Leandro Almeida Marques

Documentos relacionados
Entenda 30 pontos centrais da nova lei trabalhista aprovada no Senado

Reforma Trabalhista - sancionada em 13/07/2017 Início da vigência: novembro 2017

PROCESSO DO TRABALHO

Reforma trabalhista é aprovada no Senado

Reforma trabalhista é aprovada no Senado; confira o que muda na lei

principais pontos da CLT que mudarão com a nova lei trabalhista

Reforma Trabalhista: o que muda na vida do trabalhador?

REFORMA TRABALHISTA Principais pontos que afetam a construção civil

Boletim Informativo da Contabilidade

Caleffi&Vanin Advogados Associados S/S

COMO A REFORMA TRABALHISTA IMPACTARÁ SUA EMPRESA. Agosto de 2017

TABELA DE ALTERAÇÕES REFORMA TRABALHISTA

REFORMA TRABALHISTA 09/06/2017

REFORMA TRABALHISTA A FECOMÉRCIO EXPLICA PARA VOCÊ. COMO FICA COM A REFORMA?

REFORMA TRABALHISTA A FECOMÉRCIO EXPLICA PRA VOCÊ. COMO FICA COM A REFORMA?

JORNADA DE TRABALHO. A compensação de jornada pode ser Compensação. pode ser compensado em outro, desde

Reforma Trabalhista O que muda na sua empresa?

Confira os principais pontos da proposta de reforma trabalhista

Principais Alterações da Reforma Trabalhista

VOCÊ JÁ LUTOU PELOS SEUS DIREITOS HOJE? SINDICATO NACIONAL DOS MOEDEIROS CARTEIRA DE TRABALHO E PREVIDÊNCIA SOCIAL

A REFORMA TRABALHISTA

Especial Reforma Trabalhista. Saiba o que Mudou

Reforma trabalhista: retrocesso. Marlise Nunes Bauler OAB/RS Ana Cristina Costamilan OAB/RS

valer a partir de novembro

REFORMA TRABALHISTA Panorama Atual. Luiz Fernando Alouche julho/2017

Dúvidas sobre a reforma trabalhista??? Fique por dentro das principais mudanças sobre o tema e os impactos que ela trará...

GUIA SOBRE A REFORMA TRABALHISTA

Painel 12 Reforma Trabalhista. Principais alterações propostas, e seus impactos nas rotinas das empresas.

ASPECTOS DA REFORMA TRABALHISTA

capa Daniel Fassa Para entender a reforma trabalhista 20 Cidade Nova Setembro 2017 nº 9

REFORMA TRABALHISTA IMPACTOS NAS STARTUPS 22 DE AGOSTO DE 2017

REFORMA TRABALHISTA Prof. Antonio Daud

Novos tipos de contrato de trabalho:

REFORMA TRABALHISTA. E-book

Trabalhadores precisam se unir e cobrar dos parlamentares o voto contrário às reformas Ter, 27 de Junho de :51

reforma trabalhista. lei nº /2017* lei nº /2017**

REFORMA TRABALHISTA PRINCIPAIS ALTERAÇÕES LEI Nº DE JULHO DE José Francisco Martins

Reforma Trabalhista. O impacto das mudanças na reforma trabalhista no dia a dia das relações de trabalho dos clubes VALTER PICCINO - CONSULTOR

Avenida dos Andradas, 3323, 12 andar -Santa Efigênia -Belo Horizonte (31)

A REFORMA DA LEI DAS SOCIEDADES ANÔNIMAS TOCANTINS ADVOGADOS

Análise sobre o impacto da Reforma nos trabalhadores. - Maio de D I E E S E / Rede Bancários

MODERNIZAÇÃO TRABALHISTA. Lei nº , de 13 de julho de 2017

PONTOS IMPORTANTES DA REFORMA TRABALHISTA

REFORMA TRABALHISTA (PÓS APROVAÇÃO) PRINCIPAIS PONTOS TRATADOS NO PL

RELATÓRIO DE ATIVIDADES

RELATÓRIO DE ATIVIDADES ALTERAÇÕES NO CONTRATO DE TRABALHO

reforma trabalhista. lei nº /2017* lei nº /2017**

REFORMA TRABALHISTA. Objetivo: Apresentar as alterações na legislação trabalhista após a publicação da Lei /2017. INFORMAÇÃO INTERNA

