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Transcrição:

Nome Nº Série / Ano Ensino Turma 3º Médio Disciplina Professor Natureza Código / Tipo Trimestre / Ano Data Filosofia Guilherme Atividade RE 2 o / 2016 24/06/2016 Tema: Nietzsche: Roteiro de estudos e lista de exercícios valor Releia atentamente todos os textos de Nietzsche e as demais apostilas por nós utilizadas em sala de aula. Consulte suas anotações de aula e analise as respostas dos exercícios e avaliações que resolvemos em sala de aula. Acesse o link abaixo para assistir uma vídeo aula sobre a filosofia de Nietzsche - https://www.youtube.com/watch?v=wszgkt2zs-c Se julgar necessário, pesquise e consulte materiais adicionais (didáticos ou paradidáticos) que lhe ajudem a apreender os conceitos, a teoria e o contexto do autor estudado. Depois dessas etapas você deverá sentir-se seguro e capaz para responder a essas questões básicas: OBS: Essa atividade deverá ser entregue diretamente ao professor no primeiro dia de aula ao retornar das férias e valerá um bônus de 0,5 pontos na média final. BOM ESTUDO! Múltipla escolha 01 (Ufsj 2013) Na filosofia de Friedrich Nietzsche é fundamental entender a crítica que ele faz à metafísica. Nesse sentido, é CORRETO afirmar que essa crítica a) tem o sentido, na tradição filosófica, de contentamento, plenitude. b) é a inauguração de uma nova forma de pensar sem metafísica através do método genealógico. c) é o discernimento proposto por Nietzsche para levar à supressão da tendência que o homem tem à individualidade radical. d) pressupõe que nenhum homem, de posse de sua razão, tem como conceber uma metafísica qualquer, que não tenha recebido a chancela da observação. 02 (Ufsj 2013) Ao declarar que a moral e a religião pertencem inteiramente à psicologia do erro, Nietzsche pretendeu a) destruir os caminhos que a psicologia utiliza para negar ou afirmar a moral e a religião. b) criticar essa necessidade humana de se vincular a valores e instituições herdados, já que o Homem é forjado para um fim e como tal deve existir. c) denunciar o erro que tanto a moral quanto a religião cometem ao confundir causa com efeito, ou a verdade com o efeito do que se considera como verdade. d) comprovar que a moral e a religião estão no imaginário coletivo, mas para se instalarem enquanto verdade elas precisam ser avalizadas por uma ciência institucionalizada. 03. (Ufsj 2012) Nietzsche identificou os deuses gregos Apolo e Dionísio, respectivamente, como a) complexidade e ingenuidade: extremos de um mesmo segmento moral, no qual se inserem as paixões humanas. b) movimento e niilismo: polos de tensão na existência humana.

c) alteridade e virtu: expressões dinâmicas de intervenção e subversão de toda moral humana. d) razão e desordem: dimensões complementares da realidade. 04. (Ufsj 2012) O que motivou a crítica de Nietzsche à cultura ocidental a partir de Sócrates foi a) a atitude niilista de Sócrates de recusar a vida e optar por ingerir a letal dose de cicuta. b) a busca e aferição da verdade por meio de um método que Sócrates denominou de maiêutica. c) o fato de Sócrates ter negado a intuição criadora da filosofia anterior, pré-socrática. d) a total falta de vinculação da filosofia socrática aos preceitos básicos de uma lógica possível, o que o tornava obscuro. 05. (UENP) Dadas as afirmações sobre o filósofo Nietzsche, assinale a alternativa INCORRETA. a) Nietzsche produziu uma profunda crítica ao cristianismo, sobretudo na obra O anticristo, em que afirma que o único cristão morreu na cruz. b) Nietzsche foi discípulo de Foucault, tomando para si, sem atribuir os devidos créditos, o método genealógico. Pode ser considerado um foucaultiano legítimo e teve como sua leitura predileta a obra Vigiar e punir, de Foucault. c) Ao longo de sua obra, Nietzsche tece duras críticas à modernidade e ao cristianismo, entendendo o último como platonismo do povo e, sobretudo, atacando os sacerdotes enquanto inversores dos valores nobres. d) Estudos aprofundados demonstram que na obra Vontade de Poder, atribuída a Nietzsche por diversos anos, constava uma série de afirmações introduzidas por intervenção de sua irmã, objetivando agradar ao partido nazista. e) Na obra Para a Genealogia da Moral, dividida em três dissertações, encontra-se, como temática central, o questionamento sobre a origem dos valores morais uma crítica ao utilitarismo inglês, além de outras, como ressentimento e ideais ascéticos. 