CURSO DE AGENTES DE DEFESA CIVIL CADEC/2009. NA OCORRÊNCIA DE DESASTRES NÃO SOBREVIVEM OS MAIS FORTES E SIM OS MAIS PREPARADOS

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Transcrição:

CURSO DE AGENTES DE DEFESA CIVIL CADEC/2009. NA OCORRÊNCIA DE DESASTRES NÃO SOBREVIVEM OS MAIS FORTES E SIM OS MAIS PREPARADOS

Finalidade do curso Proporcionar aos participantes os conhecimentos e as habilidades necessárias para desenvolver ações de Defesa Civil no âmbito dos municípios catarinenses.

Objetivo de desempenho Ao final do curso o participante deverá ser capaz de: Ao retornar aos municípios de origem, implementar os processos de Planejamento e as Ações de Prevenção, Preparação, Resposta e Reconstrução em Desastres como integrantes de uma COMDEC.

Metodologia do curso O curso será desenvolvido utilizando o método de capacitação interativo, valorizando a construção do conhecimento por meio da interação dos participantes com o instrutor, com os demais participantes e com o próprio objeto do conhecimento, empregando para isto as técnicas de apresentação interativa, estudo de caso, exercícios práticos, além do uso de dinâmicas e vivências de grupo.

Avaliação Os participantes serão avaliados de acordo com a participação nas atividades em grupo e realização dos exercícios. Será aprovado o aluno que tiver, no mínimo, 75% de freqüência durante o curso.

Unidade 1 - Introdução Assunto: Apresenta a história da Defesa Civil. Ao final desta unidade você estará apto a: - Narrar, resumidamente, a história da Defesa Civil no mundo, Brasil e em Santa Catarina; - Identificar o ano de estruturação do Sistema Nacional e Estadual de Defesa Civil; - Descrever a evolução histórica das atividades de Defesa Civil.

EVOLUÇÃO HISTÓRICA DA DEFESA CIVIL E DOS DESASTRES

EVOLUÇÃO HISTÓRICA DA DEFESA CIVIL E DOS DESASTRES Primeiro Grande Desastre Humano...o fim de todos os homens é chegado......faze para ti uma arca de madeira......e houve copiosa chuva sobre a terra... GÊNESIS: Anúncio do dilúvio

EVOLUÇÃO HISTÓRICA DA DEFESA CIVIL E DOS DESASTRES A Defesa Civil não se trata, seguramente, de matéria nova, tão pouco encontra suas raízes neste século. É possível afirmar que sua origem está relacionada com os primeiros agrupamentos humanos, nos quais a sobrevivência do indivíduo dependia do seu abrigo no grupo e a existência deste dependia da sua própria capacidade de organização na garantia de sua defesa e na superação do inimigo ou adversidades naturais.

EVOLUÇÃO HISTÓRICA DA DEFESA CIVIL E DOS DESASTRES No Mundo As primeiras ações dirigidas para a defesa da população foram realizadas nos países envolvidos com a Segunda Guerra Mundial, sendo a Inglaterra o primeiro país a instituir a CIVIL DEFENSA (Defesa Civil) visando a segurança de sua população após os ataques sofridos entre 1940 e 1941

EVOLUÇÃO HISTÓRICA DA DEFESA CIVIL E DOS DESASTRES No Brasil 1942 - Com a participação do Brasil na Segunda Guerra Mundial, e preocupado com a segurança global da população, o governo cria o Serviço de Defesa Passiva Antiaérea, no Ministério da Aeronáutica. 1943 - A denominação é alterada para Serviço de Defesa Civil, sob a supervisão da Diretoria Nacional do Serviço da Defesa Civil, do Ministério da Justiça e Negócios Interiores. 1946 - Euforia da paz e extinção do serviço de Defesa Civil.

