A IMPORTÂNCIA DA OBSERVAÇÃO NO ESTÁGIO SUPERVISIONADO DE LÍNGUA PORTUGUESA E LITERATURA II

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Transcrição:

A IMPORTÂNCIA DA OBSERVAÇÃO NO ESTÁGIO SUPERVISIONADO DE LÍNGUA PORTUGUESA E LITERATURA II Djeisci Monique Maldaner (UNIOESTE)1 Tábata Vanessa Schulze (UNIOESTE)2 Jéssica Paula Vescovi (Orientadora - UNIOESTE)3 Resumo: O estágio supervisionado pretende proporcionar aos acadêmicos um momento de relacionar a teoria apresentada ao longo destes 4 anos em sala à prática utilizada nas salas de educação do Ensino Médio. De acordo com Barreiro; Gebran (2006), o objetivo do Estágio Supervisionado é colocar os alunos frente às situações vividas em sala, compreendendo a forma como estão sendo desenvolvidas as atividades e sua relação com o contexto, bem como resgatar os conhecimentos das construções das práticas educativas adquiridas em sala de aula. Nesse sentido, este trabalho discutirá a importância da observação para realização do Estágio Supervisionado em Língua Portuguesa, baseado em dois resultados de Estágio Supervisionado em Língua Portuguesa e Literatura II, realizados no Colégio Estadual Eron Domingues, junto a duas turmas do Ensino Médio. Apresentamos os resultados positivos desta experiência antes de entrarmos em sala de aula para de fato realizarmos o estágio. Este trabalho tem aporte teórico nos seguintes autores: Barreiro; Gebran (2006), Kaling (1991), Libâneo (1994) e Zabala (1998). Palavras-chave: Observação. Estágio Supervisionado. Graduação. Considerações Iniciais O Estágio Supervisionado é uma atividade obrigatória dos acadêmicos de licenciatura, é o momento de concretização de teoria na prática, experimentando espaços e tempos distintos de modo crítico e reflexivo, pois [...] na formação permanente dos professores, o momento fundamental é o da reflexão crítica sobre a prática. É pensando criticamente a prática de hoje ou de ontem que se pode melhorar a próxima prática. O próprio discurso teórico, necessário à reflexão crítica, tem de ser de tal modo 1 Graduanda do quarto ano do curso de Letras/ Alemão na Universidade Estadual do Oeste do Paraná, campus Marechal Cândido Rondon. E-mail: djeisci.maldaner@hotmail.com 2 Graduanda do quarto ano do curso de Letras/ Espanhol na Universidade Estadual do Oeste do Paraná, campus Marechal Cândido Rondon. E-mail: tabata.schulze@hotmail.com 3 Professora colaboradora do curso de Letras da Universidade Estadual do Oeste do Paraná, campus de Marechal Cândido Rondon. E-mail: gilvescovi@hotmail.com 1

