CONTROLE QUÍMICO DE Sphenophorus levis Vaurie (COLEOPTERA: CURCULIONIDAE) NA CULTURA DA CANA-DE-AÇUCAR

Documentos relacionados
COMPARAÇÃO BIOMÉTRICA EM CANA-DE-AÇÚCAR, SAFRA 2012/2013. SUGARCANE BIOMETRIC COMPARISON, CROP SEASON 2012/2013.

BOLETIM TÉCNICO nº 02/2017

EFICIÊNCIA DE INSETICIDAS, EM TRATAMENTO DE SEMENTES, NO CONTROLE DO PULGÃO Aphis gossypii (HOMOPTERA: APHIDIDAE) NA CULTURA DO ALGODOEIRO

Monitoramento e controle do bicudo da cana-de-açúcar, Sphenophorus levis Luiz Carlos de Almeida Erich Stingel Enrico De Beni Arrigoni

MONITORAMENTO E CONTROLE DO BICUDO DA CANA-DE-AÇÚCAR, Sphenophorus levis.

CONTROLE QUÍMICO DAS NINFAS Mahanarva fimbriolata (Stal) (HEMIPTERA: CERCOPIDAE) NA CULTURA DA CANA-DE-AÇÚCAR

FLUTUAÇÃO POPULACIONAL DE SPHENOPHORUS LEVIS EM CANA-DE-AÇÚCAR

AVALIAÇÃO DE PARÂMETROS AGRONÔMICOS E INDUSTRIAIS DA PRIMEIRA CANA SOCA NA REGIÃO DE GURUPI-TO

PRODUTIVIDADE E RENDIMENTO DE CALDO EM GENÓTIPOS DE CANA-DE- AÇÚCAR EM SANTA MARIA-RS

CONTROLE QUÍMICO DO BICUDO DO ALGODOEIRO

MANEJO DE PRAGAS. Leila L. Dinardo-Miranda

GESTÃO AVANÇADA DO CONTROLE DE PRAGAS EM GRANDES LAVOURAS DE CANA-DE-AÇÚCAR

Laudo de Praticabilidade e Eficiência Agronômica

CANA-DE-AÇÚCAR: ANÁLISE BIOMÉTRICA DE CULTIVARES, ANO AGRÍCOLA 2012/2013. SUGARCANE: CULTIVARS BIOMETRIC ANALYSIS, CROP SEASON 2012/2013.

MANEJO VARIETAL DE CANA-DE-AÇUCAR EM LATOSSOLO VERMELHO

INTERPRETAÇÃO VISUAL DA OCORRÊNCIA DO SPHENOPHORUS LEVIS NA CANA-DE-AÇÚCAR COM USO DO SENSOR OLI/LANDSAT 8

RESUMO. Palavras-chave: Triticum aestivum; Inseticidas; Praga de solo; Pão -de -galinha.

COMPARAÇÃO DA EFICIÊNCIA DE INSETICIDAS PARA CONTROLE DO BICUDO DO ALGODOEIRO (Anthonomus grandis. Boheman, 1843) (*).

OCORRÊNCIA E INFESTAÇÃO DE Diatraea saccharalis (FABRICIUS, 1794) (LEPIDOPTERA: CRAMBIDAE) EM SALTO DO JACUÍ - RS 1

ANÁLISE BIOMÉTRICA E INFESTAÇÃO DE Diatraea saccharalis EM CULTIVARES DE CANA-DE-AÇÚCAR

METODOLOGIA PARA SELEÇÃO DE FAMÍLIAS RB DA SÉRIE 07 NAS FASES INICIAIS DO MELHORAMENTO DE CANA-DE-AÇÚCAR

COMO AVALIAR A EFICIÊNCIA NO CONTROLE DE PRAGAS

Manejo de Sphenophorus e Cigarrinha como estratégia única 12 INSECTSHOW

QUALIDADE DO CALDO E DA CANA EM FUNÇÃO DO USO DOS EXTRATORES NA COLHEITA MECANIZADA

TEOR E PRODUÇÃO DE FIBRAS EM VARIEDADES DE CANA-DE- AÇÚCAR COM CICLO DE MATURAÇÃO PRECOCE RESUMO

AVALIAÇÃO DA EFICIÊNCIA DE INSETICIDAS PARA CONTROLE DE Heliothis virescens NA CULTURA DO ALGODOEIRO

AVALIAÇÃO DO DESEMPENHO DE CULTIVARES DE MILHO EM FUNÇÃO DA DENSIDADE DE SEMEADURA, NO MUNÍCIPIO DE SINOP-MT

EFICÁCIA DE INSETICIDAS APLICADOS NAS SEMENTES VISANDO O CONTROLE DO PERCEVEJO BARRIGA-VERDE, DICHELOPS MELACANTHUS, NA CULTURA DO MILHO

RESUMO. Palavras-chave: controle microbiano, pragas agrícolas, fungo entomopatogênico.

