A DISCIPLINA HISTÓRIA E EVOLUÇÃO DA OPTOMETRIA DO CURSO SUPERIOR DE TECNOLOGIA EM OPTOMETRIA ATRAVÉS DE UM AMBIENTE VIRTUAL



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Transcrição:

A DISCIPLINA HISTÓRIA E EVOLUÇÃO DA OPTOMETRIA DO CURSO SUPERIOR DE TECNOLOGIA EM OPTOMETRIA ATRAVÉS DE UM AMBIENTE VIRTUAL Miriam Freiberger Souza 1 - Marlise Geller 2 RESUMEN La educación a distancia está siendo cada vez más propagada en los campus universitarios como una nueva modalidad de educación, donde por el medio de lo empleo de la internet el alumno puede navegar por lo inmenso ciberespacio agregando y construyendo conocimiento. El artículo tiene como finalidad demostrar como está ocurriendo el proceso de enseñanza-aprendizaje de la disciplina Historia e Evolução da Optometria del Curso Superior de Tecnologia em Optometria por intermedio del ambiente virtual, el TelEduc. Con el fin de investigar este proceso, buscamos también comprobar como está ocorriendo la interacción y la colaboración entre alumnos/alumnos, alumnos/maestros en este ambiente, ocupando las herramientas de comunicación ofrecidas por el ambiente virtual. PALABRAS CLAVE: Educación, aprendizaje colaborativa, interacción, ambiente virtual. 1. INTRODUÇÃO Ambiente virtual é um ambiente produzido pelo homem a fim de proporcionar diferentes graus de liberdade ou controle, fornecendo espaços para explorar, expressar e comunicar idéias. É através de um ambiente virtual que um curso a distância pode ser acessado. Todas as informações e ferramentas são disponibilizadas na tela, incorporando uma série de recursos, despertando a comunicação e a interação entre as pessoas. Logo, o espaço virtual pode assumir todas as dimensões possíveis... o tempo flui diferente;... sua origem é permanente reinicializavel : não fornece mais acontecimentos prontos mas eventualidades. O virtual não substitui o real, ele ajuda a lhe dar o sentido. (Parente, 2001, p. 42-121). Portanto, nosso aluno se desloca visualmente e virtualmente dentro do TelEduc, questionando, construindo e interagindo através das várias ferramentas oferecidas por este ambiente. O conhecimento, por sua vez, é o fruto de uma aprendizagem, ou seja, o resultado de uma virtualização da experiência imediata. (Lévy, 2001, p.58). A metodologia desse trabalho baseia-se em encontros semi-presenciais e virtuais, onde os alunos do curso de Optometria estão vivenciando uma nova experiência, pois eles são os próprios construtores de seu progresso. Procuramos desenvolver a participação de todos em atividades de trocas interativas, entre os alunos/alunos e alunos/professores estimulando as escolhas e controle do seu próprio ritmo de aprendizagem. A verdadeira educação se dá em um ambiente de troca, crítica, trabalho em conjunto, mesmo que seja um pequeno grupo a participar. Isto está sendo verificado quando os alunos interagem utilizando os recursos síncronos e assíncronos do TelEduc. As ferramentas de interação mais utilizadas até o momento são: o e-mail e o fórum de discussão. Já as de aprendizagem são consultadas na própria página do curso, 1 Aluna do Curso de Pós-Graduação em Informática na Educação da Universidade Luterana do Brasil ULBRA. E-mail: erpazo@terra.com.br 2 Professora da Universidade Luterana do Brasil ULBRA. Doutoranda do Pós-Graduação em Informática na Educação da Universidade do Rio Grande do Sul PGIE-UFRGS. E-mail: m.geller@terra.com.br.