REFORMA TRABALHISTA REFLEXOS NA RELAÇÃO DE EMPREGO

CONTRATO DE TRABALHO (CLT)

Informativo Reforma Trabalhista Lei /2017

RESCISÃO DO CONTRATO DE TRABALHO

REFORMA TRABALHISTA LEI /2017

MODERNIZAÇÃO TRABALHISTA. Curitiba, 7 de novembro de 2017

ENTENDA: RESCISÃO DE TRABALHO HORA EXTRA FÉRIAS O COMPANHEIRO

REFORMA TRABALHISTA 1. CONVENÇÕES E ACORDOS COLETIVOS DE TRABALHO

Veja o que muda para empresários e empregados com a reforma trabalhista

O IMPACTO DAS MUDANÇAS NA REFORMA TRABALHISTA NO DIA A DIA DAS RELAÇÕES DE TRABALHO DOS CLUBES

Tema Lei Anterior Lei nº /2017 Medida Provisória

REFORMA TRABALHISTA LEI Nº , DE 13 DE JULHO DE 2017

O DESMONTE DO SISTEMA BRASILEIRO DE RELAÇÕES DE TRABALHO (PLC 38/2017)

REFORMA TRABALHISTA QUADRO COMPARATIVO.

Oportunidades da Reforma Trabalhista no setor de estacionamentos Outubro/2017. Apresentação Flávio Obino Filho

FIQUE POR DENTRO DA REFORMA TRABALHISTA

REFORMA TRABALHISTA J U L H O

REFORMA TRABALHISTA - Lei nº /2017

Reforma Trabalhista. Oportunidades e ameaças. fracionar as férias em até três períodos?

MAPA ETÉCNICO FISCAL - - facebook/mapaetecnicofiscal 1

ANEXO SOBRE A REFORMA TRABALHISTA

REFORMA TRABALHISTA Veja o que muda a partir de Novembro de 2017.

Reforma Trabalhista. Principais mudanças. Ricardo da Cruz de Maria Advogado OAB/RS

lipping Jurídico Extraordinário

A REFORMA TRABALHISTA E A CONVENÇÃO COLETIVA DE TRABALHO (CCT) DOS BANCÁRIOS. D I E E S E / Rede Bancários

NOVO CENÁRIO NAS RELAÇÕES TRABALHISTAS

SINDUSCON-RS 3º SEMINÁRIO DE RELAÇÕES TRABALHISTAS MODERNIZAÇÃO TRABALHISTA. NOVAS FORMAS DE CONTRATAÇÃO

MUDANÇAS NA LEGISLAÇÃO TRABALHISTA E SEUS REFLEXOS NO COTIDIANO DAS FARMÁCIAS ANGÉLICA SILVA ALVES

REFORMA TRABALHISTA SUMÁRIO

O que está em jogo na Reforma Trabalhista?

A Reforma Trabalhista EM PERGUNTAS E RESPOSTAS

TEMPO A DISPOSIÇÃO DO EMPREGADOR

REFORMA TRABALHISTA (Lei nº , de ) Data de início de vigência: 11/11/2017

IMPACTOS DA REFORMA TRABALHISTA

REFORMA TRABALHISTA - 4 MESES DE VIGÊNCIA, SEUS DESAFIOS E PROBLEMÁTICAS. Giseli Mozela do Amaral

RENATO ARIAS SANTISO REFORMA TRABALHISTA DIREITO MATERIAL INDIVIDUAL E COLETIVO LEI 13467/17 E MP 808/17

CIRCULAR Nº 29/2017. REF.: Reforma Trabalhista Importantes alterações na CLT

REFORMA TRABALHISTA LEI /2017

REFORMA TRABALHISTA. As mudanças da CLT

DEPARTAMENTO JURÍDICO TRABALHISTA BOLETIM 008/2019

CONTEÚDO DO PROJETO DE LEI (PL 6.787/16) APROVADO PELA CÂMARA, EM 26 DE ABRIL. NO SENADO, É O PLC 38/17

Luciana Guedes Ferreira Pinto

Alterações no Gozo de Férias ART. 134.

