RESUMO ABSTRACT. KEY-WORDS: Global warming Environmental protection Climate change Sustainable development Greenhouse effect.

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Transcrição:

Science in Health 2011 set-dez; 2(3): 131-44 OS CRÉDITOS DE CARBONO DA EMPRESA ALTO TIETÊ BIOGÁS THE CARBON CREDIT OF THE COMPANY ALTO TIETÊ BIOGÁS Vanessa Cristina Santos * RESUMO A busca do equilíbrio entre as atividades humanas e a natureza se tornou algo imprescindível para promover o desenvolvimento sustentável, e isso se deve ao grande precursor para esse novo modelo de desenvolvimento, o Protocolo de Quioto, o qual estabelece metas de redução de gases de efeito estufa para os países desenvolvidos, criando três mecanismos para que esses países possam cumprir suas metas, sendo que um é o Mecanismo de Desenvolvimento Limpo, pelo qual países em desenvolvimento, como o Brasil, podem criar projetos de forma a contribuir com o meio ambiente, gerando, assim, as Reduções Certificadas de Emissões ou simplesmente Créditos de Carbono, trazendo benefícios financeiros a longo prazo, com a venda desses créditos para os países desenvolvidos. Este trabalho tem como objetivo analisar e identificar os créditos de carbono da empresa Alto Tietê Biogás. Para a execução do estudo foi realizada entrevista na empresa e pesquisas bibliográficas. A conclusão desta pesquisa foi que a Alto Tietê Biogás elabora inventário dos créditos de carbono. Esta pesquisa não buscou esgotar o assunto, apenas apresentar o tema para novas discussões. PALAVRAS-CHAVES: Aquecimento global Proteção ambiental; Mudança do clima Desenvolvimento sustentável Efeito estufa. ABSTRACT The search for the balance between the human activities and nature made something essential to promote the sustainable development, and that is due to a great precursor for this new model of development, the Protocol of Quioto which establishes marks of reduction of gases of greenhouse effect for the developed countries, creating three mechanisms so that these countries can carry out their marks, whereas that one is the Mechanism of Clean Development, where developed countries like Brazil, can create form projects to contribute with the environment, producing the Reductions by making sure of Emissions or simply Credits of Carbon, producing financial benefits in the long run, with the sale of these credits for the developed countries. This assignment has the purpose of analysing and to identify the credits of carbon of the enterprise Alto Tietê Biogás. For the execution of the study interview was carried out in the enterprise and bibliographical inquiries. The conclusion of this research was that the Alto Tietê Biogás produces inventory of carbon credits. This research did not seek to exhaust the subject; just bring up the subject for further discussion. KEY-WORDS: Global warming Environmental protection Climate change Sustainable development Greenhouse effect. * Universidade Cidade de São Paulo, mais_vanessa@hotmail.com 131

CONTEXTO GERAL Diversos fatos vêm acontecendo em diversas regiões do planeta como: tornados, furacões, derretimento de geleiras, elevação do nível do mar, fortes chuvas, enchentes, desertificação, frio rigoroso, calor excessivo, incêndios florestais, desmatamento das florestas, poluição proveniente de empresas e automóveis, consumo desenfreado etc. Tudo isso vem afetando de maneira significativa a vida de muitas pessoas. Sabe-se que o efeito estufa é necessário para que haja vida humana na Terra e sem ele o planeta congelaria, mas devido à interferência do homem por meio de constantes formas de poluição ao meio ambiente, o efeito estufa natural está sendo afetado, causando o aquecimento global, ou seja, o clima está ficando cada vez mais quente. Desde o surgimento do homem na Terra, os tipos de impacto ambiental têm se diversificado e sua frequência tem aumentado muito. O primeiro tipo de impacto causado pelo homem provavelmente derivou do domínio do fogo. Á medida que a espécie humana foi desenvolvendo novas tecnologias e ampliando seu domínio sobre os elementos e a natureza em geral, os impactos ambientais foram se ampliando em intensidade e extensão. (BRANCO, 2004). Vivemos um momento na sociedade onde a preservação do meio ambiente é cada vez mais presente, surgindo uma consciência mundial Governos, Empresas, Organizações Não Governamentais e Sociedade, precisam cuidar do planeta agora para garantir às próximas gerações um futuro melhor, com o intuito de utilizar os recursos da natureza de forma mais inteligente. A questão da preocupação com o meio ambiente vem conquistando cada vez mais notoriedade e espaço na sociedade, deixando de ser apenas uma preocupação regional e nacional, ganhando força em nível Figura I: Cronologia dos Principais Acordos Internacionais. 1873 Organização Internacional de Meteorologia 1945 Organização das Nações Unidas (ONU) 1950 A Organização Internacional de Meteorologia deu origem à Organização Mundial de Meteorologia 1951 A Organização Mundial de Meteorologia se tornou uma agência especializada da ONU 1969 Convenção de Viena sobre o Direito dos Tratados 1972 Declaração da Conferência das Nações Unidas sobre o Meio Ambiente Declaração de Estocolmo; Criação do Programa do Meio Ambiente das Nações Unidas (PNUMA) 1979 Conferência Mundial sobre o Clima 1983 A ONU cria a Comissão Mundial sobre o Meio Ambiente e Desenvolvimento 1985 Convenção de Viena para a Proteção da Camada de Ozônio 1987 Protocolo de Montreal sobre Substâncias que destroem a Camada de Ozônio; A Comissão Mundial sobre o Meio Ambiente e Desenvolvimento apresentou o Relatório Nosso Futuro Comum ou Relatório de Brundtland 1988 Conferência sobre Mudanças na Atmosfera; O Programa do Meio Ambiente das Nações Unidas (PNUMA) e a Organização Meteorológica Mundial criam o Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC) 1990 A ONU por meio da resolução 45/2012 cria o Comitê Intergovernamental de Negociação sobre a Convenção Quadro sobre Mudança do Clima 1992 Cúpula da Terra Declaração do Rio de Janeiro sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável Agenda 21 Convenção sobre Diversidade Biológica Declaração dos Princípios para o Manejo Sustentável das Florestas Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudanças do Clima Fonte: Dados da Pesquisa. Elaboração Própria. 132

