REVISTA DE BIOLOGIA E CIÊNCIAS DA TERRA ISSN

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REVISTA DE BIOLOGIA E CIÊNCIAS DA TERRA ISSN 1519-5228 Suplemento Especial - Número 1-2º Semestre 2006 Águas estuarinas e sustentabiliadde social local: um estudo da pesca artezanal do camarão-branco Litopenaeus schmitti Custacea, de capoda, penaeidae)no estuário do Rio Formoso, Pernambuco, Brasil Goretti Sônia da Silva 1 ; Viviane Barros de Brito 2 ; Aline Elesbão do Nascimento 3 ; Galba Maria de Campos-Takaki 4 RESUMO A hidrologia estuarina é fundamental para a manutanção das características desse rico sistema biológico. Tendo em vista a importância sócio-econômica da pesca camaroneira em rio Formoso, Litoral Sul de Pernambuco, o objetivo foi o de caracterizar as características físicas e químicas da água, a biologia do camarão branco Litopenaeus schmitti e a sua pesca artesanal, a fim de possibilitar, no futuro, um manejo adequado a pesca desta espécie, base sustentável dos pescadores da região. Foi realizado um levantamento das atividades pesqueiras no ano de 2006. Os resultados demonstraram que as condições ambientais do estuário do rio Formoso influenciam a freqüência do camarão-branco, sendo a espécie encontrada em fundos lamosos e com alto teor de matéria orgânica, em águas de pouca profundidade. A densidade populacional variou de acordo com a estação de estudo, sendo maior na estação mediana do estuário. A salinidade nesta estação oscilou em torno entre 15 a 40ppm, fator favorável a distribuição do camarão no estuário. Os índices pluviométricos dos meses chuvosos favoreceram a freqüência da espécie. A pesca artesanal é comum na área, onde as redes-de-arrasto e redes-de-espera são confeccionados pelos próprios pescadores da região. A maioria dos pescadores utiliza barco a remo e a vela. Apenas 10% utilizam barco a motor. A freqüência de coleta é de três a quatro vezes durante a semana, em períodos diurnos e noturnos. 80% dos entrevistados (pescadores) têm um rendimento mensal. Palavras chave: Águas Estuarinas, Sustentabilidade, Litopenaeus schmitti ABSTRACT The water hydrology in stuarine areas is essential for the maintenance of this biological system. Considering the socioeconomic importance of shrimp harvest from Formoso River, located in the south coast of Pernambuco, the purpose of this study was to characterize the water quality, the biology of white shrimp Litopenaeus schmitti and the manual and rudimentary harvesting activities in this estuary, in order to enable in the future adequate harvest methods of this species, which is the basic source of the fishermen from the region. Data for this study were based on the fishing activities in 2006. The results showed that environmental conditions of Formoso River estuary influenced the frequency of Litopenaeus schmitti, where they were found in muddy bottoms and with high organic matter, in shallow water depths. The populational density varied according to station of study, it was higher at mean region of the estuary. The salinity varied between 15 and 40ppm. The rainfall indexes of rainy season affected the frequency of shrimps. The manual and rudimentary harvest is common, where fishing gear of trawling type and floating net are produced by the fishermen of region themselves. Most fishermen use rowing boats and sailing boats. Only 10% perform motor boat fishing. The fishing frequency is about three or four times a week, in daily and night shifts. 80% of the interviewees (fishermen) have a monthly income lower than a minimum salary. The rate of illiteracy among the older people is significant and the housing conditions are precarious. The studies on Formoso River estuary showed that it presents ecological implications as a result of environmental variations and anthropogenic Key words: Stuarines waters, Sustenability, Litopenaeus schmitti 40