06 A todos com quem realmente me importo desejo sofrimento, desolação, doença, maus-tratos, indignidades, o profundo desprezo por si, a tortura da falta de autoconfiança e a desgraça dos derrotados. (Nietzsche). A forma correta de interpretar esse aforismo é: a) Que o filósofo é um pessimista incondicional, capaz de perceber que o sofrimento só traz prejuízos às pessoas e que ele não se importa com o ser humano, desejando todo tipo de sofrimento até as pessoas que ele supostamente deseja o bem. b) Para o filósofo, o sofrimento faz parte da vida humana e que é necessário passar por eles para que possa o indivíduo se desenvolver como ser humano. c) Que se não tivermos fé em Deus, não seremos capazes de aprender com os problemas comuns da nossa vida. d) Que o ser humano vai sofrer cada vez mais se não reconhecer a importância absoluta existente na moral tradicional, que deve ser respeitada e seguida como universal e válida para todos. 07 A ideia do martelo de Nietzsche é entendida como a) uma afirmação sobre a valorização do universo racional e religioso no qual estava mergulhada a natureza humana do século XVIII. 2

b) argumento construído com a clara intenção de fomentar o debate e a defesa privilegiada dos valores e da moral cristã. c) uma normalização para todo e qualquer embate moral e sistemático no âmbito das relações do Homem com o mundo no qual ele está inserido. d) instrumento metafórico de destruição de todos os ídolos, de todas as crenças estabelecidas, de todas as convenções e valores transcendentais fundamentados na moral e na religião cristã, bem como na filosofia metafísica socrático-platônica. 08 Sobre o que diz Nietzsche a respeito da moral tradicional, assinale a alternativa incorreta: a) A moral tradicional não é valida e tampouco deve ser seguida, pois aquilo que ela considera justo e bom é sempre relativo a um grupo que possui interesses. Nesse caso, não é possível compreendê-la como algo universal e que possa ser considerada por toda a humanidade. b) Não existem valores imutáveis e universais. A moral estabelecida é fruto de uma construção histórica que procurou beneficiar um grupo de interessados, não existindo noções absolutas de bem e de mal. c) As noções de bem e mal estabelecidas pela moral tradicional são produtos histórico-culturais, elaboradas pelo homem a partir de interesses humanos, mas que, as religiões impõem como se fossem produtos da vontade de Deus. d) Seguir a moral tradicional é importante ao desenvolvimento humano, pois, segundo Nietzsche é por meio dela que o ser humano resgata as suas forças vitais, a sua dimensão dionisíaca e constrói o que ele chama de moral de senhores. 09 As morais de senhores, de escravos e de rebanho podem ser definidas respectivamente por: a) Moral que nega os valores vitais à procura da paz e do repouso, pois o indivíduo fica enfraquecido e tem diminuída sua potência. Moral que visa a conservação da vida e dos instintos fundamentais, fundada na capacidade de criação, de invenção, cujo resultado é a alegria, consequência da afirmação da potência. Moral baseada em valores cristãos, onde os indivíduos aceitam docilmente estes valores por crerem que são provenientes da vontade divina. b) Moral que nega os valores vitais à procura da paz e do repouso, pois o indivíduo fica enfraquecido e tem diminuída sua potência. Moral baseada em valores cristãos, onde os indivíduos aceitam docilmente estes valores por crerem que são provenientes da vontade divina. Moral que visa à conservação da vida e dos instintos fundamentais, fundada na capacidade de criação, de invenção, cujo resultado é a alegria, consequência da afirmação da potência. c) Moral que visa à conservação da vida e dos instintos