EFEITO DO INSETICIDA ETOFENPROX 100 SC NO CONTROLE DO BICUDO-DO-ALGODOEIRO

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1 EFEITO DO INSETICIDA ETOFENPROX 100 NO CONTROLE DO BICUDO-DO-ALGODOEIRO Thiago F. Bertoncello (UFMS), Ricardo Barros (UFMS), Marcio M. Goussain (Sipcam Agro - Uberaba- MG), Marcos G. Fernandes (UFMS), Paulo E. Degrande (UFMS / degrande@ceud.ufms.br) RESUMO - O bicudo é um dos principais insetos-praga da cultura do algodoeiro. Uma das principais táticas de controle são aplicações sequenciais de inseticidas. Este trabalho teve como objetivo avaliar o efeito do inseticida etofenprox ( ) no controle do bicudo. O delineamento experimental foi em blocos ao acaso com sete tratamentos e quatro repetições. Os tratamentos foram: 1) (1,0 l/ha); 2) (1,25 l/ha); 3) (1,50 l/ha), 4) Trebon 300 (0,34 l/ha); Folidol 600 (1,0 l/ha); Thiodan 350 CE (2,0 l/ha) e Testemunha (sem inseticida). As médias dos botões atacados foram comparadas pelo teste de Tukey a 5% de probabilidade. Verificou-se que os inseticidas nas três dosagens utilizadas e Trebon 300 foram os que obtiveram melhores eficiências, controlando até 100% desse inseto-praga, quando comparados com os inseticidas Folidol 600 e Thiodan 350 CE com 86,7% de controle. Dessa forma, pode ser utilizado em programas de controle do bicudo-do-algodoeiro. Palavras-chave: bicudo, inseticida, controle químico EFFT OF ETOFENPROX 100 INSETICIDE TO CONTROL OF BOLL WEEVIL ABSTRACT - The boll weevil is one of most important cotton pest. Applications of insecticides are the better tactic to control it. Experiment was standardized in randomized blocks with seven treatments and four repetitions. Treatments were: 1) (1,0 l/ha); 2) (1,25 l/ha); 3) Trebon 100 (1,50 l/ha), 4) Trebon 300 (0,34 l/ha); Folidol 600 (1,0 l/ha); Thiodan 350 CE (2,0 l/ha) e Testemunha (without insecticide). The average were analysed by Anova and differences between treatments were compared by the Tukey test. The results suggest with both three doses of and Trebon 300 were more efficient to control Boll Weevil than Folidol 600 and Thiodan 350. Key words: boll weevil; insecticide; chemical control INTRODUÇÃO O bicudo-do-algodoeiro (Anthonomus grandis) é um dos principais insetos-praga do algodoeiro, podendo causar uma redução na produção superior a 85%. Os adultos dessa praga perfuram os botões florais tanto para alimentar-se como para ovipositar, fazendo com que as brácteas fiquem amarelas e bem abertas e com isso caindo ao solo. As larvas alimentam-se no interior dos botões florais e maçãs, ficando protegidas das aplicações de inseticidas. Devido a isso, a aplicação sequencial de três pulverizações com inseticidas é uma das principais táticas de controle do bicudo, bem como o uso de inseticidas seletivos que visam diminuir o impacto sobre os inimigos naturais das diferentes pragas dessa cultura. Vários trabalhos têm relatado o sucesso das aplicações sequenciais com diferentes inseticidas no controle do bicudo do algodoeiro (BELLETTINI et al, 1999; ARPELLINI et al, 1999; BELLETTINI et al, 2001). Este trabalho teve como objetivo avaliar a eficiência de em aplicações sequenciais para o controle do bicudo-do-algodoeiro em condições de campo.

2 MATERIAL E MÉTODOS O experimento foi instalado no dia 24/04/2005 em condições de campo, na Fazenda Tucano, de propriedade do Sr. Geraldo Lennen, município de Campo Verde (MT). O algodoeiro foi cultivado com espaçamento de 0,9 metro entre linhas e densidade de 13 plantas por metro. Cada parcela foi constituída de 10 linhas de cultivo com 10 m de comprimento, totalizando 90 metros quadrados por parcela. O delineamento experimental foi em blocos ao acaso com quatro repetições e sete tratamentos. Antes da primeira aplicação a área experimental estava com uma infestação média de 8% de botões florais atacados pelo bicudo. Os tratamentos utilizados foram: (1,0 l/ha), (1,25 l/ha), Trebon 100 (1,50 l/ha), Trebon 300 (0,34 l/ha), Thiodan 350 (2,0 l/ha), Folidol 600 CE (1,0 l/ha) e Testemunha. Os tratamentos testados encontram-se na Tabela 1. Tabela 1. Inseticidas utilizados para o controle do bicudo do algodoeiro Anthonomus grandis. Descrição dos produtos (nome comum, nome comercial, dosagem, grupo químico, modo de ação e formulação). TRATAMENTOS Nome comum Nome comercial Etofenprox Etofenprox Etofenprox Etofenprox Trebon 300 Endosulfan Paration Metílico Testemunh a Thiodan 350 Folidol 600 CE Dosagem (g i. a./ha), ou g i. a./ 100 kg de sementes. 100 piretróide 125 piretróide 150 piretróide 102 piretróide 700 Ciclodieno 600 Grupo químico Modo de ação Formulação Organofosforad o Antagonistas dos canais de íons Cl mediados pelo ácido gamaminobutírico Inibe a enzima acetilcolinesterase Foram feitas três aplicações seqüenciais de cada tratamento espaçadas cinco dias uma da outra nos dias 24 e 30 de abril e 05 de maio. Utilizou-se para isto um pulverizador costal de pressão constante, dotado de um cilindro de CO 2 e um conjunto para aplicação em linha composto de quatro bicos cone vazio (J2, preto), com pressão constante de 40 lbf/pol 2 o que proporcionou uma diluição de 100 l de calda/ha.

