206 ARS VETERINARIA, 15(3): , 1999.

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Transcrição:

206 ARS VETERINARIA, 15(3):206-212, 1999. EFEITO DA UTILIZAÇÃO DE MILHO COM ALTO TEOR DE ÓLEO NAS FASES INICIAL, CRESCIMENTO E TERMINAÇÃO SOBRE O DESEMPENHO E CARACTERÍSTICAS DAS CARCAÇAS DOS SUÍNOS 1 (EFFECT OF THE USE OF HIGH OIL CORN IN INITIAL, GROWING AND FINISHING PHASES ON THE PERFORMANCE AND CARCASS CHARACTERISTICS OF SWINE) L. P. G. SILVA 2, R. N. KRONKA 3, M. C. THOMAZ 3, D. A. BANZATTO 3, W. L. C. SOTO 4, P. R. RIBEIRO 4, L. E. CARVALHO 4 RESUMO Foram utilizados 35 leitões, híbridos Agroceres, com 6,23 kg de peso médio inicial. Os tratamentos foram: 0, 25, 50, 75 e 100% de substituição nas fases inicial, crescimento e terminação da energia do milho comum pela energia do milho com alto teor de óleo. O delineamento experimental foi de blocos ao acaso com 7 blocos (4 de machos e 3 de fêmeas). Nas fases inicial e de crescimento, o ganho diário de peso (GDP), consumo diário de ração (CDR) e conversão alimentar (CA) não foram afetados pelos níveis de substituição, não sendo também verificada diferença entre sexos. Na fase de terminação não foram detectadas diferenças dos tratamentos para o CDR e CA, porém os machos apresentaram GDP e CDR superiores. Houve interação entre tratamentos e sexos para GDP. As fêmeas apresentaram no tratamento 0 e 25% GDP inferior aos machos. Observou-se efeito quadrático dos tratamentos sobre o GDP das fêmeas. Verificou-se aumento linear os tratamentos no CDR, para ambos, machos e fêmeas. No período total (inicial + crescimento + terminação) não houve diferença para as variáveis estudadas. Os machos apresentaram maior GDP. Pela análise de regressão polinomial foi verificado aumento linear do CDR. Foi observado diferença entre tratamentos para a espessura de toucinho. PALAVRAS -CHAVE: energia, leitões, milho alto teor de óleo, nutrição, suínos SUMMARY Thirty five weanling pigs Agroceres hybrids averaging 6.23 kg were used according to the following treatments: 0, 25, 50, 75 and 100% of replacement in the initial, growing and finishing phases the energy of the common corn by the energy of corn with high oil content (HOC). A randomized block design with 7 replications (4 of males and 3 of females) were used. In the initial and growing phases, daily weight gain (DWG), the daily feed intake (DFI) and the feed conversion (FC) were 1 Parte da Tese apresentada à FCAV-UNESP- Jaboticabal- SP, pelo primeiro autor, como exigência para obtenção do título de Doutor em Zootecnia. 2 Professora da Universidade Federal da Paraíba - Câmpus III- Areia - Pb 3 Professores da Faculdade de Ciências Agrárias e Veterinárias/ UNESP - Jaboticabal, SP. 4 Estudantes da Pós Graduação nível de Doutorado da FCAVJ-UNESP- Jaboticabal, SP.

