Expressa também - muito profundamente - nossas contradições sociais e a luta que travamos por um modelo eqüitativo e sustentável de desenvolvimento.



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Transcrição:

1 XI UNCTAD ABERTURA -14/06/04 Nominata Sejam bem-vindos ao Brasil e à cidade de São Paulo. A escolha da nossa capital econômica para sediar a UNCTAD enche-nos de orgulho, porque ela é uma das sínteses mais fortes do nosso país. Terra de oportunidades, que atraiu imigrantes de todos os quadrantes d o m undo, e brasileiros e brasileiras de t odas as nossas regiões, São Paulo é um centro de excelência e um dinâmico pólo i ndustrial, comercial, cultural e de serviços. Expressa também - muito profundamente - nossas contradições sociais e a luta que travamos por um modelo eqüitativo e sustentável de A Conferência que hoje se inicia marca o quadragésimo aniversário da UNCTAD. É justo que nesta ocasião rendamos homenagem aos seus pioneiros, que a construíram com força e determinação. Prebisch lançou a semente; Pérez Guerrero nutriu-a até que ela germinasse; muitos outros contribuíram com seus esforços até a gestão atual. Nos últimos nove anos, graças à dedicação e à chama humanista do Embaixador Rubens Rícupero, a UNCTAD consolidou-se como abrigo multilateral de uma visão da economia que não perdeu o sentido social. Tornou-se um elo insubstituível entre comércio e Sabemos muito bem que o modelo de desenvolvimento que buscamos não ocorre de forma automática, nem será resultado de geração espontãnea das forças de mercado. Requer estudo, debate democrático, determinação política. Aí reside uma das grandes contribuições da UNCTAD. Nela geram-se idéias, discutem-se políticas, trocam-se experiências. Hoje - em grande parte graças à UNCTAD - entendemos melhor o que funciona e o que deve ser evitado em matéria de políticas de comércio e A UNCTAD tem-nos auxiliado também na identificação de constrangimentos externos que limitam nossos esforços, capacitandonos conceituai e politicamente a melhor enfrenta-los. Nos últimos cinco anos, 55 países em desenvolvimento cresceram menos de 2% ao ano. Vinte e três viram regredir sua riqueza. Somente 16 tiveram expansão média acima de 3%. Nos anos 60, quando a UNCTAD foi criada, a renda per capita das nações mais pobres era de 212 dólares. A dos mais ricos passava de 11.400 dólares.

2 Quarenta anos depois, a dos mais pobres ainda está em 267 dólares, enquanto a renda per capita dos países mais ricos quase triplicou, chegando a 32.400 dólares. A alavanca exportadora é fundamental. Mas a tarefa gigantesca de superar tamanha desigualdade não pode depender somente do comércio. É preciso i nvestir em infra-estrutura e incrementar a produtividade para criar as condições de crescimento do emprego e da renda. Receitas equivocadas nos últimos anos subestimaram o papel do i nvestimento público e do consenso social na construção da estabilidade e do Sacrifícios adicionais recaíram sobre países que já estavam exauridos. É hora de reafirmar claramente que a boa arquitetura financeira é aquela que sustenta as mudanças. Ao final da Segunda Guerra, por exemplo, as economias beneficiadas pelo Plano Marshall recuperaram sua força rapidamente. O financiamento maciço espantou a depressão e gerou uma espiral de prosperidade. Trouxe de volta o emprego, a renda e a poupança. Consolidou a paz e o progresso. O mundo mudou, as condições são outras, mas é disso que se trata novamente. Nenhuma fronteira geográfica ou tecnológica reúne hoje ingredientes com tantas necessidades urgentes - e ao mesmo tempo tantas promessas - quanto a das nações em Para viabilizar esse potencial n ão se pode dirigir a visão a um único ãngulo. É preciso associar a variável do crescimento à questão financeira. Os organismos internacionais devem ampliar o seu foco. Somente assim poderão sinalizar oportunidades seguras de investimento, seja em infra-estrutura, exportação, diversificação produtiva e regeneração social. Toda mudança implica em escolha. Este é o tempo de tomarmos decisões que lancem pontes para o amanhã. Temos que demonstrar a coragem política de erguê-las. Estamos conscientes de que o desenvolvimento não é um presente que a comunidade internacional dará às nossas nações. Sabemos que é preciso fortalecer a nossa união e cada vez mais negociar mudanças com perseverança e visão política. O Brasil e nossos parceiros do G-20 sustentaram na Reunião Ministerial da OMC em Cancún, no ano passado, que é fundamental para o progresso efetivo de todos a incorporação ao sistema multilateral de comércio dos setores em que os países em desenvolvimento são mais competitivos.

