POLÍTICA EXTERNA BRASILEIRA PARA A ÁFRICA

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Transcrição:

POLÍTICA EXTERNA BRASILEIRA PARA A ÁFRICA Profº Marcelo Câmara

ANOS 50 O movimento de descolonização e as primeiras reflexões sobre a inserção brasileira no continente africano A Conferência de Bandung (1955) e o surgimento do MNA As primeiras tentativas de cooperação sul-sul África e Ásia como novas fronteiras da diplomacia brasileira busca de modelos alternativos aos canais diplomáticos tradicionais forjados pelas grandes potências Predominava à época discurso culturalista centrado na familiaridade e na história comum a ambos os lados do Atlântico. A existência de raízes comuns não garantia o conhecimento das realidades mútuas Reaproximação do Brasil com a África foi condicionada pelo desgaste do processo colonial, pela eclosão dos movimentos nacionalistas africanos e pelos desdobramentos do processo político doméstico brasileiro no pósguerra

TRANSIÇÃO PARA A PEI Primeiro memorando no Itamaraty sobre uma estratégia de inserção na Ásia e África (1957) Apesar do interesse no continente vizinho, o Governo Kubitschek assistiu, sem manifestação explícita, à independência da primeira nação da África negra (Gana) bem como observou, sem fala, a independência de 17 países africanos em 1960. Prevalecia em certos círculos o temor de que a CEE concedesse regras preferenciais de comércio às nações africanas em prejuízo das exportações das commodities brasileiras O Tratado de Amizade e Consulta (1953) com Portugal tornava o Brasil refém da política colonial portuguesa. Por conseguinte, o Brasil votava na ONU contras as resoluções que recomendava Portugal apresentar informações sobre suas colônias. O surgimento de interesse pela África foi alimentado por figuras de renome, as quais, entretanto, não agiram de forma organizada nem construíram uma política externa coerente.

POLÍTICA EXTERNA INDEPENDENTE -A África passou ocupar valor de um novo horizonte ao conflito leste-oeste -Apesar de somente oito meses no poder, J.Quadros começou o processo de abertura de novas embaixadas na África (Gana, Nigéria, Senegal). Instaurou no Itamaraty um GT para a África e programa de bolsas de estudo. Em 1961 foi criado o Instituto Brasileiro de Estudos Afro-Asiáticos -Brasil passou a adotar posição firme a favor da descolonização na África, da autodeterminação dos povos e questionar a política de Salazar em relação às colônias ultramarinas -Jânio Quadros nomeou o primeiro embaixador negro para representar o Brasil em Gana (Raymundo Sousa Dantas); João Goulart nomeou Rubem Braga para o Marrocos e o pintor Cícero Dias para a Tunísia -O discurso culturalista foi complementado pela afirmação de que o Brasil teria uma dívida a ser paga com os países de origem de milhares de brasileiros que vieram ao país como escravos -As relações com a África foram instrumentalizadas para afirmar a independência dos EUA

POLÍTICA EXTERNA AFRICANA NOS GOVERNOS MILITARES (i) Governo Castello Branco (1964-67) Alinhamento automático com os EUA e Portugal (Chanceler Juracy Magalhães Tudo que é bom para os EUA também é bom para o Brasil; tudo o que acontece de bom para Portugal é recebido com imenso agrado no Brasil. Em seu discurso perante a ONU não mencionou a um só palavra sobre a questão colonial) Governo Costa e Silva (1967-69) Brasil volta a criticar o colonialismo, mas sem colocar em questão a política ultramarina portuguesa Brasil votou contra o reconhecimento da existência de um Estado autônomo instituído na Guiné-Bissau - Criação no Itamaraty de um Secretaria Geral Adjunta para a África e Oriente Médio e da Câmara de Comércio Afro-Brasileira. Governo Médici (1969-74) com o milagre econômico, a África passou a despontar mais claramente como potencial mercado para produtos brasileiros Mario Gibson Barboza realizou a primeira viagem de um Chanceler brasileiro à África (oito países) A aproximação não significou ruptura dos laços com Portugal Brasil se absteve na ONU em resoluções condenatórias a Portugal e à África do Sul; se ofereceu para intermediar o diálogo entre Portugal e as colônias ultramarinas Primeira missão comercial para a África (1973) - Médici reconheceu em 1974 a independência de Guiné-Bissau

