Código Alimentar de Angola



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Transcrição:

Código Alimentar de Angola 1 Caracterização do Código Alimentar no Mundo e em Angola 2 Conceito e Definição do Código Alimentar 3 Organização e Estrutura do Código Alimentar 4 Segurança e Higiene Alimentar 1

1 Caracterização do código Alimentar no Mundo e em Angola No Mundo (Nível Internacional): O Codex Alimentarius foi criado em 1963, com Sede em Roma, constituído por 171 Membros, para cumprir com o Programa Conjunto da Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO) e Organização Mundial da Saúde (OMS); Angola é 138 Membro, desde 4 de Janeiro de 1990; O Codex Alimentarius Região África é coordenanado por Marrocos. Comité Nacional para o Código Alimentar em Angola Codex Angola: Génese, criação e institucionalização: As actividades do Codex Alimentarius em Angola tiveram inicio na década 80, tendo percorrido as seguintes etapas principais: 1.ª Etapa: Adesão de Angola a Comissão do Codex Alimentarius Internacional, aos 4 de Janeiro de 1990, como 138 Membro, de entre 170 Países membros; 2.ª Etapa: Formalização da Comissão Instaladora do Comité Nacional para Código Alimentar em Angola Codex Angola, aos 21 de Março de 2003 (Despacho Conjunto n 20/2003, dos Ministérios da Agricultura e do Desenvolvimento Rural, do Comércio, da Industria, da Saúde, das Pescas e da Defesa Nacional); 3.ª Etapa: Criação do Comité Nacional para o Código Alimentar em Angola, abreviadamente designado por Codex Angola, aos 30 de Maio, através do Decreto n.58/2003, do Conselho de Ministros do Governo da República de Angola, publicado no Diário da República, I Serie n.70, de 5 de Setembro; 4.ª Etapa: Tomada de posse de 54 membros do Comité Nacional para o Código Alimentar em Angola Codex Angola, em representação de 16 Ministérios, cuja a cerimónia solene realizou-se no dia 28 de Novembro de 2003, nas instalações do Ministério da Agricultura e do Desenvolvimento Rural; 2

2 Conceito e Definição do Código Alimentar É um Programa Conjunto da Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO) e Organização Mundial da Saúde (OMS), encarregue de preparar normas, códigos de uso, directrizes e recomendações, agrupando-os num Código Alimentar convencionalmente designado em Língua Latina por Codex Alimentarius. O Codex Alimentarius foi criado em 1962, com Sede em Roma, constituído por 173 Membros, para cumprir com o Programa Conjunto da Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO) e Organização Mundial da Saúde (OMS). Trata-se de um fórum internacional de normalização sobre alimentos. Tem como finalidade proteger a saúde da população, assegurando práticas equitativas no comércio regional e internacional de alimentos, criando mecanismos internacionais dirigidos à remoção de barreiras tarifárias, fomentando e coordenando todos os trabalhos que se realizam em normalização, através da preparação de normas, códigos de uso, directrizes e recomendações, agrupando-os num Código. É actualmente a referência mundial para consumidores, produtores e indústria de géneros alimentares, para os organismos nacionais de controlo de alimentos e para o comércio internacional de produtos alimentares. A sua influência estende-se a todos os continentes e a sua contribuição para a saúde dos consumidores e a garantia de práticas comerciais leais é enorme. ORGANIZAÇÃO INTERNACIONAL O Codex Alimentarius possui uma estrutura de direcção composta por 3 órgãos: a Comissão do Codex Alimentarius, órgão máximo do Programa, com representação de todos os países membros, sendo a instância que aprova as normas Codex. A sua direcção é composta por 1 Presidente e 3 vice-presidentes; uma Secretaria FAO/OMS, que tem como finalidade fornecer o apoio operacional à Comissão e aos seus órgãos auxiliares em todo o procedimento de elaboração das normas; um Comité Executivo, ao qual compete implementar as decisões da Comissão e actuar em seu nome nos períodos entre reuniões. Possui, ainda, 2 órgãos assessores: JECFA (Grupo FAO/OMS de peritos sobre Aditivos e Contaminantes) JMPR (Grupo FAO/OMS de peritos sobre Resíduos de Pesticidas). Tem como órgãos auxiliares 38 Comités, distribuídos da seguinte forma: 10 Comités de Assuntos Gerais 19 Comités de Produtos 3 Grupos Intergovernamentais Especiais 6 Comités Regionais de Coordenação. 3

