UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE DEPARTAMENTO DE EDUCAÇÃO FÍSICA

Documentos relacionados
RELAÇÃO ENTRE CIRCUNFÊRENCIA DE PESCOÇO E OUTRAS MEDIDAS INDICADORAS DE ADIPOSIDADE CORPORAL EM MULHERES COM SOBREPESO E OBESIDADE.

RESUMO INTRODUÇÃO: Pessoas com sintomas de ansiedade apresentam maiores níveis de pressão arterial. A presença de ansiedade está associada com as

IMPACTO DO IMC SOBRE O DESEMPENHO MOTOR EM ATIVIDADES COM PREDOMINÂNCIA AERÓBIA DE MULHERES ACIMA DE 40 ANOS

EFEITOS DE DOIS PROTOCOLOS DE TREINAMENTO FÍSICO SOBRE O PESO CORPORAL E A COMPOSIÇÃO CORPORAL DE MULHERES OBESAS

SEMINÁRIO TRANSDISCIPLINAR DA SAÚDE - nº 04 - ano 2016 ISSN:

ASSOCIAÇÃO ENTRE PRESSÃO ARTERIAL E CAPACIDADE FUNCIONAL DE IDOSOS DE UM CENTRO DE ESPECIALIDADES MÉDICAS DE BELO HORIZONTE-MG

INFLUÊNCIA DO EXCESSO DE PESO NA FORÇA MUSCULAR DE TRONCO DE MULHERES

FIEP BULLETIN - Volume 82 - Special Edition - ARTICLE I (

AVALIAÇÃO DA APTIDÃO FÍSICA DOS PARTICIPANTES DO PROJETO DE EXTENSÃO INTERVALO ATIVO

Introdução. Nutricionista FACISA/UNIVIÇOSA. 2

PERFIL CLÍNICO, ANTROPOMÉTRICO E AVALIAÇÃO DO CONSUMO ALIMENTAR EM IDOSOS COM HIPERTENSÃO ARTERIAL NO MUNICÍPIO DE SANTA CRUZ-RN

FATORES ASSOCIADOS À DESISTÊNCIA DE PROGRAMAS MULTIPROFISSIONAIS DE TRATAMENTO DA OBESIDADE EM ADOLESCENTES

Os Benefícios da Atividade Física no Tratamento do Transtorno no Uso de Drogas

AVALIAÇÃO ANTROPOMÉTRICA DOS IDOSOS DO PROGRAMA INTEGRADO PARA A TERCEIRA IDADE PITI UNIJUÍ 1

INFLUÊNCIA DA CAMINHADA ORIENTADA EM PARÂMETROS FISIOLÓGICOS E PERCEPÇÃO DA QUALIDADE DE VIDA DE IDOSOS 1

Palavras-chave: exercícios; resultados; saúde.

COMPOSIÇÃO CORPORAL: análise e comparação entre alunos do ensino fundamental do município de Muzambinho e Guaxupé

PERFIL ANTROPOMÉTRICO DOS POLICIAIS MILITARES DE UM BATALHÃO DO MUNICÍPIO DE SÃO GONÇALO RIO DE JANEIRO

Avaliação Nutricional

AVALIAÇÃO ANTROPOMÉTRICA DE IDOSOS FREQUENTADORES DE UMA UNIDADE BÁSICA DE SAÚDE

CADERNO DE EXERCÍCIOS

PERFIL ANTROPOMÉTRICO DOS USUÁRIOS DE CENTROS DE CONVIVÊNCIA PARA IDOSOS NO MUNICÍPIO DE NATAL- RN

OBESIDADE E ATIVIDADE FÍSICA

MOTIVOS E BENEFÍCIOS QUE LEVAM A PRATICA DA GINÁSTICA NO GRUPO NO RITMO

CENTRO UNIVERSITÁRIO DE CARATINGA

MEDIDAS E AVALIAÇÃO DA ATIVIDADE MOTORA

AVALIAÇÃO DO ESTADO NUTRICIONAL E DO RISCO CARDIOVASCULAR DA CORPORAÇÃO DE BOMBEIROS DE MARINGÁ/PR

Projecto MobES, Mobilidade e Envelhecimento Saudável

E TREINAMENTO DE FORÇA BRIEF-REVIEW

EXCESSO DE PESO E FATORES ASSOCIADOS EM IDOSOS ASSISTIDOS PELO NASF DO MUNICÍPIO DE PATOS-PB

Avaliação da composição corporal de acadêmicos dos cursos de educação física e nutrição

