PÚBLICOS DA COMARCA DE SÃO PAULO / SP



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Transcrição:

EXMO. SR. DR. JUIZ DE DIREITO DA VARA DE REGISTROS PÚBLICOS DA COMARCA DE SÃO PAULO / SP..., associação sem fins lucrativos, regularmente registrada no 4º Cartório de Registro de Títulos e Documentos, estabelecida na... CIDADE E ESTADO DE SÃO PAULO, neste ato representado por sua Coordenadora Geral... vem, respeitosamente, à presença de V. Exa., através de suas advogadas regularmente constituídas (docs. 01/02), propor a presente AÇÃO DE USUCAPIÃO CONSTITUCIONAL URBANO Com fundamento no art. 183 da Constituição Federal, e Lei Federal nº 10.257 de 10/07/2001, em face de..., ambos de qualificação ignorada e em local incerto ou não sabido, pelos motivos de fato e de direito que passa a expor:

LEGITIMIDADE ATIVA 1. A Associação de Moradores da Rua Solon, através de sua coordenadora geral, ingressa, na presente ação, como representante dos moradores abaixo qualificados (docs. 377 e 378):... D E S C R I Ç Ã O D O I M Ó V E L 2. Os autores, há mais de cinco anos, mantém a posse mansa e pacífica do imóvel situado na, nesta capital, assim descrito na Certidão de Registro de Imóveis (doc 379):... 3. Cada um dos autores exerce individualmente a posse sobre partes definidas e perfeitamente identificáveis do imóvel acima descrito, assim como sobre partes comuns, a saber:... 4. O imóvel mantém, ainda, áreas comuns, de utilização de todos os moradores.

DA IMPORTÂNCIA DO USUCAPIÃO ESPECIAL URBANO 5. É indiscutível a importância do usucapião urbano pois tal instrumento tem dupla finalidade diante da realidade de milhões de famílias carentes que, por estado de necessidade social, vivem em condições precárias, como ocorre no presente caso, no que se convencionou chamar de cortiços. 6. A primeira finalidade é a de ser instrumento de regulamentação fundiária, assegurando o direito à moradia a essas pessoas mais necessitadas. A outra finalidade é a de promoção do cumprimento da finalidade social da propriedade, também através da regularização fundiária. 7. Tamanha é a importância de tal instituto que recebeu tratamento constitucional, da seguinte forma: Art. 183 Aquele que possuir como sua área urbana de até duzentos e cinqüenta metros quadrados, por cinco anos, ininterruptamente e sem oposição, utilizando-a para sua moradia ou de sua família, adquirir-lhe-á o domínio, desde que não seja proprietário de outro imóvel urbano ou rural... 8. Da interpretação do artigo supra citado, a doutrina e jurisprudência vêm consolidando o entendimento de não haver qualquer problema em se reconhecer usucapião quando existe a composse, caso seja necessário atribuir aos autores frações ideais do terreno.

9. Nesse sentido: a expressão aquele que possuir não implica possuir sozinho. Quem possuir em comum, o compossuidor, pode ser referido como aquele que possuir, assim como o condomínio estará incluído nos dispositivos legais que fizerem referência àquele que for proprietário. No caso do artigo 183 da Constituição pode-se afirmar, com absoluta segurança, que o constituinte sabia que a posse urbana para moradia é sempre coletiva, sendo extremamente raras as exceções. Estas, por sua raridade e por sua pequena expressão social, não justificariam uma disposição constitucional inovadora. (Dallari, Dalmo de Abreu. Usucapião coletivo. Rev. Inf. Legislativa, a 29 nº 115 jul/set. 199, pp. 379-80) 10. Devido à indiscutível importância do instituto em questão, através da Lei nº 10.257/01, além de a usucapião urbana ter sido consolidada em legislação infraconstitucional, foi contemplada, também, a modalidade coletiva para o usucapião urbano, procurando solucionar as questões envolvendo áreas superiores a 250m 2, tradicionalmente ocupadas por população de baixa renda. 11. Nesse sentido: Art. 10. As áreas urbanas com mais de duzentos e cinqüenta metros quadrados, ocupadas por população de baixa renda para sua moradia, por cinco anos, ininterruptamente e sem oposição, onde não for possível

identificar os terrenos ocupados por cada possuidor, são susceptíveis de serem usucapidas coletivamente, desde que os possuidores não sejam proprietários de outro imóvel urbano ou rural 1º - O possuidor pode, para o fim de contar o prazo exigido por este artigo, acrescentar sua posse à de seu antecessor, contanto que ambas sejam contínuas. 2º - A usucapião especial coletiva de imóvel urbano será declarada pelo juiz, mediante sentença, a qual servirá de título para registro no cartório de registro de imóveis. 3º - Na sentença, o juiz atribuirá igual fração ideal de terreno a cada possuidor, independentemente da dimensão do terreno que cada um ocupe, salvo hipótese de acordo escrito entre os condôminos, estabelecendo frações ideais diferenciadas. 4º - O condomínio especial constituído é indivisível, não sendo passível de extinção, salvo deliberação favorável tomada por, no mínimo, dois terços dos condôminos, no caso de execução de urbanização posterior à constituição do condomínio. 5º - As deliberações relativas à administração do condomínio especial serão tomadas por maioria de votos dos condôminos presentes, obrigando também os demais, discordantes ou ausentes. D A V E R I F I C A Ç Ã O, N O C A S O C O N C R E T O, D O S R E Q U I S I T O S L E G A I S P A R A U S U C A P I R 12. Resta claro, portanto, que desde sua aquisição os autores ou seus antecessores exercem a posse do imóvel usucapiendo, utilizando-o para sua residência e de sua família, praticando, enfim, todos os atos exteriorizadores do animus domini.

