SAÚDE MENTAL DO ENFERMEIRO E O SETOR DE EMERGÊNCIA: UMA QUESTÃO DE SAÚDE NO TRABALHO



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Transcrição:

SAÚDE MENTAL DO ENFERMEIRO E O SETOR DE EMERGÊNCIA: UMA QUESTÃO DE SAÚDE NO TRABALHO Valesca Boarim da Silva 1 Regina Célia Gollner Zeitoune 2 Introdução:Trata-se de nota prévia de estudo que tem como objeto a saúde mental do enfermeiro que atua no setor de emergência de um hospital geral público localizado no município do Rio de Janeiro. O dia-a-dia do trabalho do profissional enfermeiro suscita uma série de fatores desencadeantes de respostas emocionais e físicas, ligados diretamente ao fato de se dedicar ao cuidado com outros seres humanos, providos também de representações emocionais e físicas daquele cuidado. Através da realidade vivenciada na emergência constata-se que, cresce o número de profissionais enfermeiros afastados de seu local de trabalho por motivo de doença, sendo sofrimento psíquico, implícito ou explicito nas licenças médicas, o motivo das licenças, o que não tem sido investigado o nexo causal. Neste perspectiva há uma perda de enfermeiros competentes, conhecedores do seu trabalho, causando um grande prejuízo para o atendimento da população, que precisa de um serviço que possa atender suas necessidades de saúde. Não podemos esquecer o desgaste físico e mental envolvido no processo de investimento profissional do enfermeiro que compromete sua vida como um todo, não excluindo a influência na saúde mental desse trabalhador. Frente a esses fatos foram traçadas as 1. Enfermeira/SES/HEPII. Enfermeira do Trabalho. Mestranda de Enfermagem/EEAN/UFRJ. R. Conselheiro Galvão 210 6/303. Madureira. Cep: 21360000. 2. Professora Adjunta do Departamento de Enfermagem de Saúde Pública/EEAN/UFRJ Doutora em Enfermagem. Pesquisadora do Núcleo de Pesquisa Enfermagem e Saúde do Trbalhador/do NUPENST/DESP/EEAN/UFRJ.. regina.zeitoune@gmail.com.

seguintes questões norteadoras: Qual a percepção do enfermeiro, que atua em setor de emergência de um hospital geral público, acerca da influência do seu trabalho para a sua saúde mental? O enfermeiro identifica no seu trabalho fatores que interferem na sua saúde mental? Quais as estratégias utilizadas por esse trabalhador para manter a sua saúde mental? Objetivos: Com vistas às questões são objetivos do estudo: descrever a percepção dos enfermeiros que atuam no setor de emergência de um hospital geral público acerca das situações de trabalho que interferem na sua saúde mental; analisar na percepção do enfermeiro a relação entre o trabalho no setor de emergência e a saúde mental do profissional; discutir as estratégias utilizadas pelos enfermeiros frente à sua realidade de trabalho com vistas à manutenção da saúde mental. O termo percepção no estudo é definido como um conjunto de sensações responsáveis por dar forma a um objeto, ou seja, a percepção conduz a apreensão da realidade ou de uma situação objetiva pelo homem. O referencial teórico utilizado é baseado nos estudos de Beck (2000), Bianchini (1999), Seligmann-Silva (1994), Dejours (1994) entre outros, que tratam sobre o tema sofrimento psíquico relacionadas ao processo de trabalho. Dentro do aporte teórico procura-se destacar as questões ligadas ao trabalho do enfermeiro no setor de emergência, onde o conceito de emergência e o papel do profissional enfermeiro, sendo referenciados para contextualizar suas implicações para a saúde mental desse profissional. Com base nas definições de saúde e saúde do trabalhador, apontadas pela OMS/OIT é possível compreender que para esse trabalho é preciso ampliar a idéia de saúde como um desenvolvimento integral das pessoas e da comunidade, deslocando-se da