3 Organização e Estrutura do Código Alimentar Conceito e Definição: O Comité Nacional para o Código Alimentar em Angola, abreviadamente designado por Codex - Angola, é um Organismo Nacional Multisectorial e Multidisciplinar, do Governo da República de Angola, Membro da Comissão Internacional para Codex Alimentarius, encarregue de promover, elaborar e velar pela harmonização e cumprimento de normas, códigos de uso internacionalmente aceites, incentivar a criação de infra-estruturas de Controlo da Qualidade, estabelecer, assegurar a legislação Nacional sobre os alimentos e práticas leais no Comércio, entre outros. Composição: Estrutura: Ministério da Agricultura e do Desenvolvimento Rural; Ministério do Comércio; Ministério da Indústria; Ministério da Saúde; Ministério das Pescas; Ministério da Defesa Nacional; Ministério do Interior; Ministério da Ciência e Tecnologia Ministério das Relações Exteriores Ministério das Finanças; Ministério da Energia e Águas; Ministério de Urbanismo e Ambiente; Ministério do Planeamento; Ministério de Assistência e Reinserção Social; Ministério de Geologia e Minas; Ministério de Hotelaria e Turismo. O Comité Nacional para o Código Alimentar de Angola Codex Angola, tem os seguintes Órgãos Internos: Órgãos de Direcção: Presidência; Vice-presidências; Secretariado Executivo; Secretariados Executivos Adjuntos; Coordenação de Sub-Comités Técnicos. Órgãos de Apoio: Conselho de Direcção; Conselho Técnico Cientifico; Assembleia Geral. Órgãos Executivos Centrais: Secretariado Executivo; Sub-Comités Técnicos. 4

Órgãos Executivos Provinciais: Comissões Provinciais do Código Alimentar. Objectivos do Comité Nacional para o Código Alimentar em Angola: Objectivos Gerais: Proteger a saúde do consumidor; Velar pela Harmonização de Normas e Códigos de uso internacionalmente aceites e assegurar o estabelecimento de práticas leais no Comércio de produtos alimentares; Promover a coordenação de todos os trabalhos realizados no domínio das normas alimentares por Organizações Internacionais, Governamentais e não Governamentais. Objectivos Específicos: Coordenar todas as actividades relativas ao Código Alimentar no País; Servir de ponto de ligação entre a Indústria Agro-alimentar, Produtores, Comerciantes, Consumidores e todas as partes intervenientes nos trabalhos do Código Alimentar; Auxiliar o Governo na tomada de decisões políticas e técnicas no quadro dos trabalhos do Código Alimentar e legislação alimentar Nacional. Competências do Comité Nacional para o Código Alimentar em Angola Codex Angola: Promover a Coordenação de trabalhos que se realizem sobre normas alimentares por organizações internacionais, governamentais e não governamentais e adoptar projectos sobre normas Regionais e Mundiais da Qualidade de Alimentos; Propor aos Órgãos competentes a elaboração de legislação e demais normas alimentares Nacionais; Promover e participar activamente nos trabalhos de elaboração de projectos de normas; Incentivar a criação de infra-estruturas de controlo de qualidade dos alimentos; Modificar as normas publicadas, sempre que for necessário, depois de estudo apropriado em função da actualização de novas técnicas; Preparar e velar pelo cumprimento das normas alimentares estabelecidas e assegurar a sua publicação; 5

Propor a ordem de prioridade e tomar iniciativas na condução de trabalhos de preparação de projectos de normas. Competências do Secretariado Executivo do Comité Nacional do Código Alimentar em Angola Codex Angola: Coordenar o Serviço Central de ligação com o Codex Alimentarius Regional e Internacional; Organizar as reuniões de trabalho, elaborar as actas das reuniões do Conselho de Direcção, Conselho Técnico Cientifico e da Assembleia Geral do Codex - Angola; Proceder a distribuição dos convites das reuniões em colaboração com o Presidente; Realizar outras tarefas que serão promovidas pelo Comité Nacional para o Codex - Angola ou pelo Governo; Cumprir e fazer cumprir as orientações do Presidente do Codex - Angola; Substituir o Presidente e os Vice-Presidentes nas suas ausências; Elaborar Programas de Trabalhos; Elaborar os Relatórios de Balanços e de Prestação de Contas. Atribuições dos Sub-Comités Técnicos do Comité Nacional para o Código Alimentar em Angola: Elaboração de Projectos de Normas Alimentares, analise, estudos e emissão de Pareceres Específicos de cada Sub-Comité Técnico, a luz do Manual de Procedimentos da Comissão de Codex Alimentarius Internacional e de especificidades de Angola, nomeadamente: Princípios Gerais (SCT-1); Aditivos e Contaminantes de Alimentos (SCT-2); Higiene Alimentar e Nutrição dos Alimentos para Regimes Especiais (SCT- 3); Rotulagem dos Alimentos (SCT-4); Métodos de Analise e Recolha de Amostra, Sistemas de Inspecção e Certificação de Importação e Exportação de Alimentos (SCT-5); Frutas, Hortaliças Frescas e Proteinas Vegetais (SCT-6); Produtos de Cacau e Chocolate (SCT-7); Frutas e Hortaliças Frescas Elaboradas (SCT-8); Carne, Higiene da Carne, Produtos Carnes Elaborados, Boa Alimentação Animal (SCT-9); Pescas e Produtos de Pesca (SCT-10); H20 e Gelo Comestível (SCT-11); Alimentos Obtidos Por Meios Biotecnológicos (SCT-12). 6