3 As avaliações foram realizadas aos dois, cinco e sete dias após a terceira aplicação, verificando o número de botões florais com danos de alimentação (ALI) e oviposição (OVI). Para o cálculo de porcentagem de eficiência utilizou-se a fórmula de Abbott (1925). Os dados foram submetidos à análise de variância e as médias comparadas pelo teste de Tukey ao nível de 5% de probabilidade (GOMES, 1987). RESULTADOS E DIUSSÃO Não foi detectada diferença significativa entre os tratamentos testados na avaliação realizada aos dois dias após a terceira aplicação. Porém, notou-se que o número de botões danificados por esse inseto-praga diminuiu em relação à testemunha, quando submetido aos diferentes tratamentos químicos. A eficiência do inseticida nas dosagens de 1.0, 1.25 e 1.50 l/ha foram de 68%, 68% e 77%, respectivamente. Enquanto o padrão Thiodan 350 obteve apenas 54,5% de controle (Tab. 2). Na segunda avaliação, realizada aos cinco dias após a terceira aplicação, observou-se que os inseticidas utilizados reduziram significativamente o número de botões atacados pelo bicudo em comparação com a testemunha. Notou-se ainda que os tratamentos com e 300 foram os mais eficientes no controle dessa praga quando comparados com os padrões utilizados Folidol 600 e Thiodan 350. A eficiência com o tratamento atingiu até 92% de controle, enquanto que Folidol 600 e Thiodan 350 obtiveram um baixo índice de eficiência (60% e 68%, respectivamente). Na última avaliação realizada aos sete dias após a terceira aplicação, detectou-se uma redução no número de botões atacados pelo bicudo quando aplicados os inseticidas testados em relação à testemunha. Os melhores resultados foram obtidos pelos inseticidas nas três dosagens testadas e do Trebon 300 (0,34 l/ha) obtendo 100%, 90%, 100% e 96.7%, respectivamente. Os inseticidas Folidol 600 e Thiodan 350 obtiveram 86.7% de controle, nas dosagens de 1,0 e 2,0 l/ha, respectivamente.

4 Tabela 2. Efeito de diferentes inseticidas no controle do bicudo-do-algodoeiro. Campo Verde (MT), safra 2004/2005. Dosagem Tratamentos Número de botões atacados p.c/ha 1ª avaliação* 2ª avaliação** 3ª avaliação*** 1,00 7,0 a 68,2 4,0 ab 84,0 0,0 b 100 1,25 7,0 a 68,2 5,0 ab 80,0 3,0 b 90 1,50 5,0 a 77,3 2,0 b 92,0 0,0 b 100 Trebon 300 0,34 6,0 a 72,7 4,0 ab 84,0 1,0 b 96,7 Folidol 600 1,00 5,0 a 77,3 10,0 ab 60,0 4,0 b 86,7 Thiodan 350 2,00 10,0 a 54,5 8,0 ab 68,0 4,0 b 86,7 Testemunha 22,0 a - 25,0 a - 30,0 a - Média seguida de mesma letra minúscula na coluna não diferem estatisitcamente entre si pelo teste de Tukey. (P 0,05). * avaliação realizada dois dias após a terceira aplicação ** avaliação realizada cinco dias após a terceira aplicação *** avaliação realizada sete dias após a terceira aplicação CONCLUSÕES 1.Os inseticidas (1,0; 1,25; e 1.50 l/ha) e Trebon 300 (0,34 l/ha) apresentaram bons níveis de eficiência de controle do bicudo-do-algodoeiro em relação aos inseticidas Folidol 600 e Thiodan 350 (a 1,0 e 2,0 l/ha, respectivamente); 2. Nenhum dos tratamentos testados apresentaram sintomas de fitotoxicidade na cultura do algodoeiro.

5 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ABBOTT, W. S. A method of computing the effectiveness of inseticide. J. of Econ. Entomol., v. 18, p BELLETTINI, S.; BELLETTINI, N. M. T.; SALVADOR, G.; SILVA, W. G. da; BIANCHINI, S. A.; MANHOLER, C. T. Controle químico do bicudo do algodoeiro Anthonomus grandis Boheman, 1843 com diferentes inseticidas doses e formulações. In: CONGRESSO BRASILEIRO DE ALGODÃO, 3., 2001, Campo Grande. Anais... Campina Grande: EMBRAPA - CNPA, 2001 p BELLETTINI, S.; BRLLETTINI, N. M. T.; SALVADOR, G.; BIANCHINI, S. A.; GARCIA, E. C.; SILVA, W. G. da. Diferentes inseticidas doses e formulações no controle do bicudo do algodoeiro Anthonomus grandis Boh In: CONGRESSO BRASILEIRO DE ALGODÃO, 2., 1999, Ribeirão Preto. Anais... Campina Grande: EMBRAPA - CNPA, 1999 p GOMES, F. P. Curso de estatística experimental. Nobel: São Paulo, 12 ed p. ARPELLINI, J. R.; SANTOS, J. C. C. dos; PRETO, D. R. Controle do bicudo Anthonomus grandis Boh (Coleóptera: Curculionidae) na cultura do algodoeiro Gossypium hirssutum L. com fipronil e ethiprol. In: CONGRESSO BRASILEIRO DE ALGODÃO, 2., 1999, Ribeirão Preto. Anais... Campina Grande: EMBRAPA - CNPA, 1999 p