Ler e Formar Leitores no século XXI Bibliotecas e Inclusão 3 e 4 de julho de 2014 Metas curriculares e aprendizagem

Documentos relacionados
Plano Estratégico de Educação para a Cidadania. Aprender, crescer e fazer acontecer

GESTÃO DO CURRÍCULO: ENSINO EXPERIMENTAL DAS CIÊNCIAS

GESTÃO DO CURRÍCULO: ENSINO EXPERIMENTAL DAS CIÊNCIAS

Olimpíadas da Geografia

GESTÃO DO CURRÍCULO: ENSINO EXPERIMENTAL DAS CIÊNCIAS

Impulsionar dinâmicas de sucesso

GESTÃO DO CURRÍCULO: ENSINO EXPERIMENTAL DAS CIÊNCIAS

NA MATEMÁTICA TU CONTAS

SESSÕES DE TRABALHO PERÍODO PROBATÓRIO. Coimbra, 27 de Novembro de 2017 Lília Vicente Fernando Alexandre José Diogo

GESTÃO DO CURRÍCULO: ENSINO EXPERIMENTAL DAS CIÊNCIAS

GESTÃO DO CURRÍCULO: ENSINO EXPERIMENTAL DAS CIÊNCIAS

GUIÃO PARA A ELABORAÇÃO DO PROJECTO CURRICULAR DE AGRUPAMENTO

GESTÃO DO CURRÍCULO: ENSINO EXPERIMENTAL DAS CIÊNCIAS

Critérios Gerais de Avaliação do 1º Ciclo ANO LETIVO

ANO LETIVO 2017/2018

Estratégia Nacional de Educação para a Cidadania. 15 setembro 2017

24 de Outubro Dia das Bibliotecas

GESTÃO DO CURRÍCULO: ENSINO EXPERIMENTAL DAS CIÊNCIAS

AGRUPAMENTO DE ESCOLAS DE ABAÇÃO

GESTÃO DO CURRÍCULO: ENSINO EXPERIMENTAL DAS CIÊNCIAS

Agrupamento de Escolas de Santo André

Etiqueta de Identificação. PIRLS e TIMSS Questionário Aprender a Ler. 4.º ano. GAVE Gabinete de Avaliação Educacional Lisboa, Portugal

Formação Contínua de Docentes 2018/2019

Plano de Estudos. Cidade da Matola República de Moçambique

TIMSS ITENS DE MATEMÁTICA E DE CIÊNCIAS

Critérios Gerais de Avaliação

Seminário Nacional Eco-Escolas 2018

Plano de Articulação Curricular

APOIO AO ESTUDO 1º CICLO LINHAS ORIENTADORAS 2015/ INTRODUÇÃO

GESTÃO DO CURRÍCULO: ENSINO EXPERIMENTAL DAS CIÊNCIAS

Ano letivo 2018/2019. Agrupamento de Escolas Dr. José Leite de Vasconcelos. Av. Dr. Francisco Sá Carneiro Tarouca

ACOMPANHAMENTO DA AÇÃO EDUCATIVA

PLANO ESTRATÉGICO DE MELHORIA 2015

CRITÉRIOS GERAIS DE AVALIAÇÃO DO PRÉ- ESCOLAR

Colaboração Instituto Nacional de Estatística. Rede de Bibliotecas Escolares

Etiqueta de Identificação. TIMSS e PIRLS Questionário à Escola. 4.º ano. GAVE Gabinete de Avaliação Educacional Lisboa, Portugal

Diploma do Currículo dos Ensinos Básico e Secundário Decreto-Lei n.º 55/2018, 6 de julho Síntese