EFICIÊNCIA DO INSETICIDA BF 314, APLICADO EM MISTURA, PARA CONTROLE DE Heliothis virescens (LEPIDOPTERA: NOCTUIDAE) NA CULTURA DO ALGODOEIRO

EFEITOS DO DÉFICIT HÍDRICO NA PRODUTIVIDADE DE CANA-DE-AÇÚCAR EM DIFERENTES VARIEDADES NA REGIÃO DO CERRADO

DESEMPENHO AGRONÔMICO DE VARIEDADES DE CANA- DE-AÇÚCAR AVALIADAS EM QUINTA SOCA

EFEITO DO INSETICIDA ETOFENPROX 100 SC NO CONTROLE DO BICUDO-DO-ALGODOEIRO

AVALIAÇÃO DA EFICIÊNCIA DE INSETICIDAS NO CONTROLE DE Euchistus heros NA CULTURA DO ALGODOEIRO

Influência da Época de Colheita e do Genótipo de Cana-de-açúcar sobre a Infestação de Mahanarva fimbriolata (Stal) (Hemiptera: Cercopidae)

VARIEDADES DE CANA-DE-AÇÚCAR SOB IRRIGAÇÃO NO NORTE DE MINAS GERAIS

INTERAÇÃO ENTRE NICOSULFURON E ATRAZINE NO CONTROLE DE SOJA TIGUERA EM MILHO SAFRINHA CONSORCIADO COM BRAQUIÁRIA

Níveis de infestação e controle de Spodoptera frugiperda (Lepidoptera: Noctuidae) no município de Cassilândia/MS

ANÁLISES NÃO CONVENCIONAIS NA MATÉRIA-PRIMA EM FUNÇÃO DO USO DOS EXTRATORES NA COLHEITA MECANIZADA

Av. Ademar Diógenes, BR 135 Centro Empresarial Arine 2ºAndar Bom Jesus PI Brasil (89)

CARACTERÍSTICAS BIOMÉTRICAS DE VARIEDADES DE MILHO PARA SILAGEM EM SISTEMA DE PRODUÇÃO ORGÂNICA NO SUL DE MG

DESENVOLVIMENTO DA CANA-DE-AÇUCAR (Saccharum spp.) SOBRE DIFERENTES NÍVEIS DE TRÁFEGO CONTROLADO

CULTIVARES DE SOJA NA REGIÃO NORTE DO ESTADO DE SÃO PAULO

Avaliação de aspectos produtivos de diferentes cultivares de soja para região de Machado-MG RESUMO

XXIX CONGRESSO NACIONAL DE MILHO E SORGO - Águas de Lindóia - 26 a 30 de Agosto de 2012

SELETIVIDADE DE THIAMETHOXAM + PROFENOFÓS, EM TRÊS DOSES, AOS PRINCIPAIS PREDADORES DAS PRAGAS QUE OCORREM EM SOJA

CONTROLE BIOLÓGICO DO BICUDO DA CANA, Sphenophorus levis.

EFICIÊNCIA DO INSETICIDA BF 314, APLICADO EM MISTURA, PARA CONTROLE DE Bemisia tabaci (HEMIPTERA: ALEYRODIDAE) NA CULTURA DO ALGODOEIRO.

CANA-DE-AÇÚCAR: COMPORTAMENTO DE VARIEDADES EM PIRACICABA, SP 0

8º Congresso Brasileiro de Algodão & I Cotton Expo 2011, São Paulo, SP 2011 Página 893

CONTROLE QUÍMICO DE DIFERENTES POPULAÇÕES DE Digitaria insularis (CAPIM-AMARGOSO)

AÇÃO DE INSETICIDAS SOBRE O PERCEVEJO CASTANHO Scaptocoris castanea Perty, 1833 (HEMIPTERA: CYDNIDAE) NA CULTURA DO ALGODOEIRO *

Avaliação da resistência de genótipos de batata à vaquinha, Diabrotica speciosa (Germar), e da preferência para alimentação.

