SARAU NAS ESCOLAS. Ana Carla Penzo de Souza 1 ; Conrado Neves Sathler 2



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Transcrição:

SARAU NAS ESCOLAS Ana Carla Penzo de Souza 1 ; Conrado Neves Sathler 2 1 Graduanda do curso de Psicologia da UFGD/FCH, bolsista do PIBID/UFGD. E-mail: anapenzzo@hotmail.com. 2 Orientador do PIBID de Psicologia da UFGD/FCH. E-mail: c.sathler@uol.com.br RESUMO: O Sarau nas Escolas teve por objetivo atrair os alunos, valorizando os talentos culturais presentes na comunidade escolar. Entendemos por Sarau um evento cultural onde as pessoas se encontram para expressar ou se manifestarem artisticamente. A palavra tem origem no termo latino serus (relativo ao entardecer), porque acontecia, em geral, no fim do dia. Pode envolver dança, poesia, círculos de leitura, seção de filme, música, bate-papo filosófico, pintura, teatro etc. Muito comuns no século XIX, os Saraus vêm sendo resgatados e reinventados pelas Escolas como uma maneira de fortalecer a identidade da comunidade escolar, promovendo a integração de todos, de forma descontraída, criativa e mais envolvente do que a tradicional reunião de pais. É um momento para a soma de conhecimentos, descobertas e vivências coletivas. Por fim, o Sarau permitiu verificar as múltiplas ideias, opiniões, talento de cada aluno, sendo possível a observação do quão plausível foi o progresso de cada Sarau, que até então estavam limitados à timidez. Palavras-chave: sarau; alunos; unidade escolar. INTRODUÇÃO O Sarau nas Escolas foi oferecido pelo Programa Institucional de Bolsas de Iniciação a Docência (PIBID) de Psicologia, também pela Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES), junto à Universidade Federal da Grande Dourados, onde visa integrar ações de pesquisa, buscando conhecer a realidade da comunidade escolar, a articulação das discussões e estudos decorrentes do curso de Psicologia, frente ao desafio de estabelecer uma comunicação efetiva entre a universidade e a comunidade escolar. Ao promover esses encontros, a Unidade Escolar ultrapassa seus muros e se fortalece como um polo cultural da localidade. As famílias passam a se reconhecer na escola, o que acaba por ter um impacto muito positivo no envolvimento delas com os estudos dos filhos. Além disso, o sarau é também um momento de tomada de consciência, pois a cultura desperta

a sensibilidade das pessoas para a realidade à sua volta e as estimula a refletir sobre ela a partir de outras linguagens. Percebe-se o quão é preeminente o papel dos veículos de comunicação na formação e informação dos seres humanos, visto que estes propagam a ideologia de uma pseudoliberdade. No entanto, mediante o desenvolvimento de novas tecnologias de comunicação, o maior desafio que se apresentará à civilização moderna será o de transformar informação em conhecimento estruturado (FARACO, Carlos Emílio, Francisco Moura. 2005, p. 281). O sarau abre um espaço para sair da rotina, não obter conhecimento somente dentro da sala de aula, permitindo assim maneiras diferentes de interagir com os colegas e uma autonomia maior sobre sua vida escolar, trocando saberes, experiências, curiosidades. Mais do que sair da rotina, o sarau é um método que nós, futuros professores, podemos usar para conhecer melhor nossos alunos, desta forma sabemos que a escola tem uma função social, que não é apenas informar, mas, formar cidadãos críticos para o exercício constante da cidadania. E também, apesar dos inúmeros obstáculos vivenciados no dia a dia escolar, devemos nos valer de subsídios para a construção de uma postura coletiva no estabelecimento de ensino. Sabemos que a escola é um espaço primordial para a sobrevivência humana, para Gramsci in Mochcovitch (1990,p.59), a escola deveria proporcionar uma cultura próxima da vida e situada na história, cuja aquisição habilita o homem para interpretar a herança histórica e cultural da humanidade e definir-se diante dela. Ele diz ainda que: Uma escola em que seja dada a criança a possibilidade de formar-se, de tornarse um homem, de adquirir os critérios gerais que sirvam ao desenvolvimento do caráter (...). Uma escola que não hipoteque o futuro da criança e constranja a sua inteligência, sua consciência em formação a mover-se dentro de uma bitola (...). Podemos observar que a função social da escola ultrapassa a troca do conhecimento sistemático em sala de aula. Essa instituição é um importante espaço de convivência humana, lugar de socialização, de encontros e descobertas. Por isso a ideia de fazer Sarau nas Escolas, trazendo os alunos para um contexto diferenciado, onde novas experiências são realizadas, talentos descobertos, e ideias começam a sair da cabeça para o papel, colocando-as em práticas, uma forma inovadora de convivência com a comunidade escolar tornando-se um convívio qualificado. Historicamente, ao longo do processo de surgimento, o movimento (Sarau) recobrou sua força e foram se juntando novas pessoas. Artistas, estudantes, membros dos movimentos