EVOLUÇÃO HISTÓRICA DA DEFESA CIVIL E DOS DESASTRES No Brasil 1966 - A incidência de fenômenos cíclicos, como a seca na região Nordeste, a estiagem no Centro-oeste, Sudeste e Sul e as inundações nas mais variadas áreas, levaram a criação da 1ª Coordenadoria Regional de Defesa Civil REDEC, sendo constituída no Estado da Guanabara (Decreto Estadual nº 722 de 18/11/1966). 1967 - É criado o Ministério do Interior com a competência, entre outras, de assistir as populações atingidas por calamidade pública em todo território nacional. 1988 - Criação do Sistema Nacional de Defesa Civil SINDEC, reorganizado em agosto de 1993 e atualizado por intermédio do Decreto nº 5.376, de 17 de Fevereiro de 2005

EVOLUÇÃO HISTÓRICA DA DEFESA CIVIL E DOS DESASTRES Em Santa Catarina 1973 É criada a Defesa Civil Estadual, sendo esta vinculada ao Gabinete da Casa Civil, com afinidade direta ao Governador do Estado (Lei nº4.841 de 18 de maio de 1973). 1998 - O Sistema Estadual de Defesa Civil como conhecemos hoje foi reeditado através da Lei nº10.925, de 22/09/98, que Dispõe sobre o Sistema de Defesa Civil SIEDC, sobre o Fundo Estadual de Defesa Civil FUNDEC e estabelece outras providências. Com a evolução das ações de Defesa Civil, ela deixou de atuar apenas em resposta às situações de emergência e calamidade e passou a uma série de outras ações, como a prevenção e reconstrução das áreas afetadas por desastres.

EXERCÍCIOS UNIDADE 1 Responda as perguntas abaixo de forma sucinta: 1. O que motivou, inicialmente, a criação da Defesa Civil e qual era seu principal objetivo? 2. A partir de quando e quais os motivos que levaram os órgãos governamentais a criar a primeira Coordenadoria Regional de Defesa Civil?

UNIDADE 2- POLÍTICA NACIONAL DE DEFESA CIVIL Assunto: Apresenta a Política Nacional de Defesa Civil, conforme determinada pelo Ministério da Integração Nacional por meio da Secretaria Nacional de Defesa Civil com a aprovação do CONDEC, através da Resolução nº 2, de 12/12/94.

Objetivos Ao final desta unidade você estará apto a: - Descrever, de forma sucinta, os principais condicionantes da Política Nacional de Defesa Civil; - Enunciar o objetivo geral da Defesa Civil de acordo com a Política Nacional de Defesa Civil; - Identificar os instrumentos da Política Nacional de Defesa Civil; - Relacionar as Diretrizes da Política Nacional de Defesa Civil ao objetivo geral enunciado para a Defesa Civil; - Enumerar os quatro programas estabelecidos pela Política Nacional de Defesa Civil.

2. Política Nacional de Defesa Civil 2.1 Estrutura Aprovada pelo CONDEC, através da Resolução nº 2, de 12.12.95, e publicada na Seção 1 do Diário Oficial de 2.1.95, com a alteração de seus anexos conforme a Resolução nº 4, de 2.7.99, publicada na Seção 1 do Diário Oficial de 5.8.99, a Política Nacional de Defesa Civil é estruturada em:

I Condicionantes; II Objetivos; III Instrumentos; IV - Conceituação, Classificação Geral dos Desastres e Codificação dos Desastres, Ameaças e Riscos; V Diretrizes; VI Metas; VII Planos; VIII Programas; IX - Projetos. ANEXOS: A - Classificação Geral dos Desastres. B - Codificação de Desastres, Ameaças e Riscos.

2.2 Condicionantes São condicionantes da Política Nacional de Defesa Civil: A intensidade dos danos decorrentes dos desastres naturais; A intensidade crescente dos desastres antropogênicos; O aumento dos níveis de insegurança em relação aos desastres tecnológicos, decorrente da deterioração ambiental que aumentou a vulnerabilidade dos ecossistemas humanos; Os reflexos negativos da crise econômica sobre o processo de desenvolvimento social;

O adensamento dos estratos populacionais mais vulneráveis em áreas de riscos mais intensos, em decorrência do crescimento desordenado das cidades; A promoção dos desastres humanos relacionados com as convulsões sociais, como conseqüência da redução dos padrões de bem-estar social; O crescimento da violência e do número de menores abandonados, relacionado ao processo de regressão social; A constatação de que os estratos populacionais menos favorecidos e os países menos desenvolvidos são atingidos com mais intensidade pelos desastres;

Os desastres provocam estagnação econômica, redução da receita dos impostos e aumento do custo de vida; Os desastres agravam as condições de vida da população e afetam o desenvolvimento geral do país; As ações de resposta aos desastres e de reconstrução são extremamente caras; Mesmo após muitas décadas de esforço, há pequenos avanços na redução da vulnerabilidade do Brasil aos desastres; e Há uma importante interação entre desenvolvimento sustentável, redução de desastres, proteção ambiental e bem estar social.