RELAÇÃO ENTRE NÍVEIS DE IMC E DESEMPENHO MOTOR DE ADOLESCENTES DE UMA ESCOLA DE MARINGÁ

COLÉGIO SALESIANO DOM BOSCO DISCIPLINA: EDUCAÇÃO FÍSICA PROFESSOR : THIAGO FERNANDES SÉRIE: 2º ANO

TÍTULO: INFLUENCIA DO HIIT NA MASSA E MEDIDAS CORPORAIS RESISTENCIA MUSCULAR E AGILIDADE

DESPORTO E SAÚDE. Um encontro com Adultos do processo RVCC

TÍTULO: COMPARAÇÃO DO DESEMPENHO COGNITIVO E ESTADO EMOCIONAL CONFORME CLASSIFICAÇÃO DO ÍNDICE DE MASSA CORPORAL EM IDOSOS DA COMUNIDADE.

APTIDÃO FÍSICA DE IDOSAS PRATICANTES DE ATIVIDADE FÍSICA

IMPACTOS DA GINÁSTICA FUNCIONAL NA AUTOESTIMA DE IDOSOS NA MAIOR IDADE

AVALIAÇÃO DO ESTADO NUTRICIONAL DOS COLABORADORES E PROFESSORES DA FACISA/UNIVIÇOSA 1

DIFERENÇAS NA COMPOSIÇÃO CORPORAL DE ALUNOS DE ESCOLAS PÚBLICAS E PARTICULARES RESUMO

O QUE VOCÊ DEVE SABER SOBRE ATIVIDADE FÍSICA

CORRELAÇÃO ENTRE ÍNDICE DE MASSA CORPÓREA E NÍVEL DE ATIVIDADE FÍSICA DE IDOSOS EM UMA CIDADE DO NORDESTE BRASILEIRO

Tipo de pesquisa: Descritiva transversal com abordagem quantitativa

RELAÇÃO ENTRE O NOVO ÍNDICE DE ADIPOSIDADE CORPORAL COM O ÍNDICE DE MASSA CORPORAL EM CRIANÇAS. Ivair Danziger Araújo

Índice de massa corporal e prevalência de doenças crônicas não transmissíveis em idosos institucionalizados

ESTADO NUTRICIONAL E RISCO PARA DOENÇAS CARDIOVASCULARES EM IDOSOS

II Jornada de Ensino, Pesquisa e Extensão da UniEVANGÉLICA Anais do IX Seminário de PBIC Volume Anápolis-Go

INFLUÊNCIA DO TREINAMENTO SISTEMÁTICO DE HIDROGINÁSTICA NOS COMPONENTES DA APTIDÃO FÍSICA DE IDOSOS

INFLUÊNCIA DE ATIVIDADE RECREATIVA EM IDOSAS FREQUENTADORAS DE UM GRUPO DE ATIVIDADE FÍSICA DE UMA UNIDADE BÁSICA DE SAÚDE DE PONTA GROSSA

INVESTIGAÇÃO DE FATORES DE RISCO PARA SÍNDROME METABÓLICA EM UNIVERSITÁRIOS

CONEXÃO FAMETRO: ÉTICA, CIDADANIA E SUSTENTABILIDADE XII SEMANA ACADÊMICA ISSN:

DESEMPENHO MOTOR DE ADOLESCENTES OBESOS E NÃO OBESOS: O EFEITO DO EXERCÍCIO FÍSICO REGULAR

PROGRAMA INTEGRADO PARA A TERCEIRA IDADE (PITI) DA UNIJUÍ: EXERCÍCIO FÍSICO E QUALIDADE DE VIDA 1. Susana Da Silva De Freitas 2.

6º Simposio de Ensino de Graduação

AVALIAÇÃO DE DESEMPENHO FUNCIONAL DE IDOSOS INSTITUCIONALIZADOS

NUTRIÇÃO NO DESPORTO Como calcular as necessidades energéticas para cada indíduo?

10º Congreso Argentino y 5º Latinoamericano de Educación Física y Ciencias

Metodologia III METODOLOGIA. Universidade da Beira Interior 51

INTRODUÇÃO Avaliação Morfofuncional

Avaliação da Imagem Corporal de adolescentes estudantes do IF Sudeste MG - Câmpus Juiz de Fora

Autor(es) TALINE MELEGA TOME. Orientador(es) CLAUBERTO DE OLIVEIRA COSTA. Apoio Financeiro FAPIC/UNIMEP. 1. Introdução

Atividade. Cuidar da Saúde é uma atitude para toda a vida. física

Movimentação Física e Prática de Esportes: Eu quero mas não consigo e se consigo, quero mais

