Avenida Lourival Alfredo, 176, Poeira, Marechal Deodoro, Alagoas, Brasil,

Documentos relacionados
Apostila de Química 01 Estudo dos Gases

FÍSICO-QUÍMICA GASES IDEAIS E GASES REAIS. Prof. MSc. Danilo Cândido

As moléculas se encontram em movimento desordenado, regido pelos princípios fundamentais da Mecânica newtoniana.

Estudo Físico-Químico dos Gases

CURSO: ENGENHARIA CIVIL FÍSICA GERAL E EXPERIMENTAL II 2º Período Prof.a: Érica Muniz UNIDADE 2. Propriedades Moleculares dos Gases

QUÍMICA I Gases

Características dos gases

Soluções e Gases III. Gases

Universidade Federal do Pampa UNIPAMPA. Teoria Cinética do Gases

Todo gás exerce uma PRESSÃO, ocupando um certo VOLUME à determinada TEMPERATURA

Combustíveis Energia e Ambiente. Combustíveis gasosos, líquidos e sólidos: compreender as diferenças

Estudo Físico-Químico dos Gases

Professora : Elisângela Moraes

Física II FEP 112 ( ) 1º Semestre de Instituto de Física - Universidade de São Paulo. Professor: Valdir Guimarães

Gases. 1. Qual a equação de Van der Waals para o gás real e qual o significado de cada termo dessa equação?

Química Prof. Giacometto

GASES PERFEITOS AULA INTRODUÇÃO

Conceitos Básicos sobre gases

EXERCÍCIOS DE FIXAÇÃO QUÍMICA GASES I

Vejamos agora alguns casos particulares dessas transformações com quantidade de gás constante.

QUÍMICA MÓDULO 18 RELAÇÕES NUMÉRICAS. Professor Edson Cruz

Estudo dos gases. Profa. Kátia Aquino

ELEMENTOS QUE FORMAM GASES NAS CONDIÇÕES NORMAIS

11/08/2014. Lei de Avogadro. Equação de Clayperon. CNTP 1 atm 0 C 273K

Propriedades de uma substância pura

Aula do Curso Noic de Física, feito pela parceria do Noic com o Além do Horizonte. Esta aula tratará de gases e termodinâmica:

GASES MÓDULO 1 TRANSFORMAÇÕES QUÍMICAS

REVISIONAL DE QUÍMICA 1º ANO PROF. RICARDO

QUÍMICA - 1 o ANO MÓDULO 22 RELAÇÕES NUMÉRICAS FUNDAMENTAIS - PARTE 2

PROPRIEDADE DOS GASES

Lista Básica Transformações Gasosas

1ª Parte: Questões resolvidas

Teoria e Física do Calor

A forma geral de uma equação de estado é: p = f ( T,

Capítulo 21 Temperatura

Experimento N 3 DETERMINAÇÃO EXPERIMENTAL DA MASSA MOLAR DO GÁS BUTANO E DO MAGNÉSIO

Capítulo 1. Propriedades dos Gases

11/Mar/2016 Aula 7 Entropia Variação da entropia em processos reversíveis Entropia e os gases ideais

Termodinâmica II - FMT 259

Gases. 1) Assinale a alternativa CORRETA.

André Silva Franco ASF EOQ Escola Olímpica de Química Julho de 2011

FUNDAMENTOS FÍSICOS DO AR COMPRIMIDO

b) Tendo em conta a conclusão de Avogadro, selecione a opção que completa corretamente a frase seguinte. Em condições PTN,...

O aluno deverá elaborar resumos teóricos dos textos do livro e de outras fontes sobre os tópicos do conteúdo.

19.2 Número de Avogadro mol número de átomos em uma amostra de 12g do carbono-12. Num mol de qualquer substância existem

Universidade de São Paulo Instituto de Física

Ob. As questões discursiva deve ser apresentado os cálculos.