AVALIAÇÃO DE INSETICIDAS EM TRATAMENTO DE SEMENTES DE ALGODOEIRO SOBRE O CONTROLE DO PULGÃO Aphis gossypii, GLOVER 1877 (HEMIPTERA: APHIDIDAE)

CONTROLE QUÍMICO DO PERCEVEJO Piezodorus guildinii (Westw.) NA CULTURA DA SOJA

Manejo de pragas da cana-de-açúcar ao longo do ciclo de produção

14 AVALIAÇÃO DE HERBICIDAS PRÉ-EMERGENTES NA

AVALIAÇÃO DA EFICIÊNCIA DE INSETICIDAS PARA CONTROLE DE Spodoptera eridanea NA CULTURA DO ALGODOEIRO

AVALIAÇÃO DE TRÊS CULTIVARES DE MILHO(Zea mays L.) SOB QUATRO POPULAÇÕES DE PLANTAS EM ESPAÇAMENTO REDUZIDO

AVALIAÇÃO DO ARRANJO DE PLANTAS DE GIRASSOL

Controle da Mancha-em-Rede (Drechslera teres) em Cevada, Cultivar Embrapa 129, com os Novos Fungicidas Taspa e Artea, no Ano de 1998

EFICIÊNCIA DO FUNGO Beauveria bassiana WP NO CONTROLE DA BROCA-DA-CANA, Diatraea saccharalis, EM CANA-DE-AÇÚCAR

ÉPOCAS DE PLANTIO DO ALGODOEIRO HERBÁCEO DE CICLO PRECOCE NO MUNICÍPIO DE UBERABA, MG *

STAB Seminário de Mecanização Agrícola José Fernandes Palestra: Prós e Contras dos Espaçamentos Duplos e Combinados

8º Congresso Brasileiro de Algodão & I Cotton Expo 2011, São Paulo, SP 2011 Página 965

Este trabalho tem como objetivo avaliar o efeito de

Avaliação de variedades sintéticas de milho em três ambientes do Rio Grande do Sul. Introdução

ANÁLISES NÃO CONVENCIONAIS NA CANA CRUA ARMAZENADA ATÉ 48H. NON CONVENTIONAL ANALYSIS IN GREEN CANE STORAGED UNTIL 48H

EFEITO DA DESFOLHA DA PLANTA DO MILHO NOS COMPONENTES DE PRODUTIVIDADE

BROTAÇÃO DE VARIEDADES DE CANA-DE-AÇÚCAR NAS CONDIÇÕES DE CERRADO DO BRASIL-CENTRAL

11 EFEITO DA APLICAÇÃO DE FONTES DE POTÁSSIO NO

Resposta do Quiabeiro à Aplicação de Doses Crescentes de Cloreto de Mepiquat.

ESTUDO DE ÉPOCA DE PLANTIO DO ALGODOEIRO ADENSADO NA REGIÃO DE CAMPINAS-SP INTRODUÇÃO

RESPOSTA DO MILHO SAFRINHA A DOSES E ÉPOCAS DE APLICAÇÃO DE POTÁSSIO

15 AVALIAÇÃO DOS PRODUTOS SEED E CROP+ EM

Causas de GL IVE TMG PGER IVE TMG PGER

CARACTERÍSTICAS AGRONÔMICAS DE VARIEDADES E HÍBRIDOS DE SORGO FORRAGEIRO NO OESTE DA BAHIA

CONTROLE DA LAGARTA ELASMO (Elasmopalpus lignosellus)

INOCULAÇÃO DE SEMENTES COM Azospirillum E NITROGÊNIO EM COBERTURA NO MILHO SAFRINHA

AVALIAÇÃO DE INSETICIDAS SISTÊMICOS APLICADOS À SEMENTE DE TRIGO PARA CONTROLE DO PULGÃO Schizaphis graminum. Resumo

Desempenho do pepino holandês Dina, em diferentes densidades de plantio e sistemas de condução, em ambiente protegido.

ESTIMATIVA DO NÍVEL DE DANO ECONÔMICO DE MAHANARVA FIMBRIOLATA (STÅL) (HEMIPTERA: CERCOPIDAE) EM CANA-DE-AÇÚCAR ( 1 )

AVALIAÇÃO DA EFICÁCIA DO HERBICIDA CLOMAZONE, APLICADO NA DESSECAÇÃO, NO CONTROLE DE PLANTAS DANINHAS NA CULTURA DO ALGODÃO

Precisão experimental, na avaliação da produtividade de colmos, em ensaios de genótipos de cana-de-açúcar com colheita mecanizada

8º Congresso Brasileiro de Algodão & I Cotton Expo 2011, São Paulo, SP 2011 Página 153

BOLETIM TÉCNICO SAFRA 2014/15

ATRIBUTOS QUÍMICOS DO SOLO E RENDIMENTO DE GRÃOS DE MILHO SOB DO CULTIVO CONSORCIADO COM ADUBOS VERDES. Reges HEINRICHS. Godofredo César VITTI

Índice de clorofila em variedades de cana-de-açúcar tardia, sob condições irrigadas e de sequeiro

INFORMAÇÕES GERAIS DO TRABALHO. Título do Trabalho: Avaliação de Dezoito Variedades de Cana-de-açúcar cultivadas na Região de Bambuí em Minas Gerais

Doses de potássio na produção de sementes de alface.