concreto que quase se confunda com a prática. (FREIRE, 1998, apud BARREIRO; GEBRAN, 2006, p. 89) Diante disso, é notório que o professor não reproduz seu conteúdo e conhecimento, mas transforma-o da melhor maneira possível, para tornar-se um agente de mudanças e melhorar suas aulas a cada dia. Partindo destas considerações, a observação em sala de aula é um momento necessário e muito importante para os acadêmicos de licenciaturas, pois é neste instante que o graduando percebe a flexibilidade que terá de ter no momento do Estágio, tornando a aula mais dinâmica e prazerosa aos alunos. As atividades práticas desenvolvidas durante a graduação contribuem no aprendizado dos acadêmicos e em sua formação, pois por meio de uma observação orientada consegue-se obter várias informações do trabalho escolar. O estágio não deve ser constituído de forma burocrática, com preenchimentos de fichas e valorização de atividades que envolvem observação, participação e regência, desprovidas de uma meta investigativa (BARREIRO; GEBRAN, 2006, p. 26). Diante disso, decidir, analisar e confrontar teorias e práticas é a maneira como se espera a prática e a formação de professores, e não sendo mais consideradas como uma execução de modelos. Nesse sentido, partindo dos pressupostos teóricos de Barreiro; Gebran (2006), Kaling (1991), Libâneo (1994), Zabala (1998), a finalidade deste trabalho é trazer considerações sobre a importância da observação no Estágio Supervisionado, com base nos resultados do Estágio Supervisionado de Língua Portuguesa e Literatura II, realizado no Colégio Estadual Eron Domingues, com duas turmas do Ensino Médio. Estágio Supervisionado de Língua Portuguesa e Literatura II O estágio supervisionado, de acordo com Barreiro; Gebran (2006, p. 90) deve ser considerado um lugar por excelência para que o futuro professor faça reflexão sobre sua formação e sua ação, e dessa forma possa aprofundar conhecimentos e compreender o seu verdadeiro papel e o papel da escola na sociedade. Neste sentido, é no momento de realização do estágio, articulado com as disciplinas do curso de graduação, que se torna possível desenvolver uma reflexão sobre a prática docente, preparando o estagiário a desenvolver atividades na escola como professores que saibam analisar, avaliar a criticar suas práxis. 2

Além da vivência em sala de aula, é essencial o contato com a rotina escolar, possibilitando uma interação teórico-prática, pois o professor deve ter autonomia intelectual, o direito e a responsabilidade para a tomada de decisões profissionais, ou seja, além de saber e saber fazer, deve compreender o que faz e por que faz. Para tanto, é necessário que ele tenha uma formação integral, por meio, da qual possa conhecer as várias faces da educação e da sua gestão pois a escola é mais do que salas de aula, é mais do que regras de linguagem e matemática, é mais do que muros e grades. Escola é vida em processo e, como tal, precisa ser conhecida na sua integridade para que possa ser entendida. (BARREIRO; GEBRAN, 2006, p. 88) Assim, é preciso atribuir mais sentido ao Estágio Supervisionado, pois o mesmo é uma real preparação ao graduando da escolha profissional que fez. Para tanto, esta prática deve proporcionar ao aluno a vivência, análise e críticas para contrapor futuramente na sua vivência profissional dia após dia. A importância das atividades práticas e Observação O estágio supervisionado é divido em alguns momentos, sendo eles: primeiro contato com a escola, período de observação, planejamento, regência e relatório de estágio. Com relação ao período de observação, que é o foco deste trabalho, pode-se dizer que é a base para conhecer a escola, turma e assim realizar o planejamento de acordo com as especificidades da mesma, pois antes de se fazer qualquer plano, é preciso saber para quem se vai fazê-lo, quais são as possibilidades de dar certo e as condições que se tem para executá-lo. Não adianta fazer planejamento bonito, bem feito, mas que não pode ser executado ou que não traz resultados proveitosos. É preciso conhecer a realidade (KARLING, 1991, p.306). Deste modo, as aulas de observação devem ter um caráter investigativo, buscando compreender o contexto de aprendizagem, pois segundo a Barreiro; Gebran (2006, p. 92) o hábito e a capacidade de observar permitem que o professor planeje adequadamente o trabalho educativo, avalie quando ele deve ser mudado e em que sentido, de modo a construir conhecimentos, competências e habilidades, extensivos aos alunos da escola, visando, assim, o aprendizado do aluno. 3

Segundo Zabala (1998, p.36): Sem dúvida, é difícil conhecer os diferentes graus de conhecimento de cada menino e menina, identificar o desafio de que necessitam, saber que ajuda requerem e estabelecer a avaliação apropriada para cada um deles a fim de que se sintam estimulados a se esforçar em seu trabalho. Mas o fato de que custe não deve nos impedir de buscar meios ou formas de intervenção que, cada vez mais, nos permita dar uma resposta adequada às necessidades pessoais de todos e cada um de nossos alunos. Para tanto, a observação consiste em um objetivo, isto é, o que se busca compreender durante as observações é analisar a escola, sua estrutura, intervenção com os pais, inclusão da comunidade, sala de aula, o andamento da aula e também o contato com todos os sujeitos inseridos no contexto escolar permite que, por meio de suas falas e de suas ações, o aluno estagiário visualize possibilidades de sua inserção na busca de resolução de determinadas situações-problema. (BARREIRO; GEBRAN, 2006, p. 95) Ainda sobre as observações, agora em sala de aula, deve ter-se um preparo muito grande por parte do estagiário, pois ele estará entrando em uma sala estranha com alunos desconhecidos onde sua imagem por muitas vezes já é idealizada pelos alunos e a mesma pode não ser como o esperado. Também, a postura do professor pode mudar durante o período em que o estagiário está em sala, pois além do comportamento dos alunos o modo de aula do professor também está sob observação. Para tanto, durante as observações em sala de aula se espera dos estagiários mais do que detalhes perceptivos, é necessário levar os estagiários, futuros professores, a desenvolverem posturas de observação, levantar hipóteses, avaliar, analisar cotidianamente a sala de aula, elaborar competências e habilidade, a fim de redimensionar o seu trabalho e a prática docente, continuamente. (BARREIRO; GEBRAN, 2006, p. 102). Partindo desta premissa, as observações das aulas consistem em ter suficientemente analisado a turma para que posteriormente o estagiário consiga planejar por aulas dinâmicas e diferenciadas afim de que os alunos participassem dos debates e atividades que serão propostas. Tal posicionamento está em consonância com Libâneo (1994) quando afirma que o professor deve adiantar os objetivos que ele pretende e aguardar para este conteúdo, explicar a matéria, incentivar e desafiar as capacidades do aluno sobre os conteúdos que ele já conhece e estimulá-lo no desejo de conhecer a matéria nova e, com 4

isso, o professor/estagiário consegue assegurar uma assimilação inteligente e dinâmica dos alunos. Considerações finais O Estágio Supervisionado não pode ser pensado como um processo que reproduz técnicas de teoria, conteúdos, orientações aprendidas durante a graduação, pois a cada dia e a cada momento há novas exigências nas escolas e muito mais na sala de aula. Para isto é necessária uma ação imediata e eficaz do estagiário, isto é, o professor deve ser capaz de ajustar e exigir dos alunos diversos universos culturais. Nesta ação, antes de entrar em sala definitivamente como um professor, o graduando precisa passar pelo momento de observação, e este é momento que ele passará da sala de aula, das teorias para uma prática investigativa de análise e percepção, para posteriormente confrontar com as teorias estudadas e [...] sair da atitude de imitação para uma atitude de elaboração de planejamentos [...]. (BARREIRO; GEBRAN, 2006, p. 119) A busca por uma nova identidade dos novos professores, envolve uma reflexão constante sobre uma ação educativa que parte de cada indivíduo em formação. A cada aula os professores vão construindo e reconstruindo seu modo profissional, pois em sala o estagiário percebe que este local deixa de ser um espaço de reprodução para um espaço de formação. Referências. Prática de ensino e estágio supervisionado na formação de professores Prática de Ensino: elemento articulador da formação do professor. São Paulo: Avercamp, 2006. BARREIRO, Iraíde Marques de Freitas; GEBRAN, Raimunda Abou. Prática de ensino e estágio supervisionado na formação de professores Estágio Curricular na formação de professores: propostas e possibilidades no espaço escolar. São Paulo: Avercamp, 2006. KARLING, Argemiro Aluísio. A didática necessária. São Paulo: IBRASA, 1991. LIBÂNEO, José Carlos. Didática O processo de Ensino na Escola. São Paulo: Cortez, 1994. ZABALA, Antoni. A prática educativa: como ensinar O papel dos objetivos educacionais. Porto Alegre: Artmed, 1998 5