através de links externos para visita guiada em sites de interesse, sugestão de leitura, etc. As atividades são programadas a fim de garantir uma reflexão e construção baseada na pesquisa orientada, aproveitando os recursos oferecidos pelo ambiente Word Wide Web (WWW), a fim de que ela seja realizada. Segundo Piaget: o principal objetivo da educação é criar homens que sejam capazes de fazer novas coisas e não de simplesmente repetir o que outras gerações fizeram, homens que sejam criativos, inventores e descobridores; o segundo objetivo da educação é formar mentes que possam ser criticas, que possam analisar e não aceitar tudo o que lhes é oferecido (1969, p.182). Durante esta experiência, percebe-se que o aluno está desenvolvendo a aprendizagem colaborativa, a pesquisa em grupo, a troca de resultados e a interação aumentando assim sua aprendizagem, construindo conhecimento. 2. AMBIENTE VIRTUAL PARA O APÓIO AO PROCESSO DE ENSINO E APRENDIZAGEM Um ambiente virtual de aprendizagem que apoie o processo de ensino e aprendizagem deve possibilitar livres interações sociais entre os alunos e professores propiciando o surgimento de ações conjuntas, como a aprendizagem colaborativa. Neste ambiente enriquecido com recursos da informática o aluno, o professor e os colegas, expressam, elaboram, compartilham, melhoram e entendem as suas criações, fazendo com que pensem o seu próprio pensamento, pois educação é mudança de comportamento. Os ambientes virtuais são toda a forma de organização de diferentes fontes de informação a partir de uma plataforma digital, ou seja, no caso de cursos on-line, a partir da WWW. Estes ambientes virtuais aparecem na forma de páginas WWW, podendo apresentar conteúdos e atividades com propósitos de auto-aprendizagem nos quais os alunos interagem sozinhos, em grupos, com os professores, formando as comunidades de aprendizagem. Segundo Garcia (2000), a tela de um computador é o lugar de acesso e contato de toda gama de informações organizadas nestes ambientes e incorporam uma série de recursos, capazes de provocar comunicação entre as pessoas. A rede de computadores apresenta-se hoje como elemento que pode modificar significativamente a educação presencial. As paredes das salas de aula se abrem, hoje esses tradicionais locais de ensino e aprendizagem têm o tamanho do mundo. As pessoas podem se comunicar, trocar informações, dados, pesquisar a qualquer hora e de qualquer lugar. O espaço virtual para o professor é um lugar de referência, encontro e divulgação para cada matéria e para cada aluno. Pode ampliar o alcance do trabalho de suas idéias e propostas, de contato com pessoas fora da universidade. Num primeiro momento é importante como referência virtual, como ponto de encontro permanente entre ele e os alunos. É aberta a qualquer pessoa ou só para os alunos, dependerá de cada situação. O importante é que professor e alunos tenham um espaço, além do presencial, de encontro e interação virtual. Construir conhecimento hoje significa, na opinião de Moran (1998), compreender todas as dimensões da realidade, captando e expressando essa totalidade de forma cada vez mais ampla e integral. Acredita-se hoje que o processo de construção do conhecimento é bem melhor desenvolvido quando conectamos, juntamos, relacionamos, acessamos o objeto de todos os pontos de vista, por todos os caminhos, integrando-os da forma mais rica possível. As atividades pedagógicas e o acompanhamento dos alunos estão sendo realizados dentro do ambiente virtual do TelEduc. 