FESTAS JUNINAS: CULTURA, RELIGIOSIDADE E TRADIÇÃO



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Transcrição:

FESTAS JUNINAS: CULTURA, RELIGIOSIDADE E TRADIÇÃO Capelinha de melão / É de São João / É de cravo, é de rosa / É de manjericão. São João está dormindo / Não me ouve não / Acordai, acordai / Acordai, João. Capelinha de Melão Autor: domínio público Quem não conhece, dançou ou cantou esse refrão tão característico das Festas Juninas? Você se lembra da Noite de São João? Chegou a hora da fogueira É noite de São João O céu fica todo iluminado Fica o céu todo estrelado Pintadinho de balão... Chegou a hora da fogueira Autor: Lamartine Babo Festa de Junina que se preze tem caipira, quadrilha, baião, forró, casamento na roça, fogueira, balões, bandeirinhas e uma culinária característica repleta de pinhão, pamonha, canjica, bolo de fubá, pipoca e quentão. Características desse Brasil tão caipira e adorável! A festança dos santos de junho Antônio, João e Pedro são, até hoje, os santos mais populares do Brasil. Mas o que poucos sabem é que toda essa alegria remonta à Antigüidade, quando por toda a Europa festejos pagãos comemoravam no mês de junho o início do preparo da terra para o plantio. Hoje, a festança começa no dia 12, véspera de Santo Antônio, e termina no dia 29, dia de São Pedro. Mas o auge mesmo é a noite de 23 para 24, dia de São João Batista, o santo fogueteiro. O começo de tudo Para os povos da Antigüidade, junho era um mês especial. A primavera chegava ao fim e o verão se aproximava. E, com a nova estação, dias mais longos e quentes: época ideal para o plantio. Solstício de verão. Em todo o Hemisfério Norte, junho é o mês do solstício de verão: a partir daí, os dias passam a ser mais longos e quentes época ideal para preparar a terra para o plantio. Por ser um período do ano tão especial, o costume de festejar esse mês surgiu na Europa antiga, antes do cristianismo. Na Antigüidade, quando a ciência ainda não havia explicado o funcionamento do universo, as alterações no clima eram atribuídas à magia e aos deuses. Dias quentes e ensolarados, depois dos meses frios do inverno e dos dias amenos da primavera, eram considerados uma

bênção divina. Assim, os povos daquela época criaram rituais para garantir a boa vontade e a bondade das divindades responsáveis por esses fenômenos. Você sabia? Antes de o cristianismo dominar a Europa, as festas juninas comemoravam a deusa Juno, mulher de Júpiter, que fazia parte do panteão do Império Romano. Para diferenciar as festas de Juno da festa de João, a Igreja Católica passou a chamá-las 'joaninas'. Com o tempo, as festas joaninas, realizadas em junho, acabaram sendo mais conhecidas como 'juninas'. Sincretismo religioso Quando o cristianismo tornou-se a religião oficial do Ocidente, no século IV, as principais celebrações pagãs foram sendo incorporadas ao calendário das festas católicas. Foi assim com o Natal, com o Dia de Todos os Santos e também com as festas juninas. Já no século VI, a Igreja Católica reservou o dia 24 de junho para comemorar o nascimento de São João Batista, que, segundo a Bíblia, batizou Jesus Cristo. Aos poucos os cristãos foram criando novos mitos para explicar as práticas anteriores (pagãs). Estavam fazendo o que hoje chamamos sincretismo religioso. Por exemplo: para justificar o uso do fogo na festa cristã, conta-se que Santa Isabel teria acendido uma fogueira para avisar Maria sua prima do nascimento de seu filho João Batista. As comemorações foram ampliadas no século XIII, incluindo o dia da morte de Santo Antônio de Pádua, 13 de junho, e o da morte de São Pedro, 29 de junho. A festa no Brasil Quando os jesuítas chegaram ao Brasil, difundiram várias festas religiosas. E logo as celebrações se mostraram muito eficazes para atrair a atenção dos indígenas para a mensagem catequizadora dos padres. Em especial as festas joaninas comemoradas com fogueiras, rezas e muita alegria, que coincidiam com o período em que os índios realizavam seus rituais de fertilidade. De junho a setembro é época de seca em muitas regiões do país. Os rios baixos e o solo seco deviam ser preparados para o plantio. Os roçados do ano anterior ainda estavam repletos de mandioca, cará, inhame, batata-doce, abóbora e abacaxi. Também era época de colheita do milho, do feijão e do amendoim. Tanta fartura era considerada uma bênção e devia ser comemorada com danças, cantos, rezas e muita comida. Essa coincidência de comemorações fez com que as festas juninas ficassem entre as preferidas da população. E a tradição mantém-se até hoje em várias cidades brasileiras: nas festas juninas deve-se agradecer a abundância do ano anterior, reforçar os laços familiares e rezar para que os maus espíritos não impeçam a próxima colheita.

A influência brasileira pode ser percebida nas comidas servidas durante a comemoração. Alimentos como o aipim (ou mandioca), milho, jenipapo e leite de coco foram introduzidos na festança pelos brasileiros, além de costumes como o forró, o boi-bumbá, a quadrilha e o tambor-de-crioula. Das terras francesas, vieram os passos e marcações inspiradas na dança da nobreza européia. Já dos chineses vieram os famosos fogos de artifício. A dança-de-fitas, bastante comum no sul do Brasil, é originária de Portugal e da Espanha. Para os católicos, a fogueira, que é maior símbolo das comemorações juninas, tem suas raízes em um trato feito pelas primas Isabel e Maria. Para avisar Maria sobre o nascimento de São João Batista e assim ter seu auxílio após o parto, Isabel acendeu uma fogueira sobre o monte. Além da fogueira, os balões são outro elemento de cunho religioso. Cabia a eles levar os pedidos dos fiéis aos santos. Por que existe a cultura do "caipira" em nossas festas juninas? O dicionário Aurélio define o termo "caipira" como "habitante do campo ou da roça: jeca, matuto, roceiro, caboclo, capiau ou tabaréu". Ou seja, a expressão refere-se genericamente às pessoas ligadas ao campo, de poucas letras e pouca vivência urbana. O termo "caipira, como é definido vocabularmente, refere-se a um tipo encontrado em qualquer região brasileira, respeitando suas características culturais, históricas e geográficas. Várias teorias tentam explicar a introdução da paródia caipira em nossas festas juninas (os trajes usados nas festas juninas imitam toscamente as roupas dos interioranos dos Estados de São Paulo, Minas Gerais e Goiás). Uma das explicações traz uma força histórica muito grande: a Revolução de 1930 e, sobretudo, o golpe do Estado Novo, em fins de 1937, foram responsáveis pela propagação autoritária do sentimento de brasilidade. Buscava-se concretizar cultural e ideologicamente a formação em curso de mercado e de indústria, centrados no eixo Rio-São Paulo. Para tal, foram marginalizados os sentimentos regionalistas. Durante a Proclamação ao Povo Brasileiro, de 10 de novembro de 1937, o presidente Getúlio Vargas denunciou o "caudilhismo regional" que "ameaçava a unidade nacional brasileira". Em gesto simbólico, mandou queimar publicamente as bandeiras estaduais, entre elas, a criada por seus antigos mestres, Castilhos e Borges, em 1891. O Estado Novo promoveu a chamada "invenção da cultura nacional", como fundamento da identidade nacional imposta. Apoiou amplamente a Seleção Brasileira, o Carnaval, o samba, as festas juninas cariocas; financiou o surgimento de arquitetura moderna brasileira; estimulou a produção musical dos temas centrados na Região Sudeste. Esta foi uma medida política que buscava reprimir a cultura regional e barrar novas manifestações antigovernistas. O resultado desta centralização e imposição cultural foi o início da massificação da cultura da Região Sudeste, que até hoje é vendida ao mundo como sendo a verdadeira e única cultura brasileira. Pode-se afirmar que até 1930 a expressão "festa caipira" sequer existia e também que as festas juninas já aconteciam na região sul do Brasil, invocando suas particularidades culturais próprias, desde que essa região começou a ser povoada, em 1737. Se em 200 anos de história festejaram-se as datas juninas e seus

respectivos santos através da particularidade de cada região, incentivar a realização de festas caipiras, fantasiando nossas crianças de forma que ridiculariza o homem do interior, transformando-as em imitações de pequenos Jecas Tatus, é aplaudir um erro de Vargas, que tentou esmagar despoticamente todo legado cultural regional. É lamentável, mas decisões arbitrárias há 75 anos promovem a centralização da cultura nacional, ditando através da mídia o que devemos vestir, comer ou ouvir. Mas como tentar reverter esta situação se continuarmos a aprender que em festa junina nos fantasiamos de caipiras, na Semana Farroupilha de gaúchos, e no Carnaval do que quisermos? Respeitar a cultura regional é respeitar a própria origem, as raízes que sustentam toda organização social vigente. No Nordeste do Brasil, existe uma tradição que manda que os festeiros visitem, em grupos, todas as casas onde sejam bem-vindos. Os donos das casas, em contrapartida, mantêm uma mesa farta de bebidas e comidas típicas para servir os grupos. Os festeiros acreditam que o costume é uma maneira de integrar as pessoas da cidade. Essa tradição tem sido substituída por uma grande festa que reúne toda a comunidade, sempre com fartura de comida, dança e, é claro, muita animação, como a quadrilha. Para não fazer feio na hora de entrar na roda. Confira o que significam os principais passos da quadrilha: EN AVANT, TOUT - Os pares de mãos dadas vão ao centro da roda formando uma grande fila. EN ARRIÈRE - Todos voltam aos seus lugares e os cavalheiros ficam na frente das damas. CAMINHO DA ROÇA - As damas vão puxando os cavalheiros formando um grande círculo e depois voltam para a formação em fila. OLHA A CHUVA! - Os pares dão meia-volta. JÁ PASSOU! - Todos fazem meia-volta, novamente, dizendo Ehh! OLHA O TÚNEL - Um par coloca os braços para o alto segurando as mãos formando um túnel; os demais vão passando por baixo, colocando-se adiante na mesma posição, alongando o túnel. CESTINHA DE FLORES - As damas levantam os braços por cima dos ombros e dão as mãos aos seus cavalheiros.

13 de junho é Dia de Santo Antônio Conhecido como santo casamenteiro, Santo Antônio tem milhares de devotos espalhados pelo Brasil e também em Portugal. Seu dia é comemorado em 13 de junho, em meio às festas juninas, por isso Antônio é um dos santos mais lembrados nessas festas. Normalmente, sua figura é representada carregando o menino Jesus em seus braços. Muitas mocinhas afoitas para encontrar um marido retiram o bebê dos braços do santo e prometem devolvê-lo depois de alcançarem seu pedido. Outras jovens colocam a imagem de cabeça para baixo e dizem que só mudam de posição quando Santo Antônio conceder-lhes a graça de ter um marido. Essas simpatias geralmente são feitas na madrugada do dia 13. Mas nem só de casamento vive o santo. Ele também é conhecido por ajudar as pessoas a encontrar objetos. Em uma reza conhecida como "os responsos", o santo é invocado para achar coisas perdidas. Numa outra cerimônia, conhecida como trezena, os fiéis entoam cânticos, soltam fogos, e celebram com comes e bebes e uma fogueira com o formato de um quadrado. Essa festança acontece de 1 a 13 de junho. Há ainda um outro costume muito praticado pela Igreja e pelos fiéis: todo o dia 13 de junho, as igrejas distribuem aos pobres os famosos pãezinhos de Santo Antônio. A tradição diz que esse alimento deve ser guardado dentro de uma lata de mantimento, para a garantia de que não faltará comida durante todo o ano. Cultura Popular As festas juninas têm o poder mágico de reavivar velhas tradições, reforçar nossos laços de origem e recriar no presente a caminhada de nossos antepassados. Aliadas ao magnífico espetáculo que nos oferece a natureza, elas têm se tornado um produto turístico cada vez mais atraente, geradoras de empregos, que propiciam um rápido crescimento da região onde elas ocorrem.

O Brasil é um país muito rico em acervo cultural, mas é de fundamental importância conhecê-lo, para que possamos compor a identidade de nosso povo. É através destas manifestações folclóricas, que mantêm vivas as tradições e costumes de um povo, preservando deste modo, sua identidade para futuras gerações.