DISSERTAÇÃO Mestrado

A ANÁLISE DOS OBJETIVOS E A RELAÇÃO CINTURA QUADRIL EM PRATICANTES DE HIDROGINÁSTICA

SOBREPESO E OBESIDADE

COMPARAÇÃO DA QUALIDADE DE VIDA EM INDIVÍDUOS PRATICANTES DE MUSCULAÇÃO E SEDENTÁRIOS ATRAVÉS DO QUESTIONÁRIO SF-36 RESUMO

ÍNDICE. Resumo Agradecimentos Índice Geral Índice de Tabelas Índice de Anexos CAPÍTULO I 1 1. INTRODUÇÃO 1

INDICADORES ANTROPOMÉTRICOS E O RISCO DE DESENVOLVIMENTO DE DOENÇAS CARDIOVASCULARES EM UM GRUPO DE IDOSOS PRATICANTES DE EXERCÍCIO FÍSICO

PERCENTUAL DE GORDURA E RELAÇÃO CINTURA QUADRIL EM FUNCIONÁRIOS FEDERAL DE SANTA MARIA DADOS PARCIAIS

A INFLUÊNCIA DA HIDROGINÁSTICA NO ESTADO DE HUMOR DOS PARTICIPANTES DO ATIVE-SE/UNATI-UNICRUZ 1

STEP TRAINING: EFEITO DA PAUSA PASSIVA E ATIVA NO COMPORTAMENTO DA FREQUÊNCIA CARDÍACA E NA PERCEPÇÃO SUBJETIVA DE ESFORÇO RESUMO:

CAPITULO III METODOLOGIA

RELAÇÃO ENTRE DIFERENTES PROTOCOLOS DE AVALIAÇÃO ANTROPOMÉTRICA EM IDOSOS FISICAMENTE ATIVOS

A OBESIDADE E A SUA RELAÇÃO COM A QUALIDADE DE VIDA, DEPRESSÃO, AUTOESTIMA, AUTOIMAGEM E AUTOREALIZAÇÃO

5. APRESENTAÇÃO DOS RESULTADOS

Benefícios Fisiológicos

Universidade do Extremo Sul Catarinense SUMÁRIO

ESTADO NUTRICIONAL E FREQUÊNCIA ALIMENTAR DE PACIENTES COM DIABETES MELLITUS

A INFLUÊNCIA DE UM PROGRAMA DE EXERCÍCIOS FÍSICOS NA GORDURA CORPORAL DOS PARTICIPANTES DO PIBEX INTERVALO ATIVO 1

AVALIAÇÃO DA PERCEPÇÃO DE SAÚDE, QUALIDADE DE VIDA E APTIDÃO FÍSICA DO GRUPO CONVIVER DE SENADOR SALGADO FILHO/ RS 1

EXCESSO DE PESO, OBESIDADE ABDOMINAL E NÍVEIS PRESSÓRICOS EM UNIVERSITÁRIOS

12. CONEX Apresentação Oral Resumo Expandido 1 ÍNDICE DE MASSA CORPORAL DE ALUNOS DO PROJETO ESCOLA DA BOLA COM BASE NOS TESTES DA PROESP-BR

TÍTULO: CLASSIFICAÇÃO DA CAPACIDADE FUNCIONAL DE IDOSAS SUBMETIDAS A DIFERENTES PROGRAMAS DE EXERCÍCIO FÍSICO.

AUTOR(ES): LUIS FERNANDO ROCHA, ACKTISON WENZEL SOTANA, ANDRÉ LUIS GOMES, CAIO CÉSAR OLIVEIRA DE SOUZA, CLEBER CARLOS SILVA

TÍTULO: ÍNDICE DE CONICIDADE EM ADULTOS SEDENTÁRIOS DA CIDADE DE CAMPO GRANDE-MS

19 Congresso de Iniciação Científica EFEITOS DE UM PROGRAMA DE EXERCÍCIOS FÍSICOS NA CAPACIDADE CARDIORESPIRATÓRIA DE MULHERES COM SÍNDROME METABÓLICA

Disciplina: Avaliação da Adaptação Muscular ao Treinamento de Força: Métodos Indiretos

PREVALÊNCIA DE HIPERTENSÃO ARTERIAL E A RELAÇÃO CINTURA/QUADRIL (RCQ ) E ÍNDICE DE MASSA CORPORAL (IMC) EM ESTUDANTES

PROGRAMA DE ATIVIDADES FÍSICAS EM UNIDADES BÁSICAS DE SAÚDE DE GUARAPUAVA-PR

Ajustar Técnica usada na análise dos dados para controlar ou considerar possíveis variáveis de confusão.