2.1. AMBIENTE DO TELEDUC Para o desenvolvimento desta investigação foi escolhido o ambiente TelEduc. Este ambiente virtual foi concebido tendo como alvo o processo de formação de professores para informática educativa, baseado na metodologia de formação contextualizada desenvolvida por pesquisadores do NIED (Núcleo de Informática Aplicada à Educação) da Unicamp (Universidade de Campinas). Encontra-se no seguinte endereço: http://hera.nied.unicamp.br O TelEduc foi desenvolvido na plataforma de software livre, tendo como elemento central a ferramenta que disponibiliza Atividades. Isso possibilita a ação onde o aprendizado de conceitos em qualquer domínio do conhecimento é feito a partir da resolução de problemas, com o subsídio de diferentes materiais didáticos como textos, software, referências na Internet, dentre outros, que podem ser colocadas para o aluno usando ferramentas como: Material de Apoio, Leituras, Perguntas Freqüentes, etc. O TelEduc criado de forma participativa, ou seja, todas as suas ferramentas foram idealizadas, projetadas e depuradas segundo necessidades relatadas por seus usuários. Com isso, ele apresenta características que o diferenciam dos demais ambientes para educação a distância disponíveis no mercado, como a facilidade de uso

por pessoas não especialistas em computação, a flexibilidade quanto a como usá-lo, e um conjunto enxuto de funcionalidades. A intensa comunicação entre os participantes do curso e ampla visibilidade dos trabalhos desenvolvidos também são pontos importantes, por isso foi desenvolvido um amplo conjunto de ferramentas de comunicação como o Correio Eletrônico, Grupos de Discussão, Mural, Portfólio, Diário de Bordo, Bate-Papo etc., além de ferramentas de consulta às informações geradas em um curso como a ferramenta Intermap, Acessos, etc. A página de entrada dos cursos do TelEduc é dividida em duas partes, na parte esquerda estão disponibilizadas as ferramentas que são utilizadas durante o curso e, na parte direita, é apresentado o conteúdo correspondente à ferramenta que o aluno seleciona quando está trabalhando no ambiente. Na página principal são apresentados os cursos com as respectivas informações e o cadastro, preenchimento obrigatório para participar dos cursos oferecidos. Atividades propostas são as atividades referentes ao tema estudado. O objetivo desta etapa é que cada aluno interprete as informações adquiridas na etapa anterior e processe-as, construindo um novo conhecimento. Dependendo do tema abordado, as atividades poderão ser subjetivas, devendo o aluno enviar seus comentários para o professor e aguardar o feedback do mesmo. Segue abaixo a tela do TelEduc correspondente as atividades. O Portfólio é um espaço onde o aluno disponibiliza suas informações. Seu objetivo é o de promover um mecanismo para o aluno registrar seus progressos, suas dificuldades, divulgar seus trabalhos, comunicar ao grupo e ao professor o resultado de seu trabalho e receber feedback. Este espaço pretende oportunizar ao aluno uma reflexão sobre seu processo de aprendizagem. Correio eletrônico é um serviço básico de comunicação assíncrona em rede de computadores. Também conhecido como e-mail, o correio eletrônico permite aos usuários a troca de mensagens via computador, usando um endereço eletrônico como referência para a localização do destinatário da mensagem. Algumas das vantagens dos meios eletrônicos de interação: rompimento de limitações espaço-temporais, quebra do tempo real, permitindo a assincronicidade na aprendizagem e na participação de projetos educacionais, acesso a um grande contingente de participantes, custo reduzido e declinante, e o aprendizado através da troca e colaboração. Além destas, podemos ressaltar a grande democracia instituída nesses espaços, uma vez que não são levadas em conta algumas características dos participantes, tais como idade, sexo, nacionalidade, etc. Para avaliar as atividades, os professores deverão acessar o espaço específico destinado aos mesmos, inserir sua senha e login, acompanhar o que está ocorrendo e enviar seus comentários e sugestões para o aluno. Figura 2. Tela da ferramenta correio O Fórum permite acesso a uma página que contém os tópicos em discussão naquele momento do andamento do curso, permitindo o acompanhamento da discussão através da visualização de forma estruturada das mensagens já enviadas e a participação na mesma por meio do envio de mensagens. Figura 1. Tela do TelEduc com as atividades à direita e as ferramentas à esquerda. Em todas as aulas os alunos podem ser convidados a registrar sua opinião no Fórum de Discussão; esta ferramenta é interna ao ambiente, ou seja, para se ter acesso às mensagens é preciso estar conectado ao TelEduc.

O Material de Apoio apresenta informações úteis relacionadas à temática do curso, subsidiando o desenvolvimento das atividades propostas. Já as Leituras apresentam artigos relacionados à temática do curso e algumas sugestões de revistas, jornais, endereços na Web, etc. 3. A DISCIPLINA HEOCSTO ATRAVÉS DO AMBIENTE VIRTUAL A Optometria é uma ciência que tem mais de 100 anos de existência, promovendo a saúde visual coletiva. Ela está presente em quase todo mundo, inclusive na América Latina. A Universidade Luterana do Brasil foi a pioneira ao aceitar o desafio de formar os nossos primeiros Optômetras em nível nacional. Como a ULBRA é a primeira universidade nacional a implementar este curso e as aulas são ministradas pela maneira tradicional, surge a necessidade de transformar algumas disciplinas em virtuais, oportunizando a alunos de outros Estados ter acesso as informações constantes em seu currículo. Logo, esta é a primeira experiência em uma disciplina do curso de Optometria em um ambiente virtual usando atividades semi-presenciais, podendo ser acessada pelo endereço http://lapaci.ulbra.tche.br/~teleduc. Esta investigação é um estudo de caso com uma abordagem qualitativa, onde os dados são coletados através de questionários estruturados e semi-estruturados, observações sistemáticas elaboradas de acordo com o sistema de Bales para o registro de interação do grupo. (Gil, 1999, p.115). Durante a experiência o aluno desenvolve a aprendizagem colaborativa, a pesquisa em grupo, a troca de resultados e a interação bem sucedida aumentando assim a sua capacitação. A aprendizagem dentro de uma perspectiva construtivista contempla, de modo fundamental, a interação social dos sujeitos envolvidos no processo. A colaboração entre indivíduos é propiciada por ambientes de trabalho em equipe. A teoria cognitiva interacionista, de Piaget (1996), aponta a importância da interação entre o sujeito e o objeto no processo de aprendizagem e comunicação mediada por computador. Para Piaget, os conceitos de colaboração e autonomia estão diretamente relacionados: pois para que a autonomia se desenvolva é necessário que o sujeito seja capaz de estabelecer relações colaborativas. As aulas na Internet se alternam com as aulas habituais presenciais, onde são acrescentados textos escritos, endereços eletrônicos, para aprofundar os temas pesquisados inicialmente na Internet. As mesmas ocorrem no período da tarde, na Universidade, durante os meses de março a junho de 2002, em um total de 32 horas/aula. A amostra é composta por oito alunos do curso de Optometria. Posteriormente, cada aluno desenvolve um tema específico de pesquisa, escolhido, conciliando o seu interesse pessoal e o da matéria. Normalmente o aluno escolhe algum assunto dentro do programa da realidade próxima ao que ele valoriza mais. Essas pesquisas podem ser realizadas dentro e fora do período de aula. Os temas específicos são mais tarde apresentados no TelEduc. O professor complementa, questionando, relacionando essas apresentações com a matéria como um todo interagindo e cooperando com os alunos. Segue o roteiro que vem sendo usado para o desenvolvimento desta experiência: 1. O primeiro passo foi uma aula introdutória para os alunos da disciplina de História e Evolução da Optometria, do Curso Superior de Tecnologia em Optometria da ULBRA de Canoas, que não estavam familiarizados com a Internet. Esta disciplina ocorre às quartas-feiras, no período da tarde no Labin (Laboratório de Informática) na Ulbra. Foi aplicado um questionário fechado para verificar o perfil da turma bem como o nível de conhecimento e dúvidas em relação a Internet e as ferramentas de comunicação e pesquisa. 2. Após foi feita a analise quantitativa dos resultados colhidos dos questionários. 3. Utilizando o ambiente virtual do TelEduc, foi implementada a primeira aula que realizou-se no Laboratório de Informática da Ulbra, com o objetivo de familiarizar tanto o docente quanto os discentes no TelEduc. Nesta aula foi abordada a pesquisa da Optometria em nível mundial, sendo usados vários programas de busca, como por exemplo, o www.google.com.br. Cada aluno tem seu e-mail pessoal em sites que oferecem endereços eletrônicos gratuitamente. Seguem algumas das ferramentas que encontram-se disponibilizadas: Correio, Portfólio, Atividades e Perfil. 4. Ao final da aula foi aplicado um questionário aberto sobre a primeira aula. 5. Da observação do item três, foi feita uma análise qualitativa. 6. Cada aula é disponibilizada sempre às terçasfeiras que antecedem a disciplina. As próximas aulas serão feitas a partir dos tópicos propostos tanto pelo professor da

disciplina quanto pelos alunos, sendo colocados a disposição os conteúdos, materiais de apoio e as atividades. 7. Ao final da quinta aula foi aplicado um questionário para avaliação das atividades semi-presenciais apoiadas pelo ambiente virtual. 8. As observações realizadas são de fundamental importância, pois detecta aspectos de interação no processo de ensino e aprendizagem e colaboração entre alunos/alunos, alunos/professores no ambiente virtual do TelEduc. 9. Após realizou-se o cruzamento dos dados dos itens 7 e 8. item 9. 10. Finalmente é feita a análise e conclusões do Nesta investigação está sendo utilizado como aporte, o teórico interacionista do desenvolvimento humano, Jean Piaget. A teoria de base usada para esta investigação apóia-se na idéia entre organismo e meio vendo na aquisição do conhecimento um processo social constituído pelo indivíduo e de sua interação com o meio e colaboração entre indivíduos propiciada por ambientes de trabalho em equipe. É importante a participação, estar visível, virtualmente presentes, construindo e colaborando para o sucesso do curso que será desenvolvido. Como diria Lévy (2001), não mais alunos e professores, mas pessoas virtualmente presentes, construindo juntas a sua própria aprendizagem e a do grupo, navegando neste imenso ciberespaço. aprendizagem, a capacidade de comunicação autêntica do professor estabelecendo relações de confiança, colaborando com os seus alunos, com equilíbrio, competência e simpatia com que atua com o grupo em um todo. 4. ANÁLISE DA PESQUISA A primeira turma de Optometria a cursar uma disciplina virtual através do ambiente TelEduc é composta por 3 alunos do sexo feminino e 5 do masculino, cujas idades variam de 18 a 47 anos. Foram em número de 2 aulas presenciais observadas antes de levar os alunos para o Laboratório de Informática (Labin). Nestes 2 primeiros encontros observou-se que poucos alunos participavam da aula. A maior parte do período permaneciam quietos, somente observando o professor que comentava um tema X, anotava no quadro, fazia seus comentários e solicitava aos alunos seus pareceres. Porém, somente 2 alunos davam suas contribuições. O curso virtual foi planejado para 32 horas/aula, mas durante a sua implementação os alunos solicitaram ampliação da carga horária a fim de aprofundarem suas pesquisas, ampliarem seus conhecimentos e interagirem melhor com o ambiente virtual. Logo, o curso aumentou sua carga horária para 42 horas/aula. Piaget (1969, p.39) coloca que: os conhecimentos não partem, com efeito, nem do sujeito, nem do objeto, mas das interações entre sujeito e objeto, e estímulos externos. Logo, o conhecimento é constituído interativamente entre o sujeito e o objeto, aumentando assim sua capacidade de conhecer produzindo conhecimento. A construção do conhecimento dependerá da relação que os alunos estabelecem com o grupo e o ambiente em uma situação determinada. E isto está sendo verificado através do uso das ferramentas de comunicação disponíveis no TelEduc. Está sendo realizada também uma revisão na bibliografia de Lévy, pois este autor desenvolve trabalhos sobre os efeitos da tecnologia sobre o social a partir da própria tecnologia, destacando o computador como uma máquina de cognição. A verdadeira educação se dá em um ambiente de troca, de crítica, de trabalho em conjunto, mesmo que seja um grupo pequeno. E isto poderá ser verificado quando utilizados os recursos síncronos e assíncronos da Internet, propiciando liberdade em relação ao tempo dedicado a participação. A Internet facilita a motivação dos alunos, pela novidade e possibilidades inesgotáveis de pesquisa que oferece. A tecnologia facilita o processo de ensino e Tabela 1. Participação/interação com as ferramentas Baseado nos dados coletados da Tabela 1, pode-se verificar a boa assiduidade de acessos e a interação no ambiente virtual do TelEduc. As ferramentas Atividades e Perfil obtiveram 100% de acesso, logo, alunos interagiram e participaram em um todo.