A) 2,5 B) 4 C) 5 D) 7,5 E) 10

2/Mar/2016 Aula 4. 26/Fev/2016 Aula 3

2.1 Breve história da termodinâmica

2005 by Pearson Education. Capítulo 01

Termodinâmica. Lucy V. C. Assali

Do ponto de vista da Termodinâmica, gás ideal é aquele para o qual vale, para quaisquer valores de P e T, a equação de estado de Clapeyron:

Prática 03 Determinação do Zero Absoluto

QUÍMICA CÁLCULOS ESTEQUIOMÉTRICOS

A B EQUILÍBRIO QUÍMICO. H 2 + 2ICl I 2 + 2HCl. % Ach

Gás Ideal (1) PMT2305 Físico-Química para Metalurgia e Materiais I César Yuji Narita e Neusa Alonso-Falleiros 2012

Temática: Reconsiderando as Interpretações de Dalton.

Prática 05 Determinação Da Massa Molar Do Magnésio

Aula 14 Equilíbrio de Fases: Substâncias Puras

Hipótese de Avogadro e Volume Molar

Estudo Físico dos Gases

PROVA DE QUÍMICA. Adaptada da Tabela Periódica da IUPAC/versão 2007 Acesso: PROVA DE QUÍMICA - Caderno 1

Equilíbrio Físico. Equilíbrio físico estado no qual duas ou mais fases de uma substância coexistem sem uma tendência a mudança.

FORÇAS INTERMOLECULARES QUÍMICA GERAL

Capítulo 3: Propriedades de uma Substância Pura

QUESTÕES DE EXAME 4. Física e Química A. Domínio 2 - Propriedades e transformações da matéria. 2.2 Gases e dispersões

FÍSICA COMPETÊNCIAS/ HABILIDADES DETALHAMENTO DOS CONTEÚDOS CONTEÚDOS 1º BIMESTRE

Transformações Gasosas

Manómetro de mercúrio (P-P atm = ρ Hg g h) (ρ Hg )

INSTITUTO GEREMARIO DANTAS COMPONENTE CURRICULAR: QUÍMICA EXERCÍCIOS DE RECUPERAÇÃO PARCIAL 2016

Gases. 1 atm = 1 kpa. 1 mmhg = 1 Torr. 1 m = 1000 L 1 L = 1000 ml = 1000 cm ESTUDO DOS GASES

Física Geral e Experimental III 1ª prova 25/04/2014 A

Colégio FAAT Ensino Fundamental e Médio

AS PROPRIEDADES DOS GASES. Apresentar as propriedades dos gases; explicitar as diferentes propriedades dos gases reais e dos gases perfeitos;

Deve-se esperar uma redução na velocidade de rotação do hidrômetro em dias frios.

2. Conceitos e Definições

O balão cairia! O que é o MOL? Quantidade de matéria. Obtido a partir da contagem indireta do nº de átomos em exatamente te 12g do

UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO ESCOLA DE ENGENHARIA DE LORENA - EEL. Profª Drª Marivone Nunho Sousa

FÍSICA TÉRMICA. Prof. Neemias Alves de Lima Instituto de Pesquisa em Ciência dos Materiais Universidade Federal do Vale do São Francisco 1

Professora : Elisângela Moraes

c) qual o lado do cubo que ele teria que ocupar com essas bolinhas, de modo a representar 1cm 3 de gás? A) 1km B) 10km C) 100km D) 1000km E) 10000km

Físico-Química Farmácia 2014/02

Física e Química A 10º ANO FICHA DE APOIO N.º 3

P1 - PROVA DE QUÍMICA GERAL 15/09/2012

QUÍMICA 2 Prof Emanuele

1ª QUESTÃO Valor 1,0 = 1. Dados: índice de refração do ar: n 2. massa específica da cortiça: 200 kg/m 3. 1 of :36

25/Fev/2015 Aula 2. 20/Fev/2015 Aula 1

Módulo 06: Termodinâmica capítulo 03 Comportamento térmico dos gases

TC 1 Revisão UECE 1 a. fase Física Prof. João Paulo

Comportamento Físico dos Gases. Introdução ao Cálculo Químico. 01 Características do Estado Gasoso. 02 Grandezas Relacionadas ao Estudo dos Gases

Questão 4. Questão 5

ESTEQUIOMETRIA (Conceitos básicos) QUÍMICA A 1415 ESTEQUIOMETRIA

CÁLCULO ESTEQUIOMÉTRICO. Prof.: Andrey kleber Migliorini

Forças intermoleculares

P1 - PROVA DE QUÍMICA GERAL 09/04/11

AULA 15 GASES PERFEITOS 1- INTRODUÇÃO

Equações-chave FUNDAMENTOS. Seção A. Seção E. Seção F. Seção G. mv 2. E c E P. mgh. Energia total energia cinética energia potencial, ou E E c.