2.3 Objetivos 2.3.1. Finalidade O direito natural à vida e à incolumidade foi formalmente reconhecido pela Constituição da República Federativa do Brasil. Compete à Defesa Civil a garantia desse direito, em circunstâncias de desastre. 2.3.2. Objetivo Geral O objetivo geral da Defesa Civil é a redução de desastres. A redução de desastres é conseguida pela diminuição da ocorrência e da intensidade dos mesmos. Elegeu-se, internacionalmente, a ação de reduzir, porque a ação de eliminar definiria um objetivo inatingível.

As ações de redução de desastres abrangem os seguintes aspectos globais: - Prevenção de Desastres; - Preparação para Emergências e Desastres; - Resposta a Desastres; e - Reconstrução. 2.3.3 Objetivos Específicos -Promover a defesa permanente contra desastres naturais e provocados pelo homem; -Prevenir ou minimizar danos, socorrer e assistir populações atingidas, reabilitar e recuperar áreas deterioradas por desastres; - Atuar na iminência ou em situações de desastres; - Promover a articulação e a coordenação do Sistema Nacional de Defesa Civil - SINDEC, em todo o território nacional.

2.4. Instrumentos 2.4.1. Sistema Nacional de Defesa Civil SINDEC

2.4.2. Planejamento em Defesa Civil As bases do Planejamento em Defesa Civil são os Planos Diretores de Defesa Civil, em nível municipal, estadual, regional e federal. Os Planos de Contingência, elaborados para responder às hipóteses específicas de desastres devem integrar os Planos Diretores. Os Planos Plurianuais de Defesa Civil, por sua vez, articulam os Planos Diretores com o Planejamento Governamental. A Programação Anual e o Orçamento de Defesa Civil são elaborados anualmente com base nos Planos Plurianuais.

2.4.3. Recursos Financeiros O Fundo Especial para Calamidades Públicas - FUNCAP é o instrumento financeiro previsto para atendimento emergencial, em resposta aos desastres, sendo recomendada a criação de fundos semelhantes nas esferas estadual e municipal.

2.5. Diretrizes Diretriz nº 1: Atribuir ao SINDEC a responsabilidade pelo planejamento, articulação, coordenação e gestão de atividades de Defesa Civil, em todo o território nacional. Diretriz nº 2: Implementar a organização e o funcionamento de COMDEC em todo o território nacional, enfatizando a necessidade e a importância da resposta, articulada e oportuna, do órgão local. Diretriz nº 3: Apoiar os estados e municípios na implementação de Planos Diretores de Defesa Civil, com a finalidade de garantir a redução de desastres em seus territórios.

Diretriz nº 4: Promover a ordenação do espaço urbano, objetivando diminuir a ocupação desordenada de áreas de risco de desastres, com a finalidade de reduzir as vulnerabilidades das áreas urbanas aos escorregamentos, alagamentos e outros desastres. Diretriz nº 5: Estabelecer critérios relacionados com estudos e avaliação de riscos, com a finalidade de hierarquizar e direcionar o planejamento da redução de riscos de desastres para as áreas de maior vulnerabilidade do território nacional. Diretriz nº 6: Priorizar as ações relacionadas com a prevenção de desastres, através de atividades de avaliação e de redução de riscos de desastres.

Diretriz nº 7: Implementar a interação entre os órgãos do governo e a comunidade, especialmente por intermédio das COMDECs e dos NUDECs, com a finalidade de garantir uma resposta integrada de toda a sociedade. Diretriz nº 8: Implementar programas de mudança cultural e de treinamento de voluntários, objetivando o engajamento de comunidades participativas, informadas, preparadas e cônscias de seus direitos e deveres relativos à segurança comunitária contra desastres. Diretriz nº 9: Promover a integração da Política Nacional de Defesa Civil com as demais políticas nacionais, especialmente com as políticas nacionais de desenvolvimento social e econômico e com as políticas de proteção ambiental.

Diretriz nº 10: Implementar o Sistema Nacional de Informações sobre Desastres no Brasil - SINDESB e promover estudos epidemiológicos, relacionando as características intrínsecas dos desastres com os danos humanos, materiais e ambientais e com os prejuízos econômicos e sociais conseqüentes. Diretriz nº 11: Buscar novas fontes de recursos financeiros para o SINDEC, aprimorar os mecanismos existentes e implementar: - os recursos relacionados com o FUNCAP; - projetos capazes de atrair apoio tecnológico e/ou financeiro das agências internacionais e/ou de cooperação bilateral.