ESTADO NUTRICIONAL E SINTOMAS DE ANSIEDADE E DEPRESSÃO EM PACIENTES ONCOLÓGICOS EM TRATAMENTO QUIMIOTERÁPICO

Aula 1 - Fatores de risco Cardiovascular

ASSOCIAÇÃO ENTRE A OBESIDADE E AS COMORBIDADES APRESENTADAS POR IDOSOS ATENDIDOS NA ESTRATÉGIA SAÚDE DA FAMÍLIA

TÍTULO: ADAPTAÇÃO TRANSCULTURAL E AVALIAÇÃO DAS PROPRIEDADES PSICOMÉTRICAS DO QUESTIONÁRIO HOLANDES DO COMPORTAMENTO ALIMENTAR

COMPARAÇÃO DA QUALIDADE DE VIDA EM INDIVÍDUOS PRATICANTES DE MUSCULAÇÃO E SEDENTÁRIOS ATRAVÉS DO QUESTIONÁRIO SF-36

AUTOCONCEITO E CAPACIDADES FÍSICAS DE IDOSOS PARTICIPANTES DE UM PROGRAMA DE PRÁTICAS CORPORAIS DE LONGA DURAÇÃO.

Minha Saúde Análise Detalhada

Transcrição:

UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE DEPARTAMENTO DE EDUCAÇÃO FÍSICA RELAÇÃO ENTRE AUTOESTIMA, MEDIDAS ANTROPOMÉTRICAS, RISCO CARDIOMETABÓLICO E INDEPENDÊNCIA FUNCIONAL EM IDOSOS PRATICANTES DE CAMINHADA NA ÁGUA DISCENTE: EDNALDO DE SOUZA PEREIRA NATAL-RN, 2016

EDNALDO DE SOUZA PEREIRA RELAÇÃO ENTRE AUTOESTIMA, MEDIDAS ANTROPOMÉTRICAS, RISCO CARDIOMETABÓLICO E INDEPENDÊNCIA FUNCIONAL EM IDOSOS PRATICANTES DE CAMINHADA NA ÁGUA Orientador: Prof. Dr. Jônatas de Barros França Trabalho de conclusão de curso apresentado ao Departamento de Educação Física da Universidade Federal do Rio Grande do Norte, como requisito para obtenção do título de Bacharel em Educação Física. Novembro, 2016

EDNALDO DE SOUZA PEREIRA RELAÇÃO ENTRE AUTOESTIMA, MEDIDAS ANTROPOMÉTRICAS, RISCO CARDIOMETABÓLICO E INDEPENDÊNCIA FUNCIONAL EM IDOSOS PRATICANTES CAMINHADA NA ÁGUA Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao Departamento de Educação Física da Universidade Federal do Rio Grande do Norte. Aprovado em: / / BANCA EXAMINADORA Prof. Dr. JÔNATAS DE FRANÇA BARROS. Universidade Federal do Rio Grande do Norte UFRN Orientador Msd. LUDMILA LUCENA PEREIRA CABRAL MARTINS. Universidade Federal do Rio Grande do Norte UFRN. Primeiro membro. Msd. MARYANA PRISCILA SILVA DE MORAIS. Universidade Federal do Rio Grande do Norte UFRN. Segundo Membro.

RESUMO: Objetivo: O objetivo do estudo foi verificar o nível de autoestima entre idosos praticantes de hidroginástica. Secundariamente, verificar a relação da autoestima com o estado nutricional, risco cardiometabólico e independência funcional. Metodologia: participaram do estudo 31 idosos (12 homens e 19 mulheres), recreacionalmente ativos há 6 meses, pertencentes ao projeto Minha Melhor Idade de extensão universitária da Universidade Federal do Rio Grande do Norte. Este é um estudo observacional do tipo transversal. Para avaliação da antropometria, foram medidos e extraídos: massa corporal (MC, kg), estatura (cm), circunferência da cintura (CC), circunferência abdominal (CA), relação cintura quadril (RCQ), razão cintura estatura (RCE). A autoestima foi avaliada através da Escala de Autoestima de Rosenberg, este instrumento contém 10 questões, sendo divididas igualmente entre aspectos positivos e autodepreciativos. As repostas advêm de uma escala tipo Likert, com opções de resposta como: concordo plenamente, concordo, discordo e discordo plenamente. Para a medida de independência funcional, foi aplicado o teste de levantar-se do chão a partir da posição decúbito ventral, o desempenho é medido em segundos, este teste pertencente ao protocolo GDLAM. Na análise estatística foram verificadas a normalidade e homogeneidade pelo teste de Shapiro-Wilk e Levene, respectivamente. Os dados descritivos paramétricos são apresentados em média e desvio padrão; os nãos paramétricos por mediana, moda e percentis 25 e 75. A ANOVA com post hoc de Bonferroni foi aplicado para os dados paramétricos, na sequencia o tamanho do efeito foi produzido pelo eta quadrado parcial (η2p). Para os dados paramétricos foi aplicado o teste de Kruskal-Wallis e Mann-Whitney. Adicionalmente, a correlação de Pearson foi utilizada para verificar a associação entre autoestima, IMC, teste funcional, RCE e RCQ. O nível de significância adotado foi de 5%. Resultados: Não houve diferença na autoestima entre idosos com peso normal, sobrepesados ou obesos (F(2, 28)=1,90, P=0,169, ƞ 2 p=0,119). Não foi demonstrado associação entre autoestima e IMC (r= -0,27; p=0,13); autoestima e RCQ (r=-0,28; p=0,12); autoestima e RCE (r=-0,31; p=0,81); autoestima e independência funcional (r=-0,19; p=0,29). Conclusão: Este estudo demonstra que idosos praticantes de hidroginástica possuem autoestima elevada, independente do perfil corporal e risco cardiometabólico aumentado.