mundial. Diante disso, vários países vêm se reunindo para discutir sobre as questões ambientais. Entre os principais fatos cronológicos, é importante destacar (Figura 1). Vale ressaltar que no ano de 1972 aconteceu em Estocolmo, Suécia, a primeira Conferência Mundial sobre o Meio Ambiente. O evento reuniu representantes de 113 países e cerca de 250 Organizações Não Governamentais (ONGs). Essa conferência gerou a Declaração da Conferência das Nações Unidas sobre o Meio Ambiente Humano, (Declaração de Estocolmo), com 26 princípios, que mostram a importância da natureza em nossas vidas; a questão da preservação para as gerações atuais e futuras é responsabilidade de todos. Conforme o princípio 21, da Declaração de Estocolmo, os Estados têm o direito de explorar seus próprios recursos, sem prejudicar os outros Estados e o princípio 24 diz que é necessário que todos os países, pequenos ou grandes, cooperem mediante acordos internacionais, a fim de evitar, reduzir e controlar eficazmente os efeitos prejudiciais ao meio ambiente. Em 1987, a Comissão Mundial sobre o Meio Ambiente e Desenvolvimento apresentou o Relatório Nosso Futuro Comum, também conhecido como Relatório Brundtland, no qual foi estabelecido o conceito de Desenvolvimento Sustentável, que é o desenvolvimento que satisfaz as necessidades do presente sem comprometer a capacidade das gerações futuras satisfazerem suas próprias necessidades. As indústrias estão mais dependentes de recursos ambientais e com isso a poluição vem crescendo mais rapidamente no mundo em desenvolvimento. Há uma grande urgência para o crescimento, mas também há uma menor capacidade para minimizar os efeitos colaterais prejudiciais. Nenhum país pode se desenvolver de forma isolada dos outros. Daí a busca do desenvolvimento sustentável exige uma nova orientação nas relações internacionais. Crescimento sustentável em longo prazo irá retribuir mudanças de longo alcance para produzir o comércio, o capital e os fluxos de tecnologia que são mais justos e melhor sincronizados com os imperativos ambientais. (ANDI, 1987). Assim, os objetivos de desenvolvimento econômico e social devem ser definidos em termos de sustentabilidade em todos os países desenvolvidos ou em desenvolvimento. No mês de maio de 1992 em Nova York é adotada a United Nations Framework Convention on Climate Change (UNFCCC) ou Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudanças do Clima, com o objetivo de atingir a estabilização das concentrações de gases de efeito estufa na atmosfera a um nível que evite uma interferência humana perigosa no sistema climático. Já no mês de junho de 1992 aconteceu no Rio de Janeiro, Brasil, o maior evento mundial sobre o meio ambiente, reunindo 178 países e 114 chefes de Estado, onde representantes de 1600 ONGs participaram apenas como observadores, o evento ficou conhecido como: Rio-92, Eco 92 ou Cúpula da Terra. A Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudanças do Clima foi aberta para assinatura durante o evento no Rio de Janeiro e posteriormente na Sede das Nações Unidas em Nova York. Em conformidade com a referida Convenção: As atividades humanas estão aumentando substancialmente as concentrações atmosféricas de gases de efeito estufa; esse aumento de concentrações está intensificando o efeito estufa natural fazendo com que disso resulte, em média, aquecimento adicional da superfície e da atmosfera da Terra e afetando negativamente os ecossistemas naturais e a humanidade. A maior parcela das emissões globais, históricas e atuais, de gases de efeito estufa é originária dos países desenvolvidos, e as emissões per capita dos países em desenvolvimento ainda são relativamente baixas e que a parcela de emissões globais originárias dos países em desenvolvimento crescerá para que eles possam satisfazer suas necessidades sociais e de desenvolvimento. A natureza global da mudança do clima requer a maior cooperação possível de todos os países e sua participação em uma resposta internacional efetiva e apropriada, conforme suas responsabilidades comuns, mas diferenciadas e respectivas capacidades e condições sociais e econômicas. (Preâmbulo da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Meio Ambiente). (UNFCCC, 1992). O Artigo 1 trata dos principais conceitos e abaixo estão relacionados alguns deles: Mudança do Clima: significa uma mudança de clima que possa ser direta ou indiretamente atribuída à atividade humana que altere a composição da atmosfera mundial e que se some àquela provocada pela variabilidade climática natural observada ao longo de períodos comparáveis. 133