Organigrama do Comité Nacional para o Código Alimentar em Angola - Codex Angola 7

4 Segurança e Higiene alimentar O presente artigo tem como objectivo enunciar alguns dos princípios fundamentais relativos à protecção da saúde dos consumidores e regras quanto à comercialização dos géneros alimentícios. Na Europa, no ano 2000, a Comissão Europeia, consciente da necessidade de regular estas matérias, elaborou o denominado "LIVRO BRANCO SOBRE A SEGURANÇA DOS ALIMENTOS", isto porque, ao longo das últimas décadas, se vinha assistindo a uma evolução notável, tanto nos métodos de produção e processamento dos alimentos, como nos controlos necessários para assegurar a observância de normas de segurança aceitáveis. Tornou-se, assim, evidente, que a legislação europeia em vigor deveria ser actualizada em vários domínios. É sabido que a livre circulação de mercadorias e a protecção da saúde dos consumidores, são princípios fundamentais e indissociáveis a que deve estar sujeita a comercialização dos géneros alimentícios. Estes princípios impõem um elevado grau de segurança, no tocante à higiene dos produtos. A preparação, transformação, fabrico, embalagem, armazenagem, transporte, distribuição, manuseamento e venda ou colocação à disposição do público consumidor de géneros alimentícios, devem realizar-se em condições de higiene. Princípios que servem, não só para garantir uma maior qualidade na produção e circulação dos alimentos, mas também podem e devem servir para assegurar um padrão a respeitar pelos países que exportam géneros alimentícios. A cadeia de produção alimentar torna-se cada vez mais complexa, e para assegurar uma protecção adequada da saúde dos consumidores, todos os elos desta cadeia devem ser igualmente sólidos. A abordagem da segurança dos alimentos deve, assim, ser global e integrada. Desta forma, e tendo por base o referido "LIVRO BRANCO SOBRE A SEGURANÇA DOS ALIMENTOS", apresentamos aqui algumas regras que têm como objectivo melhorar a qualidade, segurança e higiene alimentar. Importa definir, com clareza, os papéis de todos os intervenientes na cadeia alimentar (produtores de alimentos para animais, agricultores e produtores/operadores de alimentos para consumo humano). Os produtores de alimentos para animais, os agricultores e os operadores do sector alimentar são os principais responsáveis em matéria de segurança dos alimentos. Os consumidores devem também reconhecer que lhes compete armazenar, manipular e preparar adequadamente os alimentos, devendo ser promovidas, nesse sentido, campanhas de ensinamento e sensibilização. Desta forma, a questão abrange todos os sectores da cadeia alimentar, incluindo a produção de alimentos para animais, a produção primária, o processamento dos alimentos, a armazenagem, o transporte, o comércio retalhista e os consumidores, afinal, os principais destinatários e elo último da cadeia alimentar. Embora a legislação não possa evitar todos os incidentes que afectam a cadeia alimentar humana e animal, é recomendável, contudo, que estabeleça exigências e controlos adequados que permitam a detecção precoce dos problemas e a rápida adopção de medidas correctivas. A saúde animal constitui, igualmente, um factor importante no âmbito da segurança dos alimentos. Algumas doenças podem ser particularmente graves para certas categorias da população. 8