POLÍTICA EXTERNA AFRICANA NOS GOVERNOS MILITARES (ii) Governo Geisel (1974-79): Pragmatismo Ecumênico e Responsável - o Chanceler Azeredo da Silveira considerava serem as relações com Portugal uma hipoteca que o Brasil não poderia mais pagar. Com a Revolução dos Cravos (1974), o Brasil realiza revisão completa de sua política colonialista. Em 1975 reconheceu as independências de Cabo Verde, São Tomé e Príncipe e Angola, no caso desta última foi o primeiro país no mundo a fazê-lo. Condenou os regimes racistas na Rodésia e África do Sul Governo Figueiredo (1980-84): crise da dívida externa Primeiro Presidente a visitar a África (Nigéria, Senegal, Argélia, Cabo Verde e Guiné Bissau) - Em 1984 as exportações para a África chegaram a representar 7,9% do total das exportações, tendo declinado em 1996 para 3,2% - Pouca presença empresarial brasileira no continente (Petrobras, Vale, Mendes Júnior e Odebrecht)

NOVA REPÚBLICA Governo Sarney (1985-1990): aprovação na ONU da ZOPACAS (1986) - encontro de Chanceleres dos Países de Língua Portuguesa - apoio diplomático ao desenvolvimento dos países africanos Visitou Cabo Verde, Angola e Moçambique I Conferência do Atlântico Sul (1988) com a presença de 19 países Reconhecimento da independência da Namíbia Governo Itamar Franco (1992-95): abriu o caminho para a criação da CPLP (1996) Governo FHC (1995-2002): participação das Forças Armadas brasileiras na UNAVEM (Missão de Verificação das Nações Unidas em Angola); campanha brasileira de quebra de patentes dos medicamentos contra a AIDS teve grande apoio dos países africanos visitas de Estado a Angola, Moçambique e África do Sul Visita do Presidente Nelson Mandela ao Brasil Chanceleres LF Lampreia e Celso Lafer não visitaram nenhum país africano - Fechamento de Embaixadas em Adis Abeba, Dar es Salam, Iaundê, Kinshasa, Lomé e Lusaca Número de diplomatas na África: 25 (1973); 34 (1989); e 24 (1996)

GOVERNO LULA Governo Lula (2003-2010): elencou a América do Sul e a África como efetivas prioridades em política externa capítulo à parte nas relações Brasil-África combate à pobreza e à exclusão social como vetores de ação interna e externa Ação afirmativa nos exames do IRBr Estabelecimento do Foro IBAS Organização da Conferência Internacional de Intelectuais Africanos e da Diáspora (2006) - Apoio diplomático aos Cotton-4 (Benin, Burkina Faso, Chade e Mali) Grande ofensiva na disseminação da tecnologias dos biocombustíveis na África Coordenação brasileira da Comissão de Construção da Paz/ONU para o caso de Guiné-Bissau Realização de 2 Cúpulas América do Sul-África (ASA) - Instalação de filial da Embrapa em Gana Programa Mais Alimentos Internacional (PMAI) durante o Diálogo Brasil-África em Segurança Alimentar, Combate à Fome e Desenvolvimento Rural (Brasília, 2010) Foram reativadas/abertas 18 embaixadas. O Brasil passou a ter embaixadas em 37 dos 55 países, quantidade inferior somente aos EUA, China, França e empatado com a Rússia. Foram instaladas 17 embaixadas africanas em Brasília, passando a capital brasileira a contar com total de 33 representações africanas.

GOVERNOS LULA, DILMA ROUSSEFF E MICHEL TEMER Presidente Lula e o Chanceler Celso Amorim visitaram, respectivamente, 23 e 31 países africanos. O Brasil, no período do Presidente Lula, recebeu visita de 28 Chefes de Estado/Governo e de 67 Chanceleres da África. Entre 2003 e 2010 o Brasil perdoou dívidas de Moçambique (USD 315 milhões), Nigéria (USD 84,7 milhões) e Cabo Verde (USD 1,2 milhão). Grande impulso à presença empresarial brasileira no continente com o apoio do BNDES. O intercâmbio comercial passou de USD 5 bi (2002) para USD 20 bi (2010). Em 2008 chegou a USD 28 bi. Em 2001 o Brasil investiu USD 69 bi na África, em 2009 a cifra era de USD 214 bi. Governo Dilma Rousseff (2011-2016): visitas a Angola, África do Sul, Moçambique e Etiópia (sede da UA) Abertura da representação do BNDES em Johannesburgo III Cúpula América do Sul-África (2013) Governo Michel Temer (2016- ) Visita do Chanceler Aloysio Nunes à Namíbia, Botsuana, Malauí, Moçambique, África do Sul e São Tomé e Príncipe

PRINCIPAIS INICIATIVAS Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (SENAI) tem centros em Angola, Cabo Verde, Guiné Bissau e São Tomé e Príncipe Programas Estudantes-Convênio (PEC-G/PEC-PG): entre 2000 e 2016 os países africanos responderam por 77% dos cerca de 8 mil estudantes estrangeiros selecionados Programa Mais Alimentos Internacional (PMAI): há hoje cinco países africanos beneficiários (Gana, Zimbábue, Quênia, Moçambique e Senegal) e outros quatro solicitaram ingresso no programa (Angola, Malauí, Nigéria e Sudão). Acordos de Cooperação e Facilitação de Investimentos (ACFI): em vigor com Angola, Malauí e Moçambique Parceria Estratégica : África do Sul e Angola Diálogo Estratégico: Egito, Argélia e Nigéria

TENDÊNCIAS ATUAIS E CONCLUSÕES A pext brasileira para a África tem sido marcado ao longo dos anos por períodos de grandes oscilações em sua ênfase Os seguintes elementos a tornam uma vertente irrenunciável da ação externa brasileira: a) demanda crescente da sociedade brasileira; b) interesse dos países africanos em se aproximarem do Brasil; c) dimensão da vocação universalista da política externa brasileira; d) importância geoestratégica para o Brasil; e) oportunidades econômico-comerciais para o Brasil; f) apoio africano a candidaturas e objetivos multilaterais comuns (ex. reforma do CSNU; eleições para DG-FAO/DG-OMC) Nos últimos dez anos, a África Subsaariana apresentou taxa média de crescimento de 6% (média mundial: 4%) O comércio bilateral Brasil-África cresceu mais de 500% entre 2000 e 2014, passando de USD 4bi para USD 26,8 bi. Em 2015 total foi de USD 16,9 bi. Nas exportações brasileiras predominam os manufaturados e industrializados, ao passo que na s importações predominam petróleo. À exceção de 2009, todos os outros anos a balança de comércio bilateral foi deficitária para o Brasil. Encontram-se em análise pelo Senado reestruturação da dívida de quatro países africanos ( Côte d Ivoire, RD do Congo, Tanzânia e Zâmbia) A pext brasileira para a África vem sofrendo limitações em razão das atuais restrições orçamentárias

Bibliografia Saraiva, José Sombra. O lugar da África: a dimensão atlântica da política externa brasileira, 1997. Ferreira, Walace. A África na Política Externa Brasileira: Análise de Distanciamentos e Aproximações entre as Décadas de 1950 e 1980 (2010). _. FHC e Lula na África sob as Perspectivas Diplomática e Econômica (2016).