Já no Fórum, Porfólio, E-mail e Material de apóio, 62,5% dos alunos acessaram, contribuíram e colaboraram. Mas surge um questionamento: Será que os 37,5% dos alunos ainda não tem a cultura, o hábito de conectar-se a Internet? Como apenas 50% dos alunos acessaram a ferramenta Leitura, isto nos leva a investigar se houve problemas de acesso na mesma ou se não existe o hábito da leitura nestes alunos. Segundo Lévy (1999), a possibilidade de reapropriação e de recombinação material da mensagem por seu receptor é um parâmetro fundamental para avaliar o grau de interatividade do produto, logo busca-se informações sobre a participação do aluno em um todo no ambiente virtual do TelEduc e sua flexibilidade temporal para a pesquisa e a comunicação. Foram aplicados 2 questionários na turma: O primeiro visava identificar o perfil do aluno, seus conhecimentos de informática, internet, softwares e sites mais usados para pesquisa. Verificou-se que todos tinham conhecimentos básicos. No segundo questionário observou-se que 100% dos alunos estão satisfeitos com o ambiente virtual do TelEduc e com esta nova modalidade da disciplina HEOCSTO ser a distância, apesar de 3 alunos se queixarem do problema de acesso, pois há problemas com o provedor de suas cidades. Como denota a obra de Piaget, o sujeito constrói conhecimento à medida que interage com o meio a sua volta. E isto é verificado pelos 62,5% dos alunos que participam e colaboram interagindo muito bem com seus colegas e professores a partir dos encontros virtuais, comprovados através dos e-mails extra-classes e nos encontros presenciais pelas seguintes frases: (...) agora as aulas voam, não sentimos o tempo passar ; o meu colega me ajuda quando eu preciso ; converso com meu colega pelo e-mail, etc. 5. CONSIDERAÇÕES FINAIS Não adianta simplesmente interagir em um ambiente sem estarmos integrados no grupo. A integração se dá pela troca de informações, de e-mails, nas publicações das atividades propostas, nas respostas às perguntas, na solução de dúvidas... investigação, como por exemplo o Chat e o Mural, pois os alunos sugeriram seu uso para um próximo curso. Verificamos a importância da interação social dos alunos para a construção de seu próprio conhecimento. Apesar do curso ainda estar em andamento, sentimos que já existem laços de afinidades entre os alunos, um ambiente de colaboração, participação o envolvimento do grupo em busca de um diferencial. 6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS GARCIA, Marilene. E-learning, e-course, e o e-teacher? Quem se lembra dele? Nexos, Estudos em Comunicação e Educação. São Paulo: ano IV, nº 7, p.62-72, 2000. GIL, Antônio Carlos. Métodos e Técnicas de Pesquisa Social. São Paulo: Atlas, 1999. LÉVY, Pierre. As tecnologias da inteligência: o futuro do pensamento na era da informática. São Paulo: 34, 1997.. O que é virtual? São Paulo: 34, 2001.. Cibercultura. São Paulo: 34, 1999. MORAN, José Manuel. Ensino e aprendizagem inovadoras com tecnologia. In: Informática na Educação Teoria & Prática, PGIE-UFRGS, Porto Alegre, nº 01, v.03, p.137-44, setembro 2000.. Textos sobre Tecnologias e Comunicação. Disponível em: <http://www.eca.usp.br/prof/moran> Acesso em: 26/03/2002.. Mudanças na comunicação pessoal. Gerenciamento integrado da comunicação pessoal, social e tecnológica. São Paulo: Paulinas, 1998. PARENTE, André (org.). Imagem-máquina: A era das tecnologias do virtual. Rio de Janeiro: 34, 2001. PIAGET, J. Psicologia e pedagogia. Rio de Janeiro: Forense, 1969.. Biologia e conhecimento. 2.Ed. São Paulo:Vozes, 1996. Com atenção e motivação percebemos nossos alunos participativos, despertos para a pesquisa, conquistando assim um novo espaço para o saber neste imenso ciberespaço. É de interesse, em trabalhos futuros, investigar outras ferramentas do TelEduc que não foram usadas nesta