligado ao movimento Hip Hop, compondo um dos quatro elementos desse movimento que são: B-boy, MC, DJ e o Graffite (CASTLEMAN, 1982). 2 Porém dentre esses elementos, o graffite conseguiu se destacar e se tornar uma arte independente do movimento Hip Hop, sendo hoje em dia uma arte muito mais ligada a grupos juvenis independente de gostos musicais, classe, escolaridade, raça. Nos dias atuais o graffite é umas das expressões artísticas que mais cresce nas cidades, pois não necessita estar inserido em um circuito de arte tradicional, seja ele acadêmico ou comercial para realizá-lo, expô-lo e apreciá-lo. Não se precisa estar dentro de uma galeria de arte para que se possa ser um artista, ou simplesmente ter a oportunidade de ter contato com o graffite, pois afinal, seu local de exposição são os espaços públicos da cidade. É uma arte urbana que utiliza a cidade como uma arena comunicacional. Segundo Campos, o graffiti urbano possui um lugar de destaque. Não porque possui um papel dominante nos circuitos de comunicação, mas precisamente pelo oposto, porque revela a capacidade de actuação dos indivíduos e grupos à margem de corporações e entidades poderosas, apropriando-se de enclaves citadinos para manifestações culturais singulares (CAMPOS, 2008). O graffite é uma arte que está em sua essência ligada fortemente ao espaço territorial da cidade, utilizando-o de diversas maneiras e modificando a visualidade da mesma, mas de uma maneira diferente de outros mecanismos de comunicação legal (outdoor, fachadas de lojas) que utilizam o espaço urbano. Porém, nos dias atuais, é preciso compreender o graffite além desse espaço físico, estático que ocupa no centro urbano e tomar como parte de reflexão dessa arte urbana, os espaços não-físicos que vêm ocupando: universo virtual, digital. Dois espaços distintos, mas que se complementam e se relacionam constantemente para esses artistas urbanos. Dos muros à tela do computador 23 Referência essencial para traçar a história deste movimento, é a obra do sociólogo Craig Castleman (1982) Getting Up Subway Graffiti in New York. 2

O graffite por ter como habitat as ruas, é uma arte efêmera, pois a arte inscrita em muros, viadutos e becos etc., está sujeita a circunstâncias que são inerentes aos agentes das obras urbanas, fatores climáticos, dentre outros. Há também o fato de que o graffite possa ser apagado, seja pelo dono do muro, ou pelos agentes políticoadministrativos da cidade ou mesmo por outros artistas. Além de que o graffite na rua é uma arte estática,,cuja a visibilidade dependa que as pessoas circulem, transitem pelos locais onde essas intervenções urbanas estão inseridas. Sendo assim, a fotografia tornou-se uma maneira de se perpetuar as obras, o único registro possível dessa arte que amanhã pode não mais fazer parte da paisagem urbana. Com a popularização da internet e das redes sociais, muitos artistas começaram a disponibilizar um grande acervo fotográfico que até então era pessoal - dos seus graffites nesse universo virtual. A partir desses compartilhamentos de imagens, o graffite ganha uma nova dimensão. A sua visibilidade não precisa agora necessariamente que seja in loco, basta um clique nas páginas pessoais desses artistas ou um passeio virtual pela internet (PENNACHIN, 2007). A partir dessas reflexões proponho discutir na pesquisa que realizo, quais efeitos essas ferramentas contemporâneas têm sobre essa arte que até então era marginalizada, restrita ao espaço físico da rua e muitas vezes invisibilizada. As ferramentas no qual vou me utilizar sãofacebook e Fotolog. Utilizo essas duas redes sociais, pois nelas encontram-se imagens dos trabalhos desses artistas, além de informações sobre os graffites, permitindo aos grafiteiros interações distintas. O Fotolog tem a peculiaridade das fotos publicadas alcançarem mais os próprios artistas. Já o Facebook, o alcance dessas fotos é de proporção maior, atingindo também pessoas não ligadas ao movimento. A partir dessas redes sociais desenvolverei minha metodologia, que consistirá em analisar durante um período de três meses, a divulgação de imagens de graffite pelos artistas nas redes sociais escolhidas. Observarei os comentários postados sobre as imagens de graffite e realizarei entrevistas com alguns grafiteiros de Goiânia, que façam uso dessas ferramentas virtuais. (PIENIZ, 2009) Suponho que a disponibilização pública desse material fotográfico faça surgir uma interação entre os próprios grafiteiros de dimensão internacional, pois agora, não existe mais uma barreira geográfica para se acompanhar o trabalho de outro artista, 3

ou mesmo conhecer o que é realizado por colegas. As fronteiras espaciais são quebradas, permeáveis, tornando acessível ao olhar produtos visuais que de outro modo estariam inacessíveis (CAMPOS, 2008). Por outro lado, agora não há mais uma ligação física com o local no qual essas obras estão inseridas. Além de uma interação com outros artistas que compartilham dos mesmos signos e universo, há a possibilidade também de uma interação grafiteiro-público e uma abrangência maior dessas imagens a uma gama de pessoas que até então não tinham contato com o graffite. Possibilita uma interação com indivíduos que antes passavam desatentos aos graffites na cidade, ou seja, com a visibilidade na web o graffite conquista um público novo ou até inacessível, se estivesse presente somente em meio ao caos urbano. Conclusão As presentes transformações da forma como o graffite pode ser visto e compartilhado nos dias atuais, nos permite refletir sobre a possibilidade de uma (re)significação dessa arte urbana. Os espaços urbano e virtual estão intrinsecamente ligados e nos parece não poderem mais existir separados, dando uma nova dimensão para o graffite, que seria a junção desses dois espaços. Dessa forma, o graffite passa a ser uma arte híbrida, globalizada e deslocalizada (CANCLINI, 2006). Referências CAMPOS, Ricardo. Pintando a cidade. Uma abordagem antropológica ao graffiti urbano. 2007. Tese (Doutorado em Antropologia) - Universidade Aberta de Lisboa. Disponível em: http://repositorioaberto.univ-ab.pt/bitstream/10400.2/765/1/lc392.pdf. Acesso em: 15 ago. 2011 CASTLEMAN, Craig. Getting Up - subway graffiti in New York. Massachusetts: MIT Press, 1982. CANCLINI, Nestor Garcia. Culturas hibrídas estratégias para entrar e sair da modernidade. São Paulo: EDUSP, 2006. GITAHY, Celso. O que é graffiti. São Paulo: Ed. Brasiliense, 1999. PENNACHIN, Deborah Lopes. Do spray aos pixels: um estudo semiótico sobre a ciberculturalização do graffiti. Artigo. Disponível em: 4

http://cascavel.ufsm.br/revistas/ojs2.2.2/index.php/revislav/article/viewfile/2167/1316. Acesso em:12 ago. 2011 PIENIZ, Mônica. Novas configurações metodológicas e espaciais: etnografia do concreto à etnografia do virtual. In: Revista Elementa - Comunicação e Cultura, v. 1, n.2, jul/dez 2009. Sorocaba: Universidade de Sorocaba, 2009. RAMOS, Célia Maria Antonacci. Grafite, Pichação & Cia. São Paulo: Annablume, 1994. 5