Gases de efeito estufa: são os constituintes gasosos da atmosfera, naturais e antrópicas, que absorvem e reemitem radiação infravermelha. Objetivo da Convenção: é a estabilização das concentrações de gases de efeito estufa na atmosfera de modo a impedir a interferência humana no sistema climático, num prazo suficiente que permita aos ecossistemas se adaptarem naturalmente à mudança do clima de modo a que voltem individualmente ou conjuntamente a seus níveis de 1990. (UNFCCC, 1992). O Artigo 23 diz que a entrada em vigor da Convenção deverá ocorrer no nonagésimo dia após a data do quinquagésimo instrumento de ratificação, entrando em vigor dia 21 de março de 1994. No Brasil, o Congresso Nacional aprovou a Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudanças do Clima por meio do Decreto Legislativo 1 de 03 de fevereiro de 1994. Foi promulgado por meio do Decreto 2.652 de 1 de Julho de 1998. Ainda em conformidade com a Convenção, os países que a ratificaram precisam se reunir anualmente podendo serem realizadas reuniões extraordinárias, para discutir, melhorar e decidir sobre a implementação da referida Convenção, sendo que essas reuniões são chamadas de Conferência das Partes (COP). Como Órgão supremo desta Convenção, a Conferência das Partes manterá regularmente sob exame a implementação desta Convenção e de quaisquer de seus instrumentos jurídicos que a Conferência das Partes possa adotar, além de tomar, conforme seu mandato, as decisões necessárias para promover a efetiva implementação desta Convenção. (Artigo 7.1 da Convenção- -Quadro das Nações Unidas sobre Meio Ambiente). (UNFCCC, 2011) A primeira sessão da Conferência das Partes (COP) deverá ser realizada após um ano da entrada em vigor da Convenção e posteriormente as sessões ordinárias serão realizadas anualmente, mas sessões Figura II: Cronologia das Conferências das Partes. 1995 COP-1 Berlim, Alemanha: constituição de um protocolo resultou no Mandato de Berlim. 1996 COP-2 Genebra, Suíça: continuação das discussões sobre o protocolo. 1997 COP-3 Quioto, Japão: Acorda-se o Protocolo de Quioto à Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Meio Ambiente. 1998 COP-4 Buenos Aires, Argentina: acorda-se um período de dois anos para a implementação do Protocolo. 1999 COP-5 Bonn, Alemanha: Discussões Técnicas sobre os mecanismos do Protocolo. 2000 COP-6 1º Parte Haia, Holanda: Discussões políticas. 2001 COP-6 2º Parte Bonn, Alemanha: Saída dos Estados Unidos, sob a alegação de que os custos seriam altos para a sua economia. COP-7 Marraqueche, Marrocos: Negociações sobre o Protocolo foram reunidas nos Acordos de Marraqueche. 2002 COP-8 Nova Déli, Índia: Discussões sobre o Protocolo. 2003 COP-9 Milão, Itália: Regulamentação de sumidouros de carbono no âmbito do Mecanismo de Desenvolvimento Limpo. 2004 COP-10 Buenos Aires, Argentina: Discussões técnicas e sobre o que irá acontecer após Quioto. 2005 COP-11/MOP-1 Montreal, Canadá: Primeira conferência após o Protocolo de Quioto ter entrado em vigor: as discussões foram sobre o que irá acontecer após a expiração do Protocolo de Quioto. 2006 COP-12/MOP-2 Nairóbi, Quênia: Assume-se o compromisso de revisão do Protocolo de Quioto. 2007 COP-13/MOP-3 Bali, Indonésia: Estabeleceram-se compromissos mensuráveis para a redução de emissões causadas por desmatamento das florestas tropicais para o próximo acordo; as decisões ficaram conhecidas como Mapa do Caminho de Bali. 2008 COP-14/MOP-4 Poznam, Polônia: Continuação das negociações estabelecidas pelo Mapa do Caminho de Bali. 2009 COP-15/MOP-5 Copenhague, Dinamarca: As discussões foram reunidas nos Acordos de Copenhague. 2010 COP-16/MOP-6 Cancum, México: Criação do Fundo Climático Verde com o objetivo de ajudar os países em desenvolvimento e apoio à implementação de elementos para compensar os países a protegerem suas florestas. 2011 COP-17/MOP-7 Durban, África do Sul: Será realizado em dezembro. 2012 COP-18/MOP-8 Localidade ainda não divulgada: Expiração do Protocolo de Quioto. Fonte: Dados da pesquisa. Elaboração Própria. 134

extraordinárias poderão ocorrer. PROTOCOLO DE QUIOTO O Protocolo de Quioto é um instrumento jurídico complementar e vinculado à Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudanças do Clima a qual foi acordada em dezembro de 1997, na Terceira Conferência das Partes (COP-3) na cidade de Quioto, Japão. Segundo o Protocolo de Quioto, em 16 de março de 1998 foi aberto para assinatura, e para entrar em vigor era necessário que pelo menos 55 países, juntos correspondessem a pelo menos 55% das emissões totais de dióxido de carbono emitidas em 1990 e por este motivo o Protocolo de Quioto entrou em vigor no dia 16 de fevereiro de 2005. Para atingir o desenvolvimento sustentável, a Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudanças do Clima estabelece a participação de todos os países, com responsabilidades comuns, mas diferenciadas. Com isso, o Protocolo de Quioto estabelece metas e prazos para a redução de gases de efeito estufa para os países desenvolvidos que são os países listados no Anexo I da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudanças do Clima e cria mecanismos para se alcançar o objeto e incluem, em um desses mecanismos, os países Não Anexo I que são os países em desenvolvimento.(unfccc, 2011) Segundo o Artigo 3.1 do Protocolo de Quioto, os países desenvolvidos devem reduzir pelo menos 5% dos gases de efeito estufa abaixo dos níveis de 1990 no período de compromisso de 2008 a 2012. Para efeito do Protocolo de Quioto, são considerados seis gases de efeito estufa: Dióxido de Carbono (CO2), Metano (CH4), Óxido Nitroso (N2O), Hidrofluorcarbonos (HFCs), Perfluorcarbonos (PHCs) e Hexafluoreto de Enxofre (SF6) e os setores são: Energia, Processos Industriais, Agricultura, Resíduos, Uso de solventes e outros produtos. Conforme o Artigo 4 da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudanças do Clima, todas as partes devem elaborar, atualizar periodicamente, publicar e pôr à disposição da Conferência das Partes o Inventário Nacional de emissões antrópicas por fontes e das remoções de todos os gases de efeito estufa. De acordo com o Artigo 7 do Protocolo de Quioto os países desenvolvidos devem incorporar ao seu inventário anual as informações suplementares necessárias em atendimento ao objetivo do Protocolo. Para o cumprimento do objetivo de redução de emissão e para alcançar o desenvolvimento sustentável, o Protocolo de Quioto estabelece metodologias, diretrizes e três mecanismos: Implementação Conjunta, Comércio de Emissões e o Mecanismo de Desenvolvimento Limpo, que os países devem seguir para o cumprimento das metas. Para Souza (2007), Mecanismos de Flexibilização, são arranjos técnicos operacionais para a utilização de países ou empresas, que oferecem facilidades para que as Partes possam atingir as metas de redução de emissões. No Brasil, o Congresso Nacional aprovou o Protocolo de Quioto e a Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudanças do Clima por meio do Decreto Legislativo 144 de 20 de Junho de 2002. Foi promulgado por meio do Decreto 5445 de 12 de maio de 2005. IMPLEMENTAÇÃO CONJUNTA O Mecanismo da Implementação Conjunta pode ser definido conforme o Artigo 6: qualquer Parte incluída nos países desenvolvidos pode transferir para ou adquirir de qualquer outra dessas Partes unidades de redução de emissões resultantes de projetos visando à redução das emissões. Esse mecanismo é utilizado apenas entre os países desenvolvidos, que podem financiar projetos para a redução de GEE em outros países desenvolvidos em troca das Unidades de Redução de Emissões. COMÉRCIO DE EMISSÕES O Mecanismo do Comércio de Emissões pode ser definido conforme o Artigo 17: as Partes do Anexo I podem participar do comércio de emissões com o objetivo de cumprir os compromissos assumidos no Protocolo de Quioto, e tal comércio deve ser adicional às ações domésticas com vistas a atender os compromissos quantificados de limitação e redução de emissões. O Comércio de Emissões também é utilizado apenas entre países desenvolvidos, e aqueles países que conseguiram reduzir as suas emissões de GEE além das metas estabelecidas no Protocolo de Quioto podem vender seus créditos para países que poluíram mais. MECANISMO DE DESENVOLVIMENTO LIMPO O Mecanismo de Desenvolvimento Limpo (MDL) pode ser definido conforme o Artigo 12: assistir às Partes não incluídas no Anexo I para que atinjam o 135

