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Transcrição:

Poder Judiciário da União Tribunal de Justiça do Distrito Federal e dos Territórios Fls. Órgão : 4ª TURMA CÍVEL Classe : APELAÇÃO N. Processo : 20140310259460APC (0025613-56.2014.8.07.0003) Apelante(s) : COMERCIAL BETEL INDUSTRIA E COMERCIO DE FERRO E AÇO CESAR LTDA Apelado(s) : ALDO RIBEIRO DOS SANTOS, JOSE PAULO DOS SANTOS, NOVA LAJES CONSTRUTORA INDUSTRIA E COMERCIO LTDA Relator : Desembargador CRUZ MACEDO Acórdão N. : 964012 E M E N T A CONSUMIDOR. COMPRAS COM CARTÃO DE CRÉDITO. EMPRESA QUE EMPRESTA MÁQUINA PARA LANÇAMENTO DA DÍVIDA. COBRANÇA INDEVIDA. RESPONSABILIDADE. 1. Aempresa que empresta sua máquina de cartão de crédito para lançamento de compras de outra empresa torna-se responsável por eventual cobrança indevida lançada no cartão de crédito do consumidor em seu nome. 2. Evidenciada a cobrança indevida e que a empresa responsável pelo lançamento do débito no cartão de crédito não tomou as providências necessárias para resolver o problema, mostra-se presente, sem dúvidas, o seu dever de ressarcir os valores cobrados do consumidor, eis que este não deu causa, nem foi o responsável pelos erros ocorridos nas transações comerciais 3. Recurso não provido. GABINETE DO DESEMBARGADOR CRUZ MACEDO 1

A C Ó R D Ã O Acordam os Senhores Desembargadores da 4ª TURMA CÍVEL do Tribunal de Justiça do Distrito Federal e Territórios, CRUZ MACEDO - Relator, FERNANDO HABIBE - 1º Vogal, ARNOLDO CAMANHO - 2º Vogal, sob a presidência do Senhor Desembargador SÉRGIO ROCHA, em proferir a seguinte decisão: NEGAR PROVIMENTO AO RECURSO, UNÂNIME, de acordo com a ata do julgamento e notas taquigráficas. Brasilia(DF), 18 de Agosto de 2016. Documento Assinado Eletronicamente CRUZ MACEDO Relator GABINETE DO DESEMBARGADOR CRUZ MACEDO 2

R E L A T Ó R I O Trata-se de apelação interposta pela COMERCIAL BETEL INDÚSTRIA E COMÉRCIO DE FERRO E AÇO CÉSAR LTDA. contra a sentença prolatada pelo douto Juízo da Segunda Vara Cível de Ceilândia (fls. 72/75), que, resolvendo a ação de reparação de danos materiais e morais ajuizada por ALDO RIBEIRO DOS SANTOS E OUTRO em seu desfavor e de NOVA LAJES CONSTRUTORA INDÚSTRIA E COMÉRCIO LTDA., julgou parcialmente procedentes os pedidos, para (i) condenar as duas requeridas ao pagamento da quantia de R$ 1.800,00 (hum mil e oitocentos reais) ao autor, além de juros e demais consectários cobrados pela operadora do cartão de crédito sobre o valor, a ser atualizado no momento do efetivo pagamento com base na última fatura de cartão de crédito anterior ao pagamento e (ii) condenar a requerida Nova Lajes ao pagamento aos autores de R$ 3.400,00, com correção monetária e juros de mora a contar da citação. Ainda, em razão da sucumbência recíproca, determinou a repartição das custas pelas partes, bem como que cada uma arque com os honorários de seus advogados. Inconformada, recorreu a ré COMERCIAL BETEL INDÚSTRIA E COMÉRCIO DE FERRO E AÇO CÉSAR LTDA.. Em suas razões de recurso (fls. 78/80), sustenta a apelante, em suma, que não tem responsabilidade pela cobrança da quantia de R$ 1.800,00 (hum mil e oitocentos reais) na fatura do cartão de crédito do autor, com vencimento no dia 15/11/2003, pois se tratar de erro de lançamento da administradora do cartão de crédito. Alega que era dever do próprio apelado tentar resolver o problema junto à administradora do cartão. Aduz que não lhe era possível fazer a cobrança dessa quantia sem que estivesse de posse do cartão de crédito do apelado. Requer, assim, seja declarada nula a sentença no tocante à condenação do Apelante ao pagamento do valor de R$ 1.800,00 (mil e oitocentos reais), além de juros e demais consectários cobrados pela operadora do cartão (fl. 80). Contrarrazões, às fls. 86/88. Preparo, à fl. 81. Intimada a regularizar a sua representação processual nesta instância revisora, sob pena de não conhecimento do seu recurso (fl. 93), a apelante apresentou a petição de fl. 95, acompanhada dos documentos de fls. 96/100. GABINETE DO DESEMBARGADOR CRUZ MACEDO 3

