RECURSOS HUMANOS MÓDULO PRÁTICA TRABALHISTA I



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Transcrição:

MÓDULO I ÍNDICE OBJETIVO METODOLOGIA BIBLIOGRAFIA RECOMENDADA CURRICULUM RESUNIDO DO PROFESSOR CAPÍTULO 1 DIREITO DO TRABALHO Conceitos, Fontes e Convenções...4 Jornada de Trabalho...8 CAPÍTULO 2 REMUNERAÇÃO Princípios de Proteção do Salário... 19 Tipos de Remuneração...27 Participação nos Lucros e Resultados...28 CAPÍTULO 3 ADMISSÃO DO EMPREGADO E O CONTRATO DE TRABALHO Relação de Emprego...32 Contrato de Trabalho...39 Admissão do Empregado...41 Contratação de Portadores de Necessidades Especiais...43 CAPÍTULO 4 A CONTRIBUIÇÃO SINDICAL E O AFASTAMENTO DO EMPREGADO Contribuição Sindical...44 Afastamento do Empregado...46 Trabalho do Menor...49 Trabalho da Mulher...50 CAPÍTULO 5 FÉRIAS E 13º SALÁRIO Férias...52 13º Salário...58 CAPÍTULO 6 RESCISÃO CONTRATUAL Rescisão Contratual...62 CAPÍTULO 7 OBRIGAÇÕES TRABALHISTAS Salários de Contribuição e Segurados da Previdência Social...75 Obrigações Mensais e Periódicas...81 Conservação e Guarda de Documentos...84 Higiene e Segurança do Trabalho...86

OBJETIVO O curso tem o objetivo de apresentar os aspectos e características necessários para o entendimento das principais práticas trabalhistas, relativo à área de Recursos Humanos. METODOLOGIA Mostraremos a você os diferentes procedimentos e documentos que um funcionário de RH deve conhecer em uma organização, participando ativamente de todas as rotinas do negócio, preparandoos para entender e aplicar no cotidiano da Empresa. Este curso foi elaborado para pessoas que atuam ou desejam atuar na área de Recursos Humanos, e que pretendem obter os conhecimentos necessários para desempenhar com profissionalismo o seu papel nesta atividade, obtendo com isso um diferencial positivo junto ao Empregador. BIBLIOGRAFIA RECOMENDADA 1. OLIVEIRA, Aristeu de. Manual de Prática Trabalhista. 31 a. edição. São Paulo: Atlas, 2000. 2. SERSON, José; Coordenação Anníbal Fernandes. Curso de Rotinas Trabalhistas. 37 a edição atualizada. São Paulo: Revista dos Tribunais, 1997. 3. OLIVEIRA, Aristeu de. Rescisão de Contrato de Trabalho. São Paulo: Atlas, 1994. 4. COAD.Centro de Orientação, Atualização e Desenvolvimento Profissional. Rio de Janeiro, atualizável. 5. IOB. Atualizável. 6. ASSIS, Romeu José de. Prática e Doutrina da Legislação da Cipa. Florianópolis: Juruá, 1994. 7. NASCIMENTO, Amauri Mascaro. Iniciação ao Direito do Trabalho. São Paulo: Saraiva, 2000. 8. www.previdenciasocial.gov.br. Trabalhador com Previdência. Benefícios. CURRICULUM RESUMIDO DO PROFESSOR: ENILSON JUSTUS é Contador pelas Faculdades Santa Cruz, Professor de Cursos Profissionalizantes no INAR Instituto Araucária. Experiência profissional de mais de 25 anos no sistema financeiro, além de reunir experiência como Auditor e Consultor em empresas. E-mail: enilson.prof@webvestiba.com.br 3