1 INTRODUÇÃO Os valores ambientais e econômicos do mangue são bem conhecidos em todo o mundo. Esse berço oferece um potencial para reflorestamento, aqüicultura, agricultura e mesmo eco-turismo. Além disso, diversos mangues ao redor do mundo são mantidos para a produção de carvão, estabilização da área costeira, produtos pesqueiros (peixes, moluscos, crustáceos), produção de algas para a indústria alimentícia e química.o uso humano da região está ligado aos benefícios e serviços da área, modificados continuamente pela economia e cultura locais (LACERDA, 1999). O Brasil tem a segunda maior área de mangue mundo. Oitenta por cento desses mangues estão no Nordeste. São ecossistemas que ficam nas zonas de estuários, áreas de transição entre os ambientes marinho e terrestre. Apesar de serem protegidos por lei desde 1983, os manguezais brasileiros diminuíram 46,4% nos últimos 14 anos, segundo a Universidade Federal Rural de Pernambuco (SCHAFFER- NOVELLI, 1995). A estrutura e a produtividade dos estuários estão diretamente relacionadas com os fatores bióticos e abióticos locais (HUTCHINGS e SAENGER, 1987; BALL, 1980). A variação dos fatores ambientais presentes nos estuários, submetidos ao estresse que resulta das atividades humanas que incluem sobrepesca e turismo, bem como a urbanização, agricultura, aqüicultura e desenvolvimento industrial que causam poluição, vem aumentando progressivamente no mundo (BLABER, 2000; ROBERTSON e DUKE, 1990). Dessa forma, os indicadores ambientais são definidos como medidas físicas, químicas, biológicas ou sócio-econômicas que melhor representam os elementos chaves de um complexo ecossistema (WARD et al., 1998; VIDY, 2000). Muitos autores fazem referência da pesca artesanal de espécies de valor sócioeconômico como uma alternativa viável para o setor pesqueiro (COELHO e SANTOS,1993, 1994; 1995; 1995; VIEIRA, 1991). O estuário do rio Formoso (litoral sul de Pernambuco), neste contexto, é alvo de intensa atividade pesqueira, na qual é explorado pelas comunidades ribeirinhas, representando o pescado a principal fonte de renda dessas famílias (SILVA et. al. 2000). A obtenção de informações integradas sobre um reservatório depende basicamente do estudo das interações que ocorrem entre os fatores bióticos e abióticos que regem o funcionamento desse ecossistema. Porém, não se pode esquecer que estas interações estão vinculadas a uma escala temporal, refletindo um comportamento dinâmico e imprevisível, intrínseco a cada ambiente. A exploração de camarões peneídos no estuário do Rio Formoso é bastante antiga através da pesca artesanal, onde os pescadores artesanais utilizam embarcações apropriadas e um conjunto de artefatos de pesca (rede-deespera,rede-de-arrasto,redinha,covo,etc) como equipamentos auxiliares a estas atividades. Apesar da importância da pesca artesanal para a comunidade local, nos últimos anos inúmeros problemas de ordem sócio-ambientais vêm se ampliando, diminuindo a qualidade/quantidade dos recursos naturais. Adicionalmente, a própria mudança climática que vem no decorres dos anos interferindo na biota aquática. È sabido que a crise global do setor pesqueiro tem afetado profundamente a qualidade de vida das comunidades litorâneas e dos pescadores artesanais da região de uma forma geral. Se por um lado parece indiscutível a importância do camarão para o futuro imediato das comunidades litorâneas de pescadores artesanais, por outro, vários pesquisadores têm apontado uma série de problemas impactantes que ocasionados por práticas predatórias. De fato, a expansão das atividades predatórias por conseqüência de ações imediatas ambientais leva a supressão do camarão Litopenaeus schmitti e, em Rio Formoso, essa atividade vem se intensificando. Tendo em vista a importância sócio-econômica da pesca camaroneira em rio Formoso, o objetivo deste trabalho subsiste em conhecer a biologia do camarão branco Litopenaeus schmitti e a pesca artesanal neste estuário, a fim de possibilitar, no futuro, um manejo adequado á pesca desta espécie, base sustentável dos pescadores da região. 41

2 MATERIAIS E MÉTODOS Os dados foram obtidos a partir dos registros das atividades pesqueiras realizadas no estuário do rio Formoso, Litoral Sul de Pernambuco, no ano de 2006. As estratégias de As amostras foram processadas no Laboratório da E2 (região mediana do estuário) e E3 (Próximas à baía de Tamandaré) distribuídas ao longo do estuário, considerando a utilização de artefatos de pesca para a captura dos espécimens. Paralelamente, foram avaliados os parâmetros físicos e químicos da água. As amostras foram retiradas, utilizando-se garrafas estéreis, etiquetadas e levadas ao laboratório. As amostras foram processadas no Laboratório da Empresa Pernambucana de Agropecuária, segundo método de análise físico química/ da APHA (1998). Os parâmetros ph, Condutividade Elétrica, Na +, K +, Ca ++, Mg ++, Cl -, CO = 3, HCO - 3, SO = 4, Resíduo e RAS foram avaliados. A salinidade local foi determinada in loco, utilizando-se salinômetro. Os índices pluviométricos foram também determinados. trabalho consistiram em avaliar a produção pesqueira do camarão Litopenaeus schmitti em três estações: E1 (Próxima à foz do estuário), Dados relativos ao comportamento biológico da espécie no referido estuário foram determinados. Além disso, foi realizada uma análise sócio-econômica da pesca artesanal, através da aplicação de questionário padronizado/ resumido (Anexo 1) com a comunidade pesqueira, e entrevistas informais, levando em consideração a produção por arrasto, em kg/lance por espécie de camarão. 3 RESULTADOS E DISCUSSÃO Os resultados obtidos para os parâmetros físico-químicos da água do estuário estão apresentados na Tabela 1. Uma forte alteração hidrodinâmica no rio Formoso é percebida através dos resultados da análise físico-química. Uma elevação no teor de cloreto ocorre na vertente oceânica, principalmente no verão. Isso ocorre porque as maiores partes dos compostos comuns de cloreto são altamente solúvel e, como não se precipitam suas concentrações aumentam continuamente na água sujeita à evapotranspiração. Por outro lado, os teores de carbonato e bicarbonato são influenciados pelo distanciamento da foz do estuário. Os conteúdos de carbonato e bicarbonato em uma água dependem do ph (abaixo de 8,3 predomina o bicarbonato, acima de 8,3 predomina o carbonato) e, como o ph esteve em torno de 7,5, os resultados obtidos para a alcalinidade estão de acordo com os indicados quimicamente. Através do comportamento apresentado pelos valores de cálcio e magnésio, observa-se que a contribuição maior para a alteração de seus teores é a concentração de água salgada advinda do mar, diminuindo com seu distanciamento do estuário e com a estação chuvosa. Sabe-se que a dureza total da água é a soma das durezas individuais atribuídas à de sais solúveis de cálcio e magnésio. Portanto, devido à maior quantidade de magnésio presente em todas as amostras de água, em todos os pontos de coleta, há uma forte influência para a redução dos perigos de um alto teor de sódio. Por outro lado, a maior quantidade de cálcio encontrada nas amostras coletadas, na do íon carbonato, provocará uma menor precipitação do hidróxido de cálcio, que não causaria um aumento na porcentagem de sódio no sedimento. Ademais, os valores obtidos são comuns em corpos d água onde existem misturas de água doce com água salgada. Constatou-se variações nas concentrações de nutrientes relacionadas às estações/períodos de chuva e estiagem. Com relação à salinidade da água observou-se uma ampla variação deste parâmetro. A salinidade oscilou em torno de 15 a 40ppm, fator favorável a distribuição do camarão no estuário. 42

1 e 2 maio/julho (período chuvoso); 3 e 4 janeiro/março (período de estiagem). AMOSTRAS ph Condutividade Elétrica Na + K + Ca ++ Mg ++ Cl - CO 3 = HCO 3 - SO 4 = Resíduo ms.cm -1 a 25ºC meq/l meq/l meq/l meq/l meq/l meq/l meq/l meq/l (100-105º C) g/l 1 7,3 16,393 150 4,4 40 205 235 0 1,76 19,86 13,55 ESTAÇÃO 2 7,4 31,746 408 16 12,25 152,75 478 0,6 1,8 35,28 44,93 1 3 7,7 40 480 14 19,5 124,5 544 1,2 6 56,31 3,33 4 7,7 44,248 392 10,8 17,5 100,5 487 0,8 2,2 57,65 51,04 1 7,3 23,809 180 6,8 80 265 345 0 2 38,59 13,71 ESTAÇÃO 2 7,3 32,258 392 12 12,5 103,25 381,5 0 3,2 35,18 51,51 2 3 7,9 39,682 464 14 20 118,5 551 1,6 5,6 38,52 3,35 4 7,8 50 388 11,2 20,5 168 574 1,6 2,2 62,28 39,96 1 7,3 34,983 440 12 95 390 507 0 2,16 39 28,25 ESTAÇÃO 2 7,5 34,965 400 14,4 15 113,75 546 0,2 1,8 38,58 49,87 3 3 8,1 45,045 388 14 21,25 110,75 568 3,5 5 48,36 2,94 4 7,6 50 130 13,2 19 109,5 536 0,8 2,4 50,83 16,23 RAS Os índices pluviométricos também foram fatores que influenciaram na freqüência do camarão Litopenaeus schmitti no estuário de Rio Formoso, principalmente nos meses chuvosos, maio a julho. Por serem os estuários zonas de rápidas mudanças, essencialmente de transição, o equilíbrio da cadeia trófica pode ser facilmente comprometido em função de variações nos parâmetros físicos e químicos, que acarretam, por conseguinte, a desestruturação dos sistemas biológicos locais (CRA, 1983; BRANCO, 1991, PORTO et al., 1991; MMA, 1998) As condições ambientais do estuário são fatores abióticos determinantes na freqüência do camarão-branco Litopenaeus schmitti. A espécie Litopenaeus schmitti é encontrada cm freqüência em fundos lamosas e com alto teor de matéria orgânica, em águas de pouca profundidade. A freqüência de distribuição também exibe variação. A maior densidade populacional foi observada na estação E2 (estação mediana do estuário). MACEDO et al. (1987) com a realização de um estudo na Lagoa Mundaú - AL, verificou que durante o período chuvoso, ocorre um decréscimo da salinidade nos ambientes estuarinos e isto acarreta variação na distribuição das espécies in loco. O levantamento das características físicas e químicas das águas constitui fator importante no zoneamento ambiental uma vez que o mesmo além de permitir a determinação da reserva nutricional dos corpos d água e por extensão de suas potencialidades em termos de produção fornece subsídios à correta utilização destes recursos naturais. Neste aspecto as águas estuarinas são normalmente consideradas mais produtivas que as de mar aberto com uma taxa anual cerca de 10-100 vezes mais produtivas que às águas oceânicas ou mesmo continentais (ELLIOT e McLUSKY, 2002; MMA, 1998; IBAMA, 1995). Os estuários tropicais e sub-tropicais têm sido afetados, em algum momento, por modificações ambientais causadas pelos seres humanos, culminando com efeitos biológicos que são manifestados nestas áreas impactadas, pela provável mudança nos nutrientes, sedimentos suspensos, demanda de oxigênio biológico, contaminação orgânica e inorgânica, que refletem nos parâmetros de alimentação, crescimento, desenvolvimento e recrutamento da população, provocando mudanças na estrutura e na dinâmica da comunidade biótica 43

(BAIN et al., 2000; BLABER, 2000; VIDY, 2000; MIRANDA, 2004; KENNISH, 1986). A literatura publicada pelo BRASIL/GPE/ IBAMA (1994), que diz respeito ao ciclo de vida das espécies de camarões capturados em Tamandaré-PE, citam os meses de fevereiro/março e agosto/setembro como aqueles onde ocorrem picos máximos de freqüência do Litopenaeus schmitti. Dados corroborados pelos estudos de alguns pesquisadores ao avaliarem a freqüência do camarão no litoral brasileiro (RODRIGUES e PITA et al.,1992; COELHO e SANTOS, 1995). Para ROSA FILHO (1997) e Silva (1992), os parâmetros sedimentológicos e demais variáveis, como salinidade e temperatura, são marcantes na distribuição de espécies em um ambiente marinho. A produção anual do camarão Litopenaeus schmitti em Pernambuco é em torno de 300 toneladas e sua densidade máxima no mês de julho com 970 ind/m 2 e mínima de 120 ind/m 2 no mês de outubro (Fig. 1). Os dados refletem uma produção maior do camarão no estuário no período chuvoso. Ressalte-se que tais indivíduos são essencialmente pré-adultos, os quais os pescadores da região capturam e não permitem o desenvolvimento do ciclo biológico dos mesmos. A pesca artesanal é referida na comunidade pesqueira de Rio Formoso como a captura de animais marinhos e a utilização rudimentar de instrumentos de pesca. Os apetrechos de pesca do tipo rede-de-arrasto (fio de polietileno malha entre 14 mm e 24 mm) e rede-de-espera (fio de nylon malha entre 15 mm a 25mm) são confeccionados pelos próprios pescadores da região. EL DEIR (1998), em seu estudo da comunidade de Vila Velha (Itamaracá Brasil), observou que a pesca artesanal também é uma atividade extremamente utilizada pela comunidade in loco. Quanto ao uso de embarcações para o exercício da atividade pesqueira constatou-se que a maioria dos pescadores utiliza barco a remo e a vela. Apenas 10% desempenham a pesca em barco a motor e estão nessa atividade há mais de vinte anos, saindo para pescar de três a quatro vezes durante a semana em períodos diurnos e noturno, efetuando mais de seis arrastos diários, iniciando na maré vazante e finalizando no início da maré de enchente. O conhecimento cultural referente a essa arte de pesca é passada das gerações ascendentes para os descendentes, por forma oral e por meio de observações de aprendizado prático. FAJARDO (1994) faz referência da pesca artesanal com uma arte cultural das comunidades ribeirinhas. Em Rio Formoso, os processos de conservação e estocagem do camarão refletem uma carência tecnológica, sendo o mesmo pescado para consumo próprio e comercializado em feiras livres e restaurantes próximos da região. De uma maneira geral o valor de comercialização estar submetido ao mecanismo de oferta e procura. 1200 1000 800 Ind./m² 600 400 200 0 Meses Jan Fev. Mar. Abr. Mai. Jun. Jul. Set Out. Nov. Dez. Figura 1- Captura em Kg/lance - dia, do camarão Litopenaeus schmitti no estuário de Rio Formoso - PE, no ano de 2006. 44

Em relação às entrevistas efetuadas com a comunidade pesqueira, foi registrado que 80% dos entrevistados (pescadores) têm um rendimento mensal menos de um salário mínimo (Fig. 2 ). O índice de analfabetismo nos mais velhos é marcante e as condições de moradia são precárias. Observou-se também que o estuário do Rio Formoso apresenta implicações ecológicas que contribuem para o decréscimo da produtividade dos camarões no estuário, bem como a intensa captura de juvenis no ambiente. Por este motivo, os autores sugerem uma fiscalização intensa no ecossistema, por parte dos órgãos ambientes e a implementação de projetos de técnicas de manejo adequados na conservação do camarão Litopenaeus schmitti, ponto marcante no resgate de uma consciência pública e ambiental perante a comunidade local. 19% 1% Menos de um salário mínimo 1 a 3 salários mínimos 3 a 5 salários mínimos 80% Figura 2 - Percentual da renda mensal dos pescadores de rio Formoso, Pernambuco, Brasil 4 CONCLUSÕES A água do estuário exibe características dentro dos padrões normais para o estuário com típicas oscilações sazonais. Os índices pluviométricos e os valores da salinidade influenciaram na densidade do camarão Litopenaeus schmitti no estuário de Rio Formoso. A análise e interpretação dos resultados permitiram concluir que a espécie Litopenaeus schmitti é uma alternativa econômica para os pescadores artesanais do Município de Rio Formoso, embora a comunidade utilize a pesca artesanal de forma bastante rudimentar. Os processos de conservação e estocagem do camarão refletem uma carência tecnológica, sendo o mesmo, pescado para consumo próprio e comercializado em feiras livres e restaurantes próximos da região. Através desta pesquisa foi constatado que o estuário de Rio Formoso apresenta implicações ecológicas em função das variações ambientais e de impactos antropogênicos e por este motivo, os autores sugerem uma fiscalização intensa no ecossistema, por parte dos órgãos ambientes e a implementação de projetos de técnicas de manejo adequados a conservação do camarão Litopenaeus schmitti no ambiente AGRADECIMENTOS Os autores agradecem a Colônia de Pescadores do Município de Rio Formoso e a UNICAPA o apoio para o desenvolvimento da presente pesquisa. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS BALL, M. C. Patterns of secondary sucession in a mangrove forest of Southern Florida. Oceonologia (Berl). v. 44, 1980, p. 226 235. BAIN, M. B.; HARIG, A. L.; LOUCKS, D. P.; GOFORTH, R. R., MILLS, K. E.. Aquatic ecosystem protection and restoration: advances in methods for assessment and evaluation. Environmental Science and Policy, v. 3, 2000, p. 89 98. 45

BLABER, S. J. M.. Tropical Estuarine Fishes, ecology, exploitation and conservation. Fish and aquatic resource series 7. Blackwell Science. 2000. 372 p BRANCO, S. M.. Caracterização e Alterações da Qualidade da Água. In: : PORTO, R. L. L.; BRANCO, S. M.; CLEARY, R. W.; COIMBRA, R. M.; EIGER, S.; LUCA, S. J.; NOGUEIRA, V. P. Q.; PORTO, M. F. A. Hidrologia Ambiental. São Paulo: Editora da Universidade de São Paulo: ABRH., 1991, p. 3-25. BRASIL. Lagosta, caranguejo-uçá e camarão do Nordeste. Brasília. Coleção Meio Ambiente, série estudos pesca IBAMA. Pernambuco, n. 10, 1994, 190 p. CENTRO DE RECURSOS AMBIENTAIS (CRA). Controle da Qualidade dos Ecossistemas Costeiros. Salvador. 1983. 41p. COELHO, P. A., SANTOS, M.C.F. A pesca de camarões marinhos ao largo de Tamandaré, PE. Boletim Técnico Cientifico do CEPENE, Rio Formoso, v.1, n.1, 199, p. 73-101. COELHO, P. A., SANTOS, M.C.F. A pesca de camarões marinhos ao largo da foz do São Francisco (AL/SE). Trabalhos Oceanográficos da Universidade Federal de Pernambuco, Recife, v.24, 1994/1995, p. 149-161. COELHO, P. A., SANTOS, M.C.F. Época da reprodução dos camarões Penaeus schmitti Burkenroad, 1936 Penaeus subtilis Pérez- Farfante,1967(Crustacea: Decapoda: Penaeidae), na foz do rio São Francisco (AL/SE). Boletim Técnico Cientifico do CEPENE, Tamandaré, v.3, 1995, p. 121-140. ELLIOTT, M. & McLUSKY, D. S.. The need for definitions in understanding estuaries. Estuarine, Coastal and Shelf Science. v. 55, 2002, p. 815-827. EL-DEIR,S. G. O homem pescador: um estudo de etnobiologia da Comunidade de Vila Velha, Itamaracá PE Brasil. Recife, 1998. 123p.Dissertação de Mestrado em Oceanografia - Departamento de Oceanografia, Universidade Federal de Pernambuco, Recife. FAJARDO, E. Cultura Caiçara. In: Ecologia e Desenvolvimento. Rio de Janeiro, ano 3, n. 39, 1994, p. 4-9. HUTCHINGS, P. A.e SAENGER, P. Ecology of mangroves. University of Queensland Press. Brisbane. 1987. 388p. KENNISH, M. J.. Ecology of estuaries, volume II biological aspects, CRC Press. 1986. 391 p. LACERDA, L. D. Manguezais: Florestas e beira-mar. Ciência Hoje. v. 3, 1999, p.12-24, MACÊDO, S. J., Áreas estuarinas do estado de Pernambuco. Companhia Pernambucana de Recursos Hídricos Relatório técnico. Recife, 1987. 125p. MINISTÉRIO DO MEIO AMBIENTE (MMA).. Estudos Exploratórios dos Estuários dos Rios São Francisco e Paraíba do Sul. Brasília. v.2, 1998.123p. PORTO, M. F. A.; BRANCO, S. M.; LUCA, S. J. Caracterização da Qualidade da Água. In: PORTO, R. L. L.; BRANCO, S. M.; CLEARY, R. W.; COIMBRA, R. M.; EIGER, S.; LUCA, S. J.; NOGUEIRA, V. P. Q.; PORTO, M. F. A. Hidrologia Ambiental. São Paulo: Editora da Universidade: ABRH. p.27-65. 1991. MIRANDA, R. B.. Dinâmicas de apropriação e saberes comunais dos manguezais e de seus recursos bênticos de interesse econômico no Complexo Estuarino da Baía de Paranaguá, Paraná. Curitiba- PR. 2004. 465 p. Tese Doutorado em Meio Ambiente e Desenvolvimento - NIMAD, da Universidade Federal do Paraná. ROBERTSON, A. L. & DUKE, S. J. M. 1990. Mangroves as nursery sites: Comparisons of the abundance and species composition of fish and crustaceans in mangroves and other nearshore habitats in tropical Australia. Marine Biology. V. 96, 1990, p.193-205. RODRIGUES, E. S., PITA, J. B., LOPES, R. da G., COELHO, J. A. P., PUZZI, A. Aspectos biológicos e pesqueiros do camarão sete-barbas 46

(Xiphopenaeus kroyeri) capturado pela pesca artesanal do litoral do Estado de São Paulo. Boletim do Instituto de Pesca, São Paulo, v. 19, 1992, p. 67-81. [4] Profa. Doutora, Depto. de Química, Universidade Católica de Pernambuco, UNICAP. Recife/PE. ROSA-FILHO, J. S. Caracterização e comparação das comunidades bentônicas de fundos moles de estuários do Rio Grande do Sul, Rs, Brasil. Rio Grande do Sul. 1997. 101f. Dissertação (Mestrado). Fundação Universidade do Rio Grande do Sul. SILVA, G. S. da; MELLO, R. de L. S.; NASCIMENTO, A. E. do; MESSIAS, A. S.; ARAÚJO, S. F. S. de. As Atividades Pesqueiras Artesanais e a Relação com a Malacofauna no Manguezal do Rio Formoso, PE Brasil. Trabalhos Oceanográficos da UFPE. Recife, v. 2, 2000, p.195 207. SIMON, T. P. 2000. The use of biological criteria as a tool for water resource management. Environmental Science and Policy. v. 3, 2000, p. 43 49. VIDY, G. 2000. Estuarine and mangrove systems and the nursery concept: which is which? The case of the Sine Saloum system (Senegal). Wetlands Ecology and Management. v. 8, 2000, p. 37-51. VIEIRA, P. Rumo à revolução azul: contribuição à pesquisa de estratégias de desenvolvimento sustentável em ecossistemas litorâneos do Sul do Brasil. In: Programa de Pós-Graduação em Sociologia Política da Universidade Federal de Santa Catarina. Florianópolis, 1991. [1] Profa. Doutora, Depto. de Biologia, Universidade Católica de Pernambuco, UNICAP, R. do Príncipe, 526, Boa Vista, Recife/ PE - E-mail: goretti@unicap.br [2] Bióloga. [3] Profa. Doutora, Depto. de Biologia, Universidade Católica de Pernambuco, UNICAP. Recife/PE. 47