Regime de Férias e Faltas contrato de trabalho em funções públicas Lei 35/2014 entrou em vigor a 01/08/2014 Alterações já publicadas à Lei 35/2014: Declaração de retificação nº 37-A/2014, de 19 de agosto (retifica a numeração do artigo 184º/185º) Artigo 260º da Lei de Orçamento de Estado para 2015 (revoga artigo 6º da Lei 35/2014) Lei 84/2015, de 7 de agosto (altera artigo 110º da LGTFP) e adita artigo 114º-A (meia jornada) Lei 18/2016, de 20 de junho (reposição das 35 horas) Lei 42/2016, de 28 de dezembro (consolidação da mobilidade intercategorias e intercarreiras) Lei 25/2017, de 30 de maio (altera e adita artigos) Lei 70/2017, de 14 de agosto (altera artigo de exclusão do âmbito de aplicação da Lei 35/2014) Lei 73/2017, de 16 de agosto (medidas no âmbito da prevenção do assédio; altera também o Código Trabalho) Consultar versão atualizada em www.pgdlisboa.pt A Lei 35/2014 (LGTFP) marca o culminar de todo um longo processo legislativo que vem concretizar a reforma da Administração Pública: Sumário Executivo da Comissão para a Revisão do Sistema de Carreiras e Remunerações da Função Pública Resolução do Conselho de Ministros nº 95/2003 publicada no DR nº 174Iª Série B de 30 de julho de 2003 Resolução do Conselho de Ministros nº 53/2004 publicada no DR nº 94 IIª Série de 21 de abril de 2004 Em 2004 começa a desenhar-se o início do processo de reforma SIADAP Sistema integrado de Avaliação do Desempenho da Administração Pública (Lei 10/2004 revogado e substituído pela Lei 66-B/2007) Possibilidade de contratação através do contrato individual de trabalho (Lei 23/2004 - revogado) Congelamento da progressão (Lei 43/2005 - revogado) Possibilidade dos contratos individuais de trabalho da A.P. beneficiarem da ADSE (DL 118/83 e DL 234/2005) Início da convergência do regime de proteção social da função pública com o regime da segurança social no que respeita às condições de aposentação e cálculo das pensões; inscrição obrigatória na Segurança Social para todas as eventualidades (Lei 60/2005) Novo regime de vínculos, carreiras e remunerações: Lei 12-A/2008 (parcialmente revogado)+dl 209/2009 1 Férias e Faltas - contrato de trabalho em funções públicas_novembro 2017
Regime contrato de trabalho em funções públicas: Lei 59/2008 (revogado e substituído pela Lei 35/2014) Novo Estatuto Disciplinar: Lei 58/2008 (revogado e substituído pela Lei 35/2014) Extinção de carreiras: DL 121/2008 Novas carreiras do regime geral: Decreto Regulamentar 14/2008 Tabela Remuneratória Única: Portaria 1553-C/2008 Regime de proteção social dos trabalhadores que exercem funções públicas: Lei 4/2009 As rescisões por mútuo acordo e os programas especiais de rescisão As alterações orgânicas dos serviços da Administração Pública e a redução de efetivos O regime de requalificação (antiga mobilidade especial) (...) O regime laboral da Administração Pública a convergir gradualmente com o regime de direito laboral privado ou Código do Trabalho Contrato de trabalho em funções públicas Contrato individual de trabalho Lei 59/2008: Anexo I Regime. Anexo II Regulamento.. Lei 99/2003 Regime Código do Trabalho Lei 35/2004 Regulamento do Código do Trabalho Lei 7/2009 Código Trabalho Lei 35/2014 Lei 7/2009 Código Trabalho A Lei 35/2014 (LGTFP) não contem, porém, todo o regime jurídico a aplicar aos trabalhadores com contrato de trabalho em funções públicas. Há matérias que estão previstas em exclusivo na LGTFP na medida em que são especificidades da Administração Pública - por exemplo, o regime de exclusividade e acumulação de funções, a mobilidade e a requalificação, o regime disciplinar, os deveres da entidade empregadora e dos trabalhadores... 2 Férias e Faltas - contrato de trabalho em funções públicas_novembro 2017
E outras que sendo também exclusivas da Administração Pública encontram-se noutros diplomas legais, tais como, o estatuto da aposentação, o regime de acidentes de trabalho, o regime de avaliação de desempenho, etc. Há matérias que estão previstas em exclusivo no Código do Trabalho (Lei 7/2009) por exemplo, a parentalidade e o estatuto do trabalhador estudante, o regime de adaptabilidade e banco de horas, o regime de trabalho a tempo parcial e teletrabalho... Há, finalmente, matérias que estão previstas na LGTFP e no Código do Trabalho (CT) por exemplo, a organização e tempo de trabalho (artigo 101º e seguintes da LGTFP + artigo 197º e seguintes do CT), ou os tempos de não trabalho (artigo 122º e seguintes da LGTFP + artigo 234º e seguintes do CT)... Há, por isso, a necessidade de aplicar a Lei 35/2014 com outros diplomas legais. Exemplos: Férias Artigo 59º da CRP Artigos 126º a 132º e 152º da LGTFP Artigos 237º a 247º da Lei 7/2009 Artigo 92º da Lei 7/2009 (Férias estatuto do trabalhador estudante) Faltas Artigos 15º a 40º da Lei 35/2014 e Artigos 133º a 143º da LGTFP Artigos 248º a 257º da Lei 7/2009 Artigo 91º da Lei 7/2009 (Faltas estatuto do trabalhador estudante) Direito ao subsídio de alimentação DL 57-B/84 alterado pelo DL 70-A/2000 3 Férias e Faltas - contrato de trabalho em funções públicas_novembro 2017