1.1 - Direito do Trabalho - Conceitos básicos Capítulo 1 - Direito do Trabalho O Direito do Trabalho é um conjunto de princípios e normas que tem o objetivo de regulamentar as relações de trabalho entre o empregado e o empregador. Por intermédio dele se estabelece uma igualdade de direitos e obrigações para ambas as partes, buscando um relacionamento pacífico e produtivo necessário ao desenvolvimento da empresa e indispensável à continuidade do contrato e à garantia do emprego. 1.2 - Fontes do Direito do Trabalho Para decidir sobre qualquer questionamento de natureza trabalhista é preciso analisar as fontes de onde surgem as normas do Direito do Trabalho, verificando a prevalência de uma sobre a outra a fim de decidir qual deverá ser aplicada. Lei - A Lei é hierarquicamente superior a qualquer outra fonte do Direito do Trabalho e sempre deverá prevalecer. A primeira Lei é a Constituição Federal, na qual estão descritos os direitos dos trabalhadores e a organização dos sindicatos - por isso, as leis do trabalho são imperativas e obrigam o seu cumprimento. A Consolidação das Leis do Trabalho considera nulo qualquer ato praticado pelo empregador com o objetivo de desvirtuar a aplicação da lei. Convenções e Acordos Coletivos de Trabalho - As Convenções ou Acordos Coletivos elaborados entre as empresas e os sindicatos dos empregados estabelecem condições de trabalho aplicadas no âmbito das empresas acordantes. Sentença Normativa - Dissídio Coletivo - As decisões tomadas pelos juízes do Tribunal Regional do Trabalho em dissídios coletivos devem ser cumpridas pelas empresas. Poderá a empresa fazer um Acordo Coletivo com o sindicato colocando uma cláusula de prevalência das condições estabelecidas no Acordo sobre aquelas estabelecidas pelo Dissídio da sua categoria (Art. 162, parágrafo 1º da CLT). Regulamento da Empresa - O Art. 2º da CLT define o empregador como aquele que dirige o trabalho do empregado, tendo o poder de organizar, controlar e estabelecer a disciplina interna necessária ao trabalho. Cabe ao empregador divulgar essas decisões através do Regulamento de Pessoal, que deve ser parte integrante do Contrato de Trabalho dos empregados. Jurisprudência - Súmulas do Tribunal Superior do Trabalho - Define-se como Jurisprudência todas as decisões tomadas nos processos trabalhistas pelos juízes dos Tribunais do Trabalho. Essas decisões são representadas pelas Súmulas e Orientações Jurisprudenciais emitidas pelo Tribunal Superior do Trabalho, que na verdade servem para orientar as empresas em relação a determinado assunto e obrigam o seu cumprimento. Princípios do Direito do Trabalho - Trata-se das regras que norteiam a criação e a aplicação do Direito do Trabalho e devem ser respeitadas e consultadas antes de qualquer decisão por parte do empregador. 4

1.2.1 Convenção ou Acordo Coletivo Dentre as fontes do Direito do Trabalho que acabamos de conhecer, a Convenção ou Acordo Coletivo é de grande importância para a relação de trabalho. Sua importância está no fato de fazer com que as regras que regulam o trabalho surjam como um reflexo das necessidades do grupo social (empresa e sindicato), além de ser um modo de socializar o processo legislativo de criação das leis, tornando-as mais justas, válidas e eficazes. A Convenção ou Acordo Coletivo representa um dos canais de comunicação do Direito Coletivo. Os outros canais são: Regulamento de Pessoal Consertação Social - Câmaras Setoriais Estado Regulador - Gestão Tripartite Vamos definir Convenção e Acordo Coletivo: A Convenção Coletiva é um acordo de caráter normativo pelo qual dois ou mais sindicatos representativos de categorias econômicas e profissionais estipulam condições de trabalho aplicáveis no âmbito das respectivas representações a relações individuais de trabalho (Art. 611 da CLT). O Acordo Coletivo é um acordo celebrado entre sindicatos representativos de categorias profissionais e uma ou mais empresas da correspondente categoria econômica, estipulando condições de trabalho aplicáveis no âmbito da(s) empresa(s) acordante(s) às respectivas relações de trabalho (Art. 611, parágrafo 1º da CLT). Todos os Acordos ou Convenções Coletivas surgem de uma prévia negociação. Essa negociação se faz necessária com a participação e representação dos empregados da empresa, devendo ser regida com lealdade, harmonia e conciliação das partes - empregador e empregado. Veja a seguir outros detalhes sobre os Acordos e Convenções Coletivas: 1) QUEM PODE NEGOCIAR? Os Sindicatos (Art. 513 da CLT) e os trabalhadores e empregados sobre participação nos lucros (MP 955 de 27.03.95). 2) QUANDO EXISTE OBRIGAÇÃO DE NEGOCIAÇÃO? Na data-base (Art. 616 da CLT) e no caso de recusa instaura-se dissídio coletivo (Art. 616 - parágrafo 4º da CLT). 3) VALIDADE DO ACORDO OU CONVENÇÃO Deverá haver um edital e uma assembléia promovida pelo sindicato com os empregados; a ata de assembléia e os termos do Acordo deverão ser depositados na Delegacia do Trabalho. 4) CLÁUSULAS - CONTEÚDO DA NEGOCIAÇÃO: Cláusulas obrigatórias: são mecanismos de direitos e deveres na administração da convenção, greve, comissões etc.; Cláusulas normativas: são usadas para condições de remuneração, benefícios, horas de trabalho, períodos de repouso etc. 5) EFEITO E PRAZO O prazo máximo de vigência é de 2 (dois) anos (Art. 616 da CLT: "Os sindicatos representativos de categorias econômicas ou profissionais e as empresas, inclusive as que não tenham representação sindical, quando provocados, não podem recusar-se à negociação coletiva" e Art. 616, 5