Diretriz nº 12: Implementar as atividades do Comitê Brasileiro do Decênio Internacional para a Redução dos Desastres Naturais CODERNAT(*) e o intercâmbio internacional, objetivando concertar convênios de cooperação bilateral e multilateral na área de redução de desastres, estabelecendo caráter de permanência, a fim de que as ações não se esgotem com o término do decênio. (*) O decênio internacional para redução dos desastres naturais expirou em 2000, então as Nações Unidas criaram o EIRD Estratégia internacional para Redução de Desastres.

Diretriz nº 13: Estimular estudos e pesquisas sobre desastres. Diretriz nº 14: Implementar projetos de desenvolvimento científico e tecnológico do interesse da Defesa Civil. Diretriz nº 15: Promover a inclusão de conteúdo relativo à redução de desastres, valorização da vida humana, primeiros socorros e reanimação cardiorrespiratória nos currículos escolares.

2.6. Metas As metas estabelecidas na Política Nacional de Defesa Civil apresentavam um curto prazo (ano 2000) para serem atingidas, no entanto, muitas delas ainda não foram concluídas. Meta nº 1: Implementar 2.400 COMDECs, com prioridade para os municípios de maior risco. Meta nº 2: Implementar 120 projetos de Desenvolvimento de Recursos Humanos, qualificando profissionais de defesa civil, em todos os níveis do SINDEC, permitindo a estruturação de quadros permanentes, altamente capacitados e motivados.

Meta nº 3: Implementar 12 (doze) Centros Universitários de Estudos e Pesquisas sobre Desastres CEPED, estimulando, inclusive, os cursos de Especialização em Planejamento e Gestão de Defesa Civil. Meta nº 4: Promover o estudo aprofundado de riscos, bem como a organização de bancos de dados e mapas temáticos relacionados com ameaças, vulnerabilidades e riscos, em 80 Municípios situados em áreas de maior risco de desastres.

Meta nº 5: Promover, em todos os Municípios com mais de 20 mil habitantes, estudos de riscos de desastres, objetivando o microzoneamento urbano, com vistas à elaboração do Plano Diretor de Desenvolvimento Municipal, de acordo com o previsto na Constituição Federal de 1988 (art. 182). Meta nº 6: Implementar o SINDESB, objetivando uma melhor difusão do conhecimento sobre a realidade brasileira, no que diz respeito a desastres.

2.7 Planos Diretores de Defesa Civil Os planos Diretores de Defesa Civil deverão ser implementados mediante programas específicos e considerar os seguintes aspectos globais: Prevenção de Desastres: compreende medidas de avaliação de riscos de desastres e redução de riscos de desastres. Preparação para Emergências e Desastres: objetiva otimizar as ações preventivas, de resposta aos desastres e de reconstrução. Resposta aos Desastres: Compreende as ações de socorro, assistência às populações vitimadas e reabilitação do cenário do desastre. Reconstrução: inclui as medidas implementadas para restabelecer em sua plenitude a vida normal das comunidades impactadas, além de influenciar sobre a prevenção.

2.8. Programas REESTABELECIMENTO DA NORMALIDADE

EXERCÍCIOS UNIDADE 2 Reunidos em grupos de até 6 (seis) alunos, utilizando o tempo estipulado e dispondo do material necessário, os participantes deverão montar um painel contemplando 4 metas para a Defesa Civil, propostas para os próximos 10 anos. META 1: META 2: META 3: META 4:

UNIDADE 3 - O SISTEMA NACIONAL DE DEFESA CIVIL - SINDEC Assunto: Apresenta o SINDEC, descrevendo a estrutura e atribuições de seus componentes nos diversos níveis. Objetivos: Ao final desta unidade você estará apto a: - Descrever os órgãos e entidades que compõem o SINDEC; - Descrever como o SINDEC se articula nos níveis federal, estadual e municipal; - Descrever, de forma sucinta, a competência dos sete órgãos principais que integram o SINDEC; - Enumerar os instrumentos do SINDEC.

3. Sistema Nacional de Defesa Civil SINDEC O Ministério da Integração Nacional (MI), conforme disposto na Medida Provisória n. 103, de 1º de janeiro de 2003, teve a estrutura regimental aprovada pelo Decreto nº 4.649, de 27 de março de 2003, que estabelece ao MI, entre outras competências, a responsabilidade pelas ações de Defesa Civil.