desenvolvimento sustentável e contribuam para o objetivo final da Convenção, e assistir às Partes incluídas no Anexo I para que cumpram seus compromissos quantificados e redução de emissões. O MDL interessa aos países em desenvolvimento, bem como o Brasil, pois os países desenvolvidos podem investir nos projetos de redução de GEE alocados nos países em desenvolvimento, onde não há obrigação de redução de emissão dos GEE e o custo pode ser menor, mas o investimento pode ser dos países em desenvolvimento. Com isso, os projetos de MDL geram as Reduções de Emissões Certificadas e os países desenvolvidos compram esses créditos de carbono para o cumprimento de suas metas. NÃO CUMPRIMENTO DO PROTOCOLO DE QUIOTO Em conformidade com o Artigo 18 do Protocolo de Quioto, a Conferência das Partes durante a COP- 7 em 2001, ficou registrado nos Acordos de Marraqueche que as Partes que não cumprirem as quantidades de reduções de emissões no primeiro período 2008 a 2012: a dedução da quantidade atribuída da Figura III Linha de Base e Adicionalidade Fonte: Ministério da Ciência e Tecnologia. Elaboração Própria. Parte para o segundo período de compromisso de um número de toneladas igual a 1,3 vezes a quantidade em toneladas de emissões em excesso não poderão participar do Comércio de Emissões até que sua situação se regularize. Além de prestar explicações dos motivos da falta de sucesso do compromisso e medidas para alcançar os objetivos. Figura IV: Conceitos Ciclo do Projeto de MDL Linha de Base Adicionalidade Redução Certificada de Emissão (RCE) ou Crédito de Carbono Período de Obtenção de Créditos Etapas às quais uma atividade de projeto do MDL deve necessariamente se submeter para que possa originar as Reduções Certificadas de Emissões, a última etapa do ciclo do projeto. É o cenário de uma atividade de projeto do MDL que representa de forma razoável as emissões de gases de efeito estufa que ocorreriam na ausência da atividade de projeto proposta. Uma atividade de projeto MDL é adicional se as emissões antrópicas de gases de efeito estufa por fontes são reduzidas a níveis inferiores aos que teriam ocorrido na ausência da atividade de MDL registrada, ou seja, adicionalidade é uma redução adicional nas emissões de gases de efeito estufa que não ocorreria na ausência da atividade de projeto registrado É considerado adicional se sua implementação estiver vinculada necessariamente ao registro como uma atividade de MDL, ou seja, ao fato de que a atividade de projeto não seria executada sem a expectativa das Reduções Certificadas de Emissões. Representam as reduções de GEE decorrente de atividades de projetos de MDL e que tenham passado por todo o Ciclo do Projeto do MDL, ou seja, a diferença entre as emissões de GEE da linha de base e as emissões de GEE do projeto após a implementação da atividade do projeto de MDL. Uma unidade de RCE é igual a uma tonelada métrica de dióxido de carbono equivalente. Pode ser de no máximo 10 anos para projetos de período fixo sem opção de renovação ou de 7 anos para projetos de período renovável, que podem ser renovados por no máximo dois períodos de 7 anos, totalizando 21 anos e para atividade de Florestamento e Reflorestamento o período é de 30 anos de período fixo sem renovação ou 20 anos, com a possibilidade de ser renovado duas vezes, totalizando 60 anos. Para cada renovação, uma Entidade Operacional Designada determina e informa o conselho Executivo que a linha de base original do projeto continua válida ou foi atualizada, levando em conta a existência de novos dados, se for o caso. Os Participantes do Projeto selecionam um desses períodos de obtenção de créditos. Fonte: Ministério da Ciência e Tecnologia. Elaboração Própria. 136