INTRODUÇÃO O envelhecimento é um processo deletério natural sofrido pelo organismo, desde o nascimento até a morte. Este processo consiste em alterações em níveis físicos, sociais e psicológicos (MELO; GIAVONI, 2004). Fisicamente, as principais modificações se dão na composição corporal, principalmente pelo aumento da massa gorda, e diminuição da água corporal e massa magra (MELO; GIAVONI, 2004). Este último, fenômeno conhecido como sarcopenia, está relacionado com a diminuição das capacidades físicas e funcionais (PIERINE; NICOLA; OLIVEIRA, 2009). Somado as alterações físicas próprias do envelhecimento, idosos em situações cotidianas defrontam-se com uma sociedade que claramente discrimina indivíduos tidos como não atraentes. Além disso, podem acarretar distúrbios psicológicos, dentre eles os sentimentos de desprezo, abandono, inutilidade(chaim; IZZO; SERA, 2009). A literatura tem evidenciado que algumas variáveis, como a autoestima vulnerável, podem contribuir para o aparecimento dos sintomas depressivos em idosos ( HAYES; HARRIS; CARVER, 2004). A autoestima compreende a avaliação que uma pessoa faz de si mesma, podendo ser positiva ou negativa, podendo ser um sentimento de apreço ou rejeição (MEURER et al 2012). Sonstroem e Morgan 2010descrevem um modelo teórico sobre o exercício físico e a autoestima, sugerindo que por meio da prática de exercícios físicos haja melhorias das percepções da auto eficácia, da competência física e da aceitação física, o que interferiria diretamente na autoestima (SONSTROEM; MORGAN, 1989). Distúrbios na percepção do corpo podem ser investigados com base na relação da percepção da imagem corporal com os índices e as medidas antropométricas ( PEREIRA et al., 2009). Entretanto, como a atividade física aumenta o gasto energético e é um fator modificável, seu incremento pode ser de extrema relevância para se alcançar um determinado peso e composição corporal. Além disso, as doenças crônicas não transmissíveis podem ser reduzidas com a prevenção, incluindo a atividade física na mudança do estilo de vida (FERREIRA, 2003).

Um dos exercícios mais praticados pelos idosos é a hidroginástica, devido às características apresentadas pela água, que facilitam a locomoção, podendo aliviar o estresse sobre as articulações do corpo e proporcionando maior facilidade na execução de movimentos que seriam difíceis de realizar na terra (STREIT; CONTREIRA; CORAZZA, 2011). Por ser uma atividade predominantemente grupal, ela ainda favorece a socialização e beneficia componentes psicológicos ao possibilitar a interação entre os participantes (CERRI; SIMÕES, 2007). O objetivo do presente estudo foi verificar o nível de autoestima de idosos praticantes de hidroginástica, participantes do projeto de extensão Minha Melhor Idade da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN). Secundariamente, foi verificar a associação entre autoestima, estado nutricional, risco cardiometabólico e independência funcional em idosos. A justificativa do presente estudo se dá pela necessidade de avaliar o estado de autoestima de idosos, da supracitada localidade e automaticamente contribuir com o escopo evidências dessa modalidade.