doença à saúde e passando a observar como os seres humanos vivem em seu cotidiano. Outro foco de atenção está vinculado às questões de organização do trabalho e sua influência na saúde mental do enfermeiro que atua no setor de emergência. Através de conceitos como cargas psíquicas de Laurell e estratégias defensivas de Dejours o estudo delineia sua trajetória teórica para consolidar as bases na qual o estudo está pautado. O aporte teórico é enriquecido e finalizado com o conceito cuidar de si como manutenção da saúde do trabalhador enfermeiro, onde fica clara a necessidade do profissional enfermeiro colocar em prática todo seu conhecimento sobre cuidado nele mesmo, investindo numa maximização da sua força de trabalho. Além disso, é preciso inserir o enfermeiro nas questões que envolvem seu trabalho, fazendo com que esse trabalhador seja mais ativo e preocupado em participar nas lutas de melhores condições de trabalho e consequentemente melhores condições de assistência para seus assistidos. Não esquecendo o importante papel dos locais de trabalho na conscientização do acolhimento dos profissionais que cuidam, possibilitando um ambiente de trabalho cooperativo, onde a relação de cuidar-cuidado é entendida de uma forma mais ampla, abrangendo o profissional da saúde como objeto desse cuidado. Metodologia:O estudo será desenvolvido na perspectiva filosófica da dialética com abordagem qualitativa, descritiva. Tal abordagem propiciará caracterizar as interpretações do grupo de enfermeiros que atua no setor de emergência de um hospital público no que tange sua relação psíquica com o trabalho e a implicação dessa relação para sua saúde mental. O cenário escolhido é um Hospital geral de grande porte, público, localizado na zona oeste da cidade do Rio de Janeiro. Trata-se de uma

área bastante abrangente, onde o número populacional também é elevado. O ambiente de trabalho dessa emergência, onde profissional de saúde das mais diversas áreas de atuação desenvolvem seu papel, se divide em 10 espaços de funções distintas. Neles encontram-se os serviços de traumatologia, pediatria, UPC (Unidade de Paciente Crítico), repouso, injetável, SPA (Sala de Pronto Atendimento), atendimento clínico, ortopedia, serviço de imagem e serviço dentário. O ambiente físico desse hospital se estende em um longo corredor, que se desmembra em diversas portas onde esses serviços supracitados se encontram. A equipe de enfermagem do setor de emergência dispõe de um quadro de 21 enfermeiros, 74 técnicos de enfermagem, 37 auxiliares de enfermagem, que trabalham em plantão numa escala de 24horas trabalhadas por 120 horas de descanso, divididos em seis equipes de trabalho. A jornada de trabalho equivale a 30 horas semanais. A escolha do enfermeiro como sujeito dessa pesquisa se dá pelo fato de ser este o membro dentro da equipe de enfermagem com maior responsabilidade profissional e por fazer parte de um grupo de seres humanos inseridos num momento histórico que assumem seu próprio conhecimento e através dele expressa sua identidade, representações e o conjunto de códigos culturais. A coleta de dados será através de um roteiro de entrevista semi-estruturado, onde os participantes da pesquisa poderão expressar seus pensamentos acerca das implicações do seu trabalho no setor de emergência na saúde mental do trabalhador. As entrevistas serão realizadas numa sala reservada nos intervalos do serviço desse profissional para o momento da coleta dos dados e gravadas com o consentimento prévio dos participantes. A análise desses dados se fará por

construção de categorias emergentes da fala dos sujeitos, onde estes dados serão agrupadas por associação de idéias e identificação dos relatos entre si, possibilitando o melhor entendimento dos dados analisados. Os aspectos éticos da pesquisa estarão respaldados pela Resolução 196/96 do Conselho Nacional de Saúde, onde o anonimato dos entrevistados será garantido. O projeto está em fase de defesa e a seguir aprovação em Comitê de Ética. Palavras-chave: Saúde do trabalhador; Enfermagem; saúde mental; emergência. Área temática: Saúde do Trabalhador