Informativo Machado Associados

Aplicação dos Preceitos da Lei n /2017 e da MP 808/2017

SIMULADO DE DIREITO DO TRABALHO - Professora: Carla Andrade

Cícero Domingos Penha. Reforma Trabalhista. Presidente Conselho Regional de Relações Trabalhistas FIEMG Vale do Paranaíba

REFORMA TRABALHISTA TERCEIRIZAÇÃO E A NOVA LEI TRABALHISTA 2017

TEXTO DOS PONTOS ACORDADOS DA REFORMA TRABALHISTA QUE CONSTARÃO EM MEDIDA PROVISÓRIA... (NR)... Art. 223-G...

Transcrição:

INFORMATIVO JURÍDICO 01/2017 DIRECIONADO AOS EMPRESÁRIOS LOTÉRICOS DO ESTADO DO PARANÁ. INFOJUR/SINLOPAR/CARDOSOEMARQUESADVOGADOS.01/2017 Prezados Lotéricos Dando sequência aos trabalhos (INFORMATIVOS) iniciados no ano de 2016, faremos uma breve explanação sobre os 30 pontos centrais da nova lei trabalhista que entrará em vigor no mês de novembro de 2017. MENSALMENTE, SERÁ POSTADO UM INFORMATIVO CONTENDO DICAS SOBRE OS ASSUNTOS JURÍDICOS MAIS CORRIQUEIROS NO AMBIENTE LOTÉRICO, PARA SANAR AS PRINCIPAIS DÚVIDAS E ATUAR NA PREVENÇÃO DE POSSÍVEIS DEMANDAS. SUGESTÕES SOBRE NOVOS TEMAS A SEREM ABORDADOS NOS INFORMATIVOS, DEVEM SER ENCAMINHADOS PARA Á SECRETARIA DO SINLOPAR (WWW.SINLOPAR.COM.BR) COM O SEGUINTE TÍTULO NOVO TEMA PARA O INFORMATIVO JURÍDICO MENSAL. DESDE JÁ AGRADECEMOS A ATENÇÃO. Leandro Almeida Marques Advogado, Consultor Jurídico do SINLOPAR e Sócio fundador do escritório CARDOSO & MARQUES ADVOGADOS. www.cardosoemarques.adv.br Página 1 de 15

INFORMATIVO JURÍDICO 01/2017 DIRECIONADO AOS EMPRESÁRIOS LOTÉRICOS DO ESTADO DO PARANÁ. INFOJUR/SINLOPAR/CARDOSOEMARQUESADVOGADOS.01/2017 A reforma trabalhista que entrará em vigor no mês de novembro de 2017, altera mais de 100 pontos da atual legislação, como divisão de férias e extensão da jornada, além de implantar novas modalidades, como o trabalho remoto, mas preserva os direitos fundamentais dos trabalhadores. Neste informativo (n 01/2017), faremos uma comparação de como era e como vão ficar os 30 pontos centrais desta nova lei. 1. ACORDOS COLETIVOS A legislação trabalhista vale mais que acordos e convenções, a menos que estes sejam mais vantajosos para o trabalhador. Esta é a principal mudança da reforma. Pelo texto, empregados e empregadores poderão negociar uma lista de 15 itens, incluindo jornada, participação nos lucros e banco de horas. Direitos essenciais, como salário mínimo, FGTS, férias proporcionais e décimo terceiro salário permanecem inegociáveis. 2. JORNADA DIÁRIA DE TRABALHO A CLT prevê que a jornada de trabalho deve ser de até oito horas diárias, com no máximo duas horas extras, previstas em acordo ou contrato coletivo de trabalho. A jornada semanal deve ser de até 44 horas semanais, totalizando 220 horas mensais. O texto mantém a jornada máxima de 44 horas semanais, mas permite outros arranjos. Será permitido, por exemplo, negociar jornadas de 12 horas, que darão direito a 36 horas de descanso, como já ocorre em algumas categorias. Mas esse é um dos pontos que o governo prometeu alterar. Segundo o senador Romero Jucá, haverá uma mudança posterior prevendo a obrigatoriedade de que esse tipo de acordo seja assinado pelo sindicato da categoria. www.cardosoemarques.adv.br Página 2 de 15