METODOLOGIA Tipo de estudo Trata-se de um estudo observacional, do tipo transversal onde foi verificado o nível de autoestima e a sua relação com estado nutricional, marcadores de risco cardiometabólico e independência funcional em idosos praticantes de hidroginástica. Amostra do Estudo Participaram do estudo 31 idosos (12 homens; 19 mulheres), recreacionalmente ativos. Foram incluídos na amostra exclusivamente sujeitos praticantes de caminhada na água há pelo menos seis meses. A amostragem do presente estudo foi do tipo não probabilista e selecionado por conveniência, em idosos atendidos ao projeto de extensão Minha Melhor Idade, da Universidade Federal do Rio Grande do Norte. Avaliação antropométrica A massa corporal (kg) e estatura (m) foram avaliadas através da balança digital Welmy W300 (Welmy, Brasil). O índice de massa corporal (IMC) foi obtido através da divisão da massa corporal pela altura ao quadrado (kg/m²). Adicionalmente, através das medidas de circunferências da cintura e quadril (cm) foram calculados os índices de relação cintura estatura (RCE) e relação cintura quadril (RCQ). A classificação obedeceu aos critérios: RCE acima de 0,5 é considerado fator de risco cardiometabólico (BROWNING; HSIEH; ASHWELL, 2010); RCQ maior que 0,90 e 1,03 para homens e mulheres, respectivamente, oferece risco muito alto para doenças cardiovasculares e morte prematura. (ACSM, 2010) Hidroginástica: Descrição da intervenção As aulas de caminhada na água aconteciam 3 vezes por semana, e tinham como objetivo principal desenvolver as capacidades cardiorrespiratória e força muscular, além da socialização entre idosos. As aulas eram divididas em três partes: aquecimento, parte principal e desaquecimento. O aquecimento

possuía duração 10min com o objetivo de elevar a carga interna percebida pelos participantes para próximo da exigência programada para o dia. Para isto, eram utilizadas tarefas como: deslocamento lateral, corrida para frente e trás, marcha estacionária. A parte principal trabalhada em forma de circuito possuía 30min, com o objetivo de desenvolver a capacidade cardiorrespiratória e força muscular. Para isto, eram realizadas tarefas como: Polichinelo, marcha estacionária, exercícios com pesos livres e demais recursos aquáticos (pranchas, halteres, macarrão, barras). A intensidade programada das sessões era para o domínio moderado, controlada através da percepção visual.por fim, o desaquecimento possuía 10min com objetivo de diminuir o esforço físico para próximo do repouso, através de exercícios de alongamento para os principais grupamentos musculares. Escala de autoestima de Rosenberg Para avaliação da autoestima foi utilizado a Escala de autoestima de Rosenberg (1965), adaptado e validado para a população brasileira (MEURER et al., 2012). O questionário contém 10 itens, onde cinco destas estão relacionadas a aspectos positivos e cinco de uma visão autodepreciativa. A partir de uma escala tipo Likert, contendo 4 pontos, as opções de resposta variam entre concordo plenamente, concordo, discordo e discordo plenamente. Para avaliação do instrumento é gerado um escore com a soma da pontuação de todas as questões. Quanto maior o valor alcançado, maior o nível de autoestima. Este instrumento foi aplicado durante uma semana, antes do início das aulas. Teste funciona Para avaliação da independência funcional foi utilizado o teste de levantar-se da posição decúbito ventral, extraído do protocolo GDLAM. O objetivo é avaliar a habilidade que o indivíduo tem de levantar-se do chão. O idoso é solicitado a ficar na posição em pé o mais rápido possível a partir da posição de decúbito ventral. O desempenho no teste pode ser classificado em: fraco (>4,40 seg); regular (3,30 à 4,40 seg); bom (2,63 à 3,29 seg); muito bom (<2,63 seg) (MARTIN DANTAS; GOMES DE SOUZA VALE, 2004)

Analise estatística A normalidade e a homogeneidade das variâncias foram verificadas pelo teste de Shapiro-Wilk e Levene, respectivamente. Os dados descritivos paramétricos foram apresentados em média e desvio padrão, e os não paramétricos em mediana e percentis 25 e 75. ANOVA Univariada seguida pelo post hoc de Bonferroni foi usada para comparar os desfechos paramétricos. O tamanho do efeito das variâncias foi calculado pelo eta quadrado parcial (η2p). O teste de Kruskal-Wallis seguido pelo teste de Mann-Whitney foi utilizado para comparar os desfechos não-paramétricos. A correlação de Pearson foi utilizada para verificar a associação entre o nível de autoestima para com: IMC, desempenho no teste funcional, RCE e RCQ. O nível de significância adotado foi de 5% (P<0,05). Os procedimentos estatísticos foram realizados com auxílio do SPSS for Win/v.22.0 (Statistical Package for Social Sciences, Chicago, IL, USA).