É o relatório. GABINETE DO DESEMBARGADOR CRUZ MACEDO 4

V O T O S O Senhor Desembargador CRUZ MACEDO - Relator Presentes os pressupostos de admissibilidade, conheço do recurso. No presente caso, merece destaque o trecho da sentença que descreveu, de forma minuciosa, os fatos e apontou os documentos constantes nos autos que foram determinantes para a condenação da apelante e da ré NOVA LAJES CONSTRUTORA INDÚSTRIA E COMÉRCIO LTDA., nos seguintes termos: (...) Os autores compraram, junto à requerida Nova Lajes, materiais de construção, mediante o pagamento de uma parcela à vista, de R$ 3.300,00, mais duas parcelas pela emissão de cheques, cada um no valor de R$ 1.700,00, conforme fls. 12, com entrega imediata de metade dos materiais comprados, sendo que o restante seria entregue após a quitação do débito em aberto. Ocorre que o primeiro dos dois cheques foi devolvido sem fundos. Com isso, o autor Aldo acertou com a requerida Nova Lajes o pagamento dos R$ 1.700,00 restantes com adicional de R$ 100,00, via cartão de crédito, em 4 parcelas. Por um equívoco, foi feita a cobrança à vista, a qual afirmou-se que seria estornada, conforme documento a fls. 14. Em seguida, foi feita nova operação, desta vez em 4 parcelas. Conforme se constata, foi utilizada a máquina de cartão de crédito da requerida Betel. A fls. 15 dos autos está a fatura do cartão de crédito do autor Aldo, com vencimento em 15 de agosto de 2013, no valor de R$ 7.267,50. Foi nesse mês que vieram os R$ 1.800,00 cobrados equivocadamente a mais pelas requeridas. O autor, nesse mês de agosto, pagou R$ 5.467,50 da tarifa. Ou seja, descontou, por sua conta, os R$ 1.800,00. Assim, na fatura de setembro, a fls. 16, consta que há um "saldo financiado" de R$ 1.800,00, com encargos de R$ 241,97. O autor pagou integralmente a esta fatura. Em outubro, a fls. 17, ocorreu o estorno dos R$ 1.800,00. A fatura foi integralmente paga pelo autor. Neste momento, a situação estava resolvida. GABINETE DO DESEMBARGADOR CRUZ MACEDO 5

Todavia, em novembro de 2013 consta nova cobrança de R$ 1.800,00 por parte da requerida Betel, conforme fls. 18. Novamente, o autor descontou, por sua conta, o pagamento deste valor de sua fatura. Assim, a partir da fatura com vencimento em dezembro de 2013, passou a constar ao autor Aldo saldo financiado de R$ 1.800,00, com encargos iniciais de R$ 236,46. (...) (fls. 73/74) A apelante, basicamente, tenta afastar a sua responsabilidade pela cobrança da quantia de R$ 1.800,00 (hum mil e oitocentos reais), na fatura com vencimento em novembro de 2013, sob o argumento de que houve falha no lançamento cometida pela operadora do cartão de crédito, já que realizou o pedido de estorno dessa quantia quando ela foi indevidamente lançada no cartão de crédito do apelado, conforme atesta o comprovante de fl. 17. De fato, verifica-se dos documentos constantes nos autos, às fls. 14 e 17, que foi efetuado o estorno da quantia de R$ 1.800,00 (hum mil e oitocentos reais) lançada no cartão de crédito do apelado no dia 29/09/2013. Contudo, essa quantia voltou a ser cobrada na fatura do cartão com vencimento no dia 15/11/2013, constando o nome da apelante na cobrança. Assim, ainda que tenha ocorrido um erro da operadora do cartão de crédito, como defende a apelante, era sua obrigação tomar as providências necessárias para cancelamento da cobrança que estava sendo feita em seu nome, por ter emprestado a sua máquina de cartão de crédito para passar valores devidos à apelada NOVA LAJES CONSTRUTORA INDÚSTRIA E COMÉRCIO LTDA. Registre-se que, na inicial, o apelado autor relatou que, quando a operadora do cartão de crédito cancelou o estorno do valor ora questionado, o primeiro requerente procurou as rés para resolverem o problema, mas essas disseram que era um erro da operadora do cartão e que nada podiam fazer (fl. 04). Portanto, restando evidente a ocorrência de cobrança indevida, além de patente a negligência com que a ora apelante atuou na solução do problema, presente, sem dúvidas, o seu dever de ressarcir os valores cobrados indevidamente dos autores, eis que este não deu causa, nem foi o responsável pelos erros em tais transações comerciais. DISPOSITIVO Diante de todo o exposto, NEGO PROVIMENTO à apelação, mantendo a sentença recorrida por seus próprios fundamentos. GABINETE DO DESEMBARGADOR CRUZ MACEDO 6

É o voto. O Senhor Desembargador FERNANDO HABIBE - Vogal Com o relator. O Senhor Desembargador ARNOLDO CAMANHO - Vogal Com o relator. D E C I S Ã O NEGAR PROVIMENTO AO RECURSO, UNÂNIME GABINETE DO DESEMBARGADOR CRUZ MACEDO 7