Princípios ativos via tratamento de sementes industrial na cultura do milho após armazenamento

XXIX CONGRESSO NACIONAL DE MILHO E SORGO - Águas de Lindóia - 26 a 30 de Agosto de 2012

ANÁLISE DE CRESCIMENTO DA CANA-DE-AÇÚCAR NAS FASES INICIAIS SOB DIFERENTES PROFUNDIDADES DE PLANTIO

IMPUREZAS MINERAIS DA COLHEITA MECANIZADA DA CULTURA DA CANA-DE-AÇÚCAR

LIBERAÇÃO DE DIFERENTES QUANTIDADES DE Cotesia flavipes NO CONTROLE DE Diatraea saccharalis EM CANA-DE-AÇÚCAR

PRODUTIVIDADE AGRÍCOLA DO MILHO HÍBRIDO AG7088 VT PRO3 CULTIVADO SOB DIFERENTES DOSES DE NITROGÊNIO

Produção de cultivares de almeirão, em hidroponia, em função das concentrações de ferro na solução nutritiva.

AVALIAÇÃO DA EFICIÊNCIA DE CONTROLE RESIDUAL DE PLANTAS DANINHAS DO HERBICIDA CLOMAZONE, APLICADO NA DESSECAÇÃO, NA CULTURA DO ALGODÃO

AVALIAÇÃO AGRONÔMICA DE VARIEDADES E HÍBRIDOS DE MANDIOCA (Manihot esculenta Crantz) EM CRUZ DAS ALMAS, BAHIA

PRODUÇÃO DE BIOMASSA E EFICIÊNCIA DE UTILIZAÇÃO DE MACRONUTRIENTES PRIMÁRIOS POR VARIEDADES DE CANA NO PRIMEIRO CICLO Apresentação: Pôster

Transcrição:

ENTOMOLOGÍA AGRÍCOLA ISSN: 2448-475X CONTROLE QUÍMICO DE Sphenophorus levis Vaurie (COLEOPTERA: CURCULIONIDAE) NA CULTURA DA CANA-DE-AÇUCAR Eloi Ferreira Diniz Evangelista ¹, Leticia Serpa-dos-Santos¹, ² Regina Galvão da Cruz¹, Fabrício Simone-Zera¹, ², Bruna e ¹Instituto Taquaritinguense de Ensino Superior Dr. Aristides de Carvalho Schlobach ITES. Praça Dr. Horácio Ramalho, 159. Centro, 15900-000. Taquaritinga, Brasil. ²Universidade Estadual Paulista Julio de Mesquita Filho UNESP Jaboticabal, Via de Acesso Prof. Paulo Donato Castellane s/n, 14884-900, Jaboticabal, Brasil. Autor de correspondencia: leserpa15@hotmail.com RESUME. O Brasil é o maior produtor de cana-de-açúcar (Saccharum officinarum L.) do mundo e sua produção pode ser afetada por algumas pragas, destacando-se o bicudo da cana, Sphenophorus levis. Desta forma o objetivo desse trabalho foi avaliar o uso de diferentes inseticidas aplicados no corte de soqueira para o controle de S. levis e seus efeitos na produtividade da lavoura. O ensaio foi conduzido em Novo Horizonte, Brasil, com delineamento em blocos casualizados, sendo divididos em cinco blocos, com quatro repetições, quatro tratamentos, totalizando vinte parcelas, cada parcela com 20 m de comprimento e seis ruas de 1.5 m. Os inseticidas foram aplicados mecanizados sobre as touceiras, com auxílio de um trator, foi feita uma avaliação prévia e após 60, 120 e 180 dias após a aplicação o levantamento populacional e contagem de tocos atacados. Aos 180 DAA contagem de número de perfilhos e ao final do experimento feito a biometri. De acordo com as análises dos dados do experimento, os tratamentos testados não tiveram diferença, nenhum produto se diferencio da testemunha. Palabras clave: Inseticidas, manejo de pragas, Saccharum officinarum. Chemical control of Sphenophorus levis (Coleoptera: Curculionidae) in the culture of sugar cane ABSTRACT Brazil is the largest producer of sugarcane (Saccharum officinarum L.) in the world and its production can be affected by some pests, especially the cane boll weevil, Sphenophorus levis. Thus, the objective of this work was to evaluate the use of different insecticides applied to the control of S. levis and its effects on crop productivity. The experiment was carried out in a randomized block design in Novo Horizonte, Brazil, divided into five blocks, with X replicates, four treatments, totaling twenty plots, each plot with 20 m of length and six streets of 1.5 m. The insecticides were applied mechanized on the clumps, with the aid of a tractor, a previous evaluation was made and after 60, 120 and 180 days after the application the population survey and counting of stumps attacked. At 180 DAA count of tillers and at the end of the experiment made the biometri. According to the data analysis of the experiment, the treatments tested had no difference, no product was different from the control. Keyword: Insecticides; pest manegement, Saccharum officinarum. INTRODUÇÃO O Brasil é o maior produtor de cana-de-açúcar (Saccharum officinarum L.) do mundo, a produção de cana-de-açúcar estimada para a safra 2016-17 é de 690,98 milhões de toneladas, o crescimento está estimado em 3.8 % em relação à safra anterior, a área cultiva foi de 9,073,7 mil hectares, aumento de 4.8 %, se comparada com a safra 2015-16 (Conab, 2016). Essa expansão das áreas de plantio de cana-de-açúcar levará ao aumento proporcional de inúmeras pragas da cultura, destacando-se o bicudo da cana, Sphenophorus levis Vaurie, considerado praga primária e limitante da cultura. Com isso, torna-se fundamental o estabelecimento de métodos de controle eficientes (Polanczyk et al., 2004). Este inseto tem aumentado sua importância no decorrer dos anos, pois tem- se observado registros de novas áreas infestadas com S. levis, provavelmente, devido à dispersão em mudas 347

Diniz Evangelista et al.; Controle químico de Sphenophorus levis na cultura da cana-de-açucar. retiradas de locais infestados (Precetti e Arrigoni, 1990; Izeppi, 2015), além de incrementos populacionais em áreas já registradas, devido à dificuldade de controle e mudança do sistema de colheita para cana crua (Dinardo-Miranda e Fracasso, 2013). O método cultural é utilizado no controle dessa praga e, uma das medidas é a destruição antecipada das soqueiras nas áreas infestadas e destinadas à reforma, cujos principais objetivos são a máxima exposição das larvas aos seus predadores e o secamento dos rizomas. No entanto, os resultados dessa prática são satisfatórios apenas no primeiro corte seguinte da reforma, uma vez que muitas larvas e adultos do inseto são capazes de sobreviver alimentando-se da matéria orgânica do campo, mesmo após a destruição mecânica das soqueiras (Almeida, 2005). Recomenda-se também manter as áreas livres de plantas hospedeiras da praga, e o uso de mudas sadias, e em áreas que for utilizar para muda e que houver ocorrência da praga é necessário elevar o corte de base da colhedora fazendo com que deixe tocos no canavial, diminuindo o risco de disseminar a praga (Barreto-Triano, 2009). O método químico também é uma ferramenta para o controle de S. levis, no qual são feitas aplicações preventivas de inseticidas no sulco de plantio e sendo em cana soca o uso de inseticidas no corte de soqueira. Os agroquímicos atualmente recomendados pelo Ministério da Agricultura são: lambda-cialotrina (piretroide) + tiametoxam (neonicotinoide); imidacloprido (neonicotinoide); alfa-cipermetrina (piretroide) + fipronil (fenilpirazol) e bifentrina (piretroide) + carbosulfano (metilcarbamato de benzofuranila). Outro método é a utilização de iscas tóxicas, mais adequadas para monitoramento e para áreas que já estão infestadas, a fim de eliminar os adultos e impedir a sua proliferação (Precetti e Arrigoni, 1990). Desta forma o objetivo desse trabalho foi avaliar o uso de diferentes inseticidas aplicados no corte de soqueira para o controle de S. levis e seus efeitos na produtividade da lavoura. MATERIAIS E MÉTODO O experimento foi conduzido em área comercial da Usina Estiva Bioenergia, situada na cidade de Novo Horizonte, Estado de São Paulo, Brasil. A variedade de cana-de-açúcar utilizada foi a RB855453, em soqueira de quarto corte, sendo que o último corte foi realizado em 04/04/2016, ambiente de solo (D) e com espaçamento 1.5 m A escolha da área foi de acordo com o histórico de ocorrência de S. levis, onde se utilizou o delineamento em blocos casualizados, sendo divididos em cinco blocos, com quatro repetições, e quatro tratamentos (Tabela 1), totalizando vinte parcelas, cada parcela tem 20 m de comprimento e seis ruas de 1.5 m. Os tartamentos experimentais envolveram dois princípios ativos com dosagens distintas, além de uma testemunha sem aplicação de inseticida, conforme descritos de forma detalhada na Tabela 1. Tabela 1. Número de tratamentos seguidos respectivamente de nome comum dos produtos e doses utilizadas na composição dos tratamentos. Novo Horizonte SP, 2016-2017. TT Princípio ativo Grupo químico Dose (ml/ha) T0 testemunha Xxx xxx T1 fipronil + alfacipermetrina Fenilpirazol + Piretroide 1100 T2 tiametoxam + lambda-cialotrina Neonicotinóides + Piretróide 1500 T3 tiametoxam + lambda-cialotrina Neonicotinóides + Piretróide 2000 348