RESULTADOS Tabela 1 apresenta a idade, medidas antropométricas e capacidade funcional dos idosos com peso normal, sobrepeso e obesidade. A idade, estatura, circunferência de quadril e independência funcional não foi diferente entre os grupos (P>0,05). A circunferência de cintura, circunferência abdominal e razão cintura/estatura foram diferentes entre os grupos (P<0,001). Análise de post hoc mostrou que esses três desfechos foram maiores no grupo obesidade quando comparado ao grupo sobrepeso (P<0,05) e peso normal (P<0,05). A razão cintura/quadril também foi diferente entre os grupos (P=0,012). Análise de post hoc mostrou que o grupo obesidade possui valores maiores que o grupo de peso normal. Tabela 1. Medidas antropométricas e capacidade funcional entre idosos com peso normal, sobrepeso e obesidade. Peso Normal (n = 6) Sobrepeso (n = 14) Obesidade (n = 11) P valor Idade (anos) 70,0 (2,2) 69,8 (7,4) 68,5 (8,8) 0,878 Estatura (cm) 159,7 (5,1) 160,6 (6,7) 156,6 (7,9) 0,372 MC (kg) 61,0 (5,4) 71,3 (8,0) 80,4 (12,0) a 0,001 CC (cm) 88,0 (82,5-91,0) 96,3 (92,2-100,0) 102,0 (98,5-110,0) a,b <0,001 CA (cm) 92,5 (6,3) 101,0 (7,5) 109,4 (6,3) a,b <0,001 CQ (cm) 98,4 (3,9) 102,2 (5,2) 105,0 (7,4) 0,107 RCQ 0,87 (0,86-0,92) 0,94 (0,91-0,97) 101,0 (0,95-1,06) a 0,012 RCE 0,55 (0,53-0,56) 0,60 (0,56-0,62) 0,65 (0,65-0,68) a,b <0,001 Teste funcional (s) 2,97 (0,94) 3,64 (1,34) 4,15 (2,64) 0,475 Valores: média e desvio padrão para dados paramétricos e mediana e percentis 25 e 75 para dados não paramétricos. CA, circunferência do abdome; CC, circunferência da cintura; CQ, circunferência do quadril; MC, massa corporal; RCE, razão cintura/estatura; RCQ, razão cintura/quadril. a Diferente (P<0,05) do grupo com peso normal. b Diferente (P<0,05) do grupo com sobrepeso.

A figura 1 apresenta o nível de autoestima dos idosos com peso normal, sobrepeso e obesidade. Não houve diferença entre os grupos de idosos (F(2, 28)=1,90, P=0,169, ƞ 2 p=0,119). Não foi demonstrada associação entre o desfecho autoestima e IMC (r= -0,27; p=0,13); autoestima e RCQ (r=-0,28; p=0,12); autoestima e RCE (r=- 0,31; p=0,81); autoestima e independência funcional (r=-0,19; p=0,29). Figura 1. Autoestima de idosos com peso normal, sobrepeso e obesidade.

DISCUSSÃO Tivemos como objetivo verificar o nível de autoestima de idosos praticantes de hidroginástica e sua relação com o estado nutricional, risco cardiometabólico e independência funcional. Foi visto um alto nível de autoestima entre os idosos, independentemente do estado nutricional atual. Ademais, apesar de tanto a RCE e RCQ se demonstrarem superiores em idosos obesos, não existiu nenhuma associação com os níveis de autoestima. Da mesma forma, não foi demonstrada associação da autoestima com a capacidade funcional de idosos. A autoestima elevada proporciona ao idoso, melhoras significativas na sua autoconfiança e autoimagem, tais melhoras refletem na maneira de lidar com as situações cotidianas, lhes dando motivação. Este sentimento positivo sobre si mesmo acarreta em diminuição das chances de desenvolver doenças psicossomáticas, tais como depressão e ansiedade. Nesse contexto, um estudo conduzido por de Park; Han (2002) mostrou que maiores índices de autoestima estão relacionados com maior satisfação com a vida. Adicionalmente, Meurer et al (2009), verificaram que pessoas com autoestima elevada são pessoas satisfeitas e felizes. Embora autoestima elevada, é importante reconhecer o risco cardiometábolico aumentado na maioria dos idosos avaliados. Medidas simples como RCQ e RCE são úteis na prática clínica para informar o estado de obesidade central de um indivíduo. A RCE parece ser mais confiável que outros indicadores isolados como a CC e o próprio IMC (ASHWELL; GUNN; GIBSON, 2012). No Brasil, um estudo de base populacional conduzido por Rodrigues et al. 2010 mostrou associações da RCE com hipertensão arterial (homens=0,52; mulheres=0,53) e síndrome metabólica (homens=0,53; mulheres=0,54) (RODRIGUES; BALDO; MILL, 2010). Além disso, em uma revisão sistemática a partir de uma análise intercontinental, Browning et al. 2010 demonstraram que RCE superior a 0,5 está associado maior risco para doenças cardiovasculares e diabetes; a mensagem principal foi mantenha sua cintura a metade de sua altura (BROWNING; HSIEH; ASHWELL, 2010).