Figura V: Ciclo do Mecanismo de Desenvolvimento Limpo Fonte: Ministério da Ciência e Tecnologia. Elaboração Própria. Figura VI: Participantes e Entidades Responsáveis Participantes do Projeto (PPs) Autoridade Nacional Designada (AND) Entidade Operacional Designada (EOD) Conselho Executivo do MDL (CE) Os PPs são Partes envolvidas e/ou entidades públicas e/ou privadas autorizadas pela Parte envolvida a participarem da atividade de projeto do Mecanismo de Desenvolvimento Limpo (MDL). A Parte envolvida: poderá participar das atividades do MDL se for Parte no Protocolo de Quioto. Entidade Pública e/ou Privada: poderão participar se forem autorizadas devidamente pela Parte. Os países envolvidos em atividades de projeto do MDL devem indicar junto a Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudanças do Clima uma Autoridade Nacional Designada (AND), atestando que a participação do país é voluntária, sendo esta uma Entidade governamental. Foi criada no Brasil por meio do Decreto de 07 de Julho de 1999 alterado pelo Decreto de 10 de Janeiro de 2006 a Comissão Interministerial de Mudança do Clima, tendo como principais funções: atestar o caráter voluntário dos participantes do projeto e que as atividades contribuem para o desenvolvimento sustentável do país. É uma entidade jurídica indicada pela COP/MOP e credenciada pelo Conselho Executivo do MDL. Até abril de 2011 havia 52 entidades credenciadas. A EOD é responsável em garantir que as atividades do projeto estão sendo aplicadas corretamente e se as normas e os procedimentos estabelecidos estão de acordo com o Protocolo de Quioto e pelo Conselho Executivo do MDL, tendo como principais funções: Validar e solicitar o registro de uma atividade de projeto no âmbito do MDL, verificar a redução de emissões e certificá-las, se for o caso, e solicitar ao Conselho Executivo a emissão das Reduções Certificadas de Emissão. (RCEs) cabíveis. No Brasil, exige-se, adicionalmente, que a Entidade Operacional Designada esteja legalmente estabelecida no país. É composto por dez membros das Partes do Protocolo de Quioto: quatro são das Partes no Anexo I e seis das Partes Não-Anexo I, tendo como principais funções: supervisionar o funcionamento do MDL: credenciamento das Entidades Operacionais Designadas, validação e registro das atividades de projetos do MDL, metodologias para a linha de base e a Emissão das Reduções Certificadas de Emissões. As decisões são confirmadas pela COP/MOP. Fonte: Ministério da Ciência e Tecnologia. Elaboração Própria. 137

MECANISMO DE DESENVOLVIMENTO LIMPO De acordo com o Protocolo de Quioto, para se enquadrar nos projetos de MDL é necessário que os países em desenvolvimento e as empresas: participem de maneira voluntária, ou seja, não pode existir uma lei ou norma para obrigá-las a participar, gerar benefícios reais e mensuráveis a longo prazo, contribuir com o desenvolvimento sustentável e que haja reduções de emissões de gases de efeito estufa ou o aumento de remoções de forma adicional ao que ocorreria na ausência do projeto de MDL. Para um melhor entendimento do Mecanismo de Desenvolvimento Limpo e do seu ciclo de funcionamento será necessário abordar alguns conceitos importantes. Segundo o (MCT, 2011) a proposta que deu origem ao MDL foi elaborada em Brasília e também foi o primeiro projeto de MDL aprovado no mundo, o projeto Nova Gerar, em Nova Iguaçu, na Baixada Fluminense, Rio de Janeiro, um aterro sanitário que reutilizava o gás metano (liberado na decomposição do lixo) para produzir energia elétrica. Foi aprovado pelo Conselho Executivo no final de 2004. O gráfico abaixo apresenta as atividades de projeto do MDL que estão em alguma fase do ciclo representando um total de 7.742 projetos atualizados até 30/06/2011 de acordo com o MCT (2011) sendo que 3.214 já foram registrados pelo Conselho Executivo do MDL e 4.528 estão em outras fases do ciclo. Pode verificar que a China ocupa o primeiro lugar com 39% representando 3.056 projetos, em segundo lugar está à Índia com 27% com 2.098 projetos e em terceiro está o Brasil, com 6% com 499 projetos. A tendência natural é que países como a China e Índia liderem a lista de projetos por terem uma matriz energética suja, com uso intensivo de carvão, e Figura VII: Descrição das Etapas Documento de Concepção do Projeto Relatório de Validação Carta de aprovação Registro Relatório de Monitoramento Relatório de Verificação Relatório de Certificação Emissão das RCE É um documento elaborado pelos Participantes do projeto, que contém entre outros elementos, informações sobre os aspectos técnicos e organizacionais da atividade do projeto, as metodologias de linha de base e monitoramento, impactos ambientais e a descrição das informações para demonstrar a adicionalidade da atividade do projeto, período de obtenção dos créditos e plano de monitoramento, sendo este a base para as demais etapas. É o processo de avaliação independente de uma atividade de projeto por uma Entidade Operacional Designada. É o processo pelo qual as ANDs das Partes envolvidas confirmam a participação voluntária, e a AND da Parte anfitriã atesta que a atividade contribui para seu desenvolvimento sustentável. É a aceitação formal, pelo CE, de um projeto validado como atividade de projeto do MDL. É um processo de monitoramento da atividade de projeto feito pelos PPs que inclui o recolhimento e armazenamento de todos os dados necessários para calcular a redução ou remoção de emissões de GEE. Ele deve estar de acordo com o plano de monitoramento estabelecido na metodologia indicada no DCP registrado. É o processo de auditoria periódico e independente pela EOD para revisar os cálculos das reduções ou remoções de GEE resultantes de uma atividade de projeto do MDL registrada no CE, ou seja, consiste na verificação das efetivas reduções ou remoções. É a garantia fornecida pela EOD por escrito de que uma atividade de projeto atingiu um determinado nível de redução ou remoção de GEE ao longo de um determinado período de tempo. Etapa na qual o CE confirma que as reduções de emissões de GEE (ou remoção de CO2) decorrentes de uma atividade de projeto são reais, mensuráveis e de longo prazo. Atendidos esses requisitos, o CE pode emitir, as RCEs e nesse momento são creditadas aos participantes de uma atividade de projeto na proporção por eles definidas. As RCEs poderão ser utilizadas pelas Partes no Anexo I como forma de cumprimento parcial das metas de redução de emissões de GEE. Fonte: Ministério da Ciência e Tecnologia. Elaboração Própria. 138