Os princípios de segurança dos alimentos devem, pois, tornar-se aplicáveis ao sector da alimentação animal, designadamente, para clarificar as responsabilidades dos produtores de alimentos para animais. Em termos mais específicos, importa definir, com clareza, os materiais e produtos que podem, ou não, ser utilizados na produção de alimentos para animais, incluindo os subprodutos de origem animal. Por outro lado, compete às empresas do sector alimentar identificar todas as fases das suas actividades, determinantes para garantir a segurança dos alimentos, e velar pela criação, aplicação, actualização e cumprimento de procedimentos de segurança adequados, com base nos princípios a seguir enunciados: a) Análise dos potenciais riscos alimentares nas operações do sector alimentar; b) Identificação das fases dessas operações em que podem verificar-se riscos alimentares; c) Determinação das fases que são críticas para a segurança dos alimentos (os chamados "pontos críticos"); d) Definição e aplicação de um controlo eficaz e de processos de acompanhamento dos referidos pontos críticos; e) Revisão periódica e sempre que haja alterações dos processos da empresa, da análise de riscos alimentares, dos pontos críticos de controlo e dos processos de controlo e acompanhamento. As mesmas empresas do sector alimentar devem, também, obedecer a um conjunto de regras de higiene, nomeadamente: a) Os requisitos gerais das instalações alimentares; b) As condições específicas dos compartimentos em que os géneros alimentícios são preparados, tratados ou transformados; c) Os requisitos para instalações amovíveis e/ou temporárias, instalações utilizadas, essencialmente, como habitação, instalações utilizadas ocasionalmente para restauração e máquinas de venda automática; d) As regras a observar no transporte; e) As exigências aplicáveis aos equipamentos; f) O destino adequado a dar aos resíduos alimentares; g) As regras relativas ao abastecimento de água; h) As normas de higiene do pessoal; i) As disposições aplicáveis aos géneros alimentícios; j) As normas relativas à formação dos seus gestores e pessoal. 9

Numa outra perspectiva de abordagem do tema, é fundamental que o consumidor seja reconhecido como interveniente de pleno direito em todos os aspectos relacionados com a segurança dos alimentos e que ele próprio assuma, de forma consciente e participativa, o papel que lhe está reservado na cadeia alimentar. Neste aspecto, torna-se necessária uma abordagem de antecipação no que respeita à comunicação de riscos inevitáveis para certos grupos da população. A título de exemplo, as mulheres em idade fértil, as mulheres grávidas, as crianças, as pessoas idosas e as pessoas imunodeficientes, devem ser prevenidas de forma mais activa sobre os riscos potenciais de certos alimentos. Outro aspecto essencial tem a ver com a necessidade de os consumidores deverem receber informações essenciais e precisas para poderem escolher em consciência e com conhecimento de causa. Assim, a rotulagem deve garantir que o consumidor disponha de informações sobre as características dos produtos - composição, armazenagem e utilização - que determinem a sua escolha. Os operadores devem ter a possibilidade de fornecer mais informações no rótulo, desde que essas informações sejam correctas, actualizadas e não enganosas. No quadro da Organização Mundial do Comércio, a rotulagem tornou-se, aliás, uma questão de política comercial em diversos domínios, incluindo a segurança dos alimentos, relacionados com o acordo sobre os entraves técnicos ao comércio e com o acordo sobre medidas sanitárias e fitossanitárias. A rotulagem de todos os produtos e ingredientes assegurará, não só uma informação óptima do consumidor sobre a composição de um produto alimentar, como também as informações necessárias aos consumidores que, por razões de saúde ou por motivos éticos, devem ou querem legitimamente evitar certos ingredientes. Por outro lado, a protecção da saúde pública não se limita à segurança química, biológica e física dos alimentos. Deve, igualmente, ter por objectivo assegurar a ingestão de nutrientes essenciais, limitando a ingestão de outros elementos, a fim de evitar efeitos negativos para a saúde, incluindo efeitos anti-nutricionais. Os dados científicos demonstraram que um regime alimentar adaptado e variado é um factor fundamental para manter a saúde e o bem-estar geral. Isto pode ser particularmente pertinente na actualidade, com o aparecimento no mercado de novos produtos com valor nutritivo modificado, que podem ter uma influência favorável ou desfavorável sobre o comportamento e o bem-estar dos consumidores e da população em geral. Concluindo, a aplicação gradual e devidamente preparada, destas e doutras medidas, permitirá organizar a segurança dos alimentos de forma mais coordenada e integrada, tendo em vista contribuir para que se assegure e atinja um nível de protecção da saúde dos consumidores o mais elevado possível, assim se possibilitando um cada vez maior nível de confiança por partes destes. (Fonte: Direcção Nacional do Comércio Interno, http://www.dnci.net/codex/angola/regulamento.aspx ) 10