INSTITUTO ÀGORA DE EDUCAÇÃO Curso de filosofia RESENHA SOBRE: BLACKBUM, Simon. Para que serve filosofia?. Disponível em: http: www.criticanarede.com/fa_10exceto.html; SHAND, John. O que é filosofia?. Disponível em: http: //criticanarede.com/oqefilosofia.html. PROF: MARCOS PAULO FERREIRA SOUTO ACADEMICO: ADRIANO HENRIQUE PESTANA PEREIRA MONTES CLAROS ABRIL DE 20012 2012
ADRIANO HENRIQUE PESTANA PEREIRA Trabalho Apresentado ao curso de filosofia do Instituto Àgora de Educação, Como Requisito Avaliativo. Montes claros, abril de 2012.
BLACKBUM, Simon. Para que serve filosofia?. Disponível em: http: www.criticanarede.com/fa_10exceto.html; SHAND, John. O que é filosofia?. Disponível em: http: //criticanarede.com/oqefilosofia.html. Quando se faz filosofia a pergunta constante é para que serve filosofia? É uma indagação que incomoda àqueles que iniciam filosofia e àqueles que nunca se quer tiveram contato algum, em termos de consciência, pois o homem a todo momento faz filosofia. Tal indagação surge pelo fato de haver tanta teoria, e pouca praticidade, sem que haja algo de concreto. Simon Blackbum da Universidade de Cambridge, no seu texto para que serve filosofia?, apresenta-a como um elemento intrínseco ao homem, que faz parte do seu cotidiano e é favorável para sua melhoria de vida. A filosofia é geradora de reflexão e contribui em todas as ações humana, porque nesse momento reflexivo a razão passa a exercer o papel de sistematizadora das ações. Olhando desse modo para a filosofia percebe-se sua praticidade no cotidiano. Como diz Simon a reflexão é importante porque está na continuidade com a prática. Para que haja um bom êxito em tal pratica é necessário que preceda um planejamento, fruto de uma reflexão. É claro que essa deve ser bem conduzida, pois, caso contrário, torna-se maléfica. Segundo Blackbum, a reflexão pode ser encarada como uma coisa perigosa, visto que não podemos saber aonde nos conduzirá. Contudo, todo esse malefício pode ocorrer caso esteja baseado em um só pensamento, seja religião, política etc, pois a reflexão exige uma mente aberta porque a filosofia vive de possibilidades. Assim, nesse caminho cheio de probabilidades, a razão entra como uma sistematizadora, tornando a reflexão cada vez mais prática para uma melhoria de vida. Outra pergunta frequente é: o que é filosofia? A própria palavra em sua etimologia dá uma resposta. Filo do grego quer dizer amigo e Sofia do grego shofia quer dizer saber. Esta é a primeira resposta que todo filósofo de príncipio apresenta. Mas no texto o que é filosofia? de John Shand da Open University da uma resposta
mais prática e precisa dizendo que a filosofia é o que acontece quando se começa a pensar com a própria cabeça. Assim que nos libertamos dos hábitos, das crenças recebidas, as que por acaso se adquiriu mesmo acerca de questões básicas, e começamos realmente daquilo que devemos acreditar, à luz da razão ( argumentos), é indício de que começamos a fazer filosofia. A filosofia é parte integrante na vida do homem, desde criança ele apresenta características de um fazer filosofia. As simples indagações, o que é isto? Por que aquilo? Para quê isso ou aquilo? Tudo isso e muitas outras perguntas desse tipo e também as comparações das coisas evidenciam a relação humana com a filosofia desde cedo. A filosofia se apresenta ao homem como uma possibilidade de reflexão para uma probabilidade de melhoria de vida. John Shand nos diz que como modo de vida, a filosofia e o pensamento não prometem a felicidade, mas penso que realçam o que há de melhor nos seres humanos. A filosofia dá corpo àquilo que há de mais nobre na nossa espécie. Quanto ao surgimento da filosofia diz Simon, os historiadores e estudiosos apontam a Grécia e suas inúmeras penínsulas no século VII a.c. como sendo o berço da filosofia. Até então, antes o que predominava em questão de respostas acerca do mundo e das coisas eram as poesias, principalmente as de Homero. A filosofia grega, caracterizada pelo modo sistemático de pensar, segundo Marilena Chauí é constituída por quatro grandes períodos: 1 Período: pré-socrático ou cosmológico, do final do século VII ao final do século V a.c., quando a filosofia se ocupa fundamentalmente com a origem do mundo e as causas das transformações da natureza. 2 Período: socrático ou antropológico, do final do século V e todo o século IV a.c., quando a filosofia investiga as questões humanas, isto é, a ética, a política e e as técnicas (em grego antropos quer dizer homem; por isso o período recebeu o nome de antropológico). 3 Período: sistemático, do final do século IV ao final do século III a.c., quando a filosofia busca reunir e sistematizar tudo quanto foi pensado sobre a cosmologia e a