Entomología mexicana, 4: 347 352 (2017) Os inseticidas foram aplicados sobre as parcelas no dia 22/06/2016, em todos os tratamentos com exceção a testemunha. A aplicação foi realizada com trator, com volume de calda de 150 l ha -1 conforme método padrão utilizado na usina. A sequência de tratos culturais realizados foram os necessários para o desenvolvimento da cultura, a área experimental foi tratada conforme o restante do talhão, seguindo os métodos adotados pela usina. Antes da aplicação dos tratamentos foram realizados levantamentos populacionais de dois pontos de 0.100 m lineares por parcela, realizadas na terceira e quarta rua de cada uma, sendo denominado de levantamento pré-aplicação (0 dias após a aplicação), onde foram avaliados os totais de tocos, totais de tocos atacados e todas as formas biológicas do inseto (larva, pupa e adulto). As variáveis analisadas foram os levantamentos populacionais (larva, pupa e adulto) e número de tocos atacados, realizados 60, 120 e 180 dias após aplicação (DAA). Ao 180 DAA também foi feito contagem de perfilho na quinta e sexta ruas, sendo 10 m lineares cada rua, e ao final do experimento aos 270 DAA foi realizado uma biometria, contando 10 m lineares, cortando 10 canas ao acaso dentro dos 10 m, realizou-se a contagem de perfilhos e pesagem para estimar a produção (TCH) de cada tratamento. As análises biométricas para estimar a produtividade de acordo com a metodologia de Landell et al. (1999), onde a produtividade foi estimativa através da fórmula: TCH=D 2 x C x H x (0,00785/E), onde: TCH = tonelada de cana por hectare (valor estimado), D = Diâmetro médio dos colmos (cm), H = Altura média do feixe de colmos (cm) 45, C = Número de colmos por metro linear e E = espaçamento entre sulcos (m). Os dados obtidos nas variáveis avaliadas no ensaio foram submetidos à análise de variância pelo teste F e as médias comparadas pelo teste de Tukey ao nível de 1 e 5 % de significância, para isso utilizou o programa de estatística AgroEstat (Barbosa e Maldonado, 2010). Os dados de levantamento pupulacionais e de tocos atacados foram transformados em log x + 0.5 para homogeneização da variância antes de serem submetidos às análises. RESULTADOS E DISCUSSÃO De acordo com os dados obtidos na avaliação do número médio das formas biológicas de S. levis (larvas, pupas e adultos), realizados previamente e aos 60, 120, 180 dias após a aplicação (DAA), observa-se que na avaliação prévia e os 60 DAA o número médio de larvas, pupas e adultos de de S. levis em todos tratamentos não diferiram estatisticamente e não houve a incidência de S. levis adultos para o cálculo. Para as avaliações realizadas aos 120 DAA, observa-se que o número médio de pupas e adultos de S. levis em todos tratamentos não diferiram estatisticamente entre si e em relação ao número médio de larvas, nota-se que os tratamentos não diferiram entre si, diferindo apenas da testemunha, com exceção ao tratamento 3 que não diferiu estatisticamente da testemunha. Para as avaliações realizadas aos 180 (DAA), observa-se que o número médio de larvas, pupas e adultos em todos os tratamentos não se diferiram estatisticamente entre si (Tabela 2). Dados semelhantes a esse foram constados no trabalho de Alencar (2016), onde ao se avaliar a variável infestação de larvas e pupas de Sphenophorus levis, relatou que os tratamentos com fipronil, tiodicarbe, imidaclopride e lambda-cialotrina não apresentaram diferença em relação a testemunha. Em trabalhos realizados por Izeppi et al. (2013a; 2013b), obtiveram que S. levis possui distribuição agregada, ou seja, os insetos se distribuem em reboleira. Na análise da porcentagem de tocos atacados também não foi observada nenhuma diferença estatística entre os tratamentos (Tabela 3), em nenhuma época de avaliação. Para a testemunha observou-se 2,56% de tocos atacados na avaliação prévia, e na última avaliação aos 180 dias após 349