A partir de 2009 passa a aplicar-se também à Administração Pública a possibilidade de disciplinar as relações laborais através de instrumentos de regulamentação coletiva. Podemos encontrar o acordo coletivo de carreira (geral e especial) e o acordo coletivo de empregador público (artigo 13º + 364º + 370º da LGTFP). Exemplos: ACT 1/2009 carreiras regime geral (técnico superior, assistente técnico e assistente operacional) ACT 2/2009 carreira especial (médicos) NOVIDADE QUANTO AO AMBITO DE APLICAÇÃO DOS IRCT Com a LGTFP o acordo coletivo passa a aplicar-se a todos os trabalhadores (sejam ou não sindicalizados), consagrando a lei a possibilidade de afastar essa aplicação mediante o exercício do direito de oposição (artigo 370º). EXEMPLO PRÁTICO Regime de isenção de horário de trabalho: Artigos 117º e 118º + artigo 164º (previsão de suplemento remuneratório) + Cláusula 9ª do ACT 1/2009 Já para os trabalhadores com contrato individual de trabalho (por exemplo, nas empresas municipais, nas fundações ou nas entidades públicas empresariais) o regime laboral a aplicar é o Código do Trabalho e os instrumentos de regulamentação coletiva de trabalho. Na falta destes instrumentos é prática corrente estes serviços aplicarem subsidiariamente o regime da função pública aos contratos individuais de trabalho. Por vezes esta aplicação subsidiária é obrigatória como quando resulta de imposição das Leis de Orçamento de Estado. Estrutura da LGTFP 4 Férias e Faltas - contrato de trabalho em funções públicas_novembro 2017
1. Parte preâmbular da Lei 35/2014: - Faltas por doença dos trabalhadores abrangidos pelo regime de proteção social convergente artigos 14º a 39º - Faltas para assistência a familiares doentes apenas para os trabalhadores abrangidos pelo regime de proteção social convergente artigo 40º 2. Anexo da Lei 35/2014 (LGTFP): TEMPOS DE NÃO TRABALHO: descansos, férias e faltas: Artigos 122º a 143º da Lei Geral do Trabalho em Funções Públicas/LGTFP (Lei 35/2014) Articular com o Código do Trabalho/CT (Lei 7/2009): Feriados artigos 234º a 236º Férias artigos 237º a 247º Faltas artigos 248º a 257º 3. Parentalidade: Artigo 33º a 65º Código do Trabalho + DL 89/2009 (regime convergente) / DL 91/2009 (regime seguranaça social) 4. Impacto das faltas nas férias: as faltas por conta de férias; substituição de faltas com perda de remuneração por férias e suspensão do contrato Faltas por conta do período de férias: 1ª situação: faltas por conta de férias (artigo 135º nº 1, 2 e 3) Independentemente das datas em que marcou as suas férias o trabalhador pode pedir para faltar por conta de férias, até 2 dias por mês e no máximo 13 dias por ano. 5 Férias e Faltas - contrato de trabalho em funções públicas_novembro 2017
Esta possibilidade está dependente de autorização que pode ser dada com antecedência ao dia da falta ou no próprio dia em que o trabalhador precisa de faltar. Sem autorização prévia o trabalhador não pode faltar. 2ª situação: faltas com perda de remuneração (artigo 135º nº 4) Situação distinta da anterior é a prevista no nº 4 do artigo 135º. Aqui o que está em causa é a possibilidade de perante uma falta justificada e que implica a perda de remuneração (por exemplo 1 dia de doença) o trabalhador indicar que pretende que a falta seja a descontar nas férias. No exemplo referido 1 dia de doença o trabalhador deverá anexar ao certificado de incapacidade para o trabalho/atestado um requerimento indicando que pretende que este dia seja a descontar nas férias. Não está dependente de autorização, porém, é uma possibilidade que só existe desde que fiquem garantidos 20 dias de férias. O que equivale a dizer que para quem só tiver 22 dias úteis de férias só poderá requerer esta possibilidade 2 dias por ano. Um ponto a ter em conta é que esta possibilidade (que tal como se referiu é distinta da prevista nos nºs 1, 2 e 3 do mesmo artigo) poderá ocorrer no mesmo mês em que já ocorreram faltas por conta de férias. Regime da suspensão Artigos 276º a 278º + 129º e 127º da LGTFP (impacto nas férias) Consultar: FAQ s da DGAEP de fevereiro de 2017 Circular Normativa nº 2 de janeiro de 2015 da ARSN 6 Férias e Faltas - contrato de trabalho em funções públicas_novembro 2017