Reafirmo nossa disposição de buscar caminhos convergentes, por meio de uma negociação pragmática e mutuamente respeitosa; levando em conta em particular as necessidades dos países em desenvolvimento, sobretudo daqueles que são mais pobres. Penso que é preciso sentir sempre - através de cada mesa de negociação -, o olhar penetrante de bilhões de pessoas que clamam por condições de vida dignas em nosso planeta. Elas cobram respostas que o século XX não lhes deu. Minhas senhoras e meus senhores, Nesta 11 a UNCTAD vamos dar novos passos. Um deles é a reativação das negociações do Sistema Global de Preferências Comerciais. Criado nos anos 80, com a inspirada participação do saudoso Embaixador Paulo Nogueira Batista, esse acordo permite que os países em desenvolvimento possam eliminar barreiras comerciais recíprocas, sem a necessidade de estender iguais concessões ao mundo desenvolvido. Aos 44 países signatários do Sistema, poderão somar-se proximamente outros 40. Através de passos concretos como esses, vamos continuar reforçando a construção de uma nova geografia comercial do mundo. Uma nova geografia que vem devolvendo autoconfiança à grande maioria de nações do planeta. E tem aberto esperanças para o entendimento mais justo entre ricos e pobres. Esta conferencia também homenageia um economista cuja vida e obra encarnam o próprio espírito da luta pelo desenvolvimento - Celso Furtado. O governo brasileiro associa-se a essa homenagem. Quero propor aqui a criação de um centro internacional de políticas para o financiamento do desenvolvimento, que levaria o seu nome. Cada ciclo histórico tem sua usina intelectual de referência estratégica. Desejamos que seja criado um centro irradiador de projetos e políticas inovadoras no combate à fome, à pobreza e aos gargalos do Meu governo está disposto a prestar todo o apoio para construir uma fundação internacional de estudos e pesquisas com esses propósitos. Ajudaremos com isso a construir uma nova agenda para o desenvolvimento em face dos desafios da globalização. Globalização n ão é sinônimo de Globalização não é um substituto para o Mas a globalização pode ser um instrumento de desenvolvimento, desde que os seus benefícios possam ser repartidos entre todos.

4 A eliminação da fome, a redução da pobreza, a promoção do desenvolvimento sustentável devem ser uma preocupação de todos os países - inclusive dos mais ricos. Trata-se de um imperativo, se quisermos garantir a paz e o efetivo cumprimento dos direitos humanos. Quero concluir formulando um convite a todos. Tenho um compromisso de vida com o combate à fome. E esse objetivo constitui prioridade de meu Governo, tanto no plano interno como externo. Nos diversos encontros internacionais de que participei, defendi a importância central desse tema e a necessidade de uma nova ordern capaz de produzir prosperidade com justiça social. Nesse contexto, constituímos o Fundo I BAS de alívio à fome e à pobreza, no âmbito do PNUD. Trata-se de uma iniciativa pioneira de três países em desenvolvimento, Brasil, índia e África do Sul, que tomaram a si a obrigação moral, política e econômica de ajudar outras nações a superar a pobreza. Os Presidentes Chirac e Lagos, o Secretário-Geral Kofi Annan e eu lançamos juntos uma ação contra a fome e a pobreza. Criamos um grupo técnico com o objetivo de estudar propostas concretas de mecanismos inovadores para a obtenção de recursos com este fim. Estou convidando líderes mundiais para, no dia 20 de setembro, em Nova York, discutir esses mecanismos e dar o indispensável impulso político à tarefa de combater a fome e a pobreza. Queremos uma parceria entre governos, a ONU, instituições regionais e internacionais, o setor privado e ONGs. Movido por estas convicções - que tenho certeza são amplamente compartilhad as - gostaria que nós todos aproveitássemos os próximos dias para alcançarmos o máximo de acordos e resultados concretos nesta Conferência. Muito obrigado.