Diniz Evangelista et al.; Controle químico de Sphenophorus levis na cultura da cana-de-açucar. a aplicação observou-se 4,05% de tocos atacados. Para os tratamentos T2, e T3 na avaliação prévia observaram-se valores 2,10% e 4,91% de tocos atacados respectivamente, e valores de 2,38% e 1,71% aos 180 (DAA). Tabela 2. Número médio de larvas, pupas e adultos de Sphenophorus levis (NI) em dias após aplicação dos inseticidas na cultura da cana-de-açúcar. Novo Horizonte SP, 2016/2017. Número Médio de Larvas, pupas e adultos TT 0 DAA 60 DAA 120 DAA 180 DAA L P A L P A L P A L P A T0 0,80ª 0,00a 0 1,40a 0,20a 0 0,80a 0,20a 0,80a 0,00a 0,60ª 0,40a T1 1,20ª 0,20a 0 1,00a 0,20a 0 0,00b 0,00a 0,40a 0,00a 0,00a 0,00a T2 0,60ª 0,40a 0 1,00a 1,20a 0 0,00b 0,00a 0,40a 0,20a 0,40ª 0,00a T3 1,00a 0,40a 0 0,80a 0,00a 0 0,20ab 0,20a 0,00a 0,00a 0,40ª 0,00a CV (%) 47,37 35,50-27,92 36,21-23,67 22,45 45,03 15,79 35,22 18,68 F Tratamento 0,26 NS 0,40 NS - 0,48 NS 2,07 NS - 4,23* 0,62 NS 0,45 NS 1,00 NS 0,72 NS 2,67 NS TT tratamentos. L larva. P pupa. A adulto. Dados originais. Para análise estatística foram transformados em (x+0,5) 1/2. Médias seguidas de mesma letra, na coluna não diferem entre si pelo teste de Tukey a 5% de probabilidade. Tabela 3. Porcentagem de tocos atacados (danos) por Sphenophorus levis em cana-de-açúcar. Novo Horizonte SP, 2016/2017. TT Porcentagem de tocos atacados 0 DAA 60 DAA 120 DAA 180 DAA T0- Testemunha 2,56a 5,69a 4,21a 4,05a T1- Fipronil 5,32a 2,89a 1,08a 1,14a T2- Tiametoxam 1,5L 2,10a 2,88a 1,21a 2,38a T3-Tiametoxam 2L 4,91a 2,10a 0,97a 1,71a CV (%) 22,02 11,60 17,28 22,85 F Tratamento 0,73 NS 2,40 NS 1,49 NS 0,60 NS TT tratamentos. DAA dias após aplicação. Dados originais. Para análise estatística foram transformados em log x+5. Médias seguidas de mesma letra, na coluna não diferem entre si pelo teste de Tukey a 5% de probabilidade. Na tabela 4 estão os dados biométricos, onde não foram observadas diferenças estatísticas entre os tratamentos e a testemunha. Para a testemunha estimou-se uma produção de 86.395,00 toneladas de cana por hectare (TCH), para os tratamentos T2 e T3 estimou-se uma produção de 92.884,00 e 94.812,00 (TCH) respectivamente, para o tratamento T1 estimou-se uma produção de 88.093,00 (TCH). Tabela 4. Análises de índices de produtividade de cana-de-açúcar tratada com inseticidas para controle de Sphenophorus levis. Novo Horizonte SP, 2016/2017. TT Nº Canas (20m) Peso 20 (kg) TCH T0- Testemunha 234,00 a 22,11 a 86395,00 a T1- Fipronil 235,00 a 22,55 a 88093,00 a T2- Tiametoxam 1,5L 237,60 a 23,46 a 92844,00 a T3-Tiametoxam 2L 237,60 a 24,01 a 94812,00 a CV (%) 4,08 8,63 9,26 F Tratamento 0,18 NS 0,94 NS 1,11 NS Médias seguidas de mesma letra, na coluna não diferem entre si pelo teste de Tukey a 5% de probabilidade. A baixa eficácia do uso de inseticidas pode ser explicada devido ao comportamento e hábito das larvas e adultos dos insetos, dificultando o contato desses produtos no alvo (Precetti e Arrigoni, 1990). Além dos produtos já registrados, Dinardo-Miranda e Fracasso (2010) demonstraram como 350