negro, anarquistas e alternativos, gente de várias regiões da metrópole se tornaram frequentadores assíduos e encontraram ali um local para manifestar suas artes, suas ideias, ou simplesmente para observar e fazer amigos. Tornou-se um núcleo de verdadeira ebulição cultural, onde se conformaram grupos musicais, de teatro, inspirou e projetou poetas e pintores, além de ter se tornado para muitos uma escola de mobilização social e consciência cidadã. Por esses motivos históricos, nossos encontros, os Saraus, nos quais a diversidade de manifestações artísticas é convidada a interagir de forma criativa e espontânea, temos por proposta despertar a cultura que existe em todos os presentes para podermos nos alegrar com essa grande riqueza (participação dos alunos), sendo que a integração das pessoas precisa ser constante, e o grupo interaja. O aluno faz uso de diferentes situações comunicativas, entre as quais, a oralidade. Há necessidade de haver interação entre os vários participantes do processo comunicativo, e oportunizar situações em que estes possam se expressar oralmente dizendo o que pensam a respeito deste ou daquele assunto, que tragam as experiências vividas dentro e fora da escola, que intercambiem, entre si, vivências sobre este ou aquele aspecto ou tema de seu cotidiano, é favorecer-lhes o engajamento, nas mais diferentes situações vividas: o aluno poderá tornar-se ciente da necessidade de fazer da leitura uma atividade caracterizada pelo engajamento e uso do conhecimento, em vez de uma mera recepção passiva. Recipientes não compreendem. (KLEIMAN; 1999: 26). Na realização do Sarau, percebe-se a importância da presença da comunicação e expressão nos espaços por onde os estudantes circulam, pensando também num encaminhamento sobre as possíveis discussões e temas propostos para estimular a criatividade entre estes. Tanto a presença da oralidade, quanto a da literatura são elementos que contribuem para a formação intelectual, a ampliação de repertório e trânsito social, o intercâmbio de ideias e pensamentos, para proposição do (re)olhar o mundo sempre como algo novo e, por isso mesmo, como uma novidade a ser apre(e)ndida. MATERIAL E MÉTODO O Sarau é realizado com alunos do Ensino Médio, na cidade de Dourados, Mato Grosso do Sul. As atividades desenvolvidas até o momento nas Escolas, foram: música ao vivo, vídeos sobre pérolas do ENEM apresentado pelo Jô Soares, vídeos do Youtube sobre reflexão, superação, autoestima, leituras na biblioteca, música, pinturas, poemas, varal