fundamentais, fundada na capacidade de criação, de invenção, cujo resultado é a alegria, consequência da afirmação da potência. Moral que nega os valores vitais à procura da paz e do repouso, pois o indivíduo fica enfraquecido e tem diminuída sua potência. Moral baseada em valores cristãos, onde os indivíduos aceitam docilmente estes valores por crerem que são provenientes da vontade divina. d) Moral que visa à conservação da vida e dos instintos fundamentais, fundada na capacidade de criação, de invenção, cujo resultado é a alegria, consequência da afirmação da potência. Moral que nega os valores vitais à procura da paz e do repouso, pois o indivíduo fica enfraquecido e tem diminuída sua potência. Moral que nega os valores cristãos como absolutos e que por isso devem ser descartados. 10 O homem projetou em torno de si seus três dados interiores, nos quais cria firmemente: a vontade, o espírito e o eu. Primeiramente, deduzo a noção do ser da noção do eu, representando-se as coisas como existentes a sua imagem e semelhança, de acordo com sua noção do eu enquanto 3

causa. Que tem de estranho que depois tenha encontrado nas coisas apenas aquilo que eu mesmo tinha colocado nelas? O fragmento acima representa uma: a) descrição da máxima nietzscheana fundada na ideia da vontade de poder, em que o poder nos leva a acreditar num mundo objetivamente construído, o que se constitui no erro da causalidade. b) crítica ferrenha de Nietzsche a toda manifestação apolínea fundada na subjetividade ou na construção do eu a partir de uma vontade imanente declarada no erro da confusão entre a causa e o efeito. c) posição nietzscheana sobre as causas imaginárias, que revela o fracasso da existência humana a partir da crença que nutrimos em relação ao eu e ao ser e ao ordenamento que insistimos em dar para as coisas reafirmadas num logos. d) consideração na qual Nietzsche aprofunda as suas convicções acerca do erro como causalidade falsa e repercute a ideia da crença que temos num mundo interior repleto de fantasmas e de reflexos enganosos. Discursivas 01 - (UFMG-05) - Leia este fragmento de poema: As Contradições do Corpo Meu corpo não é meu corpo é ilusão de outro ser. Sabe a arte de esconder-me e é de tal modo sagaz que a mim de mim ele oculta.... Quero romper com meu corpo quero enfrentá-lo, acusá-lo, por abolir minha essência, mas ele nem sequer me escuta e vai pelo rumo oposto. ANDRADE, Carlos Drummond de. Corpo; novos poemas. Rio de Janeiro: Record. p. 7-9. A partir da leitura, explicite a temática filosófica presente nesse fragmento de poema e analise o significado das duas estrofes através dos conceitos nietzschianos de vontade de poder e vontade de verdade. Para responder as duas próximas questões leia os textos abaixo: O cristianismo, por sua vez, esmagou e alquebrou completamente o homem, e o mergulhou como que em um profundo lamaçal: então, no sentimento de total abjeção, fazia brilhar de repente o esplendor de uma piedade divina, de tal modo que o surpreendido, atendido pela graça, lançava um grito de embevecimento e por um instante acreditava carregar o céu inteiro em si. (NIETZSCHE, F. Humano, demasiado humano. Col. Os Pensadores. São Paulo: Nova Cultural, 1987. p. 59.) 4

Em Genealogia da Moral, Nietzsche tenta mostrar que a moral - que define, entre outras coisas, o que é bom e o que é mau - é um conceito que surge num lugar e num tempo determinado, ou seja, é relativo e foi inventado pelo homem. A moral não é Metafísica (explicada por algo além do mundo material) e nem atemporal. Ao investigar como surgiu entre os povos o juízo de bom e mau, Nietzsche afirma que há duas morais: a do senhor e a do escravo. A do senhor afirma a vida e baseia o bom no que há de positivo em si (ser belo, forte), enquanto o ruim é quem está limitado ao aspecto reativo da existência (ser humilde, fraco). A do escravo surge do ressentimento, vê o forte como mau e, por oposição, ele próprio, como sendo o bom. Nietzsche diz que o judaísmo e, em seguida o cristianismo, consolidou a moral do escravo como a única vigente. Com isso, houve uma