DOENÇA DE PARKINSON NA VIDA SENIL PANORAMA DAS TAXAS DE MORBIMORTALIDADE E INCIDÊNCIA ENTRE AS REGIÕES BRASILEIRAS

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Transcrição:

DOENÇA DE PARKINSON NA VIDA SENIL PANORAMA DAS TAXAS DE MORBIMORTALIDADE E INCIDÊNCIA ENTRE AS REGIÕES BRASILEIRAS Maykon Wanderley Leite Alves da Silva 1, José Victor de Mendonça Silva 2, Nycolas Emanuel Tavares de Lira 3, Mayara Leite Alves da Silva 4, Me. José André Bernardino dos Santos 5 1. Introdução 1, 3, 4, 5 Universidade Estadual de Ciências da Saúde de Alagoas UNCISAL maykonwanderleyleite@gmail.com ; nycolas.tavares@hotmail.com; mayaraifal@gmail.com; andrebernardino@oi.com.br 2 Universidade Federal de Alagoas - UFAL victormenddonca@hotmail.com Segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Bioestatística (IBGE) do censo de 2013, a população idosa representa 13% da população total, o que perfaz um total de 26,2 milhões de indivíduos, com uma expectativa média de vida de 74 anos. O envelhecer está relacionado ao declínio funcional do corpo, decorrente de inúmeras alterações fisiológicas, musculoesqueléticas e cognitivas que são inerentes ao próprio processo natural de envelhecimento. Além disso, o aumento da expectativa de vida trouxe a elevação nas taxas de incidência e de prevalência em doenças neurológicas, destacando-se a Doença de Parkinson (DP). 1,2 O Parkinson é a segunda doença neurodegenerativa mais frequente no Brasil com uma maior prevalência na terceira idade, considerado um distúrbio crônico de caráter insidioso, progressivo de evolução lenta, com etiologia desconhecida. 3 O sintoma inicial confunde-se com outras doenças neurológicas ou próprias da natureza senil. Assim, o diagnóstico é clínico, caracterizado, habitualmente, por uma tríade: tremor de repouso, bradicinesia e rigidez ao movimento. 4 Ocorrem, ainda, psicossociais, emocionais, depressão, alterações do sono e disfunção cognitiva. 5 Decorrente disso, é uma comorbidade extremamente incapacitante com prejuízos à funcionalidade biopsicossocial, com impacto negativo na qualidade de vida do indivíduo. 2,5 Torna-se necessário, portanto, conhecer a real situação epidemiológica da doença de Parkinson no Brasil; tendo como objetivo, o presente estudo, descrever o perfil epidemiológico no Brasil com foco nas taxas de morbimortalidade e incidência entre as regiões brasileiras.

2. Metodologia Trata-se de um estudo epidemiológico descritivo do tipo transversal, cujos dados foram obtidos por meio de consulta ao Departamento de Informática do Sistema Único de Saúde (DATASUS). Foram coletadas informações sobre a categoria CID-10 da doença de Parkinson nas cinco regiões do Brasil (Norte, Nordeste, Sudeste, Sul e Centro-Oeste), a partir do Sistema de Informações Hospitalares dos SUS (SIH/DATASUS) durante o período de 2012 a 2016 e do Sistema de Informação sobre Mortalidade (SIM) no período de 2011 a 2015. No SIH/DATASUS, foram avaliadas as variáveis: Autorização de Internação Hospitalar (AIH) aprovadas, média de permanência e valor total de gastos. Além disso, no SIM, foram notificadas as variáveis óbito por ocorrência de faixa etária, de sexo e de cor/raça, sendo estes dois últimos na população idosa. Os dados obtidos foram tabulados e as tabelas foram geradas. Não foi necessário submeter o projeto ao Comitê de Ética em Pesquisa, uma vez que o DATASUS se trata de um banco de domínio público. 3. Resultados e Discussões A partir dos dados oriundos da plataforma online do Sistema de Informações Hospitalares dos SUS (SIH/DATASUS) e do Sistema de Informação sobre Mortalidade (SIM), analisou-se as informações sobre a doença de Parkinson e seus impactos nas vidas dos brasileiros das cinco regiões do Brasil: Norte (N), Nordeste (NE), Centro-Oeste (CO), Sudeste (SE) e Sul (S). Diante disso, com base no SIH/DATASUS, verificou-se que no período de 2012 a 2016, a Autorização de Internação Hospitalar (AIH), a média dos dias hospitalizado e o valor total dos gastos hospitalares. Esses valores estão ilustrados na tabela 1. Tabela 1 Dados obtidos pelo SIH/DATASUS por região brasileira (2012-2016) MÉDIA DE VALOR TOTAL REGIÃO QUANTIDADE DE AIH PERMANÊNCIA DOS GASTOS BRASILEIRA APROVADAS HOSPITALAR HOSPITALARES Norte 167 10,4 95.040,83