GESTÃO DO CURRÍCULO: ENSINO EXPERIMENTAL DAS CIÊNCIAS

CRITÉRIOS DE AVALIAÇÃO

Construção de uma política educativa de sucesso em Portugal

GESTÃO DO CURRÍCULO: ENSINO EXPERIMENTAL DAS CIÊNCIAS

GESTÃO DO CURRÍCULO: ENSINO EXPERIMENTAL DAS CIÊNCIAS

GESTÃO DO CURRÍCULO: ENSINO DO INGLÊS NO 1.º e 2.º CICLOS DO ENSINO BÁSICO

Plano de Melhoria 2016/2019

ESTRATÉGIA DE EDUCAÇÃO PARA A CIDADANIA NO IPE

Agrupamento de Escolas de S. Martinho REFERENCIAL 1. Cidadania e Desenvolvimento

CRITÉRIOS GERAIS DE AVALIAÇÃO - ENSINO BÁSICO 1º CICLO

Formação 2017/2018 PNPSE/POCH

A G R U P AM E N T O D E E S CO L A S D E E U G É N I O D E CA S T R O P lan o E s t r a t é g i c o /

GESTÃO DO CURRÍCULO: ENSINO EXPERIMENTAL DAS CIÊNCIAS

CRITÉRIOS GERAIS E NORMAS DE AVALIAÇÃO

Promover a Leitura na Era Digital. Isabel Alçada 3 de set 2015

Projecto LER E APRENDER NA ESTAÇÃO DO SABER

CARTA DE MISSÃO DIRETOR DO AGRUPAMENTO VERTICAL DE ESCOLAS DE FRAGOSO. MANDATO de 2017 a Mandato de 2017 a

PLANO DE MELHORIA Aprovado em Conselho Geral de 28 de setembro de 2017

PLANO ANUAL DE ATIVIDADES AGRUPAMENTO DE ESCOLAS CIDADE DO ENTRONCAMENTO

Critérios de Avaliação na educação pré-escolar

Ler+, ler melhor nas bibliotecas escolares

CRITÉRIOS GERAIS DE AVALIAÇÃO DA EDUCAÇÃO PRÉ-ESCOLAR (De acordo com o Despacho n.º 91807/2016, de 19 de Julho)

Pro Qualitate (Pela Qualidade)

Gabinete de Avaliação Interna. Escola Secundária Filipa de Vilhena

Programa e Metas Curriculares de Português do Ensino Secundário Avaliação

Educação Pré-Escolar

Plano de Ação Estratégica

Autonomia e Flexibilidade Curricular. III Reunião com as Escolas do Projeto Julho de 2017

Avaliação do Plano de Melhoria Ano letivo 2012/2013

ANEXO XIII CRITÉRIOS PARA A ELABORAÇÃO DE HORÁRIOS

GESTÃO DO CURRÍCULO: ENSINO DO INGLÊS NO 1.º e 2.º CICLOS DO ENSINO BÁSICO

AGRUPAMENTO DE ESCOLAS SOPHIA DE MELLO BREYNER - Código OBJETIVOS. Uniformização de critérios e indicadores de

ESTRATÉGIA DE EDUCAÇÃO PARA A CIDADANIA

Plano de Atividades Plano de Atividades

AGIR PARA MUDAR O MUNDO

Seminário de Psicologia da Educação. Braga, 4 de novembro 2018

Plano de Ações de Melhoria

PLANO DE FORMAÇÃO DO AGRUPAMENTO. Ano letivo: 2014/2015

ACOMPANHAMENTO DA AÇÃO EDUCATIVA RELATÓRIO DA 2ª INTERVENÇÃO

GESTÃO DO CURRÍCULO: ENSINO DO INGLÊS NO 1.º e 2.º CICLOS DE ENSINO BÁSICO

Critérios gerais de avaliação

Literacia Científica

PROGRAMA NACIONAL DE PROMOÇÃO DO SUCESSO ESCOLAR

Seminário. Democratização da Náutica: Dinâmicas Regionais e Internacionais

PROJETO CURRICULAR. Desenvolvimento do Planeamento Curricular

Agrupamento de Escolas de Alvalade. Estratégia do AEA para a Educação para a Cidadania

PLANO DE AÇÃO ESTRATÉGICA

AGRUPAMENTO DE ESCOLAS ELIAS GARCIA CRITÉRIOS DE AVALIAÇÃO EDUCAÇÃO PRÉ-ESCOLAR

Atividades Período Calendarização Dinamizadores Parcerias Colaborações Objetivos Eixos Orçam. Diretores de turma. Diretores de turma.

A NOSSA ESCOLA: das opiniões às melhorias OPEN DAY CQA. Coimbra16 de abril de 2018

Projeto Alicerces ano III

Sistema de Avaliação do Rendimento Escolar do Rio Grande do S ul SAERS 2016 APROPRIAÇÃO DOS RESULTADOS

O Digital no ensino e na aprendizagem: oportunidades e

Escolaridade e Transição Alguns Caminhos

GESTÃO DO CURRÍCULO: ENSINO DO INGLÊS NO 1.º e 2.º CICLOS DO ENSINO BÁSICO

AGRUPAMENTO ESCOLAS SANTOS SIMÕES PLANO DE MELHORIA

PLANO DE AÇÃO ESTRATÉGICA DE PROMOÇÃO DA QUALIDADE DAS APRENDIZAGENS

ACOMPANHAMENTO DA AÇÃO EDUCATIVA

Plano de Ação Estratégica

GESTÃO DO CURRÍCULO: ENSINO DO INGLÊS NO 1.º e 2.º CICLOS DO ENSINO BÁSICO

AERT EB 2/3 DE RIO TINTO CRITÉRIOS GERAIS DE AVALIAÇÃO DOS ALUNOS COM NECESSIDADES EDUCATIVAS ESPECIAIS DE CARATER PERMANENTE

Transcrição:

Ler e Formar Leitores no século XXI Bibliotecas e Inclusão 3 e 4 de julho de 2014 Metas curriculares e aprendizagem Beja, 3 de julho de 2014 Bárbara Esparteiro barbara.esparteiro@ipbeja.pt

Os analfabetos do século XXI não serão aqueles que não sabem ler nem escrever, mas aqueles que não conseguem aprender, desaprender e reaprender. Alvin Toffler

António Nóvoa, (2014), numa das suas últimas reflexões, diz-nos que, ( ) há um problema que hoje se equaciona em todo mundo: nós só conseguimos resolver muitos problemas da escola se conseguirmos atrair para a profissão docente os melhores jovens, os mais motivados, Por muitas razões, os jovens não vêm para a profissão. É uma profissão desprestigiada, muito violenta e muito difícil, mas que as pessoas acham que é fácil de desempenhar. http://www.gestaoeducacional.com.br/index.php/reportagens/entrevistas/637-o-professor-naeducacao-do-seculo-21

Metas curriculares e aprendizagem Diz ainda, No passado, aprendíamos uma coisa e depois comunicávamos essa coisa. Havia dois momentos: o de aprender e o de comunicar o que aprendíamos. Hoje, esses dois momentos não existem, porque é no próprio processo de comunicação que se gera aprendizagem e conhecimento. O nosso problema é fazer com que o aluno seja capaz de dar sentido às coisas, compreendê-las e contextualizá-las. Os novos alunos têm outras maneiras de estar na vida, de aprender, de trabalhar com o cérebro ( ). http://www.portugal.gov.pt/pt/os-ministerios/ministerio-da-educacao-e-ciencia/mantenha-se-atualizado/20120803-metas-curriculares-eb.aspx 27/06/2014

E surgiram as Metas Desafios do exercício da cidadania tornaram-se grandes preocupações da escola e, num contexto de mudanças institucionais, sociais e políticas, surgem as Metas, como standards. Com o objetivo de construir uma escola mais justa, equalitária; Num desígnio amplo, de edificação de uma sociedade democrática, capaz de circunscrever desigualdades, numa perspetiva alquimista de uniformizar as diferenças.

Esta necessidade de construir metas curriculares é sentida pelos países que procuram uma aproximação de políticas educativas, com particular destaque para as de avaliação dos sistemas de ensino, através de programas como o PISA (Programme for International Student Assessment ), TIMSS (Trends in International Mathematics and Science Study) e PIRLS (Progress in International Reading Literacy Study).

Metas de aprendizagem (2010) Na lógica de homogeneizar saberes, em 2010, chegaram as metas de aprendizagem, na sequência da introdução do novo Programa de Português do Ensino Básico (PPEB), em 2009. Metas de aprendizagem da língua portuguesa que pretendiam através de standards melhorar desempenhos escolares; Promover a convergência de saberes e contribuir para a articulação dos documentos de referência PPEB e Currículo Nacional.

Metas Curriculares (2012) Apesar da recente entrada em vigor, dos programas e metas de aprendizagem, a alteração do contexto sociopolítico e educativo português, em 2011, através do seu Ministério da Educação e Ciência, fez emergir, em agosto de 2012, em substituição das metas de aprendizagem, as metas curriculares. As novas e atuais metas não corresponderam na íntegra ao PPEB mas, dizem dele selecionar o fundamental, nomeando as aprendizagens essenciais a realizar pelos alunos em cada disciplina por ano de escolaridade. (Despacho n.º 10874/2012, de 10 de agosto de 2012). http://www.portugal.gov.pt/pt/os-ministerios/ministerio-da-educacao-e-ciencia/mantenha-se-atualizado/20120803-metascurriculares-eb.aspx 27/06/2014

Mas o que são realmente metas?

Objetivos/Metas OBJETIVO é o alvo qualitativo META é o alvo quantitativo o META é a quantificação do OBJETIVO o o desejo de aumentar o sucesso é OBJETIVO o o aumento em 10%, no prazo de 2 anos, é META

Enquadramento das Metas Curriculares A uniformização curricular, subjacente à construção das metas, é, assim, uma opção estratégica que se fundamenta no facto de, ao facultar-se a todos os alunos, por via da escolaridade, o que é essencial aprender em cada disciplina, se estar a laborar no sentido da concretização do princípio da igualdade de oportunidades, que tem conduzido a escola ocidental. http://www.dgidc.min-edu.pt/metascurriculares/?s=directorio&pid=1 (p:1) 29 de junho de 2014

Assumindo a premissa que as METAS constituem o documento orientador e regem o princípio da equidade da aprendizagem nacional, no que concerne ao que aluno deve saber, surgem-nos outras as questões

O que deverá o professor ensinar para melhorar os resultados da aprendizagem? Será apenas o essencial de cada disciplina?

Para ajudar de novo esta reflexão, retomamos a linha de pensamento de António Nóvoa, (2014), ( ) o mundo é outro e nós somos parte integrante desse mundo ( ), por isso, exige que: O professor e a escola sejam outros para atender às demandas do século XXI; O desafio da aprendizagem não seja apenas a aquisição do conhecimento; O aluno seja capaz de dar sentido às coisas, de compreendê-las e contextualizá-las; As tarefas do professor sejam muito diferentes do que eram no passado.

Em suma, cumpre-nos terminar a nossa comunicação reconhecendo que: As Metas são um referencial do processo de ensino/aprendizagem; Estão formuladas na perspetiva do aluno, avaliam o que aluno deve saber, não o que o professor deve ensinar. Por isso, devem: Abrir caminhos a ambientes educativos promotores de aprendizagens colaborativas; Orientar práticas letivas para o aprender a aprender e conducentes ao sucesso educativo.

E como estamos num encontro de Bibliotecas, onde o livro ainda é o ator principal, gostaria de terminar a nossa reflexão com uma passagem do Principezinho, diálogo XXIII, Principezinho vendedor para que, se quisermos, aproveitar os cinquenta e três minutos que nos podem levar à fonte

O Principezinho Antoine de Saint-Exupéry - Bom dia, disse o principezinho. - Bom dia, disse o vendedor. Era um vendedor de comprimidos evoluídos que tiravam a sede. Toma-se um por semana e não é preciso beber mais. - Por que vendes isso? perguntou o principezinho. - É uma grande economia de tempo, disse o vendedor. Os peritos calcularam. A gente ganha cinquenta e três minutos por semana. - E o que se faz, então, com os cinquenta e três minutos? - O que a gente quiser... "Eu, pensou o principezinho, se tivesse cinquenta e três minutos para gastar, caminharia passo a passo, com as mãos nos bolsos, na direção de uma fonte..."