3. JORNADA PARCIAL A lei considera trabalho com jornada parcial aquele com 25 horas semanais, sem previsão de horas extras. O novo texto amplia esse limite para 30 horas semanais, sem horas extras, ou para 26 horas semanais, com previsão de seis horas extras. A reforma estipula ainda que esses trabalhadores terão direito a 30 dias de férias, assim como aqueles que trabalham em regime padrão. 4. PARCELAMENTO DE FÉRIAS A CLT permite que, em casos excepcionais, as férias possam ser parceladas em dois períodos, desde que um deles não seja inferior a dez dias corridos. As férias podem ser fatiadas em até três períodos, sendo que um deles não pode ser inferior a 15 dias corridos e os outros dois não podem ser de menos que cinco dias corridos, cada um. O novo texto retira a ressalva de casos excepcionais da lei e diz que, para que ocorra o parcelamento, basta que haja concordância do empregado. www.cardosoemarques.adv.br Página 3 de 15

5. TRABALHO INTERMITENTE CLT não prevê esse tipo de contrato, só permite a contratação por hora ou por dia de trabalho. Esse tipo de contrato permitirá a prestação de serviços com interrupções, em dias alternados ou apenas por algumas horas na semana. O trabalhador tem que ser convocado com, pelo menos, cinco dias de antecedência. A exceção são os aeronautas, que não podem seguir esse regime. O governo prometeu que editará uma nova regra para que trabalhadores em regime padrão não possam ser demitidos e recontratados como intermitentes, sem antes passar por uma quarentena de 18 meses. 6. IMPOSTO SINDICAL A contribuição é obrigatória e o pagamento equivale a um dia de trabalho, para financiar os sindicatos. A contribuição passa a ser facultativa. O governo promete fazer uma recomendação para que o fim do imposto sindical seja gradual. www.cardosoemarques.adv.br Página 4 de 15

7. TRABALHO EM CASA A CLT não regula este tipo de trabalho. O texto considera teletrabalho "prestação de serviços preponderantemente fora das dependências do empregador, com a utilização de tecnologias de informação e de comunicação que, por sua natureza, não se constituam como trabalho externo". Por exemplo: trabalhar de casa, usando computador e smartphones. A nova legislação permite que ocorra a alteração de regime presencial para o regime de teletrabalho desde que haja acordo entre as partes. Mas o inverso, a mudança de teletrabalho para presencial, poderá ser determinada pelo empregador, com prazo mínimo de transição de 15 dias. 8. DEMISSÃO Em caso de demissão sem justa causa, o trabalhador tem direito às verbas rescisórias, como a multa de 40% sobre o FGTS. As verbas rescisórias estão mantidas em caso de demissão sem justa causa. No entanto, a reforma cria a figura da demissão consensual. Em caso de contrato extinto por "acordo entre empregado e empregador", conforme o texto, serão divididas pela metade o aviso prévio (em caso de aviso indenizado) e a multa de 40% sobre o FGTS. www.cardosoemarques.adv.br Página 5 de 15

9. CONTRATO TEMPORÁRIO O contrato temporário teve seu prazo aumentado de 90 para 180 dias com a lei de terceirização, em março. Hoje, é possível prorrogar por mais 90 dias. A reforma diminui para 120 dias o prazo do contrato temporário, prorrogáveis pelo dobro do período inicial, qualquer que ele seja. 10. BANCO DE HORAS Como é hoje: Horas extras acumuladas devem ser compensadas em no máximo um ano; vencido esse prazo, devem ser pagas em dinheiro com acréscimo de 50%. Banco de horas poderá ser negociado individualmente com a empresa. Nesse caso, o prazo para compensar as horas é reduzido para seis meses. 11. TERCEIRIZADOS Como é? Empresa escolhe estender ou não ao terceirizado os serviços de alimentação, transporte, segurança e atendimento médico oferecidos ao empregado. Inclusão nesses benefícios será obrigatória e é proibida a recontratação de funcionário como terceirizado por 18 meses após a demissão. www.cardosoemarques.adv.br Página 6 de 15

12. AUTÔNOMOS Empresas podem fazer contratos com autônomos, mas se houver exclusividade e continuidade na prestação do serviço, há vínculo empregatício. Empresas poderão contratar autônomos e, mesmo se houver relação de exclusividade e continuidade na prestação do serviço, não haveria vínculo empregatício. Porém, segundo Jucá, o governo deve vedar cláusula de exclusividade em contratos com trabalhadores autônomos. 13. INTERVALO PARA ALMOÇO A CLT prevê intervalo para almoço de uma hora a no máximo duas horas. Poderia ser alterado por acordo entre empresa e empregado, sendo reduzido para no mínimo de 30 minutos caso o trabalhador tenha interesse. Mas há a possibilidade de o Planalto vetar esse ponto. www.cardosoemarques.adv.br Página 7 de 15

14. GRÁVIDAS E LACTANTES Atualmente, grávidas e lactantes não podem trabalhar em locais insalubres, independentemente do grau de insalubridade. Grávidas poderão ser afastadas do trabalho em locais insalubres de graus "mínimo" e "médio", desde que apresentem atestado médico. Em caso de grau máximo de insalubridade, o trabalho não será permitido para grávidas. Já lactantes poderão ser afastadas do trabalho em locais insalubres de qualquer grau, desde que apresentem atestado médico. Os atestados serão emitido por médico de confiança da mulher e deverão recomendar o afastamento durante a gravidez ou lactação. Mas, segundo o senador Romero Jucá, o governo pode mudar a regra, afirmando que o atestado será emitido por médico do trabalho. 15. DEMISSÃO DE GRÁVIDA Não há limite de tempo para avisar a empresa sobre a gestação. Mulheres demitidas têm até 30 dias para informar a empresa sobre a gravidez. www.cardosoemarques.adv.br Página 8 de 15

16. UNIFORME Como é? Atualmente, a legislação trabalhista não prevê essas regras. Pela proposta, cabe ao empregador definir o tipo de vestimenta no ambiente de trabalho. A higienização do uniforme será de responsabilidade do trabalhador, a não ser nos casos em que forem necessários procedimentos ou produtos específico para a lavagem do uniforme. 17. GRATIFICAÇÕES Faz parte do salário como qualquer outro benefício pago pela empresa. A gratificação não vai mais integrar o salário depois de 10 anos. Se a pessoa deixar o cargo, deixará de receber o adicional, não importando o tempo em que ficou na função. 18. HOMOLOGAÇÃO Para quem está empregado numa empresa há mais de um ano, a homologação da rescisão é obrigatória. A proposta da reforma acaba com essa regra. A rescisão será feita apenas entre patrões e empregados. Porém, o Planalto pode vetar a mudança. www.cardosoemarques.adv.br Página 9 de 15

19. DEMISSÃO EM MASSA Precisa ser negociada com o sindicato da categoria e só pode ocorrer por motivos econômicos. Em caso de demissões coletivas, não precisará mais ocorrer uma negociação entre as empresas e os sindicatos. 20. PLANO DE DEMISSÃO VOLUNTÁRIA? Alguns benefícios não pagos durante o PDV podem ser questionados na Justiça. O PDV vai dar quitação total do contrato de trabalho. Caso o empregado ache que seus direitos não estão sendo quitados, precisará reclamar antes de assinar o acordo. 21. EQUIPARAÇÃO SALARIAL A Justiça entende que pessoas que exercem a mesma função dentro de um mesmo grupo econômico têm direito à mesma remuneração. O requisito, para equiparação salarial, da prestação do serviço precisar ser na mesma localidade, será alterado para o mesmo estabelecimento empresarial. Devendo ser prestado para o mesmo empregador, por tempo não superior a quatro anos. www.cardosoemarques.adv.br Página 10 de 15

22. DANOS MORAIS Os juízes estipulam o valor em ações envolvendo danos morais. A proposta impõe limitações ao valor a ser pleiteado pelo trabalhador, estabelecendo um teto para alguns pedidos de indenização. Ofensas graves cometidas por empregadores devem ser de no máximo 50 vezes o último salário contratual do ofendido. 23. TEMPO NA EMPRESA A CLT considera serviço efetivo o período em que o empregado está à disposição do empregador, aguardando ou executando ordens. Não são consideradas dentro da jornada de trabalho as atividades no âmbito da empresa como descanso, estudo, alimentação, interação entre colegas, higiene pessoal e troca de uniforme. 24. REMUNERAÇÃO A remuneração por produtividade não pode ser inferior à diária correspondente ao piso da categoria ou salário mínimo. Comissões, gratificações, percentagens, gorjetas e prêmios integram os salários. O pagamento do piso ou salário mínimo não será obrigatório na remuneração por produção. Além disso, trabalhadores e empresas poderão negociar todas as formas de remuneração, que não precisam fazer parte do salário. www.cardosoemarques.adv.br Página 11 de 15

25. PLANO DE CARGOS E SALÁRIOS O plano de cargos e salários precisa ser homologado no Ministério do Trabalho e constar do contrato de trabalho. O plano de carreira poderá ser negociado entre patrões e trabalhadores sem necessidade de homologação nem registro em contrato, podendo ser mudado constantemente. 26. TRANSPORTE O tempo de deslocamento no transporte oferecido pela empresa para ir e vir do trabalho, cuja localidade é de difícil acesso ou não servida de transporte público, é contabilizado como jornada de trabalho. O tempo despendido até o local de trabalho e o retorno, por qualquer meio de transporte, não será computado na jornada de trabalho. www.cardosoemarques.adv.br Página 12 de 15

27. PRAZO DE VALIDADE DAS NORMAS COLETIVAS As cláusulas dos acordos e convenções coletivas de trabalho integram os contratos individuais de trabalho e só podem ser modificados ou suprimidos por novas negociações coletivas. Passado o período de vigência, permanecem valendo até que sejam feitos novos acordos ou convenções coletivas. O que for negociado não precisará ser incorporado ao contrato de trabalho. Os sindicatos e as empresas poderão dispor livremente sobre os prazos de validade dos acordos e convenções coletivas, bem como sobre a manutenção ou não dos direitos ali previstos quando expirados os períodos de vigência. E, em caso de expiração da validade, novas negociações terão de ser feitas. 28. REPRESENTAÇÃO A Constituição assegura a eleição de um representante dos trabalhadores nas empresas com mais de 200 empregados, mas não há regulamentação sobre isso. Esse delegado sindical tem todos os direitos de um trabalhador comum e estabilidade de dois anos. Os trabalhadores poderão escolher 3 funcionários que os representarão em empresas com no mínimo 200 funcionários na negociação com os patrões. Os representantes não precisam ser sindicalizados. Os sindicatos continuarão atuando apenas nos acordos e nas convenções coletivas. www.cardosoemarques.adv.br Página 13 de 15

29. AÇÕES NA JUSTIÇA O trabalhador pode faltar a até três audiências judiciais. Os honorários referentes a perícias são pagos pela União. Além disso, quem entra com ação não tem nenhum custo. O trabalhador será obrigado a comparecer às audiências na Justiça do Trabalho e, caso perca a ação, arcar com as custas do processo. Para os chamados honorários de sucumbência, devidos aos advogados da parte vencedora, quem perder a causa terá de pagar entre 5% e 15% do valor da sentença. O trabalhador que tiver acesso à Justiça gratuita também estará sujeito ao pagamento de honorários de perícias se tiver obtido créditos em outros processos capazes de suportar a despesa. Caso contrário, a União arcará com os custos. Da mesma forma, terá de pagar os honorários da parte vencedora em caso de perda da ação. Além disso, o advogado terá que definir exatamente o que ele está pedindo, ou seja, o valor da causa na ação. Haverá ainda punições para quem agir com má-fé, com multa de 1% a 10% da causa, além de indenização para a parte contrária. É considerada de má-fé a pessoa que alterar a verdade dos fatos, usar o processo para objetivo ilegal, gerar resistência injustificada ao andamento do processo, entre outros. Caso o empregado assine a rescisão contratual, fica impedido de questioná-la posteriormente na Justiça trabalhista. Além disso, fica limitado a 8 anos o prazo para andamento das ações. Se até lá a ação não tiver sido julgada ou concluída, o processo será extinto. www.cardosoemarques.adv.br Página 14 de 15

30. MULTA A empresa está sujeita a multa de um salário mínimo regional, por empregado não registrado, acrescido de igual valor em cada reincidência. A multa para empregador que mantém empregado não registrado é de R$ 3 mil por empregado, que cai para R$ 800 para microempresas ou empresa de pequeno porte. Leandro Almeida Marques Advogado, Consultor Jurídico do SINLOPAR e Sócio fundador do escritório CARDOSO & MARQUES ADVOGADOS. Curitiba 29/09/2017 www.cardosoemarques.adv.br Página 15 de 15