ARS VETERINARIA, 15(3):206-212, 1999. 207 not affected by the treatments. Also, it was not observed difference between sexes. In the finishing phase there was no difference between treatments for DFI and FC. However, there was effect between sex and the barrows showed higher DWG and DFI. The DWG was affected by the interaction treatments x sex. The DWG of the females was lower than that observed in the barrows in the treatments 0% and 25%. There was a quadratic effect on the DWG of the females. It was observed a linear improvement of the treatments on the DFI for both, males and females. In the total period (initial + growing + finishing), there was no difference of the treatments for the variables studied. It was observed difference of the treatments for backfat thickness. KEY-WORDS: energy, high oil corn, nutrition, piglets, swine INTRODUÇÃO No Brasil, as rações de suínos são formuladas principalmente à base de milho e farelo de soja, sendo que o milho é utilizado em, aproximadamente, 75% na composição das rações e isto evidencia sua expressiva participação na alimentação desta espécie. Por isto, a cada ano que passa tem aumentado o interesse, em produzir variedades deste cereal de maneira mais econômica e eficiente, aumentando o rendimento e níveis de produção, como também melhorando o seu valor nutritivo. As variedades de milho utilizadas na alimentação de suínos, contém, em média, 3,5% de extrato etéreo. As estimativas da ingestão energética dos suínos geralmente sãos baseadas em ração de milho/ soja (NRC,1988) que são os ingredientes que entram em maior percentagem nas rações destes animais e dependendo da categoria dos animais, com estes ingredientes não são atingidas as exigências em energia, havendo a necessidade de se adicionar óleo ou gordura às rações, para suprir esta deficiência. Entretanto, com as variedades híbridas desenvolvidas com o melhoramento e a manipulação genética foi possível obter variedades com 6,0 a 8,5% de óleo, com maior teor de proteína (0,38% a mais para cada 1% de óleo) (NORDSTROM et al. 1972; ADAMS & JENSEN, 1987). ADAMS & JENSEN (1987), observaram que rações contendo milho comum, milho com alto teor de óleo e milho comum mais óleo, não afetaram o ganho de peso (0,38; 0,39; 0,37kg, respectivamente) de suínos na fase inicial. O consumo diário médio de ração de milho com alto teor de óleo e o milho comum mais óleo foram similares (0,704 e 0,709 kg), e ambos menores do que a dieta com milho comum (0,759kg). A eficiência alimentar, no entanto, foi melhor nos animais recebendo milho com alto teor de óleo e milho comum mais óleo (0,546 e 0,522, respectivamente) quando comparada àquela encontrada para os animais que receberam ração com milho comum (0,501). Em outro experimento, os mesmos autores compararam o milho comum e o milho com alto teor de óleo mais a adição de níveis de lisina variando de 0,72 a 0,84%. Verificaram que não houve efeito significativo sobre o comprimento da carcaça, espessura do toucinho ou área do olho de lombo, como também para o ganho de peso, consumo e eficiência no período total (fases inicial, crescimento e terminação). Porém, verificaram um aumento no ganho de peso, consumo diário de ração e uma melhora na eficiência alimentar na fase inicial para os tratamentos com 0,84% de lisina. ORBAN & ADEOLA (1994) realizaram um ensaio de crescimento utilizando 40 leitões (20 machos e 20 fêmeas) com peso inicial de 19,4 kg, que foram alimentados com dietas