parágrafo 3º da CLT: "Havendo Convenção, Acordo ou Sentença Normativa em vigor, o dissídio coletivo deverá ser instaurado dentro de 60 dias anteriores ao respectivo termo final, para que o novo instrumento possa ter vigência no dia imediato a esse termo"). 6) PREVALÊNCIA DA LEI SOBRE A CONVENÇÃO OU ACORDO COLETIVO A Lei sempre deve prevalecer sobre a Convenção ou Acordo Coletivo, exceto se a própria Lei estabelecer prevalência sobre ela, como acontece com a jornada de trabalho no inciso XIII ou salário no inciso VI da Constituição Federal (Art. 623 da CLT). 7) PREVALÊNCIA ENTRE O ACORDO E A CONVENÇÃO COLETIVA Já em relação à prevalência entre o Acordo ou a Convenção Coletiva, a empresa deve optar por aquela que for mais favorável ao empregado (Art. 620 da CLT), e nenhuma condição estabelecida em contrato individual entre a empresa e o funcionário poderá contrariar a condição imposta por Acordo ou Convenção Coletiva sob pena de anulação (Art. 619 da CLT). 8) POSIÇÃO DA FISCALIZAÇÃO SOBRE CONVENÇÃO OU ACORDO COLETIVO Diante das condições estabelecidas em Convenções ou Acordos Coletivos, a fiscalização e inspeção do trabalho não poderá multar as empresas caso verifique incompatibilidade das cláusulas convencionadas em relação à Legislação do Trabalho. Caberá ao fiscal do trabalho apenas comunicar o fato à chefia imediata (Portaria 865 de 14 de setembro 1995). 9) PREVALÊNCIA DA CONVENÇÃO OU ACORDO COLETIVO SOBRE O CONTRATO DE TRABALHO As cláusulas das Convenções e Acordos Coletivos devem prevalecer sobre as cláusulas do Contrato de Trabalho e se aplicam para todos os empregados da empresa ou da categoria profissional (Art. 619 da CLT). 1.2.2 Regulamento da Empresa Uma outra fonte do Direito do Trabalho que destacamos é o Regulamento de Pessoal da Empresa. Também se trata de uma fonte bastante importante, uma vez que cria normas internas da empresa a serem cumpridas pelos empregados. Vimos que a lei confere ao empregador três tipos de poderes: Poder Organizacional: trata-se do estabelecimento de planos de cargos e salários, local de trabalho, dias de descanso etc. Poder de Controle: trata-se da fiscalização da execução do trabalho, dos horários, da marcação do ponto, da justificativa de faltas etc. Poder Disciplinar: trata-se da aplicação de punições no caso de faltas dos empregados. 1.2.3 Princípios do Direito do Trabalho Os princípios do Direito do Trabalho na verdade são regras que têm o objetivo de proteger os direitos do empregado. Eles dividem-se em quatro tipos: 1) Princípio da norma mais favorável ao trabalhador: "Entre duas normas de trabalho, deve-se sempre aplicar aquela que for mais favorável aos empregados". 2) Princípio do direito adquirido: 6