inversão daquilo que os próprios nobres consideravam bom. Segundo a avaliação do sacerdote judeu ou cristão, o bom (na moral do senhor) passa a ser considerado mau e o ruim (que é o fraco na moral do senhor) passa a ser considerado bom. (http://filosofiacienciaevida.uol.com.br/esfi/edicoes/36/artigo141682-3.asp) Com base nos textos, responda as seguintes questões: 02 Selecione uma frase do texto de Nietzsche que apresenta a característica fundamental do cristianismo para ele. 03 Com base na frase selecionada, explique se, para Nietzsche, o cristianismo é uma doutrina que nega ou que valoriza a força, a saúde e a vida e se o cristianismo pode ser considerado moral do escravo ou moral do senhor. 04 Leia o trecho abaixo: Declarei guerra ao ideal anêmico do cristianismo (assim como ao que lhe diz respeito) não com o intuito de destruí-lo, mas para pôr fim à sua tirania [...] A continuação do ideal cristão faz parte das coisas mais desejáveis que existem: a não ser por causa do ideal que quer se valorizar a seu lado e, talvez, acima dele pois este precisa de adversários, e adversários vigorosos para se fortalecer. É assim que nós, imoralistas, utilizamos o poder da moral: nosso instinto de conservação deseja que nossos adversários conservem suas forças ele quer apenas se tornar senhor desses adversários. (NIETZSCHE, Friedrich. A Vontade de Poder, op. cit., 409) A partir dos conceitos de forças ativas e forças reativas explique a afirmação de Nietzsche de que, ao declarar guerra ao ideal cristão não busca exterminá-lo, mas simplesmente torná-lo escravo, dominá-lo. 05 Texto 1 O ser humano é a flor do céu que desabrochou na Terra. Sua semente foi plantada por Deus, sua bela imagem foi projetada por Deus e seu perfume agradável foi também presenteado por Deus. Não devemos perder essa bela imagem nem o agradável perfume. Nosso belo desabrochar é a manifestação da glória de Deus. (Seicho-no-ie do Brasil. Palavras de luz, 2013.) Texto 2 Em algum remoto rincão do universo cintilante que se derrama em um sem-número de sistemas solares, havia uma vez um astro em que animais inteligentes inventaram o conhecimento. Foi o minuto mais soberbo e mais mentiroso da história universal : mas também foi somente um minuto. Passados poucos fôlegos da natureza, congelou-se o astro e os animais inteligentes tiveram de morrer. Assim poderia alguém inventar uma fábula e nem por isso teria ilustrado suficientemente quão lamentável, quão fantasmagórico e fugaz, quão sem finalidade e gratuito fica o intelecto 5

humano dentro da natureza. Houve eternidades em que ele não estava; quando de novo ele tiver passado, nada terá acontecido. (Friedrich Nietzsche. Sobre verdade e mentira no sentido extramoral. Adaptado.) Os textos citados apresentam concepções filosóficas distintas sobre o lugar do ser humano no universo. Discorra brevemente sobre essas diferenças, considerando o teor antropocêntrico dos textos. 06 Em 1953, imediatamente após a morte de Stalin, o Partido Comunista Francês redige na primeira página de seu principal órgão de propaganda (France Nouvelle) o seguinte discurso: O coração de Stalin, ilustre companheiro de armas e prestigioso continuador de Lenin, o chefe, amigo e irmão dos trabalhadores de todos os países, cessou de bater. Mas o stalinismo vive, ele é imortal. O nome sublime do genial mestre do comunismo mundial resplandecerá com uma chamejante claridade pelos séculos, e será sempre pronunciado como amor pela humanidade reconhecida. A Stalin, para todo o sempre seremos fiéis. Os comunistas se esforçaram para merecer, por sua dedicação incansável à causa sagrada da classe trabalhadora [...], o título de honra de stalinistas. Glória eterna ao grande Stalin, cujas magistrais e imperecíveis obras científicas nos ajudarão a reunir a maioria do povo... À luz da filosofia nietzschiana, interprete o trecho acima identificando passagens que demonstram a religiosidade sem Deus (estrutura típica do pensamento moderno de acordo com Nietzsche) presente nesse discurso e comentando a crítica fundamental que o filósofo faz a essa estrutura. 6