antropologia, interessando-se, sobretudo, em mostrar que tudo pode ser objeto do conhecimento filosófico, desde que as leis do pensamento e de suas demonstrações estejam firmemente estabelecidas para estabelecer os critérios da verdade e da ciência. 4 Período: período helenístico ou greco-romano, no final do século III a.c., até o século VI depois de Cristo. Nesse longo período, que já alcança Roma e o pensamento dos primeiros padres da igreja,, a filosofia se ocupa, sobretudo, com as questões da ética, do conhecimento humano e das relações entre o homem e a natureza e de ambos com Deus (CHAUÍ, 2000). Passando pelos períodos e observando a historia identifica-se a relação contida entre o pensamento e o contexto, sendo que o pensamento é manifestado de acordo com a necessidade do contexto. Quando os mitos predominavam, houve um tempo que as explicações não deram conta de saciar as indagações humana, devido a isso surge então uma nova forma de pensar, momento em que o homem crê na possibilidade da razão responder suas questões. Quando a filosofia foi ganhando cada vez mais espaço no terreno grego, principalmente na polis, os filósofos se preocupavam constantemente em provar e dar mais veracidade aos seus argumentos. Desse modo houve um grande desenvolvimento da lógica que ocupou-se em estabelecer as regras a partir das quais a elaboração do pensamento poderia se desvencilhar dos erros e equívocos. Ela tem como objeto o estudo da formulação dos raciocínios. Nas elaborações do pensamento encontramos vários elementos: conteúdo e forma, podemos ter raciocínios validos a partir de conteúdos falsos, conteúdos verdadeiros que conduzem a raciocínios inválidos, conteúdos falsos que geram raciocínios inválidos, e conteúdos falsos que desdobram-se em argumentos válidos; proposições que são as sentenças que afirmam ou negam uma determinada qualidade de um sujeito e podem expressar também conteúdos que expressam desejos, intenções e preferências; as premissas que constituem o conjunto de proposições que são utilizadas para compor um argumento, representam a intencionalidade do pensador que escolhe, seleciona proposições e seu encadeamento de forma a
construir seu raciocínio; os argumentos que são formados por suas premissas e conclusões, tem sua estrutura é construída a partir de um encadeamento de premissas e conclusões em um processo sempre crescente que vai agregando mais informações e conteúdos, extrapolando os conhecimentos primeiros dos quais partiu. Com todos esses elementos constroem-se o silogismo, modelo especial de raciocínio dedutivo que usa da mediação como forma de extrair conclusões, revelando, assim, o grau de veracidade de tal argumento. As proposições são simbolizadas para melhor estudo e compreensão da seguinte forma; A_ universal afirmativa; E_ universal negativa; I_ particular afirmativa; O_ particular negativa. E para avaliar o silogismo na intenção de garantir sua validade é preciso passar pelas seguintes regras: 1_ O silogismo tem três termos e somente três termos. 2_ Nenhum termo pode ser mais extenso na conclusão do que nas premissas. 3_ A conclusão jamais deve conter nunca o termo médio. 4_ O termo médio deve ser tomado pelo menos uma vez universalmente. 5_ De duas premissas negativas nada se pode concluir. 6_De duas premissas afirmativas não se pode tirar uma conclusão negativa. 7_ A conclusão segue sempre a parte mais fraca. 8_ De duas premissas particulares nada se pode concluir. A lógica exerce um papel fundamental para o pensamento, tornando o pensamento dos discursos e reflexões razoáveis, Isto, é, providos e elaborados a partir de um pensamento racional. Depois de uma leitura do texto de Simon Para que serve filosofia, e de John O que é filosofia?, entende-se a relação que a filosofia tem com a vida, em todos os aspectos, revelando, dessa forma, a sua praticidade no cotidiano. Adriano Pestana