Equação de estado de um gás ideal e misturas gasosas

IDENTIFICAÇÃO: Atenção: Esteja atento à numeração das páginas Questão 1

Transcrição:

1 ESTUDO DOS GASES 1 INTRODUÇÃO Vários processos que ocorrem na natureza e nos organismos vivos são fenômenos pertinentes aos gases, como, por exemplo: o metabolismo nos animais exige a presença de oxigênio, O 2, a fotossíntese nas plantas exige a presença de CO 2, e a própria atmosfera terrestre, que é composta por gases como N 2, O 2 e Argônio, entre outros. Além disso, muitos gases são de grande importância industrial, como o gás cloro, Cl 2, usado como matéria prima na fabricação de PVC e HCl; e o hidrogênio, H 2, usado para geração de energia. Dos três estados da matéria, o estado gasoso é aquele que exibe as propriedades mais simples e é o mais fácil de ser analisado. Ainda que diferentes gases possam ter diferentes propriedades químicas, eles se comportam de maneira bastante similar no que concerne às propriedades físicas. De modo geral, os compostos que se apresentam na forma gasosa à pressão e temperatura ambientes são formados por moléculas diatômicas (H 2, Cl 2, O 2 e N 2 ) ou fórmulas moleculares simples, compostos unicamente de elementos não metálicos e de massas molares baixas (H 2 S, CO 2, CH 4, NO 2, SO 2, etc). Os gases nobres (He, Ne, Ar, Xe, etc) são monoatômicos. As substâncias que são líquidas ou sólidas sob condições ordinárias também podem geralmente existir no estado gasoso, ocasião em que nos referimos a elas como vapores. A água, por exemplo, pode existir como água líquida, gelo sólido ou vapor de água. Os gases diferem significativamente dos sólidos e líquidos em vários aspectos, por exemplo: Gás assume o volume e a forma do recipiente que o contém; é compressível; flui e difunde rapidamente no meio. Líquido assume a forma do recipiente que o contém; não se expande ao encher um recipiente; é praticamente incompressível; flui rapidamente; a difusão entre líquidos ocorre lentamente. Sólido retém sua própria forma e volume; é incompressível; não flui; a difusão em sólidos ocorre de maneira extremamente lenta.

É conveniente imaginar um gás como um conjunto de moléculas (ou átomos) em movimento permanente e aleatório, com velocidades que aumentam quando a temperatura se eleva. Os gases não apresentam forma nem volume próprios, têm grande compressibilidade (capacidade de redução de volume) e grande expansibilidade (ocupam o volume de todo o recipiente em que se encontram). Essas propriedades são explicadas pela teoria cinética dos gases e pelas leis que fundamentam essa teoria. 2 UNIDADES DE MEDIDA O estado gasoso é bastante influenciado pelo volume (V), temperatura (T) e pressão (P) do ambiente onde se encontra. O volume de gás é comumente dado em litros (L), metros cúbicos (m 3 ), decímetros cúbicos (dm 3 ), etc. Para converter uma unidade de medida em outra, podemos utilizar a tabela a seguir: 1 m 3 = 10 3 dm 3 = 10 3 L 1 dm 3 = 1 L = 10-3 m 3 1 dm 3 = 1 L = 10 3 cm 3 = 10 3 ml 1 cm 3 = 1 ml = 10-3 dm 3 = 10-3 L A temperatura de um sistema expressa a agitação entre as partículas do gás. Quanto maior for a temperatura, mais agitadas estarão essas partículas e, portanto, maior será a energia cinética. Ela pode ser expressa na escala de graus Celcius ( o C) ou na escala Kelvin (K). Veja a comparação entre as escalas:

Figura 1: Escalas de temperatura. Para converter a escala de temperatura Celsius em Kelvin utilizamos: T = T c + 273 A pressão é uma grandeza que pode ser definida como a força que um material exerce sobre a área de uma superfície. Para um gás, a pressão é a força exercida sobre as paredes do recipiente com as quais ele se choca continuamente. Quanto maior for a frequência desses choques, maior a pressão por ele exercida. Os gases da atmosfera exercem uma força sobre a superfície do nosso planeta. Figura 2: Ilustração da pressão exercida pelas moléculas do gás. A pressão é comumente expressa em atmosferas (atm), milímetros de mercúrio (mmhg), Torricelli (torr), Para converter uma unidade em outra podemos utilizar: 1 atm = 760 mmhg = 760 torr = 76 cmhg 1 mmhg = 1 torr = 1/760 atm Diz que quando um gás encontra-se na temperatura de 0 o C, considerada temperatura normal, sob pressão de 1 atm (atmosfera), pressão no nível do mar ou pressão normal, dizemos que ele se encontra nas condições normais de temperatura e pressão (CNTP).