13. Os autores não são proprietários de qualquer outro imóvel, urbano ou rural, e se encontram na posse do imóvel usucapiendo há mais de cinco anos. 14. Cumpre acrescentar que tanto os Autores quanto, em alguns casos, seus antecessores, exercem a posse com todos os atributos necessários da aquisição e, no caso da transferência da posse, foram-lhes cedidos os direitos sobre as unidades, conforme preceitua o artigo 552 do Código Civil, que assim dispõe: Art. 552. O possuidor pode, para o fim de contar o tempo exigido pelos artigos antecedentes, acrescentar à sua posse a do seu antecessor (art. 496), contanto que ambas sejam contínuas e pacíficas 15.. Além disso, cada autor exerce a posse sobre uma unidade individualmente considerada com área inferior a 250m², preenchendo, assim, todos os requisitos para aquisição por usucapião previstos no art. 183 da Constituição Federal e legislação pertinente. DO ANIMUS DOMINI E DA POSSE MANSA E PACÍFICA DO IMÓVEL 16. Os autores, ou seus antecessores, ocuparam o imóvel há muitos anos, no intuito de lá residirem, sendo que os ora réus quedaram-se inertes, não tendo jamais promovido a defesa de sua posse. Assim, a posse dos autores tornou-se mansa e pacífica,

possibilitando a propositura da presente ação, tendo em vista que já se verificou a prescrição aquisitiva. 17. Verifica-se, também, que os autores agiram e ainda agem com animus domini os autores que: a) fundaram Associação Civil com a finalidade de promover e assegurar tanto os direitos dos moradores quanto a organização interna da moradia, elegendo seus representantes (doc. 01 ); b) pagam água e luz c) efetuaram benfeitorias no imóvel, com intuito de promoverem sua manutenção 18. Tem-se, por fim, que a Lei nº 6.969, de 10 de dezembro de 1981, que regulamenta a aquisição por usucapião especial de imóvel rural, dispõe em seu artigo 9 que o juiz da causa, a requerimento do autor a ação de usucapião especial, determinará que a autoridade policial garanta a permanência no imóvel e a integridade física de seus ocupantes, sempre que necessário. 19. Embora não haja a regulamentação específica da usucapião constitucional urbano, é indiscutível a semelhança entre os dois institutos. Perfeitamente admissível perante o art. 126 do Código de Processo Civil, portanto, que por analogia possa ser adotado o procedimento ali previsto para garantia da posse dos autores na ação de usucapião. 20. Como Nelson Nery Júnior anota:

Na aplicação analógica da lei, pode o juiz servir-se da interpretação extensiva, quando o legislador disse menos do que queria (dixit minus quam voluit.) (Código de Processo Civil Comentado, 4 ed., p. 602 n. 5.) D O P E D I D O 21. Nesse sentido, preenchido os requisitos previstos no art. 183 da Constituição Federal e legislação ordinária, se requer a V. Exa.: a) Liminarmente, a expedição de mandado que garanta aos ora autores a posse do imóvel usucapiendo, nos termos do artigo 9 da Lei 6.969/81; b) Sejam concedidos os benefícios da Justiça Gratuita, por serem a autora e seus representados pessoas pobres na acepção jurídica do termo; c) A citação por edital dos titulares de domínio, a saber:... d) Caso V. Exa. entenda por bem postergar a citação por edital, requerem os Autores a expedição de ofícios para tentarem localizar o paradeiro dos réus. Tais ofícios deverão ser expedidos para a Delegacia da Receita Federal, Telefonica, Telesp Celular e Bacen, este último para que sejam oficiados os bancos da cidade de São Paulo, para que informem a este juízo sobre eventual existência de dados cadastrais; e) A citação das Fazendas Públicas do Município, Estado e União;

f) A intimação do Ministério Público para todos os termos do presentes; g) A cientificação dos confrontantes h) Seja, ao final, julgada totalmente procedente a presente ação, atribuindo-se à Autora a propriedade do imóvel objeto desta ação; i) Caso V. Exa. entenda de forma diversa, requer-se a procedência da presente ação e a aplicação do artigo 10 do Estatuto da Cidade, a fim de que seja atribuído a cada morador a fração ideal sobre o terreno objeto da presente ação, estabelecendo-se condomínio entre eles; j) Para tanto requerem a juntada de memorial descritivo e planta da situação de fato, incluindo os espaços ocupados individualmente e áreas comuns (docs.380 a 386); k) Caso V.Exa. entenda não ser possível aplicar a regra do Estatuto da Cidade, requer-se seja julgada totalmente procedente a presente ação com base nas regras do usucapião urbano, previsto na Constituição Federal, declarando-se o domínio dos imóveis em favor dos autores sobre cada unidade individualmente considerada, bem como sobre as áreas comuns, na forma da lei, expedindo os competentes mandados; l) Caso V. Exa. entenda ainda de maneira diversa, requer-se seja julgada a presente ação totalmente procedente, também aplicando-se as regras do usucapião constitucional urbano e legislação infra-constitucional pertinente, inclusive o Código Civil, a fim de que seja atribuída a cada um dos autores a fração ideal correspondente à área ocupada por cada morador e sua família do

total do imóvel em questão, estabelecendo-se condomínio entre os moradores. 22. Protestam provar o alegado por todos os meios de prova em direito admitidos, que desde já requerem, notadamente pela juntada de documentos e oitiva de testemunhas. 23. As advogadas receberão as intimações e notificações do presente feito no escritório situado..., cidade e Estado de São Paulo. 32. Dão à causa o valor de R$(...),valor venal do imóvel lançado no carnê de IPTU do exercício de 2002. Nestes Termos, Pedem deferimento. São Paulo, 29 de julho de 2002