Indubitavelmente, o exercício físico regular pode prevenir, reduzir o risco e tratar doenças cardiometabólicas (CHODZKO-ZAJKO et al., 2009; GARBER et al., 2011). A hidroginástica é um exercício amplamente indicado para o público idoso, por se tratar de uma atividade de baixo impacto e que proporciona aumento da flexibilidade, resistência e mudanças benéficas na composição corporal. Está diretamente ligada a prevenção e tratamento de doenças cardiometabólicas. Além disso, esta atividade oferece um ambiente de relaxamento, trazendo benefícios de nível social, através do convívio com os outros praticantes. E ainda, melhora a autoestima e a autoimagem, combatendo sintomas de ansiedade, estresse e depressão. Como limitação é importante considerar a ausência de correção para fatores intervenientes na autoestima, como: escolaridade, nível socioeconômico etc. Além disso, o teste funcional utilizado representa apenas uma de várias atividades de vida diária do idoso. Assim, testes mais abrangentes podem trazer maior clareza.

CONCLUSÃO Este estudo demonstra que idosos praticantes de hidroginástica possuem autoestima elevada, independente do perfil corporal e risco cardiometabólico aumentado. Nós sugerimos que esse estado elevado de autoestima pode favorecer o engajamento no exercício físico. Desse modo, a autoestima pode desempenhar um papel coadjuvante na redução do risco cardiometabólico de idosos.

REFERENCIAS ACSM. Diretrizes do ACSM para os Testes de Esforço e sua Prescrição. 8. ed. [s.l.] Guanabara Koogan, 2010. BROWNING, L. M.; HSIEH, S. D.; ASHWELL, M. A systematic review of waistto-height ratio as a screening tool for the prediction of cardiovascular disease and diabetes: 0 5 could be a suitable global boundary value. Nutrition research reviews, v. 23, n. 2, p. 247 69, 2010. CERRI, A.; SIMÕES, R. Hidroginástica e Idosos: por que eles praticam? Movimento (ESEF/UFRGS), v. 13, n. 2001, p. 81 92, 2007. CHAIM, J.; IZZO, H.; SERA, C. T. N. Cuidar em saúde: satisfação com imagem corporal e autoestima de idosos. O Mundo da Saúde, São Paulo, v. 33, n. 2, p. 175 181, 2009. FERREIRA, M. T. O papel da atividade física na composição corporal de idosos. Revista Brasileira de Ciências da Saúde, v. 1, n. 1, p. 43 52, 2003. HAYES, A. M.; HARRIS, M. S.; CARVER, C. S. Predictors of self-esteem variability. Cognitive Therapy and Research, v. 28, n. 3, p. 369 385, 2004. MARTIN DANTAS, E. H.; GOMES DE SOUZA VALE, R. Protocolo GDLAM de avaliação da autonomia funcional. Fitness & Performance Journal, v. 3, n. 3, p. 175 183, 2004. MELO, G. F. DE; GIAVONI, A. Comparação dos efeitos da ginástica aeróbica e da hidroginástica na composição corporal de mulheres idosas. Revista Brasileira de Ciência e Movimento, v. 12, n. 2, p. 13 18, 2004. MEURER, S. T. et al. Validade de construto e consistência interna da escala de autoestima de Rosenberg para uma população de idosos brasileiros praticantes de atividades físicas. Motricidade, v. 8, n. 4, p. 5 15, 31 dez. 2012. PEREIRA, É. F. et al. Relação entre diferentes indicadores antropométricos e a percepção da imagem corporal em idosas ativas. Revista de Psiquiatria Clinica, v. 36, n. 2, p. 54 59, 2009. PIERINE, D. T.; NICOLA, M.; OLIVEIRA, É. P. Sarcopenia : alterações metabólicas e consequências no envelhecimento. R. bras. Ci. e Mov, v. 17, n.

3, p. 96 103, 2009. SONSTROEM, R. J.; MORGAN, W. P. Exercise and self-esteem: rationale and model. Medicine and science in sports and exercise, v. 21, n. 3, p. 329 37, jun. 1989. STREIT, I. A.; CONTREIRA, A. R.; CORAZZA, S. T. Efeitos de um programa de hidroginástica no equilíbrio de idosos. ConScientiae Saúde, v. 10, n. 2, p. 339 345, 2011.