contendo milho comum e três variedades de milho com alto teor de óleo ( milho comum; TC1; TC2; X122 com 4,2; 9,7; 5,9 e 5,4% de extrato etéreo) por 28 dias. Verificaram que o ganho de peso, consumo diário de ração e a eficiência alimentar para os leitões alimentados com as variedades contendo alto teor de óleo foram similares (P> 0,05) ao milho comum. Fuller (1980) citado por CARNINO (1994) observou que existe diferença entre sexos e linhagens para ganho diário de peso, consumo e composição de carcaça. Verificou que até aproximadamente 40-45 kg não há uma clara superioridade dos machos inteiros sobre as fêmeas e machos castrados, porém a diferença se acentua a partir de 70 kg, em relação ao ganho diário de peso e que os machos castrados apresentaram um maior consumo em relação as fêmeas e machos inteiros, enquanto estes têm pouca diferença entre si. Para a composição das carcaças em diferentes pesos de abate, observou que os machos inteiros apresentaram o maior teor de carne e o menor de gordura, seguidos pelas fêmeas e as piores carcaças foram encontradas nos machos castrados. O objetivo deste trabalho foi avaliar os efeitos da substituição da energia do milho comum pela energia do milho com alto teor de óleo nas fases inicial, crescimento e terminação, sobre o desempenho e as características das carcaças dos suínos. MATERIAL E MÉTODOS O experimento foi realizado nas instalações do setor de Suinocultura do Departamento de Zootecnia da

208 ARS VETERINARIA, 15(3):206-212, 1999. Faculdade de Ciências Agrárias e Veterinárias de Jaboticabal - UNESP. Foram utilizados 35 leitões (híbridos Agroceres), sendo 20 machos castrados e 15 fêmeas, desmamados aos 21 dias de idade. Após a desmama, os animais foram transferidos para o galpão experimental com 36 baias com área de 2,55 m 2 cada com piso de concreto, onde receberam ração e água à vontade e iguais condições de manejo. Todos os animais receberam tratamento antihelmíntico ao término da fase de crescimento. Nas fases inicial, crescimento e terminação foram utilizados os seguintes tratamentos experimentais: Ração basal com milho comum; Ração basal com substituição de 25; 50; 75 e 100% da energia do milho comum pela energia do milho com alto teor de óleo. As rações experimentais foram formuladas substituindo a energia do teor de óleo, atendendo às exigências nutricionais dos suínos nas fases inicial, crescimento e terminação, de acordo com as normas do NRC (1988) e são mostradas na Tabela 01. Na avaliação do desempenho foram considerados as fases: A) Inicial, animais pesando dos 6,23 kg aos 30,25 kg de peso vivo; B) Crescimento, dos 30,25 aos 53,80 kg de peso vivo e C) Terminação, dos 53,80 kg até aos 90 kg de peso médio. Foram avaliados: ganho diário de peso (GDP), consumo diário de ração(cdr), conversão alimentar (CA) em cada fase e em todos animais abatidos foram avaliados as características das carcaças de acordo com o Método Brasileiro de Classificação de Carcaça (ABCS,1973). O delineamento experimental utilizado foi o de blocos casualizados, com 5 tratamentos e 7 repetições ( 4 de machos e 3 de fêmeas) tendo um animal por parcela experimental. Os resultados foram submetidos à análise de variância, utilizando-se o PROC GLM do SAS (1985), adotando o seguinte modelo matemático. Y ijkl = μ + T i + B j (S k ) + S k + (TS) ik + e ijkl onde : Y ijkl = observação individual; μ = média geral; T i = efeito do i ésimo tratamento ( i = 1,2,3,4,5); B j (S k ) = efeito do j ésimo bloco ( j = 1,2,3,4,5,6,7,) dentro do k ésimo sexo ( k = 1,2 codificados com 1 correspondendo ao macho e 2 a fêmea); S k = efeito do k ésimo sexo ( k = 1,2 codificados com 1 correspondendo ao macho e 2 a fêmea); TS ik = efeito da interação do i ésimo tratamento com k ésimo sexo; e ijkl = erro experimental. RESULTADOS E DISCUSSÃO Todos os dados de desempenho das fases inicial, crescimento, terminação e período total são apresentados na Tabela 2. Fase inicial O GDP, CDR e CA na fase inicial não foram afetados (P>0,05) pela substituição da energia do milho comum pela energia do milho com alto teor de óleo. Os resultados de GDP e do CDR estão de acordo com os encontrados por ADAMS & JENSEN (1987), os quais não observaram diferença significativa para estas duas variáveis na fase inicial. Entretanto, estes autores encontraram diferença na eficiência alimentar, sendo melhor nos animais que receberam milho com alto teor de óleo e milho comum mais óleo. Não foi detectada diferença significativa (P>0,05) entre machos e fêmeas, para todas as características de desempenho analisadas. Fase de crescimento O GDP, CDR e a CA na fase de crescimento não diferiram (P>0,05) entre os animais submetidos aos diferentes tratamentos. Os resultados para ganho de peso assemelharam-se aos obtidos por NORDSTROM et al. (1972), que não encontraram diferenças significativas. Não houve diferença significativa (P>0,05) entre sexos para GDP, CDR e CA. Estes resultados concordaram com os encontrados por Fuller (1988), citado por MIYADA (1996), que relatou que as diferenças entre sexos, quanto aos padrões de crescimento dos suínos, dependem do estágio de desenvolvimento sexual. Quanto ao desempenho, estas diferenças não são evidenciadas antes dos 50 kg, sendo caracterizadas, no entanto, a partir dos 70 kg de peso vivo. Fase de terminação Na Tabela 3 encontram-se os desdobramento da interação tratamento e sexo para ganho de peso nesta fase. Houve efeito significativo (P < 0,05) do sexo com relação às variáveis GDP e CDR. Os resultados concordaram com os apresentados por Fuller (1980), citado por CARNINO (1994) e BRANDALISE (1993), os quais observarams que os machos castrados consumiram mais alimento que as fêmeas e conseqüentemente, apresentaram um ganho de peso superior a estas. Os resultados também concordaram com Fuller (1988) citado por MIYADA (1996), o qual afirmou que foi a partir dos 70 kg que ocorrem as diferenciações entre sexos devido às diferentes exigências nutricionais das fêmeas e machos castrados. Para a CA, não foram encontradas diferenças significativas entre os sexos. A análise de variância para GDP apresentou interação significativa (P < 0,05) entre tratamentos e sexos mostrado no Tabela 3. Para os machos não houve diferença significativa (P>0,05) dos tratamentos em relação ao GDP enquanto as fêmeas dos tratamentos com 0% e 25% de substituição, apresentaram um GDP inferior. Através da análise de regressão polinomial, observou-se efeito quadrático (P <

ARS VETERINARIA, 15(3):206-212, 1999. 209 Tabela 1 - Composição das rações experimentais das fase inicial, crescimento e terminação. FASE INICIAL FASE CRESCIMENTO FASE TERMINAÇÃO Ingrediente (%) TRATAMENTOS TRATAMENTOS TRATAMENTOS 0% 25% 50% 75% 100% 0% 25% 50% 75% 100% 0% 25% 50% 75% 100% Milho moído 65,54 52,0 35,95 19,85 -- 76,10 60,82 41,12 21,41 -- 82,60 65,69 44,30 22,91 -- Farelo de soja 23,10 23,04 23,45 23,86 24,95 15,44 15,30 15,96 16,62 17,60 11,39 11,29 12,01 12,73 13,73 Milho alto óleo -- 13,90 27,80 41,70 55,60 -- 16,14 32,28 48,42 64,55 -- 17,52 35,04 52,55 70,07 Farelo de trigo - - - - - 2,00 2,00 2,00 2,00 2,00 2,00 2,00 2,00 2,00 2,00 Levedura seca 4,00 4,00 4,00 4,00 4,00 2,00 2,00 2,00 2,00 2,00 -- -- -- -- -- Açúcar 2,34 2,34 2,34 2,34 2,34 -- -- -- -- -- -- -- -- -- Óleo de soja 1,26 -- -- -- -- 1,62 -- -- -- -- 1,63 -- -- -- -- Calcário calcitico 0,67 0,67 0,66 0,64 0,61 0,86 0,86 0,84 0,82 0,80 0,45 0,95 0,93 0,90 0,87 Fosfato bicálcico 1,71 1,71 1,72 1,74 1,79 0,97 0,96 0,99 1,01 1,04 0,53 0,53 0,56 0,59 0,63 Sal 0,50 0,50 0,50 0,50 0,50 0,50 0,50 0,50 0,50 0,50 0,50 0,50 0,50 0,50 0,50 Suplemento vitamínico 0,40 0,40 0,40 0,40 0,40 0,20 0,20 0,20 0,20 0,20 0,15 0,15 0,15 0,15 0,15 Suplemento mineral 0,24 0,24 0,24 0,24 0,24 0,20 0,20 0,20 0,20 0,20 0,15 0,15 0,15 0,15 0,15 Antioxidante 0,01 0,01 0,01 0,01 0,01 0,01 0,01 0,01 0,01 0,01 0,01 0,01 0,01 0,01 0,01 Nutre med - suínos a 0,03 0,03 0,03 0,03 0,03 -- -- -- -- -- -- -- -- -- -- L-lisina.HCl (78%) 0,20 0,21 0,20 0,19 0,17 -- 0,10 0,10 0,08 0,08 0,09 0,09 0,07 0,06 0,04 Caulim -- 0,95 2,70 4,50 9,36 -- 0,91 3,82 6,73 11,04 11,04 1,12 4,28 7,45 11,85 Valores Calculados b Proteína bruta 18,00 18,00 18,00 18,00 18,00 15,00 15,00 15,00 15,00 15,00 13,00 13,00 13,00 13,00 13,00 Energia Metabolizável(kcal/ kg) 3250 3250 3275 3298 3221 3260 3260 3260 3260 3215 3275 3275 3275 3275 3234 Lisina (%) 1,05 1,05 1,05 1,05 1,05 0,75 0,75 0,75 0,75 0,75 0,60 0,60 0,60 0,60 0,60 Metionina+Cistina 0,57 0,57 0,57 0,57 0,57 0,49 0,49 0,49 0,49 0,48 0,44 0,44 0,44 0,44 0,44 a Nutre- med suínos - premix suprindo as seguintes quantidades por kg do produto: 220.000 UI Vit.A, 40.000 UI Vit.D3,1.200 mcg Vit.B12. 600 mg Vit.E. 800 mg Vit K3,1.600 mg Niacina, 250mg Riboflavina, 7.350 mcg Biotina, 2.000 mg L-lisina, 5 mg Tiamina, 50 mg Piridoxina, 500 mg Cloreto de Colina, 3.000 mg D-L metionina, 20.000 FASE mg Clorotetraciclina, DE 2.000 mg FASE Sulfometazina, DE 10.000 mg Penicilina e 2.000 mg Antioxidadnte. b EMBRAPA FASE (1991). INICIAL PERÍODO TOTAL CRESCIMENTO TERMINAÇÃO (GPD kg) (CDR (CA) (GPD (CDR kg) (CA) (GPD kg) (CDR kg) (CA) (GPD kg) (CDR kg) (CA) kg) kg) TRATAMENTO 0% 0,50 0,95 1,93 0,82 2,03 2,51 0,89 2,72 3,09 0,71 1,82 2,61 Tabela 2 - Dados médios do ganho diário de peso (GDP), consumo diário de ração (CDR), e conversão alimentar (CA) dos suínos na FASE INICIAL, FASE DE CRESCIMENTO, FASE DE TERMINAÇÃO E PERÍODO TOTAL, de acordo com os tratamentos. 25% 0,51 1,00 1,97 0,85 2,19 2,58 0,88 2,77 3,16 0,72 1,90 2,64 50% 0,49 0,95 1,94 0,88 2,22 2,52 0,95 2,92 3,07 0,75 1,94 2,61 75% 0,48 0,97 2,02 0,84 2,22 2,67 0,97 3,09 3,18 0,74 2,01 2,73 100% 0,47 0,94 2,01 0,82 2,18 2,67 0,93 2,97 3,21 0,71 1,95 2,73 SEXOS (1) Machos 0,50 x 0,97 x 1,97 x 0,87 x) 2,21 x 2,57 x 0,97 x) 3,02 x 3,12 x 0,74 x 1,97 x 2,65 x castrados Fêmeas 0,49 x 0,96 x 1,98 x 0,81 x 2,12 x 2,62 x 0,86 y 2,72 y 3,17 x 0,70 y 1,87 x 2,69 x C.V. (%) 7,98 6,83 6,72 11,74 9,49 8,47 7,63 9,02 7,47 6,95 7,49 6,31 1 Médias de sexos com letras diferentes diferem entre si pelo Teste de Tukey (P < 0,05) Tabela 3 - Desdobramento da interação tratamento e sexo para ganho diário de peso na fase de terminação Sexos 0% 25% 50% 75% 100% Machos castrados 0,99 a A ( 1 ) 0,96 a A 0,97 a A 0,96 a A 0,97 a A Fêmeas 0,75 b B 0,78 b B 0,92 a b A 0,99 a A 0,87 a b A 1 Em cada tratamento médias com letras distintas diferem (P < 0,05), pelo teste de Tukey.

210 ARS VETERINARIA, 15(3):206-212, 1999. Tabela 4 - Médias das características das carcaças Tratamento Características da carcaça) RC(%) CC(cm) ET(cm) AOL (cm 2 ) RCG RP(%) 0% 77,94 96,03 2,53 32,23 1,50 28,80 25% 77,56 95,24 2,60 33,14 1,38 29,08 50% 78,36 96,06 2,86 36,96 1,41 29,68 75% 78,25 95,19 2,64 34,44 1,51 29,56 100% 76,74 96,07 2,22 34,77 1,71 29,41 Sexos Machos 77,34 x(1) 95,77 x 2,59 x 33,56 x 1,36 x 29,02 x castrados Fêmeas 78,35 x 95,65 x 2,55 x 35,31 x 1,69 y 29,69 y C V(%) 2,39 4,16 13,59 10,84 16,75 3,09 1 Médias de sexos com letras diferentes diferem entre si pelo Teste de Tukey (P < 0,05). Figura 1- Efeito dos níveis de substituição da energia do teor de óleo sobre o ganho diário de peso das fêmeas na fase de terminação. Ganho diário de peso (kg) 1,00 0,95 0,90 0,85 0,80 0,75 r 2 = 0,7652 Y = 0,723 + 0,005952x - 0,00004152x 2 0,70 Níveis de substituição (%) Figura 3 - Efeito dos níveis de substituição da energia do teor de óleo sobre o consumo diário de ração, no período total. Consumo diário de ração (kg) 2,02 2,00 1,98 1,96 1,94 1,92 1,90 1,88 1,86 1,84 1,82 Y= 1,8537 + 0,001405x R 2 = 0,6701 Níveis de substituição (%) Figura 2 - Efeito dos níveis de substituição da energia do teor de óleo sobre o consumo diário de ração, na fase de terminação. Consumo diário de ração (kg 3,10 3,05 3,00 2,95 2,90 2,85 2,80 2,75 2,70 Y= 2,727 + 0,003314x r 2 = 0,7381 Niveis de substituição (%) Figura 4 - Efeito dos níveis de substituição da energia do teor de óleo sobre a espessura de toucinho. Consumo diário de ração (kg 3,10 3,05 3,00 2,95 2,90 2,85 2,80 2,75 2,70 Y= 2,727 + 0,003314x r 2 = 0,7381 Niveis de substituição (%)

ARS VETERINARIA, 15(3):206-212, 1999. 211 0,05) dos tratamentos sobre o GDP das fêmeas, sendo ao nível de 71,7% (estimado) de substituição da energia do teor de óleo, onde os animais apresentaram o maior ganho (936 g) (Figura 1). A análise de regressão demonstrou efeito linear (P < 0,05) para os níveis de substituição da energia do teor de óleo, no que se refere ao CDR, tanto dos machos como das fêmeas (Figura 2). Período total ( Fase inicial + crescimento + terminação) As médias de GDP, CDR e CA para o período total (fase inicial + crescimento + terminação) se encontram na Tabela 2. Houve diferença entre sexos (P < 0,05) para o GDP, onde os machos apresentaram um maior ganho. Este resultado concorda com aqueles obtidos por BRANDALISE (1993) e CARNINO (1994), os quais concluíram que os machos castrados além de apresentarem um GDP superior ao das fêmeas, também demonstraram melhor CA, apesar de que neste trabalho para o período total, a CA não foi significativa. Na análise de regressão polinomial observou-se efeito linear (P < 0,05) dos tratamentos sobre o CDR para ambos os sexos (Figura 3). Características das carcaças Os resultados de rendimento de carcaça (RC), comprimento de carcaça (CC), espessura do toucinho (ET), área do olho de lombo (AOL), relação carne:gordura (RCG) e rendimento de pernil (RP), estão apresentados na Tabela 4. Para as características de RC, CC, AOL, RCG e RP, verificou-se que não houve diferença significativa (P>0,05). Estes resultados estão de acordo com os obtidos por NORDSTROM et al. (1972) e ADAMS & JENSEN(1987) que não encontraram diferença significativa para o comprimento de carcaça, área do olho de lombo e percentagem de pernil, quando compararam rações contendo milho comum e milho com alto teor de óleo. Os animais do tratamento com 100% de substituição apresentaram menor ET em relação aos animais que receberam o tratamento com 50% de substituição, este resultado é significativo, porque na ração onde houve 100% de substituição, não houve a necessidade de se adicionar óleo de soja, a utilização do milho com alto teor de óleo o qual apresenta um maior conteudo energetico que o milho comum, supriria a necessidade de se utilizar o óleo barateando os custos da ração. A análise de regressão detectou efeito quadrático (P < 0,05) dos níveis de substituição da energia do milho comum pela energia do milho com alto teor de óleo sobre a ET indicando o nível de 43,0% (estimado) como sendo o que ocasionou a pior espessura de toucinho 2,78 cm ( Figura 4). Houve diferença significativa (P < 0,05) entre sexos para a RCG e RP onde observou-se que as fêmeas foram superiores aos machos castrados. Os resultados de diferença entre sexos discordaram em parte dos obtidos por WATKINS et al. (1977) que, estudando as diferenças entre sexos, concluíram que as fêmeas apresentaram ET 13% menor, porém concordaram com os dados obtidos para RCG, onde verificaram uma maior RCG para as fêmeas (1,69) que para os machos (1,36). Para a AOL não foi encontrada diferença entre sexos, o que diferiu dos dados obtidos por SILES et al. (1984). Quanto ao CC não houve diferença significativa entre sexos, o que diferiu dos resultados encontrados SILES et al. (1984) que verificaram que as fêmeas apresentaram um maior comprimento de carcaça do que os machos castrados. CONCLUSÕES O milho com alto teor de óleo não afetou o desempenho dos animais no período total (inicial + crescimento + terminação). No período total ( fase inicial + crescimento + terminação) os machos castrados apresentaram GDP superior ao das fêmeas. As características das carcaças, com exceção da espessura do toucinho, não foram afetadas pela substituição da energia do milho comum pela energia do milho com alto teor de óleo. A energia do milho com alto teor de óleo pode ser utilizada em substituição à energia do milho comum. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ADAMS, K.L., JENSEN, A.H. High-fat-maize in diets for pigs and sows. Animal Feed Science and Technology, v.17, n. 3, p. 201-12,1987. ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE CRIADORES DE SUÍNOS. Método brasileiro de classificação de carcaça. Estrela:, 1973, 17p. BRANDALISE, V.H. Dietas de baixa e alta densidade de nutrientes para suínos sexados. In: MINI-SIMPÓSIO DO COLÉGIO BRASILEIRO DE NUTRIÇÃO ANIMAL, 10, 1993, Valinhos. Anais... p.43-54. CARNINO, F. Efeito de fatores fisiológicos e nutricionais sobre a qualidade da carcaça de suínos. In: SIMPÓSIO LATINO-AMERICANO DE NUTRIÇÃO DE SUÍNOS, 1994, São Paulo, Anais... p.133-57.

212 ARS VETERINARIA, 15(3):206-212, 1999. EMBRAPA. Tabela de composição química e valores energéticos para suínos e aves. 3. ed. Concórdia, CNPSA, 1991. 97p. (Documentos, 19). MIYADA, V.S. Fatores que influenciam as exigências nutricionais dos suínos. In: SIMPÓSIO INTERNACIONAL SOBRE EXIGÊNCIAS NUTRICIONAIS DE AVES E SUÍNOS. 1996, Viçosa. Anais..., p. 435-46, 1996. NORDSTROM, J.W.; BEHREWOS, B. R.; MEADE, R. J.; THOMPSON, E. H.; Effect of feeding high oil corns to growing-finishing swine. Journal Animal Science, v. 35, n. 2, p.357-61, 1972. NRC. Nutrient requirements of swine, 9.ed. Washington: National Academy Press, 1988. 93p. ORBAN J.L. & ADEOLA, O. Metabolizable energy in high oil corn and subsequent growth response when fed to growing pigs. Journal Animal Science,, v.72, suppl.1, p.371, 1994. SAS INSTITUTE INC. SAS user s guide: statistics.5 ed. Cary: SAS,1985. 956p. SILES, J.L.G.; Efecto de la raza y del sexo en la calidad de la canal porcina. Anales del Instituto Nacional de Investigaciones Agrarias - Serie Ganadera, n. 19, p. 13-21, 1984. WATKINS L. E.; Effects and interactions of breed group, sex and protein level on performance of swine. Journal Animal Science,, v.45 n.1, p.24-29, 1977.