Entomología mexicana, 4: 347 352 (2017) promissores os inseticidas Fipronil e Fipronil+Carbofuram para o controle de S. levis em cana planta. Apesar dos dados de porcentagem de danos e infestação não demonstrarem indícios de eficiência dos produtos, é importante considerar que os trabalhos são baseados em amostragens. É necessário analisar parâmetros de produtividade e também de qualidade do produto a fim de ter dados mais consistentes em relação a ação dos inseticidas, considerando sua ação direta na planta. Pois, inseticidas aplicados nas sementes ou no solo podem promover um efeito fisiológico benéfico sobre o desenvolvimento das plantas aumentando a eficiência fotossintética, refletindo em ganho para a planta, sem necessariamente controlar a praga. (Stevens et al., 1999; Köehle et al., 2003; Venancio et al., 2004; Ávila, et al. 2014). CONCLUSÃO Pode-se concluir que independente do produto químico utilizado, o controle de Sphenophorus levis e a produtividade de cana-de-açúcar não foram afetados. Literatura Citada Alencar, M. A. V. 2016. Sphenophorus levis Vaurie, 1978 (Coleoptera: Curculionidae): Caracterização macroscópica e determinação de inseticida e época de aplicação para controle. Tese (Doutorado em Agronomia/ Entomologia Agrícola) Universidade Estadual Paulista, Faculdade de Ciências Agrárias e Veterinárias, Jaboticabal. Almeida, L.C. 2005. Bicudo da cana-de-açúcar. Boletim Tecnico C.T.C., Centro de Tecnologia Canavieira, 1-3 p. Ávila, C. J., Vivan, L. M. V. e V. Santos. 2014. Controle do Coró Liogenys fusca (Blanchard) (Coleoptera: Melolontidae) com Inseticidas Aplicados nas Sementes e no Sulco de Semeadura da Soja (Glycine max). BioAssay, 9(2): 1 7. Barbosa, J. C. e Jr. W. Maldonado. 2010. AgroEstat: sistema para análises estatísticas de ensaios agronômicos. Versão 1.0. Jaboticabal: Departamento de Ciências Exatas. Barreto-Triana, N. C. Comportamento sexual e reprodutivo de Sphenophorus levis Vaurie, 1978 (Coleoptera: Curculionidae) em Cana-de-açúcar. 2009. 95f. Tese (Doutorado em Ciências/Entomologia) Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz, Piracicaba, 2009. Conab ACOMPANHAMENTO DA SAFRA BRASILEIRA DE CANA-DE-AÇÚCAR Primeiro levantamento - 04/2016. Acompanhamento Safra brasileira cana, v. 3 - Safra 2016/17, n. 1 Primeiro levantamento, abril de 2016. Disponível em: http://www.conab.gov.br/olalacms/uploads/arquivos/16_04_18_14_27_15_boletim_cana_portug ues_-_1o_lev_-_16.pdf Dinardo-Miranda, L. L. and J. V. Fracasso. 2013. Sugarcane straw and the populations of pests and nematodes. Scientia Agrícola, 70 (5): 305 310. Izeppi, T. S., Dianardo-Miranda, L. L., Alencar, J. R. D. C. C., Busoli, A. C. e J. C. Barbosa. 2013a. Distribuição espacial do dano de Shenophorus levis Vaurie (Coleoptera: Curculionidae) em canade-açúcar. In: Reunião Brasileira Sobre Pragas do Solo, 13. Rondonópolis. Resumos. Rondonópolis: Sociedade Entomológica do Brasil. Izeppi, T. S., Dianardo-Miranda, L. L., Alencar, J. R. D. C. C., Busoli, A. C. e J. C. Barbosa. 2013b. Variabilidade espacial de Sphenophorus levis (Coleoptera: Curculionidae) em cana-de-açúcar utilizando-se geoestatística. In: Reunião Brasileira Sobre Pragas do Solo, 13. Rondonópolis. Resumos. Rondonópolis: Sociedade Entomológica do Brasil. Izeppi, T. S. 2015. Distribuição espacial e dinâmica populacional de Sphenophorus levis (Coleoptera: Curculionidae) em cana-de-açúcar. 74f. Dissertação (Mestrado em Agronomia/ Entomologia Agrícola) Universidade Estadual Paulista, Faculdade de Ciências Agrárias e Veterinárias, Jaboticabal. 351

Diniz Evangelista et al.; Controle químico de Sphenophorus levis na cultura da cana-de-açucar. Köehle, H., Grossmann, K., Jabs, T., Gerhard, M., Kaiser, W., Glaab, J., Conrath, U., Seehaus, K. sn S. Herms. 2003. Physiological effects of the strobilurin fungicide F 500 on plants. Pp. 61 74. In: H. Lyr, P. E. Russel, H. W. Dehne and H. D. Sisler. (Eds.). Modern fungicides and antifungal compounds III. Andover, Intercept. Landell, M. G. A., Vasconcelos, A. C. M., Silva, M. A., Perecin, D., Carvalho, R. S. R., Barbosa, V. e M. J. Penna. 1999. Validação de métodos de amostragem para estimativa de produção de cana-deaçúcar, em áreas de colheita mecanizada. Piracicaba: STAB - Açúcar, Álcool e Subprodutos. 48-51 p. Polanczyk, R. A., Almeida, L. A., Padilla, L. e S. B. Alves. 2004. Pragas de cana-de-açúcar x métodos alternativos de controle. Revista Biotecnologia Ciência e Desenvolvimento, 33: 14 17. Precetti, A. A. C. M. e A. B. Arrigoni. 1990. Aspectos biológicos e controle do besouro Sphenophorus levis Vaurie, 1978 (Coleoptera: Curculionidae) em cana-de-açúcar. Boletim Técnico Copersuca, 15. Edição Especial. Stevens, M. M., Fox, K. M., Coombes; N. E. e L. A. Lewin. 1999. Effect of fipronil seed treatments on the germination and early growth of rice. Journal Pesticide Science, 55: 517 523. Venancio, W. S., Begliomini, M. A. T. R. e N. L. Souza. 2004. Efeitos fisiológicos de fungicidas sobre plantas. 1. Efeitos fisiológicos do fungicida pyraclostrobin. Revisão Anual de Patologia de Plantas, (12): 317 341. 352