3 TRANSFORMAÇÕES GASOSAS As substâncias no estado gasoso são caracterizadas pela pressão, pela temperatura e pelo volume, que estão relacionadas entre si. Se ocorrer mudança em algumas dessas variáveis, o estado do gás muda. Essas propriedades podem ser explicadas pela Teoria Cinética dos Gases. As partículas de um gás estão em movimento constante e desordenado. Quanto maior a temperatura, maior a velocidade das partículas Praticamente não há atração entre as partículas, pois elas se movimentam em linha reta e só mudam de direção quando colidem umas com as outras ou com as paredes do recipiente. A distância entre as partículas de um gás é maior do que seu diâmetro. 4 TRANSFORMAÇÕES ENVOLVENDO MASSA FIXA DO GÁS 4.1 Transformação isotérmica - Lei de Boyle Robert Boyle, em 1661, realizou os primeiras medidas quantitativas do comportamento pressãovolume dos gases. Boyle observou que o produto da pressão pelo volume de uma quantidade fixa de gás, a temperatura constante é aproximadamente constante. Figura 3: Experimento de Boyle. pv = constante (a T constante) Esta relação é conhecida como a lei de Boyle. O volume de um gás confinado a uma temperatura constante é inversamente proporcional à pressão exercida sobre ele

Num estado inicial e final: P i V i = P f V f Figura 4: Transformação isotérmica 4.2 Transformação isobárica - Lei de Charles O cientista francês Jacques Charles elucidou outra importante propriedade dos gases ao estudar o efeito da temperatura sobre o volume de uma amostra mantida a uma pressão constante. Descobriu então que o volume crescia linearmente com a temperatura qualquer que fosse a natureza do gás, desde que a pressão seja baixa. Com os resultados obtidos nos experimentos de Charles foi possível estabelecer a relação: V = constante x T ( pressão constante) Charles. A relação que existe entre o volume de um gás e sua temperatura absoluta é resumida pela lei de Se uma dada quantidade de gás é aquecida ou resfriada a uma pressão constante, seu volume variará na mesma proporção que sua temperatura termodinâmica. Figura 5: Efeito da temperatura sobre o volume.

Dessa forma, temos V α T, portando V/T = cte a pressão constante. Da mesma forma que na Lei de Boyle, a relação V/T = cte pode ser usada para calcular os valores de V e T em uma mudança de estado inicial (i) para o estado final (f): V i /T i = V f /T f Figura 6: Transformação isobárica 4.3 Transformação isocórica ou isovolumétrica - Lei Gay-Lussac Joseph Gay-Lussac um contemporâneo de Jacques Charles foi o primeiro a descobrir que a pressão de uma certa quantidade fixa de gás é diretamente proporcional à sua temperatura absoluta, se o volume do gás for mantido constante. Asssim P α T ou P/T = constante ( n,v constantes). A lei de Gay-Lussac diz que Sob volume constante, a pressão exercida por uma determinada massa gasosa é diretamente proporcional à sua temperatura termodinâmica. P i /T i = P f /T f A pressão de uma amostra de gás em função da temperatura sendo o volume constante é P = constante x T (volume constante)