Figura VIII: Participação de projetos de MDL no mundo Fonte: Ministério da Ciência e Tecnologia. Elaboração Própria. índices de crescimento econômico maiores; já a matriz energética brasileira é considerada limpa, porque está concentrada nas usinas hidroelétricas. O Brasil têm sido bastante criativo e empenhado, conseguindo fazer esses projetos no âmbito do MDL e ampliando seu potencial para algo além de uma simples troca de matriz energética baseada em combustível fóssil. (DIAS FILHO, 2007) O gráfico abaixo mostra que dos 499 projetos brasileiros, a predominância da escolha e interesse dos participantes dos projetos é do setor energético com 261 projetos, já os projetos em aterros sanitários representam 7,6% dos interessados, o equivalente a 38 dos projetos. No Brasil, a região Sudeste predomina em número de projetos. Figura IX: Projetos Brasileiros por Escopo Setorial MERCADO DE CARBONO Conforme definição já vista acima, cada Crédito de Carbono representa uma tonelada de dióxido de carbono equivalente que deixa de poluir. O BCB (2011), por meio da Circular 3291/05 do dia 08 de setembro de 2005, promoveu alterações no Regulamento do Mercado de Câmbio e Capitais Internacionais, atribui a natureza da operação com créditos de carbono como sendo de serviços diversos. A Comissão de Valores Mobiliários (CVM), em decisão do colegiado de 07 de Julho de 2009, com base no voto do Diretor Otavio Yazbek, que os créditos de carbono são meros ativos, cuja comercialização pode ocorrer para o cumprimento de metas de redução de emissão de carbono ou com o objetivo de investimento. (BRA- SIL, 2011) Por enquanto no Brasil não existe nenhuma norma jurídica e tampouco contábil e fiscal sobre o tratamento dos créditos de carbono, e talvez por esse motivo muitas empresas ainda não investem em projetos de Mecanismo de Desenvolvimento Limpo. Existem alguns projetos de lei sobre isenção dos tributos referentes aos créditos de carbono, mas ainda estão em trâmite na Câmara dos Deputados. Segundo a BOVESPA (2011), o Mercado de Carbono é o termo popular utilizado para denominar os sistemas de negociação de Unidades de Redução de Emissão de GEEs e há dois tipos de mercados para a negociação dos Créditos de Carbono: Mercado Oficial ou regula- Fonte: Ministério da Ciência e Tecnologia. Elaboração Própria. 139

tório do Protocolo de Quioto e o Mercado Voluntário ou Não-Quioto. No Mercado Oficial do Protocolo de Quioto, os países desenvolvidos têm de reduzir suas emissões de GEE e para isso eles podem negociar os créditos de carbono, seguindo os requisitos estabelecidos pelo Protocolo de Quioto, as negociações podem ocorrer entre representantes de governos e empresas ou em bolsas e, segundo o Sr. David Smith, gestor de produtos ambientais, energia e metais da BM&F BOVES- PA, a bolsa mais conhecida para essas negociações é a European Climate Exchange ou Bolsa do Clima da Europa. Segundo Araujo (2010) atualmente o preço de cada crédito de carbono no mercado oficial está sendo negociado pela moeda do euro ( ) e está em torno de 8,00 a 18,00 e o valor em reais (R$) atualizado pela cotação no dia 01/08/2011 por meio do site do BACEN fica entre R$ 17,67 a R$ 39,75. No Mercado Voluntário, participam voluntariamente governos, empresas, ONGs criando meios para a redução de GEEs, mas sem compromisso de metas obrigatórias, sendo que o mercado voluntário não veio para substituir o Protocolo de Quioto e sim contribuir para as reduções de emissões de GEE. Segundo o Sr. David Smith, gestor de produtos ambientais, energia e metais da BM&F BOVESPA, as negociações desses créditos de carbono acontecem em Bolsas e a mais conhecida é a CCX, Chicago Climate Exchange ou Bolsa do Clima de Chicago. Para Araujo (2010) os Estados Unidos, que não assinaram o Protocolo de Quioto, desenvolveram regras próprias de restrição de GEEs e comercialização de crédito de carbono. Em geral, os mercados Não- -Quioto procuram atender às exigências técnicas do Protocolo de Quioto, mas estabelecem metas de redução de emissão menos rigorosas. Um bom exemplo do mercado voluntário é a Parceria Ásia-Pacífico sobre Desenvolvimento Limpo e Clima que foi criada em 2005, voluntariamente pelos governos dos Estados Unidos da América, Japão, China, Austrália, Índia, Coreia do Sul, tendo como objetivo frear o aquecimento global, criando novas tecnologias energéticas, menos poluentes. Ainda de acordo com Araujo (2010) atualmente o preço de cada crédito de carbono no mercado voluntário está sendo negociado pela moeda do dólar (US$) e está algo em torno de US$ 4,50 e o valor em reais (R$), atualizado pela cotação no dia 01/08/2011 por meio do site do BACEN, fica R$ 6,99. Em 2007, aconteceu o primeiro leilão de crédito de carbono de projeto do MDL com titularidade da Prefeitura de São Paulo, cuja realização foi na Bolsa de Mercadorias & Futuro BOVESPA. A Prefeitura vendeu um lote de 808.450 créditos de carbono, no período de 12/2003 a 12/2006, e os créditos foram gerados a partir do controle do gás metano que deixou de ser lançado na atmosfera pelo Aterro Sanitário Bandeirantes. (SÃO PAULO, 2008) O preço fixado pela Prefeitura foi de 12,70 e foi arrematado pela empresa Fortis Bank NV/AS, da Holanda, pagando 16,20. O leilão rendeu 13,09 milhões, o equivalente a R$ 34 milhões, à Prefeitura de SP. (SÃO PAULO, 2008). A Bolsa de Mercadorias & Futuro (BM&F), em parceria com o Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, lançou, em dezembro de 2004, o Mercado Brasileiro de Redução de Emissões (MBRE), primeiro mercado a ser implantado em um país em desenvolvimento, que deverá negociar ativos gerados por projetos enquadrados com MDL. (SOU- ZA, 2007) O Mercado Brasileiro de Redução de Emissões (MBRE) foi normatizado por meio da Lei 12.187/09 que no artigo 9 nomeia entidades, autorizadas pela Comissão de Valores Mobiliários (CVM) para a negociação dos créditos de carbono. O MBRE veio para consolidar o mercado de carbono que vem crescendo cada vez mais. Já no ano de 2010, aconteceu o primeiro leilão de crédito de carbono do mercado voluntário na BM&F BO- VESPA e os créditos de carbonos foram obtidos por meio de nove projetos de indústrias de cerâmicas que passou a alimentar os fornos com biomassa renovável como a serragem de madeira e o bagaço de cana de açúcar, gerando um total de 180.000 créditos de carbono, divididos entre 3 lotes de 60.000 mil créditos de carbono. Não houve nenhum lance, contudo, para a BM&F BOVESPA, o saldo foi positivo, pois fortalece o país no mercado de carbono gerando cada vez mais transparência. (BOVESPA, 2011) Os créditos de carbono no mercado oficial podem ser utilizados como forma de cumprimento das metas estipuladas no Protocolo de Quioto, bem como negociados com o objetivo de comercialização e revenda e podem ser adquiridos por Organizações Não- -Governamentais, sem objetivo de revenda, visando 140

à retirada dos créditos de carbono do mercado para proteção ambiental, aumentando, assim, a necessidade de projetos e de atividades sustentáveis. (SOUZA, 2007) ESTUDO DE CASO DA EMPRESA ALTO TIETÊ BIOGÁS LTDA. Por meio de entrevista realizada no dia 17/03/2011, foram obtidas as seguintes informações: A Empreiteira Pajoan Ltda. é responsável, desde janeiro de 2001, pelo aterro sanitário localizado no município de Itaquaquecetuba, São Paulo. O aterro recebe e recolhe uma média de duas mil toneladas de lixo doméstico por dia, das seguintes regiões: Poá, Suzano, Ferraz de Vasconcelos, Mogi das Cruzes, Itaquaquecetuba, Arujá, Carapicuíba, e Mairiporã. Em 2007, os sócios da Empreiteira Pajoan, preocupados com questões ambientais, criaram a Alto Tietê Biogás Ltda. para atuar diretamente no ramo de captação e oxidação térmica (queima) de biogás proveniente de aterro sanitário, contribuindo, dessa maneira, para a melhoria do meio ambiente, evitando a emissão de gás metano para a atmosfera. O Projeto de Captura de Gás de Aterro Sanitário Alto-Tietê foi implantado dentro dos moldes do Mecanismo de Desenvolvimento Limpo (MDL) pela empresa Alto Tietê Biogás Ltda. Esse projeto consiste na captura e queima do biogás gerado no aterro sanitário da Empreiteira Pajoan, bem como na melhoria das condições sócioambientais da região em que atua, contribuindo, dessa forma, para que muitas nações atinjam as metas de redução de emissão de GEE estabelecidas no Protocolo de Quioto. O biogás surge pela decomposição dos resíduos orgânicos depositados nos aterros sanitários. Devido ao fato da produção do biogás derivar de diversos resíduos orgânicos, como estrume de animais, lamas, lixo doméstico, resíduos agrícolas, entre outros, o biogás é um recurso natural e renovável que se encontra disponível durante um largo período de tempo, justificando-se, em muitos casos, a sua utilização energética, que é a estratégia em médio prazo da empresa Alto Tietê Biogás Ltda. A empresa gera e comercializa créditos de carbono por meio da destruição térmica do gás metano (CH4), um dos principais gases causadores do efeito estufa devido ao seu elevado potencial que é 21 vezes mais nocivo que o gás carbono (CO2) e destrutivo para o planeta. A queima do metano ocorre a todo instante e só para quando ocorre alguma interrupção como, por exemplo, queda de energia. A empresa estipula um período médio mais ou menos de dois anos para entrar no Ciclo de Desenvolvimento Limpo. O Projeto Alto Tietê Biogás está entre os 38 projetos de aterro sanitário em fase de validação/aprovação no ciclo do Mecanismo de Desenvolvimento Limpo e, atualmente, se alguma entidade responsável pedir algum esclarecimento sobre a metodologia utilizada ou qualquer informação adicional, é necessário voltar todo o ciclo novamente; e o tempo médio do começo do ciclo até a emissão das RCEs é de aproximadamente dois anos. (ALTO TIETÊ BIOGÁS, 2008). As Reduções Certificadas de Emissões (RCEs) ou Créditos de Carbono são calculadas exatamente sobre a quantidade do gás metano (CH4), destruído na planta. São feitos cálculos para apontamento de quantidade de RCEs geradas de acordo com o metano destruído, descontados itens como energia elétrica e consumo de GLP (chama piloto para combustão do metano). A geração de RCEs, portanto, não está relacionada ao carbono, e sim ao metano, que é 21 vezes Figura X: Fotos do Aterro Sanitário Fonte: Fotografia da empresa. 141

Figura XI: Foto da máquina para queima de gases e aparelhos para a medição dos gases Fonte: Fotografia da empresa. mais nocivo que o carbono, o que justifica a redução de emissões e consequentemente a geração de RCEs. A empresa Alto Tietê Biogás Ltda, devido à falta de regulamentação/normas sobre como deve ser a contabilização para mensurar os créditos de carbono, não contabiliza os créditos de carbono no ativo, mas elabora o inventário de emissões de Gases de Efeito Estufa. O projeto da empresa ainda está no ciclo do Mecanismo de Desenvolvimento Limpo, mas já realizou as vendas antecipadas dos créditos de carbono e apenas nesse momento ocorre a contabilização e os devidos tributos são recolhidos. Segundo os diretores da empreiteira Pajoan, na manhã do dia 25 de abril de 2011 foi identificada uma trinca enorme e logo acionaram a Companhia Ambiental do Estado de São Paulo (CETESB) após a vistoria estavam discutindo medidas de cautela, já que os relatórios internos não indicavam deslocamento e nesse momento o aterro cedeu. De acordo com os gestores, o aterro sofreu Figura XII: Vista área após a explosão Fonte: Portal Lacos. a chamada pane seca, sem qualquer associação a combustível inflado. O que ocorreu foi exatamente uma explosão, abrupta e imprevisível, do maciço de resíduos. Então houve um solapamento da parte inferior do aterro, que pertencia ao Cipas, antigo responsável pelo local, que era um lixão. Nesse espaço, foi formado um oco, que acabou cedendo. Com isso, toda drenagem de líquido foi comprimida na crista do aterro. O gás, naturalmente, expulsou os resíduos, provocando a explosão. Não houve vítimas na explosão e o aterro foi interditado por tempo indeterminado. Com isso, todo lixo que era depositado em Itaquaquecetuba está sendo depositado em Guarulhos temporariamente e a empreiteira Pajoan está aguardando um relatório técnico da Prefeitura de Itaquaquecetuba, bem como uma posição da CETESB. (ARCOS, 2011) CONSIDERAÇÕES FINAIS Diversos desastres causados pelo aquecimento global vêm acontecendo em várias partes do planeta e muito se fala que a causa é o efeito estufa. Porém, o efeito estufa natural é necessário para que haja vida no planeta, mas infelizmente o ser humano, pela ganância do capitalismo de primeiro enriquecer, ganhar muito dinheiro e depois pensar na natureza, adotou diversas atitudes, criou modelos de produção, poluição, consumismo, desmatamento e aumentando os gases poluentes. Com isso há uma interferência no efeito estufa natural e a consequência é o aumento de gases poluentes, ou seja, o aquecimento global. O Protocolo de Quioto e a Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudanças do Clima estabelecem metas de redução de gases de efeito estufa para os países desenvolvidos, bem como três mecanismos para que estes alcancem tais metas, e o Me- 142

canismo de Desenvolvimento Limpo é o único em que países em desenvolvimento participam de forma voluntária, por meio de projetos obedecendo a uma série de critérios estabelecidos pelo próprio Protocolo. (UNFCCC, 2011) Dessa forma, países como o Brasil podem ser beneficiados financeiramente pela venda dos créditos de carbono e contribuir para o meio ambiente, além decolaborarem com os países desenvolvidos para que alcancem suas metas de redução. O Protocolo de Quioto estabelece metas e prazos para o cumprimento e muitas são as expectativas se haverá um novo protocolo e se dessa vez os Estados Unidos vão aderir. As incertezas do que vai acontecer após 2012, quando expira o Protocolo de Quioto, ainda são um grande desafio para o Brasil e para o planeta. Por meio da entrevista realizada no dia 17/03/2011, detectou-se que a empresa Alto Tietê Biogás Ltda, por falta de normas contábeis, não mensura os créditos de carbono no ativo, mas elabora o inventário de emissões de gases de efeito estufa. A empresa apenas não contabiliza devido à falta de regulamentação e isso mostrou que a classe contábil deve adotar o bom senso e começar a se preocupar com esse fato, pois, à medida que novos negócios surgem a contabilidade deve acompanhá-los e exercer o seu papel perante a sociedade. Ainda não existem normas contábeis, fiscais e jurídicas sobre os Créditos de Carbono, que provocam muita discussão, e isso acaba dificultando novos negócios. Ainda se fala em projetos de lei de isenção sobre essa operação e as únicas entidades que se pronunciaram a respeito foram o Banco Central do Brasil, que entende que os Créditos de Carbono são Serviços Diversos, e a Comissão de Valores Mobiliários, que os entende como meros ativos, o que por sinal ainda é algo muito superficial, pois ainda há dúvidas. (RIBEIRO, 2005). As empresas que geram os créditos de carbono por meio do Mecanismo de Desenvolvimento Limpo devem mensurá-los na contabilidade? E em que momento devem ser mensurados, sabendo-se que o ciclo do MDL demora em torno de dois anos até a emissão dos Créditos de Carbono e, por isso, as empresas acabam vendendo antes da emissão propriamente dita? E como ficariam na contabilidade os créditos de carbono após a expiração, em 2012, do Protocolo de Quioto? Por fim, se faz necessário destacar que o mercado de carbono não é apenas uma forma de comercialização, abrange também a qualidade de vida das futuras gerações, contribuindo, dessa forma, para a sustentabilidade. E nós, como cidadãos do planeta, não precisamos esperar o que as próximas reuniões internacionais irão resolver a respeito de um novo protocolo. Precisamos fazer a nossa parte todos os dias. 143

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