Nordeste 1.082 9,86 589.756,38 Centro-Oeste 228 7,82 135.542,07 Sudeste 1.272 10,02 886.231,43 Sul 1.116 7,42 683.084,40 TOTAL 3865 45,52 2.389.655,11 Nesse panorama do período analisado, foram realizados 3865 AIH aprovadas para o tratamento da doença de Parkinson no Brasil, destacando-se a região Norte com 4,32% de incidência (n=167) dos casos e a região Sudeste com 32,91% de incidência (n=1272). O custo total foi de R$ 2.389.655,11, sendo uma média de R$ 477.931,02 por AIH aprovada por região a cada ano. As regiões menos e mais onerosas (tal qual se esperava que fossem) foram as que notificaram menos e mais casos, com um total de R$ 95.040,83 e R$ 886.231,41, respectivamente. O tempo de permanência por ano durante o período analisado foi maior na região Norte (10,4 dias) e menor na Região Sul (7,42 dias) - a média entre as cinco regiões foi de 9,1 dias. Em paralelo, com base no Sistema de Informação sobre Mortalidade, analisou-se a quantidade de óbitos por ocorrência de Parkinson em faixa etária conforme tabela 2, em cor/raça (tabela 3) e em sexo, sendo estes dois últimos na população idosa. Tabela 2 Dados obtidos no SIM acerca da faixa etária dos óbitos por ocorrência REGIÃO BRASILEIRA 30 A 39 40 A 49 50 A 59 60 A 69 70 A 79 80 E MAIS Norte 1 1 22 59 155 251 Nordeste 1 17 71 262 937 1.590 Centro-Oeste - 7 19 89 337 522 Sudeste - 17 142 633 2.470 4.846 Sul - 8 62 290 995 1.671 TOTAL 2 50 316 1.333 4.894 8.880 No que diz respeito à quantidade de óbitos com a faixa etária (tabela 2), encontrou-se 15.475 mortes no Brasil, enfatizando a Região Sudeste com 52,39% (n=8.108) dos casos notificados,

contudo, verificou-se discreta diferença entre as regiões Nordeste (18,59%; n= 2.878) e Sul (19,55%; n= 3.026). É notório, ainda, que o número de óbitos foi crescente, à medida que o indivíduo envelhece, o que salienta, em primeiro lugar, a faixa de 80 anos e mais (58,78%; n=8880) nas cinco regiões, além de ter destaque, em segundo lugar, a faixa de 70 a 79 anos (32,39%; n=4.894) também em todas as regiões. No concernente à cor/raça (tabela 3), a raça branca apresentou-se em primeiro lugar nas cinco regiões e correspondeu a 75,53% (n=11.141), contudo em 4,34% (n=656) dos casos esse campo não foi preenchido, o que demonstra a fragilidade dessa informação, sobretudo na região Sudeste. Tabela 3 Informações dos óbitos por ocorrência de cor/raça em idosos BRANCA PRETA AMARELA PARDA INDÍGENA IGNORADO Norte 182 14 3 254 3 9 Nordeste 1.432 107 11 1.070 1 168 Centro- 622 23 2 277-24 Oeste Sudeste 6.445 248 105 781 4 366 Sul 2.730 49 11 75 2 89 TOTAL 11.411 441 132 2.457 10 656 Quanto às características demográficas, observou-se uma proporção maior de homens em todas as regiões brasileiras, correspondendo a 54,61% (n=8.250), todavia, percebeu-se ausência de registro dessa informação ao notar os casos ignorados no sexo feminino, correspondendo a 0,02%. 4. Conclusão Nas avaliações de 2011 a 2015 no SIM, nota-se uma incidência da doença de Parkinson no Brasil em indivíduos de 80 anos, do sexo masculino e da cor/raça branca, predominantemente na região Sudeste. Já nas informações da plataforma online DATASUS, destaca-se que no período de 2012 a 2016 no SIH/DATASUS, a região Sudeste liderou os altos índices de AIH aprovadas e os valores totais gastos, com exceção apenas da média de permanência hospitalar.

5. Referências Bibliográficas 1. Rabelo DF, Cardoso CM. Auto-eficácia, doenças crônicas e incapacidade funcional na velhice. PsicoUSF. Jun 2007; 12 (1). 2. Cirne GNM, Cacho RO, Cavalcante ARS, Nascimento WV, Lopes JM, Lima NMFV, et al. Qualidade de vida e o estágio de comprometimento em sujeitos com doença de Parkinson. Revista do Departamento de Educação Física e Saúde e do Mestrado em Promoção da Saúde da Universidade de Santa Cruz do Sul / Unisc. 2017; 18 (2). 3. Barros JEF. Como diagnosticar e tratar a doença de Parkinson. Moreira Jr editora. 2011; 69(5/6): 113-118. 4. Galvão TLA, Oliveira KKD, Maia CAAS, et al. Assistência à pessoa com Parkinson no âmbito da estratégia de saúde da família. Rev Fund Care Online. 2016; 8(4):5101-5107. 5. Pinheir IM, SLS, Paula LCN, Costa ACN. Impacto da Doença de Parkinson na funcionalidade e qualidade de vida de idosos em uma unidade de referência geriátrica na cidade de Salvador Bahia. Rev. Ciênc. Méd. Biol. 2014; 13 (3): 292-297. 6. DATASUS [internet]. Brasília (DF): Ministério da Saúde; 2017 [citado set 2017]. Disponível em: http://datasus.gov.br