Figura 7: Transformação isovolumétrica Princípio de Avogadro O volume molar de um gás, ou seja, o volume por mol de moléculas V = V/n, numa certa pressão e temperatura é praticamente independente da natureza do gás. O volume de uma amostra de gás é proporcional ao número de mol presentes e que a constante de proporcionalidade é independente do gás: V α n V = constante x n (pressão e temperatura constantes) Volumes iguais de gases nas mesmas condições de temperatura e pressão, contêm o mesmo número de moléculas. 5 OS ESTADOS DOS GASES EQUAÇÃO DE CLAPEYRON O estado físico de uma amostra de substância se define por suas propriedades físicas; duas amostras de uma substância que têm as mesmas propriedades físicas estão no mesmo estado. A forma geral de uma equação de estado é P = f (T, V, n) Esta equação nos assegura que se forem conhecidos os valores de n, T e V para uma amostra de certa substância, então é possível calcular a respectiva pressão. Cada substância se descreve por sua própria equação de estado, mas somente em certos casos particulares temos a forma explicita da equação. Um exemplo importante de equação de estado é a do gás perfeito. Então, utilizando as leis de Boyle e Charles e princípio de Avogrado temos

6 EQUAÇÃO GERAL DOS GASES As leis empíricas dos gases, Boyle, Charles e Gay-Lussac são todos enunciados da proporcionalidade que descrevem o gás ideal e podem ser combinadas numa única expressão: PV = nrt A constante de proporcionalidade é simbolizada por R e é a constante dos gases perfeitos. A equação geral dos gases tem muita importância na físico-química, pois é aproveitada para deduzir grande variedade de relações que se usam na termodinâmica. Tem também significativa importância prática para o cálculo das propriedades de um gás em diversas condições. Nas CNTP, condições normais de temperatura e pressão, 0 o C e 1 atm; o volume molar de um gás perfeito é 22,4 L.mol -1. A equação do gás perfeito pode ser utilizada para calcular a mudança nas condições quando uma quantidade constante de gás é sujeita a temperaturas e pressões diferentes, de modo a ocupar volumes diferentes. Esta relação é algumas vezes chamada de equação combinada dos gases. 7 MISTURA DE GASES Quando uma mistura de dois ou mais gases que não reagem quimicamente nas condições de P e T em que se encontram são colocados em um mesmo reservatório, a pressão exercida por cada gás na mistura é a mesma que ele teria se estivesse sozinho no reservatório. No século XIX, Dalton realizou muitas observações e proporcionou uma resposta condensada na forma da lei de Dalton. A pressão exercida por uma mistura de gases ideais é a soma das pressões parciais dos gases. De um modo mais geral,

P = P A + P B + P C 8FRAÇÕES MOLARES E PRESSÕES PARCIAIS Podemos discutir com mais propriedade as misturas gasosas de gases pela introdução da fração molar de cada componente. A fração molar, X, é a fração de mol de cada componente no total de moles, da amostra: X = n/n T, onde n T = n A + n B + n C +... Quando não há moléculas, X = 0; quando somente moléculas de um componente estão presentes, X = 1. Pela definição de X, qualquer que seja a composição da mistura, X A + X B + X C +... = 1 Definimos a pressão parcial, p, de um gás qualquer numa mistura como P = XP T onde P T é a pressão total da mistura. Então, a soma das pressões parciais é igual a pressão total. P A + P B + P C = (X A + X B + X C +...)P T = P T 9DENSIDADE DE GASES E MASSA MOLAR A equação do gás ideal tem muita importância na físico-química, pois é aproveitada para deduzir grande variedade de relações que se usam na termodinâmica. Tem também significativa importância prática para o cálculo das propriedades de um gás em diversas condições. A partir da equação dos gases ideais, pode-se facilmente derivar uma equação relacionando diretamente a massa molar de um gás com a sua densidade, de forma que: d = PM/RT

10LEI DE DIFUSÃO E EFUSÃO DOS GASES A capacidade de um gás misturar-se espontaneamente e se espalhar através de outro gás, deriva de um processo conhecido como difusão. Thomas Grahan mediu as velocidades de difusão de gases e, com os resultados de seus experimentos, observou que a velocidade de difusão de um gás através do outro é inversamente proporcional à raiz quadrada da densidade do gás. A efusão é a passagem de um gás através de uma abertura de um orifício. Graham relatou uma segunda generalização, conhecida como lei da efusão de Graham, em que a velocidade de efusão de um gás através de um dado orifício é inversamente proporcional à raiz quadrada de sua densidade ou de sua massa molar. É possível observar, através da relação de Graham, que gases mais densos efundem mais lentamente. Figura 8: Processos de efusão. As velocidades de efusão de dois gases podem ser comparadas, dividindo-se a velocidade de um pela do ouro, isto é: