ATIVIDADE MODULAR III PSICOLOGIA GERAL

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Transcrição:

Docente: Prof. Vilmar Andrade Ferreira. Curso: Proficiência em Filosofia, licenciatura plena. Discente: Marcos Flávio Couto Ferreira. Matrícula: 17-2-03854. ATIVIDADE MODULAR III PSICOLOGIA GERAL A psicologia moderna tal como conhecemos hoje possui uma longa história e influência. Desde quando o homem se reconhece como um ser pensante e capaz de conhecer (abstrair), que rompe com o mito na Grécia no século IV a. C., e abri o espaço para o surgimento da Filosofia, percebemos a existência da Psicologia. Já é possível encontrar as influências basilares desta ciência na Grécia Antiga, o reconhecimento da capacidade não só cognitiva, intelectual do homem, mas, sobretudo da sua psique (da mente). Sócrates (470-399 A.C.) utilizava um método muito interessante, que na atualidade é usado pela Terceira Escola Vianense de Psicoterapia 1, a maiêutica: (Trazer à Luz - Fazer Parir). O método consiste em fazer perguntas às pessoas, fazendo com que elas encontrem a verdade, em algumas etapas: Ignorar sua Ignorância, Conhecer sua Ignorância, Ignorar seu Saber e Conhecer seu Saber. Após Sócrates, os filósofos vão se ocupar de questões relativas ao que hoje se chama Psicologia Moderna: a memória, a aprendizagem, a percepção, a motivação, os sonhos e principalmente o comportamento considerados fora do padrão. Daí a importância de conhecê-los. Destaca-se Aristóteles (384-322 a.c.) -, um grande estudioso, que não limitou seu conhecimento à Filosofia estritamente. Por isso, é considerado um verdadeiro sintetizador do pensamento grego clássico. O pensamento aristotélico, como um todo, é essencialmente cientifico. 1 A Logoterapia é um sistema teórico prático de psicologia, criado pelo psiquiatra vienense Viktor Frankl, e que é conhecida como a Terceira Escola Vienense de Psicoterapia, sendo a Psicanálise Freudiana a Primeira e a Psicologia Individual de Adler a Segunda. Fonte: <http://www.osentidodavida.com.br/a_logoterapia_e_o_sentido_da_vida.html> Acesso em 15 jan 2018.

Em Aristóteles há o primado da razão, capaz de controlar os atos, os sentidos funcionam como instrumentais para que o homem conheça. Por isso, criou a famosa teoria do conhecimento (Gnosiologia Aristótelica) que parte da relação sujeito-objeto, o que conhece e o que é conhecido. Ou seja, o homem possui de certa maneira em sua mente o objeto conhecido. Por isso, concorda com Platão ao afirmar que a essência do homem está na alma, mas sem qualquer oposição corpo-alma. Diferentemente de Platão que acreditava que o corpo era o cárcere da alma, o homem para Aristóteles é um todo. Ao analisar o mundo orgânico e inorgânico, percebe a superioridade do home e que principio racional do homem está na alma, daí a famosa afirmação: "O homem é um ser racional". Como os avanços tecnológicos no século XVII nas ciências naturais chamadas de físicas e biológicas, os métodos se diversificaram. As preponderâncias da observação, da experiência colaboraram para que a psicologia fosse uma ciência independente, de outras como a Gnosiologia, a Filosofia, a Teologia, ou a própria Metafísica já em declínio. A Psicologia já criara uma identidade própria, fora dos das raízes filosóficas. Neste sentido, o mecanicismo favoreceu muito à psicologia. O homem era considerado como um verdadeiro colaborador do Operador do Universo (visão deísta de Deus) 2, e para alguns, o homem era uma verdadeira máquina. Se o Universo era visto assim, porque não o homem? É neste intuito que a nova Psicologia desenvolve a sua jornada. Por isso, os mesmos métodos experimentais e quantitativos, utilizados nas descobertas científicas podiam ser aplicados concretamente no homem, e em seu comportamento, com previsões e medições. É perceptível a tendência deste período. E, que tenha como pano de fundo o florescimento de muitas máquinas, relógios mecânicos, a indústria em geral com máquinas modernas e o entretenimento que começa a decolar. O homem parecia não ter limites, a sua mente criativa mostrava-se invencível e podia ser imerso nas mesmas leis físicas. A influencia disso tudo esta nas observações Físicas (oriundas e aperfeiçoadas da antiga Filosofia Natural) de Galileu. Para ele, o universo era formado de partículas de matéria (átomos) em movimento, sujeito à previsão, cálculos, medições exatas. 2 Esta corrente filosófica, de influencia de filosofia naturalista, acredita na criação do Universo por uma inteligência superior, pode ser Deus ou não. Para esta, a inteligência superior somente criou o Universo e o mantém, colocando o óleo nas engrenagens, como se fosse uma máquina. É uma visão impessoal de Deus.

Com o empirismo, 3 todo conhecimento obtido até então é colocado em xeque. Esta corrente filosófica considera que a Filosofia, os dogmas, a Teologia como um todo são rígidos e inflexíveis. Há um verdadeiro rompimento, e não há uma hermenêutica continuidade. Manifesta-se a hermenêutica de ruptura da história, os mesmo que acontecerá com o Iluminismo (séc. XVIII). O homem elimina seu passado, e passa considerar o centro do Universo. É o antropocentrismo renascentista, que em seu fervor de renovação nega as raízes clássicas do mundo grego, como a Filosofia. A dúvida tornou-se a maior aliada da busca do conhecimento. Muitos pensadores foram responsáveis para constituir a Psicologia moderna. Dentre eles, destaca-se René Descartes, o pensador que simboliza para a historiografia o responsável pela transição da Renascença para a Modernidade. Descartes elaborou questões essenciais para a psicologia tal como conhecemos hoje. A maior delas encontra-se na resolução do problema do dualismo corpo-mente proposto por Platão. É importante recordar que muitos filósofos ao tratarem o tema, tomaram posições monistas (mente e corpo uma só realidade sem qualquer distinção) e dualistas (estes adotaram a posição que a mente e corpo eram de naturezas distintas e opostas), do qual René Descartes foi colaborador indireto com o Cogito. Para autores, como o filosofo francês personalista Emmanuel Mounier (1905-1950) e Manuel Burgos (1961), filósofo espanhol, esta visão de René Descartes ainda é dualista, por considerar a pessoa como um ser repartido. O personalismo mouneriano, por exemplo, considera que o Homem é um ser indivisível, é um todo indissociável. Uma unidade que consiste em ser irrepartível, que é corpo e espírito ao mesmo tempo: Existência incorporada 4 Uma existência que não é somente imanente, mas, espiritual quanto ao espírito, e material no que refere ao corporal. Isto é semelhante à visão tomista do homem: O homem é o ponto de convergência de toda a criação. Nele se encerram, de algum modo, todas as coisas: in homine quodammodo sunt omnia. 5 Porque na pessoa, isto é, no homem, há a totalidade do ser singular, que compreende a matéria, a sua forma substancial (alma), as formas acidentais e o ato de ser. Como a pessoa é o homem em sua integralidade, a alma isolada não pode ser pessoa, da mesma forma que o corpo. Como a pessoa é o homem em sua integralidade, a alma isolada não pode ser pessoa, da mesma forma que o corpo. Isso se dá em [...] virtude da unidade 3 Para esta corrente, o conhecimento surge em parte ou em todo do aspecto sensorial do homem. 4 MOUNIER, Emmanuel. O personalismo. 1. ed. São Paulo: Centauro, 2004, p. 29, grifo do autor. 5 GILSON, Etiene; BOEHNER, Philotheus. História da Filosofia Cristã. 13. ed. Petrópolis: Vozes, 2012, p. 467, grifo do autor.

substancial, o corpo e o espírito (alma) constituem essa totalidade unificada que é a pessoa humana. 6 O mérito de Descartes sem dúvida está na busca de relacionar o corpo e mente, com perguntas como: Qual é a relação entre mente e corpo? A mente e o corpo influenciam-se mutuamente ou só a mente influenciava o corpo conforme se pensava até então? Descartes percebe a interação entre mente e corpo, algo já defendido por Tomás de Aquino em seu realismo moderado, quando afirmava ser o homem uma união substancial de corpo e alma, e não acidental e nem por acaso. Contudo com Descartes, descobre algo a mais, ao considerar que não só a mente podia influenciar a mente, mas também o corpo podia influenciar a mente. Para ele, a mente caberia o pensamento e ao corpo os processos fisiológicos e biológicos. A mente (res cogitans - pensamento) e res extensa - o mundo) são realidades distintas, e ambas são influenciadoras no agir do homem, na maneira de perceber o mundo. Com o advento do pensamento de John Locke (1632-1704) e seu empirismo. Temos uma ferrenha oposição à ideia de Descartes que algumas ideias eram inatas. Locke nega a existência de ideias inatas. Para ele, o homem adquire o conhecimento somente por meio dos sentidos, através de dois processos: as sensações e as reflexões. O homem reflete sobre as sensações, combinando as sensações e formam abstrações superiores. A origem geral das idéias são sempre as experiências ou as impressões sensoriais, mas a formação das idéias de nível superior proporcionou a noção da associação de idéias. 7 Isso será o tema da Psicologia Científica. Locke apresenta uma outra ideia, na noção de qualidades primárias, que correspondem aos objetos e que independem dos nossos sentidos, e outra secundária, que depende da pessoas que os observa. O empirismo radical de George Berkeley (1685-1753) foi mais longe, para este as coisas só existem à medida que são percebidas. Se não são sentidas, não existem. A contribuição de Berkeley para a psicologia esta nas obras Um Ensaio Para Uma Nova Teoria da Visão (1709) e O Tratado Sobre os Princípios do Conhecimento Humano (1710). Ele concorda com Locke que o conhecimento provém das experiências 6 SARMIENTO, A.; TRIGO, T.; MOLINA, E., Moral de la persona. Pamplona, Espanha: EUNSA, 2006, p. 70, tradução nossa. 7 INSTITUTO ÁGORA. Atividade modular III: Psicologia Geral. p. 9.

sensoriais, mas somente na noção secundária, como fora dito anteriormente em seu radicalismo empirista. No século XIX houve outra virada. A psicologia encontrou com o pensamento positivista de pensadores como August Comte, fundador do positivismo 8. A psicologia foi imersa no positivismo, e a consciência humana passou a ser vista por uma ótica da Física e da Química, concentrando-se na parte biológica e fisiológica do cérebro humano. Com o Positivismo, Empirismo, e Materialismo, os fenômenos psicológicos são fortemente analisados como realidades quantitativas, com provas experienciais e factuais, medidas a rigor pela observação, sempre com base na experiência sensorial. Outros filósofos destacam-se como colaboradores da base filosófica da Psicologia moderna, como David Hume (1711-1776) - Tratado Sobre a Natureza Humana (1739), David Hartley (1705-1757) - Observações Sobre o Homem, Sua Constituição, Seu Dever e Suas Expectativas (1749) e James Mill (1773-1836)- Análise dos Fenômenos da Mente Humana (1829). INFLUÊNCIAS FISIOLÓGICAS As influências fisiológicas na Psicologia se devem às diferenças particulares de cada pessoa, ou seja, à individualidade da pessoa humana, que muitas não se tem um controle decisivo. São os estudo dos órgãos sensitivos do XIX que impulsionam a psicologia neste momento. Os principais cientistas desta influência são: Hermann von Helmholtz, Ernest Weber, Gustav T. Fechner e Wilhelm Wundt. Aqui, há integração entre fisiologia e psicologia. 1. Helmholt. Com a pesquisa com rãs, tentou evidenciar a velocidade dos impulsos nervosos e o tempo de resposta. Pela primeira vez foi medido este tempo, considerado antes impossível, devido à rapidez. 2. Weber. Fez experiências cutâneas e musculares. A sua contribuição foi designado de Limiar de Dois Pontos, que determinou a distância [...] em que dois 8 Termo utilizado pela primeira vez na filosofia por Saint-Simon (1760-1825), filósofo e economista francês, para intitular um método rigoroso das ciências com extensão na filosofia. Depois, foi adotado por Augusto Comte, outro filósofo, que lhe deu uma designação que remete a uma escola filosófica. Esta escola tem como características a romantização da Ciência, sua devoção como guia único da vida individual e social, único conhecimento válido, única moral e religião.

pontos de estimulação na pele pudessem ser discriminados como somente um ponto ou dois distintos de estimulação. 9 3. Fechner. Ligado aos interesses intelectuais, consegue perceber que a quantidades da sensações mentais dependem dos estímulos (físico ou material). Contudo, percebe que medir os estímulos físicos eram fáceis, enquanto os mentais, eram relativos e medidos somente pelo sujeitos que os sente, através de um relato (Limiar Absoluto de Sensibilidade). E, também o menor estímulo produz uma relativa mudança na sensação (Limiar Diferencial). Esta é a Psicofísica de Fechner. 4. Wilhelm Wundt. Usava método reducionista. O método de estudo era introspecção analítica, adaptado de Sócrates. Para ele, as sensações, bem como os sentimentos, são elementos essenciais da experiência. Entretanto, mente e corpo são sistemas complexos e paralelos e não intercambiáveis. O seu aluno E. B. Titchener levou para os Estados Unidos o método, e lhe deu o nome de Estruturalismo, com algumas modificações. 5. William James (1842-1910), percebeu que o Estruturalismo era obscuro, e muitas vezes inexato. O Funcionalismo de James percebeu que a consciência era subjetiva, e que os processos mentais eram para ajudar o homem a se reajustar em cada uma das circunstancias que se apresentarem. 6. O Behaviorismo de John Watson (1878-1958) fez resolver o impasse com o objeto de estudo: a mente. Desejou equiparar a Psicologia a uma ciência natural. Por isso, impulsionou os psicólogos a usarem métodos objetivos de estudo com observação comportamental, com dados mensuráveis. Com o estudo de estimulo-resposta, percebeu-se que o homem era cheio de condicionamentos. B. F. Skinner (1904-1990) ampliou os estudos, fazendo desta escola uma das mais influentes no mundo. 7. Ao mesmo tempo estava no auge a Psicologia Gestalt (que significa forma, estrutura de Max Wertheimer (1880-1943), na Alemanha. Veio [...] para criticar o método utilizado até então, que era o da introspecção e de certa forma, critica também o reducionismo praticado pelos behavioristas. 10 Para ele, há uma impressão de movimento, quando na verdade não há. Por exemplo, no cinema, quando há uma sequência de imagens consecutivas, que nos dão a falsa noção de movimento. 8. Na Europa, precisamente na Aústria, está a despontar a Teoria Psicanalítica de Sigmund Freud (1856-1939), para ampliar o mundo acadêmico. 9 INSTITUTO ÁGORA. Atividade modular III: Psicologia Geral. p. 12. 10 INSTITUTO ÁGORA. Atividade modular III: Psicologia Geral. p. 16.