literário, gincanas. Em cada um desses momentos os alunos mostraram-se interessados e participativos. Nos próximos saraus pretendemos trabalhar com vídeos clipes de músicas solicitadas pelos alunos e instigá-los a levar livros para ler em casa. Através do sarau percebemos o quanto os alunos se sentem à vontade com a nossa presença na escola. No intervalo a maioria vem nos cumprimentar, dar sugestões, agradecer nossa presença, etc. Percebemos que é muito importante esse contato com os alunos, dessa forma redescobrimos maneiras de interagir com os mesmos e obter resultados positivos nas oficinas em sala de aula. Sendo assim, o sarau pode oferecer através da leitura, elaboração de poemas que o homem torna-se produtor de linguagem a partir de sua necessidade de expressar, comunicar e transmitir as intervenções deixadas por ele na natureza, isto é, suas ações, sua cultura. Entretanto, para que essa produção aconteça, o ser humano depende não somente da linguagem, mas também da reflexão que é indispensável à sua construção, uma vez que lança sobre a realidade um olhar crítico e reflexivo, provocando a ruptura de paradigmas. Dessa forma podemos perceber a importância dos veículos de informação, sejam livros, rádios, televisão, internet, dentre outros, para o desenvolvimento intelectual do individuo, torná-los cidadãos críticos e criativos, onde possam expressar suas ideias e sentimentos, é o principal objetivo do sarau realizado nas escolas. RESULTADOS E DISCUSSÃO A realidade quanto à participação e envolvimento dos estudantes nas atividades que relacionam a oralidade nas escolas brasileiras ainda é muito distante do ideal. Tendo a expressão artística e as oralidades presentes no contexto escolar que contribuem na comunicação de ideias, pensamentos e intenções de diversas naturezas, influenciar o outro e estabelecer relações interpessoais, e a escola configura-se como um espaço de comunicação e inter-relação. A promoção de atividades que transfiguram a leitura para a manifestação do pensamento pela oralidade em poemas, contos, causos e outros, certamente contribuirão para que as metas e objetivos ressaltados, anteriormente, sejam efetivados. É preciso estar ciente da importância do papel da Escola na contribuição desse falante e da efetiva e positiva comunicação como instrumento social. Possibilitar o encontro entre o aluno e a expressão literária e fazê-lo externar essa relação com o livro ou qualquer outro suporte também por meio da oralidade é possibilitar a pluralidade de vozes, de verdades, de propostas, de opções de vida, de viver.

O Sarau nasceu da necessidade de propiciar aos alunos o acesso à participação literária e, por meio dele, estimular o gosto pela leitura, expressão, produção e integração. A proposta busca associar o texto estético/literário e o desenvolvimento da linguagem oral como forma de aproximar os estudantes da literatura/poesia, democratizando, inclusive, a demonstração das várias oportunidades de expressão/comunicação (pessoal, coletiva, escrita, oral, gestual, visual etc.). O trabalho com saraus possibilitou aos alunos a valorização de si mesmos enquanto produtores de textos orais e a aproximação da leitura serviu (e ainda serve, porque o projeto continua) para democratizar e inseri-los no contexto escolar que, antes do projeto, deixava o aluno à margem do percurso educativo, passando a colocá-lo também como sujeito, protagonista, como agente ativo e colaborador do grupo. O trabalho se inscreve, portanto, como proposta de beneficiar o aluno. O adolescente percebendo-se inserido em um contexto de respeito e carinho, de valorização e de oportunidades, consegue desenvolver sua capacidade de pensar e agir de forma muito mais eficaz e constante. Até mesmo os mais tímidos conseguem se libertar do estigma da introspecção, muitas vezes criado dentro do seu núcleo familiar. Pensar num trabalho que provoque o encontro entre a linguagem oral e a literatura/expressão é, antes de tudo, propiciar momentos para que o adolescente ou qualquer outra pessoa se reconheça como alguém capaz, como sujeito do mundo, participador e participante e não somente como expectador. REFERÊNCIAS FILOSOFIA, MÚSICA E CIÊNCIA: UMA PROPOSTA EDUCATIVA PARA A RÁDIO- ESCOLA DO IFMA: http://connepi2009.ifpa.edu.br/connepi-anais/artigos/192_1919_602.pdf FREIRE, Paulo. Pedagogia da Autonomia Saberes necessários à prática educativa. 28 ed. São Paulo: Paz e Terra, 1996. PLANO DE AÇÃO SARAU NA ESCOLA: http://www.blogeducacao.org.br/wpcontent/uploads/2010/03/plano_sarau.pdf SANTOS, Antonio Luceni dos. A presença de saraus de poesia na rede municipal de ensino de Araçatuba como forma de resgate da oralidade Literária; PUC-RS. http://ebooks.pucrs.br/edipucrs/anais/iicillij/7/apresencadesarausdepoesianaredemunicipaldee nsinodearacatubacomoformaderesgateda.pdf